“No coração de cada um de nós, há muito trigo e há muito joio, paciência
e intolerância”
Pe.
Leomar Antonio Montagna
Arquidiocese
de Maringá - PR
N
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a Liturgia deste Domingo, XVI do Tempo Comum, veremos, na 1ª Leitura (Sb12,
13.16-19), que o povo Judeu que vivia fora de Jerusalém (Diáspora) e
professava a fé em Deus começou a ser influenciado pela cultura estrangeira,
isto é, pela cultura perversa. Com isso, as pessoas se tornavam vítimas e
reprodutoras dessa cultura, perdiam a identidade e mergulhavam num grande sofrimento.
Então, surgem algumas questões: Por que Deus não acaba com o mal? Por que não
castiga os malfeitores? No texto aqui apresentado, vem a resposta: Deus confia
na transformação do ser humano; ao pecador, lhe dá tempo para que se arrependa,
sua força é princípio de justiça que salva, de indulgência e mansidão. Deus se
apresenta como modelo para nossas ações.
Na 2ª Leitura (Rm 8, 26-27), o apóstolo Paulo nos diz que, devido
ao nosso egoísmo, muitas vezes, não conseguimos enxergar o caminho. É o clamor do
Espírito que nos dirige, então, orientando-nos, conforme a vontade de Deus.
O texto do Evangelho (Mt 13, 24-43) é um questionamento aos que
querem fazer justiça “com as próprias mãos” ou implantar o Reino à força,
também, aos que ficam decepcionados com os resultados. Vejamos algumas
questões: Deus é vingativo ou misericordioso? De onde vem o joio (mal)?
Quem o plantou? Onde estão as causas do mal no mundo? Na luta entre o bem (trigo)
e o mal (joio), quem vencerá? Entre uma luta de dois cachorros ferozes:
um do bem e outro do mal: quem vencerá? Aquele que alimentarmos mais.
Arrancar o joio (usar da violência) mostra a impaciência dos
homens. Quais meios usamos nos relacionamentos tempestivos: Eliminamos os
outros? Jogamos praga? Nos vingamos? Deus usa de paciência conosco, confia no
ser humano, mesmo nas questões adversas, como na cruz: “Pai, perdoa-lhes...”.
No coração de cada um de nós, há muito de trigo e há muito de joio,
paciência e intolerância. Joio é o pecado, a inclinação ao mal, desunião,
fofocas, raiva, falsidade, promiscuidade, má doutrina, degeneração, falta de
aprofundamento nas questões fundamentais. “O meu povo está morrendo por falta
de conhecimento” (Os 4, 6).
Diante do mal, o que podemos fazer? Plantar mais trigo (multiplicar o
bem), reforçar valores: amizade, generosidade, respeito, alegria, perdão,
prazer em servir etc. Nesta empreitada, podemos contar com o Espírito Santo,
pois Ele vem socorrer nossa fraqueza.
O texto do Evangelho nos diz que, também, devemos ser grãos de mostarda:
grandes santos, fermento, fermento só funciona na massa, devemos nos misturar,
ir ao encontro do outro com amor misericordioso, pois aí está o poder
revolucionário e transformador. Lembremos que Deus veio ao nosso encontro, Ele
nos amou primeiro, ainda quando éramos pecadores.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
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