Entidade testou taxa de cobertura das quatro maiores operadoras. As
empresas dizem que estão "investindo fortemente em infraestrutura".
G1, em São Paulo
cobertura de internet móvel (3G) possui zonas
de sombra que podem fazer com que até 57% das tentativas de acessar o serviço
não sejam efetuadas, constatou a Proteste (Associação de Defesa do Consumidor)
em teste realizado entre março e abril deste ano.
A
entidade percorreu o país testando o serviço das quatro maiores operadoras
(Vivo, TIM, Claro e Oi). Foram cinco mil quilômetros rodados entre 4 de março e
25 de abril.
Nos
testes, a Proteste mensurou, por um lado, a taxa de cobertura (quantas vezes o
serviço era acessado sobre o número de tentativas) e, por outro, o índice dos
problemas e falhas de cobertura. Os resultados foram segmentados por área: Rio,
São Paulo, Nordeste e Sul.
Em
São Paulo, 62% das tentativas de acessar a rede de internet móvel da Claro não
tiveram sucesso, atestou a Proteste. Para a entidade, a operadora apresentou os
piores resultados Em média, 57% das tentativas de acesso à rede da empresa
foram infrutíferas.
A
rede da Oi apresentou falhas de cobertura em 27% das tentativas, a da Tim, em
24% das vezes e a Vivo, em 23%.
Apesar
de ter apresentado a maiores taxas de falta de cobertura, a Claro foi a empresa
que entregou maior velocidade média de download (dados recebidos da internet), de 1891 kbps (kilobit por segundo), e de upload (dados enviados à internet), de 542 kbps.
A
Oi registrou velocidades de 575 kbps, para download, e de 163 kbps, para
upload. Na mesma base de comparação as médias da Tim foram de 1111 kbps e de
309 kbps, e as da Vivo foram 1484 kbps e de 480 kbps.
A
Proteste considerou baixas as velocidades abaixo dos 400 kbps. Recentemente, a
Anatel mudou o regulamento da telefonia móvel para permitir que as operadoras
de celular pudessem reduzir as velocidades entregues assim que a franquia
contratada em um plano pré-pago fosse ultrapassada. Antes, a velocidade não
podia cair além da metade do valor contratado.
Dado
os resultados encontrados no teste, a Proteste lançou nesta segunda-feira (29)
uma campanha para colher depoimentos de consumidores sobre a qualidade do
serviço 3G. Segundo a entidade, dependendo da gravidade das informações
coletadas junto aos clientes, a associação pode acionar a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) ou entrar na Justiça contra as operadoras.
OPERADORAS
Procuradas
pelo G1, todas as operadoras avaliadas pela ProTeste se posicionaram.
A
Claro informou que sua rede 3G está presente nas principais rodovias do país. A
operadora ressaltou que “realiza investimentos constantes para a
expansão de sua rede e ampliação da capacidade já instalada”.
A
operadora TIM respondeu que “está avaliando os resultados do teste feito
pela ProTeste para verificar oportunidades de melhoria em sua rede 3G ao longo
das estradas brasileiras. A companhia já investe fortemente na qualidade dos
serviços prestados e acredita que estudos como este podem auxiliá-la no
direcionamento das ações de aprimoramento e ampliação da sua cobertura”,
disse a operadora. A empresa também destacou que, “de acordo com a regulamentação
vigente, é faculdade da operadora cobrir estradas fora dos distritos sede dos
municípios.”
A
Oi declarou “que está investindo fortemente na expansão da cobertura e da
capacidade da rede 3G em todo o país” e que, “neste momento, as estradas são
cobertas, principalmente, com rede 2G.”
A
Vivo afirmou que “está construindo novas rotas para 3G e 4G, para poder oferecer a
conexão a novas cidades, no entanto, observa que há áreas que hoje só são
possíveis de atender via satélite”. A operadora também argumentou que a
propagação do sinal de celular depende de antenas e citou dados do
Sinditelebrasil para ressaltar que um terço dos municípios tem legislações
restritivas neste sentido. “A Telefônica Vivo tem feito alguns
movimentos para minimizar a situação, como compartilhar infraestrutura com
outras operadoras”, concluiu a empresa.
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