“O REINO DE DEUS É COMO UM TESOURO
ESCONDIDO”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Administrador
Diocesano da Arquidiocese de Brasília - DF
N
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este DIA DO SENHOR,
a mesa da Palavra desvenda aos olhos do discípulo o mistério da oração que
funciona. Salomão pede sabedoria e a graça de bem governar o reino deixado por
seu Pai Davi. “Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de
governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).
Esta oração feita com
fé e humildade agradou tanto a Deus que lhe deu o coração sábio e inteligente
que pedira e, em acréscimo, os bens que não havia pedido. Reconheceu-se pequeno
e Deus o tornou grande. O salmista revela a origem da sabedoria: “vossa
Palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos” (Sl
118,130).
A sabedoria não se
reduz a dotes intelectuais. Ela é fruto da contemplação da vontade de Deus.
Para percorrer o caminho da sabedoria, da consciência reta, “devemos
examinar a nossa consciência de olhos postos na cruz do Senhor”. Somos
frágeis, mas sabemos que “somos assistidos pelos dons do Espírito Santo,
ajudados pelo testemunho e pelo conselho dos outros e guiados pelo ensino
autorizado da Igreja” (DH, 14).
A experiência mostra
que são muitos os males que nos afligem ao longo da existência. A sabedoria
divina dá serenidade para arrostar os sofrimentos, porque “sabemos que tudo
contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a
salvação, de acordo com o projeto de Deus” (Rm 8,28).
No evangelho (Mt
13,44-52) Jesus compara o Reino de Deus a um tesouro escondido no campo e
às pérolas preciosas encontradas por um comprador. Para reconhecer o tesouro ou
a pérola preciosa é preciso saber “contar os nossos dias”, discernir
entre o bem a abraçar e o mal a rejeitar. Só então, cheio de alegria, o homem
vende tudo o que tem para comprar o campo ou a pérola. Esta sabedoria consente
olhar para os pobres e ver o Senhor. Santo Agostinho, meditando sobre o juízo
final, coloca estas palavras na boca de Jesus: «Eu tinha posto para vós os
meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai –
mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus
membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na
terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu
tesouro» (Sermão 18).
A mensagem do Juízo
final apresentada por Jesus é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos
homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela
inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a
feliz esperança do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus
santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).
PEÇAMOS AO SENHOR O AUXÍLIO DE MARIA, A
SEDE DA SABEDORIA, PARA SERMOS DÓCEIS À VONTADE DO SENHOR, COM A CONSCIÊNCIA
SEMPRE ABERTA À VERDADE E SENSÍVEL À JUSTIÇA (BENTO XVI).
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