domingo, 26 de maio de 2019

VI Domingo da Páscoa – “No dom do Espírito, o Cristo estará sempre conosco”



A
 liturgia de hoje nos desafia a um olhar atento sobre três dimensões da vida comunitária: fé, testemunho e missão, unidas e alimentadas pelo amor. No Evangelho, é evidente o apelo a viver a Palavra. Nesse sentido, podemos nos perguntar: o que significa viver a Palavra como Comunidade?

O Evangelho lança luzes sobre esta questão, afirma que a vivência da Palavra se expressa na vivência do amor: amor a Deus e aos irmãos. Ele se faz presente na Comunidade e em cada um de nós através do seu amor misericordioso. “A viga que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige às pessoas; no anúncio e no testemunho que oferece ao mundo. Nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pelo caminho do amor misericordioso e compassivo”. É em nome deste amor que aguardamos, confiantes, a vinda do Senhor. Por seu Espírito, Ele continua no meio de nós, fazendo-nos entender e testemunhar seu projeto.

Como Comunidade, somos chamados a construir nosso caminho, guiados pelo Espírito de Deus. É Ele que nos ajuda a continuar a missão na construção do Reino. O Reino de Deus é um Reino de paz. Uma paz que brota da busca da justiça. Por muitas vezes marcada pelo martírio, pelo sofrimento e pela dor, mas que nos conduz à transformação do mundo, em conformidade com o plano de Deus. Deus não nos quer conformados com as estruturas de pecado do mundo, por isso envia seu Espírito para nos fortalecer e animar nesta caminhada.

Viver em Comunidade e aceitar o desafio de seguir Jesus, é libertar-se do jugo da lei que por vezes acaba tornando-se entrave para a vida comunitária. Ao tomarmos a lei como critério de ação, corremos o risco de rejeitar e de excluir o diferente, impedindo a verdadeira evangelização, fundamentada na fé e no amor ao próximo.

A Boa-Nova de Jesus nos convoca a romper com tudo aquilo que nos impede de viver a liberdade que brota de Cristo. Aqueles que resistirem diante das dificuldades e das perseguições provarão a glória de Deus, manifesta nas palavras, testemunho e martírio de Jesus. Por meio da ressurreição, deu-nos sua luz e sua paz. Coloquemo-nos, pois, a caminho, confiantes de que o Ressuscitado permanece conosco na força do seu Espírito Santo!

Não precisamos ter medo, não precisamos nos sentir sozinhos, confusos, abandonados: no dom do Espírito, o Cristo estará sempre conosco. Aleluia!

Partilha da Palavra do Jornalzinho Litúrgico “O Dia do Senhor”, da Diocese de Colatina-ES.

Bom dia... 26/05/2019


terça-feira, 21 de maio de 2019

A importância da participação dos leigos e leigas na missão da Igreja e na sociedade



Orlando Polidoro Junior
Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná

“A obra necessita de cristãos com o
coração extasiado pela paz do Senhor”

Quem são os leigos?
“Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (CIC §897).

“Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente através deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo” (CDC c. 225 §1).

Desafio vocacional
No ano do Laicato, a Igreja precisou suscitar no coração dos leigos e leigas a importância da sua vocação missionária, e o quanto ela contribui para o bem de toda a Igreja e da sociedade (cf. AG n.21). Em saída, cheios do Amor de Deus em ações práticas de amor ao próximo (cf. Jo 15,17), os leigos devem refletir, com sabedoria, seu protagonismo neste contexto reconhecendo o valor pessoal de seu ministério na comunidade. Serviço prezado; movido e enaltecido intensamente pelo Amor de Jesus Cristo em todas as ações pastorais desenvolvidas pela igreja (cf. AA n.2).

Conforme os desígnios de Deus […], neste momento, em plena comunhão com os Três Divinos, com o Papa Francisco e a nossa Igreja, necessitamos de um novo Pentecostes (cf. At 2,1-4) dentro do coração de cada um, para que, impregnando o mundo com o espírito cristão (cf. GS n.43), possa bendizer e retribuir com muita alegria e esplendor, todas as graças recebidas do alto, compartilhando-as fraternalmente em grandes atos de caridade [amor pleno ao próximo], diante das missões pastorais que, em caminhada, representam a imagem de Jesus Cristo – a Pedra Angular que sustenta fielmente a edificação do projeto de Deus para todo seu povo amado (cf.1Pd 2,6-8).

O apostolado dos leigos
Como membros vivos na missão da Igreja, todos os leigos são chamados a desenvolverem funções que incrementam a perene santificação da própria comunidade (cf. LG n.33).

Atuando benevolentemente em trabalhos voluntários que atingem à vida do próximo nas pastorais; nos movimentos e em missões fora da Igreja, os leigos e leigas continuam a escrever, com louvores, o Ato dos Apóstolos (cf. Jo 13,12-17).

De semelhante para semelhante, a participação dos leigos não está somente nas missões desenvolvidas dentro das comunidades eclesiais (cf. AA n.13), pois muitos se lançam às Bem-Aventuranças fora da igreja, e voluntariamente dedicam boa parte de suas vidas em ações de misericórdia e solidariedade em muitas instituições de saúde, casas de assistência aos idosos e crianças, casas de recuperação de usuários de entorpecentes e de álcool, e tantas outras belíssimas obras de promoção humana (cf. Mt 5,7).

Focado mais precisamente em ações pastorais nas igrejas, imaginemos a quantidade de fiéis engajados em todas as comunidades do universo Cristão. São milhares de leigos e leigas envolvidos na estrutura eclesial, e, juntamente com o clero: bispos, presbíteros e diáconos (cf. AA n.25), como membros ativos ajudam na missão evangelizadora, anunciando Jesus, O Cristo – cabeça da nossa Igreja – movida pela ação do Espírito Santo (cf. AA n.3).

Hoje, seria impossível mantermos as estruturas de atuação das nossas comunidades eclesiais sem o apostolado dos leigos (cf. CIC §900).

O ministério dos leigos
Devemos lembrar que as portas sempre estiveram e continuam abertas para todo fiel que, como povo de Deus, queira participar e evoluir, a seu modo, do tríplice múnus de Cristo (cf. LG n.31), desenvolvendo a missão evangelizadora que Jesus Cristo deixou para nossa Igreja através dos frutos do Espírito Santo (cf. AA n.2).

Pelo chamado a um enobrecedor projeto de vida pessoal, sendo, pela graça, um instrumento para a construção do Reino de Deus (cf. CIC §2820), todo discípulo missionário deve engajar-se ativamente em algum ministério eclesial, ou em obras de ações sociais voltadas ao bem da comunidade, pois estando incorporado mais ativamente às obras divinas, produz frutos abundantes que o elevam ainda mais a um estado contemplativo de amizade com o Pai – servindo-O em ações de fraternidade, realizadas e reconhecidas em todas as missões exercidas para o bem comum da humanidade (cf. Gl 6,10). “Consagram a Deus o próprio mundo” (LG n.34).

Para os leigos e leigas que ainda não conseguiram “reconhecer o chamado”, para a alegria dos Três Divinos, todos podem interceder em orações, clamando ao Espírito Santo para que ilumine a alma missionária desses irmãos, manifestando em seu interior o desejo de agir na difusão do Evangelho (cf. At 18,18.26; Rm 16,3).

Todos os leigos Incorporados a Cristo estão em plena comunhão com O Seu corpo que está vivo em nossa igreja – revelando em unidade – o sentido universal da graça alcançada em comunidade (cf. AA n.10).

O serviço ao próximo é um dos maiores testemunhos de fé do verdadeiro cristão, pois formando um só corpo em Cristo (cf. Rm 12,4-5), constroem-se um pedaço do céu terreno – onde Deus está a serviço de suas amadas criaturas (cf. Mc 10,45).

Movidos pelos dons e carismas recebidos do céu, a participação dentro das comunidades pastorais aproxima muitos irmãos que contemplam um grau mais elevado de espírito evangélico, ou seja, estando mais enraizados e fortalecidos de conhecimentos do plano de Deus, conseguem ser bons propagadores do Seu Reino (cf. AA n.5).

O envolvimento com a comunidade paroquial gera diversas oportunidades de formações “fides quaerens intellectum”, [fé em busca de entendimento – Santo Anselmo], estimulando a participação em cursos, palestras, estudos bíblicos, Teologia, grupos de orações e tantas outras providências do céu, que edificam e animam com a sabedoria divina e o discernimento humano [fé e razão], “valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e cultural” (DAp n.212). Pela graça, o verdadeiro amor da Santíssima Trindade ilumina os caminhos para “as coisas” de Deus, fazendo com que se receba verdades de fé e de caridade plena ao próximo (cf. Rm 13,10).

Leigos – Discípulos missionários
Para os que já atuam em comunidades eclesiais, a perseverança é um dom que deve ser sempre animado pelo Espírito Santo, pois o cansaço e a fraqueza podem levar ao afastamento da missão. Por isso, é necessário “renovar seu carisma original” (DAp n.311). A obra necessita de cristãos com o coração extasiado pela paz do Senhor (cf. Jo 14,26-27).

REFLEXÃO À LUZ DO ESPÍRITO SANTO
Com o resplandecer da Nova Primavera exaltada com imensa riqueza pastoral pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, agora, colhendo e semeando bons frutos dessa estação, a Igreja Católica no Brasil lança o Ano do Laicato (26 de novembro de 2017, a 25 de novembro de 2018), e coloca os cristãos laicos como protagonistas da Igreja em saída – sujeitos da evangelização no mundo.

A missão de anunciar a Boa-nova para o mundo tem seu início principalmente dentro das comunidades pastorais das igrejas, visto que, tendo Cristo como cabeça; o clero, os religiosos (as) e os leigos e leigas como seus membros, juntos, porém [evitando o clericalismo], mas com planejamento, vocação, visão apostólica, perseverança, fé, e principalmente muito amor ao próximo, fortalecem o Reino de Deus – aproximando os que mais necessitam, pela graça, conhecer o Amor e a Misericórdia Trinitária.

Caminhando e evangelizando através da caridade e não do proselitismo, mas sinalizando o bem maior da paz interior prometida por Jesus, o protagonismo dos leigos promove uma ação redentora, capaz de mostrar ao mundo, o quanto O Deus criador deste mundo pode transfigurar nossas vidas. Mas para isso é preciso que O conheçam melhor, pois é na vida que Ele se revela.

REFERÊNCIAS:
Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2010
Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 1999
CELAM. Documento de Aparecida. São Paulo: Paulus, 2008
Código de Direito Canônico. São Paulo: Edições Loyola, 2001
Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2014

Bom dia... 21/05/2019


domingo, 19 de maio de 2019

V Domingo da Páscoa – "Como Eu Vos amei"




Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

C
omo reconhecer um verdadeiro discípulo de Cristo? Como saber se alguém é cristão? É o próprio Jesus quem nos dá a resposta: “nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,25). No breve trecho do Evangelho segundo João, hoje proclamado, encontra-se um traço essencial da identidade cristã: o amor. Com tantos modos diferentes de se entender o amor, hoje, é necessário recordar o critério ou a medida do amor na vida cristã: amar como Jesus amou, conforme sua palavra: “como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34).

Para tanto, basta recordar o momento vivido por Jesus e os discípulos, ao deixar o mandamento novo: a última ceia, com a eucaristia e o gesto do lava–pés, na véspera de sua paixão e morte na cruz. Embora toda a vida de Jesus manifeste o seu amor e o modo como devemos amar, a última ceia e a cruz expressam isso, de modo especial,  através da doação da própria vida e no serviço humilde e generoso. O amor cristão se manifesta, acima de tudo, por gestos de doação e serviço, por meio de renúncias e sacrifícios.  O modo como Jesus amou ilumina o modo como cada discípulo deve amar.

Jesus estava falando diretamente aos seus discípulos. O “amai–vos uns aos outros” deve ser vivido, antes de tudo, na comunidade, entre os que creem em Cristo. A comunidade, assim como a família de cada um de nós, deve ser o primeiro espaço de vivência do amor, através do perdão e da reconciliação. O mundo necessita de pessoas e famílias reconciliadas, de comunidades que promovam o perdão e a reconciliação.

A caridade, vivida entre os cristãos, sempre foi muito importante, mas hoje adquire relevância ainda maior. A primeira comunidade cristã crescia através do testemunho do amor entre os seus membros. O testemunho comunitário do amor é um traço essencial da comunidade eclesial, de tal modo que podemos concluir que uma comunidade será reconhecida como cristã, se praticar o mandamento do amor.

O Papa Francisco tem mostrado a face amorosa de Deus e da Igreja, com simplicidade. O caminho do amor de Cristo há de ser trilhado de modo simples e generoso, sem orgulho ou ostentação.  Por isso, devemos reconhecer que necessitamos crescer sempre mais no amor: entre nós, na Igreja; na família, nos diversos ambientes e, de modo, especial, para com os pobres, os doentes e sofredores. Somente o amor de Deus é perfeito. O amor por nós vivido precisa crescer e amadurecer para se assemelhar ao amor ensinado e vivido por Cristo. Assim fazendo, estaremos glorificando a Deus na liturgia e na vida, como Cristo glorificou ao Pai amando-nos até o fim.

Bom dia... 19/05/2019


sábado, 18 de maio de 2019

Qual a melhor forma de estruturar a PASCOM?





A
 paróquia, aponta a CNBB, é o lugar onde, por excelência, deve atuar a Pastoral da Comunicação (Pascom), pois ela, como comunidade, é um espaço privilegiado para o encontro das pessoas. “Nela, reflete-se o cotidiano da vida dos cristãos, com suas angústias e esperanças, em que se abrem inúmeras possibilidades de participação e criatividade, especialmente para os jovens” (Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil, 263). Contudo, são muitas as dúvidas quando o assunto é qual a melhor forma de estruturar a Pascom. Neste artigo procuramos te ajudar a saná-las e partir para a ação.

POR ONDE COMEÇAR
Por se tratar de uma pastoral, é extremamente importante que o primeiro passo a ser dado seja entrar em sintonia com as ideias e ações do pároco e o Conselho Paroquial e Pastoral (CPP).

Depois de alinhar os pensamentos com o Conselho Paroquial e Pastoral, a primeira atitude é reunir uma equipe de pessoas para compor a Pascom. Convide aqueles que você perceber que possui um perfil comunicador. Depois, determine um coordenador, que pode ser escolhido pelo pároco ou por votação entre os agentes dessa pastoral.

Montada a equipe é hora de começar o planejamento. Estabeleça reuniões mensais para que a equipe possa discutir um plano de ação que contemple a paróquia como um todo.

QUAL A MELHOR FORMA DE ESTRUTURAR A PASCOM?
Assim como a Igreja, a Pastoral da Comunicação é servidora. Coloca-se a serviço de todas as pastorais e movimentos da paróquia, promovendo a integração da comunidade e ajudando cada uma das pastorais a atuarem na sociedade. Juntos, todos trabalham em prol da evangelização, para anunciar a boa-nova do evangelho, o Reino de Deus.

Vejamos o que diz o Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil (cf. n. 248) sobre as características da abrangência da Pascom. O documento indica:

ü A Pascom deve colocar-se a serviço de todas as pastorais e movimentos para dinamizar suas ações comunicativas;
ü Deve promover o diálogo e a comunhão entre as diversas pastorais e movimentos;
ü Cabe a Pascom capacitar todos os agentes da paróquia na área da comunicação, especialmente a catequese e a liturgia;
ü Favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação;
ü Envolver os profissionais e pesquisadores da comunicação nas reflexões da Igreja;
ü Desenvolver as áreas da comunicação, como a imprensa, a publicidade e as relações públicas.
ü Pistas para a ação
ü Em união com todas as pastorais e movimentos, cabe a Pascom promover ações que qualifiquem os trabalhos paroquiais visando uma evangelização eficaz.  Por isso cabe a esta pastoral:

§  Organizar o mural de avisos da paróquia, mantendo-o sempre atualizado e com informações dispostas de modo atrativo. 
§  Organizar os arquivos de vídeo e de fotos das celebrações da paróquia.
§  Providenciar e cuidar de equipamentos como: câmeras, dvd, telão, projetores, rádio com cd, aparelhagem de som, microfones, etc.
§  Em comunhão com o Conselho Paroquial e Pastoral (CPP), tornar conhecido o calendário anual de eventos da paróquia; produzir o material de divulgação e formação para as ocasiões e formações da paróquia;
§  Criar e alimentar um site para a paróquia, além de redes sociais.
§  Informar a diocese sobre notícias acerca da paróquia.
§  Estar em contato com profissionais dos meios de comunicação para informá-los sobre os eventos e ações da paróquia, além de criar uma aproximação desses profissionais com a Igreja.

No entanto, a atuação da Pascom não deve ser reduzida a um trabalho “braçal”, com meras ações de comunicação. Toda ação da Pascom, conforme orienta o Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil, deve fazer parte de uma política global que gere comunhão e interatividade entre a sociedade e a Igreja, entre os fiéis e sua comunidade (Cf. n. 249).

Com informações da Diocese de Santo André, SP.

Bom dia... 18/05/2019


terça-feira, 14 de maio de 2019

Dom Walmor, arcebispo de Belo Horizonte-MG, é o novo presidente da CNBB


 
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O
 arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, realizada de 1º a 10 de maio, em Aparecida-SP, após receber a maioria absoluta de votos do total de 301 bispos votantes, no terceiro escrutínio.

Como determina o Estatuto da CNBB, o até então presidente cardeal Sergio da Rocha perguntou a dom Walmor se aceita ser presidente. “Aceito com humildade, aceito com temor e aceito à luz da fe”, foram as primeiras palavras que ele dirigiu à plenária da 57ª Assembleia Geral da CNBB.

Só à luz da fé, segundo dom Walmor Oliveira de Azevedo, será possível recuperar a força da colegialidade da Igreja no Brasil a partir de uma escuta muito profunda dos irmãos e do povo de Deus. Ele pediu a Deus que não falte sabedoria para assumir este serviço.

Nascido em 26 de abril de 1954, dom Walmor é natural de Côcos (BA). É o primeiro baiano a estar à frente da CNBB. O novo presidente da Conferência é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

Em sua trajetória de formação, cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1972-1973), em Juiz de Fora (MG), e na Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (1974-1975), em São João Del-Rei (MG). De 1974 a 1977, cursou Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora. Em 9 de setembro de 1977 foi ordenado sacerdote, incardinando-se na arquidiocese de Juiz de Fora.

Ministério sacerdotal – Foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica (1986-1995) e da paróquia do Bom Pastor (1996-1998); coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes (1988-1989); coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional (1978-1984) e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1989-1997). No campo acadêmico, lecionou nas disciplinas Ciências Bíblicas, Teologia e Lógica II; coordenou os cursos de Filosofia e Teologia. Em Belo Horizonte, foi professor da PUC-Minas (1986-1990). Também lecionou no mestrado em Teologia da PUC-Rio (1992, 1994 e 1995).

MINISTÉRIO EPISCOPAL
Dom Walmor Oliveira de Azevedo foi nomeado bispo auxiliar de Salvador (BA) pelo Papa São João Paulo II, no dia 21 de janeiro de 1998. Sua ordenação episcopal foi no dia 10 de maio do mesmo ano. Em 2004, foi nomeado arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), iniciando o ministério em 26 de março daquele ano. Em outubro de 2008, dom Walmor foi escolhido para ser um dos quatro representantes do Brasil na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma.

Em 1999, dom Walmor foi secretário do Regional Nordeste 3 e membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB. A mesma Comissão que, já com o nome de Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, presidiu entre 2003 e 2011, ou seja, por dois mandatos. É membro da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, desde 2009. O arcebispo de Belo Horizonte também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB – Minas Gerais e Espírito Santo.

Em fevereiro de 2014, foi nomeado pelo Papa Francisco membro da Congregação para as Igrejas Orientais. Desde 2010, o arcebispo é referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de ordinário do próprio rito.

Com mais de 15 livros publicados, dom Walmor Oliveira de Azevedo é membro da Academia Mineira de Letras, Cidadão Honorário de Minas Gerais e dos municípios de Caeté e Ribeirão das Neves. O novo presidente da CNBB também foi agraciado com a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, da Faculdade Arquidiocesana de Mariana, e com o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2012).

Com informações da CNBB

Bom dia... 14/05/2019


domingo, 12 de maio de 2019

Feliz Dia das Mães!


IV Domingo da Páscoa – Domingo do Bom Pastor


 Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O
 4º Domingo da Páscoa é denominado “Domingo do Bom Pastor”, pois nele sempre se proclama um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Bom Pastor. A cada ano, são destacados alguns traços do Bom Pastor.  O breve trecho, hoje proclamado (Jo 10,27-30), ressalta que o Bom Pastor conhece as suas ovelhas, dando-lhes a vida eterna, cuidando delas e protegendo-as. Em resposta, como verdadeiras ovelhas do seu rebanho, nós somos convidados a escutar a voz do Bom Pastor e a segui-lo, nele confiando. Ao mesmo tempo, aceitar o Bom Pastor significa aceitar também fazer parte do seu rebanho, dispondo-se a caminhar unido às outras ovelhas.

No Domingo do Bom Pastor, somos convidados a rezar especialmente por aqueles que colaboram no pastoreio do rebanho de Jesus, o Bom Pastor, assumindo a sua vocação e missão na Igreja. Por isso, a cada ano, neste domingo, realiza-se a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, recordando-nos que o cultivo das vocações é dever de toda a comunidade, olhando com especial atenção para as vocações sacerdotais e religiosas.

Agradecemos a todos os que se dedicam ao serviço vocacional em nossa Igreja, especialmente, aos formadores dos Seminários, aos animadores da Pastoral Vocacional e aos que contribuem para a Obra das Vocações Sacerdotais. Necessitamos de maior ajuda espiritual e material, especialmente, na sustentação de nossos Seminários. Nesta Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, rezemos pelos nossos padres, diáconos, religiosos e fiéis leigos que se dedicam ao cuidado pastoral, para que sejam fiéis à sua vocação, seguindo os passos de Jesus, o Bom Pastor.

Nesta ocasião, nós expressamos sincero agradecimento aos nossos sacerdotes e religiosos, cuja missão tão bela e exigente nem sempre é devidamente valorizada. Como bem sabemos, com facilidade se divulgam, na imprensa e nas redes sociais, problemas e críticas, esquecendo-se de reconhecer e divulgar o bem imenso que nossos sacerdotes realizam cotidianamente.  Aos nossos queridos padres e religiosos, a nossa sincera gratidão pela dedicação generosa, pelas renúncias e sacrifícios; pela vida doada a cada dia, no altar e nas tarefas pastorais; pela cruz da missão carregada, muitas vezes, no silêncio. A nossa gratidão estende-se aos Senhores Diáconos, pela valiosa contribuição no cuidado pastoral do rebanho de Jesus, assim como aos fiéis leigos e leigas, pela generosa dedicação pastoral.

Neste domingo, confiemos também ao Bom Pastor as nossas MÃES, rezando especialmente por elas, com amor e gratidão, e felicitando-as com nosso afetuoso abraço.