sábado, 4 de julho de 2020

REFLEXÃO LITÚRGICA DO XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A – 05/07/2020



“Exulta de alegria, filha de Sião!”
(Zac. 9, 9)

Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília-DF

A
ssim começa a liturgia da Palavra deste XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM. Um convite à alegria que tem sua fonte na vinda do Rei ao nosso encontro. A profecia de Zacarias convida ao louvor de Deus porque Ele se apresenta humilde, “montado num jumentinho”, para reinar de um confim ao outro da terra, anunciando a paz. Nestes tempos difíceis, vivemos assustados com a fragilidade da nossa vida, com conflitos ideológicos e sociais que parecem tirar-nos a esperança da paz. No entanto, o profeta nos assegura que o Rei “anunciará a paz às nações”. A promessa de paz vem acompanhada pela destruição das armas. É a paz proveniente da redenção profunda do nosso ser, do senhorio do Espírito sobre a carne. A carne é a nossa soberba, obstáculo à relação filial com Deus, à relação fraterna com os irmãos; a soberba nos impede de ver na Criação os novos céus e a nova terra que com o auxílio da graça de Deus somos chamados a restaurar.

A Igreja vê na entrada de Jesus em Jerusalém o início do cumprimento da promessa de Deus anunciada por Zacarias. Deus não se engana nem nos engana: “o Senhor é fiel em sua palavra” (Sl 144, 13). Reunida na unidade da Trindade, a Igreja tem motivo para cantar: “Ó meu Deus, quero exaltar-Vos, ó meu Rei, e bendizer o vosso nome pelos séculos” (Sl 144, 1).

No Evangelho (Mt 11, 25-30), Jesus louva e bendiz o Pai por revelar Seus segredos mais íntimos aos pequeninos e os esconder aos sábios e entendidos. Jesus não despreza a sabedoria, dom do Espírito Santo. Condena, sim, a soberba que está na origem da rejeição dos seus desígnios de amor.

O Coração de Jesus é o lugar acolhedor em que as nossas aflições são reconfortadas: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Ele nos convida a tomar sobre nós o seu jugo, a carregar o suave peso de Sua misericórdia. Carregando a suavidade do seu peso, encontramos descanso para os nossos corações e nos tornamos bem-aventurados porque pacíficos, artífices da paz. Ouçamos agora o convite do Senhor: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (v. 27).

E se nos abater a humilhação por nossa fragilidade ou pela injustiça sofrida; se nos oprimir o peso da enfermidade ou a perda da esperança pelo luto sem despedidas, volvamos o olhar para Jesus e rezemos confiantes a oração da Igreja: “Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas” (Oração Coleta).

A Filha de Sião, a Virgem Mãe, é causa da nossa alegria. Ela nos conforta ao pé da Cruz e o seu divino Filho nela confia como Mãe da Esperança e Rainha da Paz.

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