sábado, 25 de julho de 2020

REFLEXÃO LITÚRGICA DO XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A – 26/07/2020


 
“O REINO DE DEUS É COMO UM TESOURO ESCONDIDO”

Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Administrador Diocesano da Arquidiocese de Brasília - DF

N
este DIA DO SENHOR, a mesa da Palavra desvenda aos olhos do discípulo o mistério da oração que funciona. Salomão pede sabedoria e a graça de bem governar o reino deixado por seu Pai Davi. “Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).

Esta oração feita com fé e humildade agradou tanto a Deus que lhe deu o coração sábio e inteligente que pedira e, em acréscimo, os bens que não havia pedido. Reconheceu-se pequeno e Deus o tornou grande. O salmista revela a origem da sabedoria: “vossa Palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos (Sl 118,130).

A sabedoria não se reduz a dotes intelectuais. Ela é fruto da contemplação da vontade de Deus. Para percorrer o caminho da sabedoria, da consciência reta, “devemos examinar a nossa consciência de olhos postos na cruz do Senhor”. Somos frágeis, mas sabemos que “somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelo testemunho e pelo conselho dos outros e guiados pelo ensino autorizado da Igreja” (DH, 14).

A experiência mostra que são muitos os males que nos afligem ao longo da existência. A sabedoria divina dá serenidade para arrostar os sofrimentos, porque “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus” (Rm 8,28).

No evangelho (Mt 13,44-52) Jesus compara o Reino de Deus a um tesouro escondido no campo e às pérolas preciosas encontradas por um comprador. Para reconhecer o tesouro ou a pérola preciosa é preciso saber “contar os nossos dias”, discernir entre o bem a abraçar e o mal a rejeitar. Só então, cheio de alegria, o homem vende tudo o que tem para comprar o campo ou a pérola. Esta sabedoria consente olhar para os pobres e ver o Senhor. Santo Agostinho, meditando sobre o juízo final, coloca estas palavras na boca de Jesus: «Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro» (Sermão 18).

A mensagem do Juízo final apresentada por Jesus é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a feliz esperança do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).

PEÇAMOS AO SENHOR O AUXÍLIO DE MARIA, A SEDE DA SABEDORIA, PARA SERMOS DÓCEIS À VONTADE DO SENHOR, COM A CONSCIÊNCIA SEMPRE ABERTA À VERDADE E SENSÍVEL À JUSTIÇA (BENTO XVI).

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