sábado, 16 de agosto de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA – 17/08/2025

 

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omo sempre Deus recorre aos humildes para realizar suas grandes obras. É aos insignificantes aos olhos do mundo que Ele pede colaboração.

No Magnificat, o famoso canto mariano, que é o Evangelho da festa de hoje, temos contato direto com a humilde serva do Senhor. Nela estão representadas todas as pessoas simples, ignoradas pelos poderosos, aquelas que confiam em Deus, em seu poder e em sua justiça.

Em Maria, Deus tem espaço para operar maravilhas. “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra!”, eis sua disponibilidade absoluta para Deus. “Fazei tudo o que ele vos mandar!” Eis seu ensinamento da Nova Eva aos seus filhos.

Em Deus, Maria e seus filhos se tornam ricos e são capazes de fazer coisas que os ricos não conseguem: a radical doação aos outros, a simplicidade, a generosidade sem cálculo, a solidariedade, a criação de um homem novo para um mundo novo, um mundo de Deus.

Maria é a serva, a servidora. Por isso após o sim dado ao Senhor, se dirige a Aim Karem onde mora Isabel, com a finalidade de servir. Ela ficou sabendo da gravidez de sua prima idosa e se dirigiu à sua casa, em um ato de solidariedade, para servi-la. A Trindade se revelou aos pobres e faz deles morada permanente. Deus  provocou  a vida na marginalizada Isabel, como a geraria depois no ventre de uma insignificante virgenzinha da perdida Nazaré.

O Canto de Maria está cheio de gratidão ao Altíssimo porque Ele a beneficiou e também aos necessitados. Finalmente Maria conclui sua ação de graças dizendo que Deus se manteve fiel à misericórdia prometida a Abraão e a seus descendentes.

A segunda leitura contém o querigma, isto é, o anúncio de que Cristo morreu e ressuscitou.

Paulo fala que Jesus Cristo é a primícia dos que adormeceram e dos que ressuscitaram. Ora, primícias são as primeiras colheitas. Cristo morreu para que o homem se submetesse ao Pai, confiasse plenamente no amor do Pai, fizesse sua entrega radical ao Pai. Cristo ressuscitou porque o homem foi criado para viver eternamente com o Pai, no seio da Trindade.

Maria foi a serva do Senhor, aquela que morreu a si mesma, em todos os dias, em todos os momentos de sua vida, para que Deus, a Vida, pudesse sempre nela agir. Exatamente nesse ato de entrega radical, de morte, ela ressuscitou.

Ressuscitou quando a Vida brotou em seu seio – Jesus, o Caminho, a verdade,  vida -;ressuscitou quando nas bodas de Caná, deu o conselho para fazermos tudo o que o Senhor mandar. Era a Nova Eva falando para o filhos da Nova Criação; ressuscitou quando no calvário presente à redenção, recebeu, da Vida, a missão de ser Mãe da Nova Humanidade – Mulher, eis aí teu filho. Filho, eis aí tua Mãe; ressuscitou quando teve em seu braços a semente de  Vida, o corpo inerte de Jesus, e a plantou no sepulcro, a arca da nova e eterna aliança.

Ressuscitou quando, nos primeiros dias após a redenção, estava presente reunindo os discípulos, mas dando a primazia a Pedro; ressuscitou quando no Cenáculo recebeu o Espírito Santo e se reconheceu Mãe da Igreja gerada na Ceia e na cruz; finalmente ressuscitou e foi glorificada quando terminando sua peregrinação terrena, foi acolhida pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito!

Que nossa Mãe, nossa por causa do batismo, faça desenvolver em nossa vida, a semente da fé cristã recebida no mesmo batismo!

Que a humildade de Maria seja a nossa herança!

  Que a solicitude para com todos e a disponibilidade para servir, seja a nossa riqueza!

 

Fonte: Vatican News


Mensagem do dia... 16/08/2025

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

ASSUNÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA

 

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 Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria é uma festa religiosa celebrada em 15 de agosto (esse ano, a Igreja no Brasil comemora no domingo 17 de agosto), que comemora a crença católica de que Maria, mãe de Jesus, foi levada em corpo e alma para o céu ao final de sua vida terrena. É considerada um dogma de fé na Igreja Católica, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950.

O QUE É A ASSUNÇÃO?

A Assunção é a crença de que Maria, livre da mancha do pecado original, foi elevada ao céu, em corpo e alma, ao final de sua vida. Isso significa que ela não passou pela morte como os demais seres humanos, mas foi diretamente para a glória celestial.

DOGMA DA ASSUNÇÃO

O dogma da Assunção foi definido em 1950 pelo Papa Pio XII, na constituição apostólica "Munificentissimus Deus". A definição papal estabelece que Maria, ao completar seu curso de vida terrena, foi levada, em corpo e alma, para a glória celeste.

IMPORTÂNCIA DA ASSUNÇÃO

A Assunção é vista como um privilégio concedido a Maria devido à sua relação única com Jesus, sendo sua Mãe. Ela é um sinal de esperança para a humanidade, mostrando que a morte não é o fim, mas uma passagem para a vida eterna. A festa da Assunção também é um momento de alegria e celebração da vitória de Maria sobre a morte e o pecado.

A FESTA DA ASSUNÇÃO

A festa da Assunção é um dia de festa maior, com missas e celebrações especiais em honra à Virgem Maria.

Mensagem do dia... 15/08/2025

 

sábado, 9 de agosto de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 10/08/2025

 

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eus se colocou ao lado dos oprimidos. A ajuda e o apoio mútuos, realizados pelo povo, e também a partilha das alegrias e dos sofrimentos deram expressão concreta à solidariedade. Deus os libertou através da solidariedade. A solidariedade iluminou e ilumina a noite da libertação!

O Evangelho, falando tanto em vigília, nos faz perguntar que seria vigilar? De acordo com ele, vigilar ou vigiar é sentir-se responsável pelo Reino e servir a Comunidade, em tudo aquilo que ela precisar e estiver dentro de nossos dons.

Perguntamo-nos também, vigiar para quê? E a resposta é clara: vigiar para que o Reino de Deus se relize. Esse Reino que é comparado a um banquete e a uma grande festa.

Portanto, nossa expectativa está dirigida à realização de algo maravilhoso. Preparamo-nos para a grande e eterna festa oferecida por Deus, através de nossos atos solidários e fraternos.

A segunda leitura, tirada da Carta aos Hebreus, nos apresenta dois modelos de vigilantes: Abraão e Sara. Para eles não existem absurdos. Eles foram modelos de fé em Deus. Apesar das aparentes contradições entre o que se passava na vida deles e o que Deus dizia, optaram por acreditar e confiar em Deus.

Abraão e Sara só tiveram um filho e não uma multidão como falava a promessa. Nem habitaram a terra prometida como lhes havia sido dito, mas viveram como peregrinos, morando em países estrangeiros.

Só setecentos anos mais tarde seus descendentes se estabeleceram na terra prometida.

Abraão e Sara só viram um pequeno sinal do que havia sido prometido e, no entanto, acreditaram.

Também nós, colocando-nos a serviço do Reino, na partilha e na fraternidade, aguardamos a realização das promessas de libertação e de paz, mesmo que vez ou outra só vejamos fiapos da plenitude que virá.

A fé sustenta a perseverança e esta dá expressão à fé.

Fonte: Vatican News


Mensagem do dia... 09/08/2025

 

sábado, 2 de agosto de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 03/08/2025

 

Pe. Paulo Sérgio Silva - Diocese de Crato - CE.

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este 18º Domingo do Tempo Comum, nosso momento formativo que visa nos tornar discípulos missionários de Jesus e anunciadores do Reino de Deus, traz-nos uma reflexão sobre nossa atitude ante o apego demasiado aos bens materiais. Somos advertidos para não centralizar nossa existência ou condicionarmos nossa felicidade a posse de bens materiais ou no domínio de pessoas. O Reino de Deus nos convida a descobrir seus valores que podem nos ajudar a encontrar o sentido de nossa vida e a felicidade em plenitude.

Na primeira leitura (Ecl 1,2; 2,21-23), o autor do Livro do Eclesiastes nos indaga sobre qual o sentido de uma vida voltada para o acúmulo de bens.  Para que a riqueza e o saber? Neste questionamento desconcertante o autor revela a impotência humana, que sozinha, não consegue encontrar um sentido para a sua vida. A princípio, o pessimismo do texto pode parecer exagerado, todavia leva-nos a reconhecer a inutilidade do materialismo, ao mesmo tempo em que nos ensina que só em Deus e com Deus seremos capazes de encontrar o sentido da vida e preencher a nossa existência.

Na segunda leitura (Cl 3,1-5.9-11) o Apóstolo Paulo continua sua catequese com a comunidade de Colossas. Através da graça batismal, Paulo os convida a crescer na identificação com Cristo. Para a comunidade dos Colossenses, herdeiros da mentalidade grega, isso significava deixar de imitar os “deuses” mitológicos cujas histórias apenas ensinavam práticas imorais e antiéticas. A comunidade deveria então buscar renascer continuamente (converter-se e abandonar as práticas mundanas), até ver manifestar em seus membros a imagem do Homem Novo, Cristo ressuscitado que é “imagem de Deus”. Assim, no final desta sua epístola, São Paulo mostra aos colossenses as exigências que são necessárias para a vida nova. Ser batizado significa abandonar todas as atitudes egoístas, como a ambição, o orgulho, a injustiça, a indecência, a violência que leva a morte. Esta catequese do Apóstolo continua bastante atual. Hoje, muitos são batizados e se dizem cristãos, mas se recusam a renunciar as práticas que não condizem com o Evangelho. A comunhão com Cristo não é apenas para a vida futura. Já somos nova criatura em Cristo, já somos pessoas marcadas pela Ressurreição. Sendo assim, nossa vida cotidiana deve ser manifestação desta verdade indelével.

No Evangelho (Lc 12,13-21), ao receber um pedido para agir como juiz em um conflito de irmãos por causa de herança, Jesus responde narrando a “parábola do rico insensato”. Nela, ele denuncia o egoísmo de uma vida voltada apenas para os bens materiais. Todavia, algo a mais na parábola deve nos chamar atenção. O homem da parábola é um trabalhador; até onde se sabe suas posses não são fruto de desonestidade ou roubo. Então por que Jesus o censura? Se prestarmos atenção, os verbos e os pronomes empregados por ele (descansa, bebe, come, aproveita, meus, tu, mim, etc.) manifestam uma pessoa centralizada em si mesma; não pensa nos outros, somente em si mesmo. Para o Mestre, o homem que age assim é um “louco”, pois esqueceu aquilo que, verdadeiramente, dá sentido à existência. A pessoa que pede a Jesus para socorrê-lo na partilha dos bens esqueceu que o maior bem a ser dividido e partilhado é a vida familiar e comunitária. A Jesus é solicitado que convença o outro irmão a dividir a herança, mas não solicitam que Jesus realize a reconciliação entre eles. Ao que parece, não importava a ele estar em paz com o irmão, mas sim tomar para si a herança em suas mãos.

Atualmente, mais do que nunca vivemos uma sociedade marcada pelo individualismo, subjetivismo, hedonismo e egocentrismo que colocam o bem estar individual como valor absoluto. O sacrifício em prol de alguém, a renúncia que leva a socorrer o outro estão cada vez mais cedendo lugar para uma falsa teologia que visa uma vida totalmente sem sofrimento, onde a busca desenfreada pelo ter, pelo prazer e pelo consumismo desvairado tornam-se o paraíso. As pessoas casam-se, todavia não querem tornar-se famílias, pois não querem ter filhos. O que se busca é o prazer pelo prazer, um consumismo devorador que promete um bem-estar eterno. Já no século IV Santo Agostinho afirmava que o egoísmo origina a ganância que não respeita nem Deus, nem o ser humano; não perdoa nem o pai nem o amigo, não socorre nem a viúva e nem o órfão.

Tal comportamento não condiz com nossa fé, pois o cristão verdadeiro deve assumir os valores do Reino de Deus e ter a coragem de dar a vida pelas mesmas escolhas que levaram Jesus a se entregar na cruz. A lógica do Reino é diferente da lógica do mundo. Precisamos aprender que o maior tesouro é o ser humano em sua dignidade (Cf: Ireneu de Lião – Contra as Heresias, IV, 20, 7). O acúmulo de bens materiais sempre leva ao esquecimento do outro, inclusive de Deus, da família e dos irmãos da comunidade.

Assim como aconteceu com os dois irmãos que brigaram pela herança, a ambição, a ganância e o egoísmo esvaziam o nosso coração, cegando-nos diante do essencial. Deste modo, somos preenchidos pelos superficial e passageiro, caindo em um consumismo que pode até nos tornar ricos de bens materiais, mas extremamente pobres dos dons divinos, uma vez que nos rouba a liberdade e torna-nos escravos da lógica do lucro que escraviza o outro e não nos faz verdadeiramente felizes. E todo aquele que deseja ser dono do mundo se tornará incapaz de fazer parte do Reino de Deus, reino que é partilha, comunhão e solidariedade.


Mensagem do dia... 02/08/2025