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Papa
Francisco condenou com firmeza o aborto
e recordou que não apenas não é um direito, como também é um crime: “É como alugar um assassino para resolver
um problema”, advertiu. O Santo Padre fez esta afirmação em sua catequese
da Audiência Geral da quarta-feira, 10 de outubro, dedicada ao Quinto
Mandamento: não matarás, na qual insistiu que “não se pode, não é justo tirar um ser humano, mesmo pequeno, para
resolver um problema”.
Este rechaço ao aborto se deu em plena
comemoração dos 50 anos da Encíclica “Humanae
vitae”, de 25 de julho de 1968, na qual o Papa Paulo VI, que foi proclamado
santo no último domingo, 14 de outubro, fazia uma defesa da vida e da moral sexual
em plena onda de difusão dos métodos anticoncepcionais e abortivos que levou ao
momento atual antinatalidade e de banalização da sexualidade.
De modo especial, condenou aqueles que
impulsionam o aborto a pais cujo filho ainda não nascido padece de algum tipo
de deficiência. “Os pais, nestes casos
dramáticos, têm necessidade de verdadeira proximidade, verdadeira solidariedade
para enfrentar a realidade superando os compreensíveis medos”.
Entretanto, denunciou que, em vez desse
apoio, muitos pais que se encontram nesta situação, “muitas vezes recebem conselhos para interromper a gravidez”.
Em sua catequese, Francisco assinalou
que “todo o mal existente no mundo se
resume nisso: o desprezo pela vida”. “A vida é agredida pelas guerras, pelas
organizações que exploram o homem, pelas especulações sobre a criação e pela
cultura do descarte, e por todos os sistemas que submetem a existência humana a
cálculos de oportunidades, enquanto um número escandaloso de pessoas vive num
estado indigno do homem”, assegurou.
É nesse contexto, na cultura do
descarte, em que situou o aborto. “Uma
abordagem contraditória permite a supressão da vida humana no ventre materno em
nome da salvaguarda de outros direitos. Mas como pode ser terapêutico, civil ou
simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e inerme no seu
germinar?”.
“De onde
vem tudo isso?”, perguntou-se. “A violência e a rejeição da vida nascem do
medo. O acolhimento, de fato, é um desafio ao individualismo”. “Uma criança
doente é como todo necessitado da terra, como um idoso que necessita de
assistência, como tantos pobres que lutam para seguir em frente: aquele ao que
se apresenta como problema é, na realidade, um dom de Deus, que pode me tirar
do egocentrismo e me fazer crescer no amor. A vida vulnerável nos indica o
caminho para sair, o caminho para nos salvar de uma existência dobrada sobre
nós mesmos e descobrir a alegria do amor”.
O Papa explicou que “os ídolos deste mundo: o dinheiro, o
poder, o sucesso”, são os que “levam
o homem a rejeitar a vida”. Assegurou que esses ídolos “são parâmetros errados para
valorizar a vida. A única medida autêntica da vida é o amor, o amor com o qual
Deus ama”. “Vale a pena acolher cada
vida, porque cada homem vale o sangue de Cristo. Não se pode desprezar aquilo que
Deus tanto amou”, sublinhou.
O Papa finalizou sua catequese
afirmando que “devemos dizer aos homens
e mulheres do mundo: não desprezem a vida. A vida do outro, mas também a
própria vida, porque também essa se inclui no Mandamento ‘não matarás’. A tantos
jovens, digo: não desprezem sua existência! Parem de rejeitar a obra de Deus!
Você é obra de Deus!”.
Com informações do Site ACI Digital
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