quinta-feira, 30 de abril de 2020
quarta-feira, 29 de abril de 2020
terça-feira, 28 de abril de 2020
segunda-feira, 27 de abril de 2020
domingo, 26 de abril de 2020
sábado, 25 de abril de 2020
Reflexão Litúrgica do III Domingo da Páscoa - FICA CONOSCO, SENHOR!
Cardeal Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
T
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emos vivido tempos
muito difíceis, no contexto da pandemia que assola o país e o mundo. Não
podemos perder a esperança e o rumo a seguir. Juntamente com os cuidados que
têm sido recomendados para preservar a saúde, nós necessitamos cuidar bem da vida
espiritual. É muito importante continuar a dedicar-se à oração e à meditação da
Palavra de Deus, em nossas casas, redobrando os esforços para tratar, de modo
fraterno e respeitoso, as pessoas com as quais convivemos e sendo solidários
com os que mais sofrem com a pandemia. Em Jesus Cristo Ressuscitado, nós
encontramos a esperança, “o caminho, a verdade e a vida”.
A bela passagem sobre
os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35), hoje proclamada, nos ensina a
encontrar Jesus Ressuscitado nas Escrituras e no Pão eucarístico. A Palavra faz compreender o sentido dos
acontecimentos e aquecer o coração, especialmente quando o caminhar se torna
difícil, pelo cansaço, pela tristeza e perplexidade. Em tempos de provação, é
preciso, ainda mais, deixar-se iluminar e aquecer o coração pela Palavra de
Jesus. Infelizmente, mesmo quando estão sem trabalhar, muitas pessoas não dão a
devida importância à oração, ao silêncio e à escuta da Palavra. Por isso, não
conseguem discernir o sentido da vida e dos acontecimentos, especialmente da
cruz, e o caminho a seguir. A Páscoa é tempo de vida nova. Jesus vem nos
oferecer a oportunidade de recomeçar a vida, conduzidos por ele e iluminados
pela sua Palavra. Leia todos os dias ao menos uma breve passagem da Bíblia.
Reze os Salmos saboreando a sua beleza e suavidade.
Emaús nos mostra que Jesus se revela ao partir o
pão, na “fração” do Pão eucarístico e na partilha do pão de cada dia.
Como discípulos, nós continuamos a reconhecer e a encontrar Jesus no pão
eucarístico, assim como no pão repartido em sinal de partilha fraterna e
solidariedade. A “fração do pão”, narrada por Lucas na passagem de
Emaús, se renova e se prolonga na vida da comunidade dos discípulos, que é a
Igreja, conforme nos mostra o mesmo evangelista, ao escrever os Atos dos
Apóstolos. A partilha do pão de cada
dia, que é consequência da partilha do pão eucarístico, também se torna ocasião
para a experiência da presença do Ressuscitado em nosso meio.
sexta-feira, 24 de abril de 2020
quinta-feira, 23 de abril de 2020
quarta-feira, 22 de abril de 2020
terça-feira, 21 de abril de 2020
segunda-feira, 20 de abril de 2020
domingo, 19 de abril de 2020
sábado, 18 de abril de 2020
Reflexão Litúrgica do II Domingo da Páscoa - DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA
Cardeal Arcebispo de Brasília
“Daí graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia”.
A
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ssim rezamos, hoje, com
o Salmo 117, continuando a expressar o nosso louvor pela Páscoa da Ressurreição
do Senhor. A Igreja nos pede que “os cinquenta dias entre o Domingo da
Ressurreição e o Domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e
exultação, como se fossem um só dia de festa”.
O segundo Domingo da
Páscoa é denominado “Domingo da Divina Misericórdia”, conforme
estabeleceu São João Paulo II. O Papa Francisco afirmou que “Jesus Cristo
é o rosto da misericórdia do Pai”. O Evangelho segundo João (Jo
20,19-31) nos apresenta o primeiro encontro de Jesus com os seus
discípulos, após a paixão e a morte na cruz. Apenas o “discípulo amado”
havia permanecido aos pés da cruz, com as santas mulheres, conforme o relato
joanino da Paixão. Contudo, depois de ter sido traído e abandonado, Jesus
Ressuscitado reencontra os seus discípulos, desejando-lhes a paz, transmitindo-lhes
o dom do Espírito e a missão de perdoar. Ao invés de cobrar explicações ou de
condenar, Jesus lhes oferece a paz e propõe o perdão.
O texto meditado
ressalta a figura do apóstolo Tomé. Ele não estava na comunidade dos
discípulos, quando o Senhor se colocou no meio deles, e nem acreditou no
testemunho dado por eles. Por isso, não foi capaz de fazer a experiência do
encontro com o Ressuscitado. Num segundo momento, estando novamente com os
discípulos, ele encontrou Jesus. Numa atitude de fé, Tomé se prostrou diante
dele, proclamando: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). O
Evangelho nos mostra, assim, a importância de estar na comunidade dos
discípulos, a Igreja, para encontrar Jesus Ressuscitado e alimentar a fé.
Os Atos dos Apóstolos (At
2,42-47) nos descreve como era a vida da primeira comunidade cristã. “Eram
perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na
fração do pão e nas orações”, e partilhavam os seus bens. Hoje, cada comunidade é chamada a viver
assim, para ser reconhecida, de fato, como comunidade cristã.
Continuemos a rezar
pela superação da pandemia no Brasil e no mundo, lembrando-nos, de modo
especial, dos enfermos e das pessoas falecidas, dos seus familiares e de todos
os que estão a serviço dos doentes nas casas e nos hospitais, aos quais
expressamos a nossa profunda gratidão. Sejamos testemunhas da esperança e da
caridade, sendo mais fraternos e solidários com os que mais sofrem.
sexta-feira, 17 de abril de 2020
quinta-feira, 16 de abril de 2020
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Igreja e fiéis em tempos de Covid-19.
N
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os momentos de dificuldades,
os fiéis católicos procuram uma orientação espiritual com o padre de sua
paróquia, mas a pandemia do corona vírus obrigou a Igreja Católica a suspender as celebrações e atendimentos ao
público, evitando aglomerações que possam propagar o vírus.
Na doutrina da Igreja
Católica, postula-se que o ser humano possui duas luzes que orientam a
inteligência: a luz natural da razão e a luz sobrenatural da fé, de tal forma
que uma não pode contradizer a outra.
Muitos fiéis que
questionam o fechamento das igrejas, alegando que em outros períodos de doenças
infecciosas, a Igreja não fechou suas portas, ignoram que as formas de contágio
dessas doenças eram desconhecidas. Hoje, com a pandemia do Covid-19, as autoridades
eclesiásticas reconhecem que manter as igrejas abertas, pode expor os fiéis a
um contágio desnecessário.
Mas, apesar de não
realizar celebrações abertas ao público, a Igreja Católica realiza, através das
emissoras de rádio e televisão católicas e das redes sociais de suas Pastorais
de Comunicação (PASCOM), transmissões das Missas e programas religiosos, como formas
de não perder o contato com os fiéis.
As Paróquias tem procurado
manter seus fiéis atualizados com o que acontece na Igreja através de suas
redes sociais e acolhido os pedidos de orações de seus fiéis. Isso ficou evidente
pelo próprio Papa Francisco, que rezou sozinho, na praça da
Basílica de São Pedro, pelo fim da epidemia corona vírus. O ato foi transmitido ao vivo pelas
redes católicas de televisão e retransmitido pela internet através das redes
sociais das Pastorais de Comunicação (PASCOM) das Arquidioceses, Dioceses e Paróquias.
Mesmo nesse tempo da
pandemia a Igreja Católica continua a administrar os sacramentos,
principalmente para aquelas pessoas que estão em risco de morte. Quanto às
outras, as autoridades eclesiásticas pedem cautela, e orientam os fiéis para
intensificarem as orações em família e aumentem a confiança em Deus. Nas Paróquias, os
padres - que não estão inseridos nos grupos de riscos - se mantêm disponíveis para atender à população, quando for estritamente indispensável,
mas tomando os cuidados necessários, já que devido ao atendimento pastoral,
também podem se contagiar e transmitir a Covid-19 aos outros.
Esse período de pandemia deve ser entendido como uma forma de recolhimento espiritual, mesmo sem padres, os fiéis devem
viver a vida cristã, deixando o Espírito Santo suscitar no fundo da sua alma e vivenciar
Jesus Cristo Ressuscitado, orando em família e aproveitar para reaproximar seus lares de uma
forma mais presente e concreta na fé.
terça-feira, 14 de abril de 2020
segunda-feira, 13 de abril de 2020
Domingo de Páscoa de alegria e tristeza!
E
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ste Domingo de Páscoa
foi um misto de alegria e tristeza para mim, e certamente para muitos fiéis católicos.
Alegria pela Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, do triunfo da graça
sobre o pecado, da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte. Mas do outro
lado, triste por não poder participar fisicamente das Celebrações das últimas
semanas da Quaresma (quando as igrejas fecharam) até a Ressurreição do
Senhor, devido ao distanciamento social ordenado pelas autoridades públicas, em
virtude da pandemia do Covid-19.
Apesar do excelente
trabalho realizado pelas emissoras católicas e da PASCOM da Arquidiocese de
Maceió e das diversas Paroquias, que não mediram esforços para nos levar, através
das redes sociais, as celebrações realizadas com as igrejas vazias, a nossa ausência
das celebrações na igreja, nos deixou carente, principalmente nós, que participamos
ativamente das celebrações, servindo ao Senhor através da Equipe de Liturgia da
nossa Paróquia.
Nosso arcebispo
metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, acolhendo orientações das
autoridades-sanitárias e do Governo do Estado de Alagoas e da Prefeitura de
Maceió, acatou a suspensão das celebrações presenciais, recomendando o
fechamento das igrejas. A partir daí, as igrejas e a própria arquidiocese
começaram a utilizar os sites e as redes sociais para se comunicarem com os
fiéis durante o isolamento.
A igreja é um serviço
essencial pelo apoio religioso que oferece num momento tão delicado e é durante
as crises que as pessoas mais precisam de aconselhamento e apoio espiritual e
as igrejas fazem esse papel melhor do que o Estado, mas diante da proibição de
realizar missas, os fiéis que necessitar de atendimento espiritual, terá
dificuldades em ser atendido.
Não se enganem, os que
mais sofrem com esse distanciamento social são os padres. Acostumados as
celebrações com assembleia, a maioria lotada e os constantes atendimentos aos
fiéis, hoje, os que ainda possuem os recursos necessários para uma transmissão
pelas redes sociais, tem que se contentar com o contato virtual, que convenhamos,
não é a mesma coisa, não tem o calor humano como se tem no atendimento presencial.
Com as igrejas fechadas
nessa pandemia de Covid-19, as doações diminuíram, mas os compromissos
financeiros mensais fixos, não foram reduzidos e as igrejas precisam honrar com
os pagamentos de água, energia, telefonia, internet, funcionários, manutenção
predial, etc. Daí a necessidade de os fiéis procurarem o pároco ou
administrador paroquial da sua Paróquia e ajudar financeiramente, pois quem ama
sua igreja, contribui financeiramente, dentro das suas possibilidades.
Peço a Deus que essa
pandemia termine logo, que as igrejas sejam reabertas e que possamos estar fisicamente
participando da Missa e recebendo presencialmente a Santa Eucaristia. Imagino
que os nossos padres vão ter que aumentar o número de Missas, pois depois de
tanto tempo sem poder participar presencialmente da Santa Eucaristia na igreja, os fiéis certamente irão, numa demanda maior que a capacidade de acolhimento da igreja.
Enquanto as igrejas não
reabrem para seus fiéis participarem das celebrações, façamos de nossas casas
uma igreja viva, com a presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, e acompanhemos as
emissoras de rádio e televisão católica e as redes sociais da PASCOM da nossa
Arquidiocese e das paróquias.
domingo, 12 de abril de 2020
sábado, 11 de abril de 2020
Reflexão Litúrgica do Domingo de Páscoa - Ressurreição do Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo
Bispo Emérito de Santo Amaro - SP
E
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ntre os Apóstolos e
discípulos do Mestre reinava o desalento. Teria sido Ele abandonado por Deus?
Por que, tão jovem e portador de esperança para tantas pessoas, teria Ele sido
submetido a uma morte tão desonrosa? Alguns deles, desiludidos, deixavam a
cidade de Jerusalém, retornando às suas vilas. Seria Ele de fato o Messias
esperado? O que fazer? A derrota era irremediável, seus sonhos de glória caíam
por terra e um profundo amargor buscava dominar seus corações.
Eis que no primeiro dia
da semana, bem cedo, Maria Madalena vai ao túmulo de Jesus. O sol não tinha
ainda raiado. Mas sua luz bruxuleante permitia-lhes notar que algo tinha
acontecido: a pedra tinha sido removida. Ela e as mulheres, que a acompanhavam,
buscam ver dentro do sepulcro e notam que ele estava vazio. Admirada, talvez
assustada, Maria corre até Simão Pedro e ao outro discípulo, que céleres se
dirigem ao túmulo. João vai mais rápido, por causa de sua juventude, também,
segundo alguns S. Padres, “pelo zelo de seu amor”. Eles fariam a verificação
“oficial” do túmulo vazio. João chegou ao sepulcro por primeiro. Como as
mulheres, ele olhou para dentro do sepulcro, mas não entrou. Espera por Pedro,
sinal de notável deferência, sinal de reconhecimento do primado do Apóstolo
Pedro. Este ao chegar, levado por seu temperamento impetuoso, entra
imediatamente, “vê os panos de linho por terra e o sudário que cobrira a
cabeça de Jesus”.
“Então, entrou também o
outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu”.
A Pedro, cabe a precedência, a João, o discípulo amado, a fé. É o despontar da
fé na ressurreição do Senhor, não como simples retomada da vida anterior, assim
foi a de Lázaro, mas como a entrada definitiva do Senhor na Vida, onde a morte
não encontra lugar. Diante das palavras de Jesus ressuscitado: “Sou eu
mesmo”, as dúvidas dos Apóstolos desaparecem, mas também pelo fato de eles
estarem reunidos e Ele, aparecendo, pede-lhes do que comer, e a Tomé Ele manda tocar
as chagas de suas mãos e de seu peito. A fé não é fruto de sensações
subjetivas, pois perante os Apóstolos está Jesus ressuscitado, que os conduz ao
reconhecimento de sua forma mais elevada de existência. Ele aparecia e
desaparecia de modo repentino, algumas vezes estando eles reunidos com as
portas fechadas. Admirados, contemplavam sua corporeidade transfigurada,
melhor, contemplavam-no em sua realidade divina. Não mais sujeita aos limites e
barreiras da natureza humana.
Também nós, felizes e
admirados, louvamos essa sua presença, pois o que não é possível a Deus, a
morte, foi ela assumida por Cristo, o Filho de Deus e o que não é possível a
nós, a vida eterna, foi-nos concedida por Cristo em sua Ressurreição. Proclama
S. João Crisóstomo: “Ninguém se aflija com a própria nulidade, porque se
estabeleceu um reino aberto a todos. Ninguém chore pelos próprios pecados,
porque o perdão emergiu do túmulo. Ninguém mais tenha medo da morte, porque
dela nos livrou a morte do Salvador: prisioneiro da morte, Ele a sufocou, tendo
descido aos infernos, submeteu os infernos. Morte, onde está o teu aguilhão? Infernos,
onde está a vossa vitória? Cristo ressuscitou, e vós estais revoltos; Cristo
ressuscitou, e os demônios estão aniquilados, Cristo ressuscitou, e os anjos
rejubilam; Cristo ressuscitou, e a vida está coroada”.
sexta-feira, 10 de abril de 2020
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Sexta-feira Santa - Paixão e Morte do Salvador.
N
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a Sexta-feira Santa,
recorda-se a Paixão e morte do Salvador. Todas as funções deste dia estão
repassadas de luto pesado, pois é dia consagrado ao memorial da morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Os paramentos negros. A
omissão do Dominus vobiscum. A falta de instrumentos de música. Nenhum toque de
sinos. O altar, frio e despido. Desocupado e aberto, o tabernáculo. Na frente
dele, uma cruz com véu negro. Nos candelabros, há velas de cera amarela como
nos dias de funerais. Em tudo reina a tristeza, a desolação profunda.
Para a Igreja, é um dia
de grande silêncio, oração, penitência, sobretudo jejum e abstinência de carne.
Nesse dia não há ofertório e nem consagração, mas faz-se a comunhão
eucarística.
A celebração da Paixão
do Senhor é constituída de três partes: A liturgia da palavra, a adoração da
cruz e a comunhão eucarística.
LITURGIA DA PALAVRA
Às três horas da tarde
inicia-se a celebração da Paixão do Senhor. O celebrante e os ministros
sagrados são paramentados de preto em sinal de grande luto. Chegando ao pé do
altar, prostram-se, e rezam em silêncio por alguns instantes. Esta atitude
humilde é a expressão da mágoa imensa que lhes acabrunha a alma com a evocação
do grande mistério do Calvário. Durante este tempo, estende-se no altar uma só
toalha, recordando o Sudário que serviu para envolver o Corpo de Nosso Senhor.
Então, o sacerdote sobe os degraus do altar e oscula-o. Estando todos sentados,
são feitas as duas primeiras leituras com o respectivo salmo. Logo a seguir, é
cantada a Paixão segundo São João, da mesma forma que foi feito no domingo de
Ramos. Quando chega na parte em que diz que Nosso Senhor entregou o seu
espírito, todos ajoelham-se, e ficam assim por alguns instantes.
Canta-se a
Paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de São João, porque ele é o quarto
evangelista e porque, ficando debaixo da cruz, foi testemunha ocular da
crucificação. Por isso convém que seja ouvido neste dia.
Durante muitos séculos,
os fiéis procuravam, nesse dia, não fazer barulho e, especialmente, evitavam
bater em algo, evitando a sensação daquele ruído terrível do martelo cravando
Jesus na Cruz. Nada de canto, de música, de sinais de alegria, de recreação.
Trabalhava-se o mínimo possível, só naquilo que era de extrema necessidade. O
tempo era para oração, leitura, meditação, avaliação da vida, partilha do
sofrimento de Jesus.
ORAÇÃO UNIVERSAL
Acabado o canto da
paixão, começa o celebrante as Orações conhecidas por Admoestações porque o
prelúdio consta, para cada uma, de advertência, a modo de prefácio em que o
sacerdote diz o objeto da prece a seguir. São nove estas orações, e alguns
julgam ser de origem apostólica. O celebrante reza:
1º - Pela Santa Igreja;
2º - Pelo papa;
3º - Por todas as
ordens e categorias de fiéis;
4º - Pelos catecúmenos;
5º - Pela unidade dos
cristãos;
6º - Pelos judeus;
7º - Pelos que não
creem em Cristo;
8º - Pelos que não
creem em Deus;
9º - Pelos poderes
públicos;
10º - Por todos os que
sofrem provações.
A Igreja reza nessas
rogações, pelos que nunca pertenceram ou já não pertencem ao seu grêmio. O
motivo é para não esquecermos que o Salvador morreu por todos os homens, e para
implorar em benefício de todos, os frutos da sua Paixão.
Entre cada uma das
orações que são feitas, o diácono diz: Flectamus genua. Então todos se ajoelham
por alguns instantes, e rezam em silêncio, até que o mesmo diácono diz: Levate,
então todos se levantam.
ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ
Na sexta-feira santa
adora-se solenemente a Cruz, porque, tendo sido Jesus Cristo pregado na Cruz, e
tendo morrido nela naquele dia, a santificou com o seu Sangue.
A cerimônia da adoração
da cruz tem a sua origem na veneração da verdadeira cruz conservada em
Jerusalém, por volta do século IV. A cruz se colocava numa mesa coberta com um
pano branco. Os fiéis veneram-na, tocam-na com a fronte e os olhos; não o
podiam fazer com a mão nem com a boca. Pois um devoto arrancou com os dentes
uma relíquia da Santa Cruz. Agora a imagem do Crucificado é colocada sobre um
pano roxo estendido nos degraus do altar ou do coro.
EIS O RITO:
O celebrante tira a casula e, ficando ao pé do altar, descobre o alto da cruz e
canta: "Ecce lignum Crucis" (Eis o lenho da Cruz, - do qual pendeu
a salvação do mundo). Os ministros que lhe assistem, continuam com ele:
"Venite, adoremus" (Vinde adoremo-lo). Ao mesmo tempo,
prostram-se todos. O celebrante, não. Este, depois, vai para o lado direito do
altar; descobre o braço direito da cruz, mostrando-o, e repete em tom mais elevado:
"Ecce lignum Crucis", etc. Enfim, alcançou o meio do altar. Descobre
completamente a cruz, e, ergue-a e canta, terceira vez, em tom ainda mais alto:
"Ecce lignum Crucis", etc. Então, o oficiante deposita a cruz nos
degraus do altar, para que seja adorada por todos os clérigos e fiéis
presentes. O canto: Ecce lignum Crucis é usado desde o século IX-X.
É desnudada a cruz
lembrando que os judeus desnudaram o Filho de Deus. Esta impressionante
cerimônia se faz em três atos para significar três atos principais de irrisão
cruel da vítima da sanha judaica:
1º Quando, no átrio do
sumo sacerdote, cobriram a santa face de Nosso Senhor, e lhe deram bofetadas.
Por isso a primeira vez não se descobre a santa face do crucifixo (Lc 23,
64).
2º Quando o Rei da glória,
coroado de espinhos, foi escarnecido pelos soldados com genuflexão e as
palavras: "Ave, rei dos Judeus". Por isso na segunda vez se mostra a
santa cabeça e a santa face do Rei do universo (Mt 27, 27-30).
3º Quando o Filho do
Todo-poderoso, despojado dos seus vestidos, estava crucificado e foi insultado
com a blasfêmia: "Ah! Tu podes destruir o templo e outra vez o edificar;
salva-te!" Por isso, na terceira vez o crucifixo se mostra todo descoberto
(Mt 27, 40).
Durante a adoração da
Cruz, cantam-se as antífonas chamadas "Impropérios" (do latim
improperium, que quer dizer "censura"), porque encerram
repreensões dirigidas aos judeus pela voz dos profetas. Cada antífona destas
enumera um determinado benefício de Deus, a favor do povo judaico, e põe em
face a correspondente ingratidão do mesmo povo.
MISSA DOS PRESSANTIFICADOS
Antigamente chamava-se
essa terceira parte da celebração da Paixão do Senhor, "Missa dos
Pressantificados":
1 - Missa. Na verdade,
não é muito próprio o termo, pois não há consagração e, portanto, sacrifício.
Deram-lhe, no entanto, este nome, porque repete certo número dos ritos da
missa.
2 - Dos
Pressantificados. Por causa da Santíssima Hóstia, consagrada na Missa da
Quinta-Feira Santa. O vocábulo Pressantificados significa, pois, dons
santificados, consagrados previamente.
Estando a acabar a
Adoração da Cruz, acendem-se as velas do altar e vai-se, em silêncio, em
procissão, à capela aonde se encontram as hóstias consagradas. Voltam, trazendo
a Santa Reserva, com o canto, não já do Pange língua que é hino de júbilo, mas
do Vexilla Regis, que é o hino da Cruz.
Quando a procissão
regressou, o Celebrante coloca sobre o altar o Santíssimo Sacramento. Depois,
diz Orate frates, etc.; mas ninguém responde, e logo vem o Pater com o
respectivo prefácio. Então, ergue na patena a Sagrada Hóstia, para os
assistentes adorarem. Faz a fração como na missa ordinária, diz a terceira
oração antes da comunhão e o "Domine non sum dignus". Finalmente,
comunga, toma as abluções e retira-se em silêncio. Recitam-se agora as
Vésperas, sem canto, sem luzes, querendo mostrar, com isso, que se apagou,
morrendo na cruz, a luz do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.
O celebrante diz: In
spiritu humilitatis... et sic fiat sacrificium. Nesta oração a palavra
"sacrificium" significa hoje o sacrifício espiritual da penitência
(Sl 50). Por isso, o celebrante pode dizer: "Orate frates... ut meum
sacrificium (de penitentia)..." Mas o povo não pode responder: "Suscipiat...
de manibus tuis", porquanto estas palavras significam o sacrifício
sacramental, o qual não se oferece.
O celebrante não diz:
Pax Domini, nem a primeira oração antes da comunhão, porque não se dá a paz no
dia em que Nosso Senhor foi repelido pelos judeus inimigos com o grito:
"Não temos rei".
O celebrante não reza:
"Haec commixtio", nem a segunda antes da comunhão, nem Quid
retribuam, Corpus tuum, Placeat, porque nestas orações se menciona ou o
Santíssimo Sangue, que não está no altar, ou o sacrifício eucarístico, que não
se oferece.
O celebrante não diz:
Dominus vobiscum, porque o único sacerdote, Jesus Cristo, foi morto e não pode
mais falar, e não está mais conosco.
quarta-feira, 8 de abril de 2020
MISSA CRISMAL - Missa do Crisma, Santos Óleos e da Renovação das Promessas Sacerdotais.
Pe. Henry Vargas Holguín
aleteia.org
A
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missa
crismal, presidida pelo bispo e concelebrada pelos presbíteros da diocese,
é a celebração na qual se consagra o santo crisma (daqui vem o nome
de “missa crismal”) e se abençoa também os demais óleos (que
serão usados nos enfermos e batismos).
A palavra “crisma” vem do latim “chrisma”, que
significa “unção”. O crisma é a matéria sacramental com a qual são ungidos os
novos batizados, os que recebem a Confirmação e os sacerdotes e bispos em sua
ordenação, entre outras funções.
A consagração do crisma e a bênção dos outros óleos é
considerada como uma das principais manifestações da plenitude sacerdotal do
bispo.
Em geral, esta missa é celebrada na catedral de cada
diocese, na Quinta-Feira Santa. Mas, por razões de conveniência pastoral, pode
ser adiantada para outro dia da Semana Santa.
Tê-la fixado na Quinta-Feira Santa não se deve ao fato
de esse ser o dia da instituição da Eucaristia, mas sobretudo a uma razão
prática: poder dispor dos santos óleos, especialmente do óleo dos catecúmenos e
do santo crisma, para a celebração dos sacramentos da iniciação cristã
durante a vigília pascal.
Então, o santo crisma, ou seja, o óleo
fundamental que representa o próprio Espírito Santo, nos é dado, junto com seus
carismas, no dia do nosso Batismo, da nossa Confirmação e na ordenação dos
sacerdotes e bispos.
A matéria apta para o sacramento deve ser o azeite de
oliva. O crisma é preparado com óleo e aromas ou matéria olorosa.
É conveniente recordar que o santo crisma não é
o mesmo óleo dos catecúmenos e dos doentes (que são apenas abençoados, e
isso pode ser feito por outros ministros, não sacerdotes, em alguns casos).
O rito da missa crismal inclui a renovação das
promessas sacerdotais. Após a homilia, o bispo convida seus sacerdotes a
renovar sua consagração e dedicação a Cristo e à Igreja. Juntos, prometem
solenemente unir-se mais a Cristo, ser ministros fiéis dele, ensinar e oferecer
o santo sacrifício em seu nome, bem como conduzir outros a Ele.
Portanto, outro tema importante da missa crismal
é o sacerdócio. Ao entregar o mistério da Eucaristia à Igreja, Jesus também
instituiu o sacerdócio.
Os textos da missa apresentam um conjunto catequético
não somente sobre o sacerdócio ministerial, mas também no relativo ao
sacerdócio geral dos fiéis. Desde a antífona de entrada, a assembleia aclama
que Jesus Cristo nos tornou um reino e nos fez sacerdotes de Deus, seu Pai.
Na missa crismal, não se recita o Credo. Após a
renovação das promessas sacerdotais, os óleos são levados em procissão ao
altar, onde o bispo pode prepará-los, se já não estiverem prontos. Em último
lugar, leva-se o santo crisma, portado por um diácono ou presbítero.
Depois dos óleos, são levados o pão, o vinho e a água para a Eucaristia.
Depois do “Santo”, são abençoados o óleo dos doentes
e, após a oração depois da comunhão, abençoa-se o óleo dos catecúmenos e se
consagra o santo crisma.
terça-feira, 7 de abril de 2020
segunda-feira, 6 de abril de 2020
domingo, 5 de abril de 2020
sábado, 4 de abril de 2020
Reflexão Litúrgica do Domingo de Ramos – Entrada em Jerusalém!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Bispo Emérito de Santo Amaro - SP
N
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a abertura da Semana Santa, a entrada de Jesus na
cidade santa constitui o ponto alto da sua subida à cidade de Jerusalém. Lá já
se encontrava uma multidão, Judeus provenientes de todos os lugares, peregrinos
da Diáspora, e os “tementes de Deus”, estrangeiros ainda não circuncidados;
o vozerio era enorme e muitos, que tinham ouvido falar dele, queriam vê-lo. Interrogações
e incertezas vinham à mente dos Apóstolos, que recordavam as palavras do Mestre,
preparando-os para sua morte. Porém, aquele momento, deliberadamente,
organizado por Jesus, que caminhava à frente da procissão dos “Ramos”,
dava-lhes ocasião de confirmar ser Ele o Messias, ao menos, o Rei do reino
iminente. Mesmo extasiados diante de sua glória, eles não deixavam de
reconhecer a humildade de servo sofredor, manifestada na escolha de sua montaria,
um simples asno, alusão ao texto de Zacarias (9,9s), símbolo de
humildade e de paz. Evidencia-se o triunfo da misericórdia divina, mais do que
a justiça.
O mensageiro da paz avança, rodeado pelos habitantes
de Betânia e pelos peregrinos de Jerusalém, que estendiam seus mantos e cobriam
com ramos de oliveira o caminho por onde Ele devia passar. Todos exultavam de
alegria e, como as crianças, corriam atrás dele, balouçando folhas de
palmeiras. No seu silêncio, o burrico torna-se falante, adverte-os do orgulho e
da ganância, e indica-lhes o caminho a ser trilhado para se chegar à paz e ao
amor: a humildade e a simplicidade.
As dúvidas dos Apóstolos e dos seguidores de Jesus
sobre quem é Ele desaparecem: Ele é o Messias, anunciado pelos profetas,
preparado pelas Escrituras e desejado por todas as nações; Ele é o Mediador, em
que se realiza “uma Aliança bem melhor” (Hb 8,6), a mais
excelente e definitiva; Ele é o arauto do Reino, presente nele e por Ele, como
jamais se tinha dado na história, pois, no dizer de S. Agostinho, “Ele
não perde a divindade, quando nos ensina a humildade”.
O dia declina e, ao lado das muralhas, os Apóstolos se
lembram das lágrimas do Mestre sobre a cidade de Jerusalém, ao dizer: “Se
ao menos hoje também tu visses o caminho da paz”. Convite feito a todos
os homens, convidando-os a imitar os que lhe foram fiéis, não para estenderem mantos
aos seus pés, mas para acolhê-lo em seus corações. Unidos a eles, também nossos
lábios se abrem e “aclamamos todos os dias, juntamente com as crianças,
as santas palavras: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor!” (S.
André de Creta).
sexta-feira, 3 de abril de 2020
quinta-feira, 2 de abril de 2020
quarta-feira, 1 de abril de 2020
Um "Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor" diferente!
E
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stamos próximos da FESTA
DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR, data maior para todo cristão. No próximo domingo
(05/abril), entraremos na SEMANA SANTA celebrando o DOMINGO DE
RAMOS.
É o “DOMINGO DE
RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR”. Nele, a liturgia nos relembra e nos convida a
celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como
vítima perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da
morte.
Crer nos acontecimentos
da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é crer no
mistério central da nossa fé, é crer na vida que vence a morte, é vencer o mal,
é também ressuscitar com Cristo e, com Ele vivo e vitorioso viver eternamente.
É proclamar, como nos diz São Paulo: “Jesus Cristo é o Senhor, para a
glória de Deus Pai” (Fl 2, 11).
É importante que nos
lembremos que ainda mais importante do que o Natal, é a Páscoa do Senhor,
como nos fala São Paulo: “Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a
nossa fé” (I Cor 15, 14). Portanto, devemos nos esforçar nesses
últimos dias que antecedem à Páscoa a vivermos de uma forma mais contrita,
procurando vivenciar os nossos valores, principalmente o da oração de casal.
Lamentavelmente, em
virtude da pandemia do Covid-19 - das orientações das autoridades-sanitárias e
do Governo do Estado, não vamos participar como de costume - na Igreja da nossa
Paróquia, da SANTA MISSA DE RAMOS, mas a CNBB – Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil, nos orienta a viver de forma especial o DOMINGO DE
RAMOS em nossas casas, celebrando com fé e esperança, pedindo a graça de
bem viver a SEMANA SANTA, participando das celebrações transmitidas pela
televisão ou pelas redes sociais católicas.
A CNBB também
nos orienta a colocar no portão ou na porta de casa (em lugar bem visível)
alguns ramos. Marcar a casa é uma característica do povo de Deus. Devemos ainda,
comprometer-se a, no futuro, participar ativamente da Coleta da Campanha da
Fraternidade. Com ela, ajudamos os mais pobres. É preciso, motivar pelas
redes sociais, telefonemas ou outros meios, outras pessoas a também celebrarem
o DOMINGO DE RAMOS desse mesmo modo.
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