Prof. Felipe Aquino
TV Canção Nova
"O Domingo
de Ramos nos ensina que seguir Cristo é renunciarmos a nós mesmos."
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Semana Santa começa no DOMINGO DE RAMOS, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém
montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo
simples que O aplaudia como “Aquele que
vem em nome do Senhor”. Esse povo, há poucos dias, tinha visto Jesus
ressuscitar Lázaro de Betânia e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que
esse era o Messias anunciado pelos profetas, mas, esse mesmo povo tinha se
enganado com tipo de Messias que Cristo era. Pensava que, fosse um Messias
político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e
devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.
Para deixar claro a
este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador
efêmero, e sim, o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então,
o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis
sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um
Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo
de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com
os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de
oliveiras e palmeiras.
OS RAMOS LEMBRAM NOSSO BATISMO
Esses ramos
significam a vitória: “Hosana ao Filho
de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas
alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de
Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente
nestes tempos difíceis em que essa é desvalorizada e espezinhada. Os ramos
sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que
estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua
contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à
Ressurreição.
O SENTIDO DA PROCISSÃO DE RAMOS
O sentido da
Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão
realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas
peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão
rapidamente e nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim, na
eternidade; aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do
Pai.
A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de
São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus, Sua angústia mortal no Horto
das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a
prisão, os maus-tratos causados pelas mãos dos soldados na casa de Anás,
Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua
condenação, o povo a vociferar “crucifica-O,
crucifica-O”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o
Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro
da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.
ENTRADA “SOLENE” DE JESUS EM JERUSALÉM
A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um
prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou,
motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua
morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta
falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos!
O Mestre nos ensina,
com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele
não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior
e invisível: o pecado. E para isso é preciso imolar-se, aceitar a Paixão,
passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos
o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e
reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um
jumentinho frágil e pobre.
Muitos pensam: “Que
Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece
a Cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande
decepcionado. O Domingo de Ramos
ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa
também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que
hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um
Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as
suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”.
O Domingo de Ramos nos ensina que seguir
o Cristo é renunciarmos a nós mesmos, morrermos na terra como o grão de trigo
para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho
do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar
diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.
(*) Professor Felipe Aquino
é viúvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola
da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração
da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o
Brasil e no exterior. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter:
@pfelipeaquino
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