Conselho deve elaborar um parecer para subsidiar as discussões sobre as três propostas / Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado |
Agência Câmara Notícias
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m audiência pública
no Conselho de Comunicação Social (CCS) nesta segunda-feira (6), o Ministério
das Comunicações e a Anatel apontaram “inviabilidades técnicas” para o
aumento da potência das rádios comunitárias, prevista no PL 10.637/18 (originário do PLS 513/17), já aprovado
pelo Senado e em análise na Câmara.
O texto estabelece
que as rádios comunitárias poderão ter uma potência de até 150 watts, seis
vezes a potência máxima vigente (25
watts). O Senado também aprovou que elas passem a contar com dois canais de
transmissão nas regiões onde funcionam.
Segundo Marcus
Vinicius Paolucci, chefe da Assessoria Técnica da Anatel, o aumento da potência
aumentaria a interferência entre emissoras, exigindo uma maior distância entre
elas – o que reduziria o número de rádios comunitárias em funcionamento.
"A
Anatel entende que o resultado será a inviabilidade da prestação do serviço de
radiodifusão comunitária por grande parte dos interessados", disse.
Para o diretor do
Departamento de Radiodifusão Educativa, Comunitária e de Fiscalização do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Rodrigo Cruz
Gebrim, a proposta vai na contramão da expansão das rádios comunitárias.
"Com o
aumento da potência, você teria menos rádios autorizadas. O Ministério tem como
meta justamente a expansão",
argumentou.
O conselheiro Paulo
Ricardo Balduíno afirmou que as manifestações da Anatel e do Ministério devem
ser consideradas pelos parlamentares.
"As decisões talvez tenham sido tomadas em um
contexto de desconhecimento das informações detalhadas trazidas hoje. Vamos
verificar o que pode ser feito para corrigir o rumo do tratamento deste
assunto", declarou.
Gebrim também não
recomenda a aprovação do PLS 55/16, que permite às rádios comunitárias a venda
de publicidade e a veiculação de propaganda comercial e de interesse público.
Segundo ele, a proposta quebra a harmonia em relação à complementariedade dos
sistemas de radiodifusão composta por rádios comunitárias, educativas, estatais
e privadas.
O conselho deve
elaborar um parecer, levando em consideração a posição do Ministério e da
Anatel, para encaminhar aos parlamentares. Para a conselheira Maria José Braga,
é necessário rever a legislação referente às rádios comunitárias para garantir
a prestação desse serviço à população.
"A ideia
é que houvesse ações do estado para que de fato tivéssemos um sistema público e
comunitário de radiodifusão. Não vejo essa harmonia que o Ministério diz que
será quebrada", afirmou a
conselheira.
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