Flávia Leão Fernandes
Psicóloga clínica,
Mestre em Psicologia pela
Universidade de Londres, Inglaterra
e especialista em Psicologia
Hospitalar com enfoque em obesidade.
H
|
á
duas tendências muito fortes no ser humano: uma para buscar a autonomia, a
auto-suficiência, a independência; e outra para fazer parte e pertencer a uma
unidade maior.
Essa
unidade maior pode ser definida como a família, a nação, uma ideologia, ou seja,
um universo maior que tenha um significado importante.
Dessa
forma o indivíduo se desenvolve, ultrapassa sua individualidade e busca a
integração com os outros.
Para
se desenvolver de forma equilibrada, a pessoa precisa se comprometer, se
adaptar, ceder. Tudo isso não é muito fácil, pois sempre haverá conflitos entre
o eu e o outro, entre o querer tudo para si e precisar fazer algo para o outro.
A vida em sociedade fica mais fácil quando entendemos que dependemos uns dos
outros para viver melhor, e que juntos somos mais fortes.
Os
seres humanos não vivem juntos apenas por escolha, mas porque a vida em
sociedade é uma necessidade. Se alguém, por livre vontade, se isolasse numa
ilha, com todos os recursos para sobrevivência, em pouco tempo sentiria falta
de companhia e sofreria com a solidão, por não ter com quem compartilhar ideias,
dar e receber afeto. Poderia até mesmo enlouquecer. Portanto, as pessoas
satisfazem suas próprias necessidades vivendo em sociedade.
Quando
a auto-estima - a visão que a pessoa tem de si mesma - é positiva, o
relacionamento em sociedade torna-se mais fácil, mais saudável e mais
satisfatório. O inverso também é verdadeiro, isto é, um bom relacionamento
social alimenta a auto-estima positiva.
Para
manter um bom relacionamento com as outras pessoas são necessárias algumas
condições básicas: sermos autônomos, assertivos, confiantes e termos
auto-estima elevada. Sem essas condições, atribuiremos aos outros a causa das
dúvidas, fraquezas, incertezas e desconfianças que temos a respeito de nós
mesmos.
Em
sociedade o eu e o outro sempre se relacionam, e as necessidades sociais vão
sendo estabelecidas. Elogiamos e somos elogiados; compreendemos e somos
compreendidos; amamos e somos amados; vemos e somos vistos; valorizamos e somos
valorizados. Até as frustrações são mútuas: rejeitamos e somos rejeitados;
causamos dor no outro e ele em nós; discriminamos e somos discriminados. O
certo é que para o bem e para o mal, querendo ou não, o outro é parte de nossa
vida e nossa vida é parte do outro.
Muitas
pessoas se queixam de que a sociedade define muitas regras e que sem elas a
vida poderia ser melhor. A verdade é que cada um deve definir seu limite,
respeitar a sua individualidade e também a do outro. Aí surge a pergunta: isso também
não é uma regra?
A
necessidade de nos mantermos unidos a outros seres humanos não é um capricho ou
um desejo individual, é uma questão de sobrevivência orientada pelo instinto e
referendada pela razão.
Aproveite
para crescer, melhorar e aperfeiçoar-se como ser humano. Assim, você estará
sempre motivado para praticar o bem e para o bem-estar de si mesmo e de todos
os que convivem com você em sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Informe sempre no final do seu comentário o seu nome e a sua Cidade.