“Exulta de alegria, filha de Sião!”
(Zac.
9, 9)
Dom
José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo
Auxiliar de Brasília-DF
A
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ssim começa a liturgia
da Palavra deste XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM. Um convite à alegria que
tem sua fonte na vinda do Rei ao nosso encontro. A profecia de Zacarias convida
ao louvor de Deus porque Ele se apresenta humilde, “montado num jumentinho”,
para reinar de um confim ao outro da terra, anunciando a paz. Nestes tempos
difíceis, vivemos assustados com a fragilidade da nossa vida, com conflitos
ideológicos e sociais que parecem tirar-nos a esperança da paz. No entanto, o
profeta nos assegura que o Rei “anunciará a paz às nações”. A promessa
de paz vem acompanhada pela destruição das armas. É a paz proveniente da
redenção profunda do nosso ser, do senhorio do Espírito sobre a carne. A carne
é a nossa soberba, obstáculo à relação filial com Deus, à relação fraterna com
os irmãos; a soberba nos impede de ver na Criação os novos céus e a nova terra
que com o auxílio da graça de Deus somos chamados a restaurar.
A Igreja vê na entrada
de Jesus em Jerusalém o início do cumprimento da promessa de Deus anunciada por
Zacarias. Deus não se engana nem nos engana: “o Senhor é fiel em sua
palavra” (Sl 144, 13). Reunida na unidade da Trindade, a Igreja tem
motivo para cantar: “Ó meu Deus, quero exaltar-Vos, ó meu Rei, e bendizer o
vosso nome pelos séculos” (Sl 144, 1).
No Evangelho (Mt 11,
25-30), Jesus louva e bendiz o Pai por revelar Seus segredos mais íntimos
aos pequeninos e os esconder aos sábios e entendidos. Jesus não despreza a
sabedoria, dom do Espírito Santo. Condena, sim, a soberba que está na origem da
rejeição dos seus desígnios de amor.
O Coração de Jesus é o
lugar acolhedor em que as nossas aflições são reconfortadas: “Aprendei de
mim que sou manso e humilde de coração”. Ele nos convida a tomar sobre nós
o seu jugo, a carregar o suave peso de Sua misericórdia. Carregando a suavidade
do seu peso, encontramos descanso para os nossos corações e nos tornamos
bem-aventurados porque pacíficos, artífices da paz. Ouçamos agora o convite do
Senhor: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos
aliviarei” (v. 27).
E se nos abater a
humilhação por nossa fragilidade ou pela injustiça sofrida; se nos oprimir o
peso da enfermidade ou a perda da esperança pelo luto sem despedidas, volvamos
o olhar para Jesus e rezemos confiantes a oração da Igreja: “Ó Deus, que
pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos
filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do
pecado o gozo das alegrias eternas” (Oração Coleta).
A Filha de Sião, a
Virgem Mãe, é causa da nossa alegria. Ela nos conforta ao pé da Cruz e o seu
divino Filho nela confia como Mãe da Esperança e Rainha da Paz.
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