segunda-feira, 30 de novembro de 2020
domingo, 29 de novembro de 2020
Advento, primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal.
H |
oje começa oficialmente o advento. É um período em que as pessoas se preocupam em limpar e enfeitar suas casas para o Natal.
Mas é muito mais do que isso. É um período em que devemos fazer faxina também em nossas almas e nossos corações.
Tirar a poeira e teias de aranha da casa, enquanto tiramos os maus sentimentos de nossos corações: ódio, mágoa, ressentimento, inveja, egoísmo…
Afastar os móveis para fazer a limpeza e afastar atitudes negativas como pré-julgamento, rejeição, condenação, críticas, grosseria, mentiras, maledicência, avareza, cinismo…
Limpar as janelas e limpar também o olhar, para realmente ver as pessoas à sua volta e prestar atenção aos sentimentos delas e às suas necessidades.
Terminada a limpeza, aí sim iniciar a decoração.
Encher o coração de amor, ternura, respeito, compaixão e carinho. Encher-se de atitudes positivas como acolhimento, gentileza, generosidade…
Tentar transmitir às pessoas, próximas ou distantes, sentimentos como autoestima, confiança, paz.
Então, quando o dia de Natal chegar, estaremos preparados para dizer: pode entrar, seja bem-vindo, Senhor Jesus!
sábado, 28 de novembro de 2020
Reflexão Litúrgica do I Domingo do Advento - 29/11/2020
VIGIAI!
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF.
C |
om as primeiras Vésperas deste
Domingo, começa o tempo do Advento e se abre o novo ano litúrgico. Neste ano,
os nossos domingos serão iluminados pelo Evangelista Marcos. A Liturgia deste
tempo nos coloca diante dos olhos os três adventos do Senhor. O primeiro
advento – que celebramos como memorial e com ação de graças – é a sua vinda na
humildade da carne como cumprimento de todas as promessas da Antiga Aliança. O
segundo advento – que celebramos vigilantes na esperança da plena realização –
é a parusia, o retorno de Jesus cercado da glória dos anjos. Mas também há um
terceiro advento, uma vinda que acontece sem cessar entre o primeiro e o
segundo: trata-se da quotidiana visita que o Senhor nos faz quando nos abrimos
à Sua graça. Com esta nos tornamos capazes de celebrar a presença viva do Verbo
de Deus humanado, vivendo na história como filhos da luz e aguardando
vigilantes o Senhor que virá “como um ladrão” para julgar os
vivos e os mortos.
A primeira leitura, extraída do Profeta Isaías (63,16–64,7),
reconhecendo a triste situação em que se encontra Israel como justo castigo
pelos pecados, o profeta explicita em forma de queixa coletiva a esperança do
povo. Esta esperança tem fundamento na lembrança dos imensos benefícios
realizados na história de Israel. Não foge ao profeta a impossibilidade de se
voltar a Deus se Ele mesmo não tomar a iniciativa de se voltar para o Seu povo
mediante o perdão e a misericórdia. Daí a súplica de Israel: “Ah! Se
rompesses os céus e descesses!” (Is 63,19). E aqui a profecia
aponta para a vinda do servo, do messias: “Vens ao encontro de quem
pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos!” (Is.
64,4).
A súplica do povo eleito aparece no salmo que invoca
Deus como Pastor de Israel (Sl 79): “Ó Pastor de Israel, prestai
ouvidos! Vós que sobre os querubins vos assentais, aparecei cheio de glória e
esplendor!” (Sl 79,2).
Com a vinda de Jesus na humildade da carne, no ventre
santíssimo da Virgem Maria, se realizam e superam as expectativas de Israel.
Não apenas um enviado do Senhor, mas o próprio Verbo de Deus, a segunda Pessoa
da Santíssima Trindade entra na história e passa a vida fazendo o bem. Ao
passar pelo mistério da Cruz e Ressurreição, Jesus vai ao Céu prometendo voltar
cercado de glória e esplendor para julgar os vivos e os mortos. O convite da
liturgia toda do advento é que vivamos a esperança na vigilância: “Vigiai,
portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite,
de madrugada ou ao amanhecer!” (Mc 13,35).
O Apóstolo dos gentios, escrevendo aos irmãos de
Corinto, assegura-lhes a eles e a nós que da parte do Senhor nada nos falta
para perseverarmos até a vinda do Senhor. “É ele que vos dará
perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até ao fim, até ao dia de
nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,8).
Confiemos nossa peregrinação neste novo ano litúrgico
àquela que diz: “Faça-se”, cumpra-se em mim segundo a tua
palavra.
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
terça-feira, 24 de novembro de 2020
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
domingo, 22 de novembro de 2020
sábado, 21 de novembro de 2020
Reflexão Litúrgica do XXXIV Domingo do Tempo Comum - 22/11/2020
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!
Arquidiocese
de Brasília – DF.
O |
Papa Pio XI, ao instituir a
festa de Cristo Rei em 1925, com a Encíclica Quas primas, quis proclamar
solenemente a realeza, o senhorio de nosso Senhor Jesus Cristo sobre o mundo,
sobre a história. Este senhorio do Senhor se estende a todas as pessoas, às
famílias e às cidades, aos povos e às nações, enfim sobre todo o universo. A
proclamação da realeza de Cristo sobre a sociedade – sem prejuizo de reconhecer
o valor da genuina laicidade do estado moderno –, é um remédio que se põe aos
efeitos nefastos da ideologia laicista que pretende organizar a vida social
como se Deus não existisse. Organizar a vida social sem reconhecer na natureza
humana o anelo pela transcendência e o desejo de respostas para questões
fundamentais da existência, tem levado ao aviltamento da dignidade humana, a
muitas formas de pobreza, de escravidão, de corrupção e de abuso de poder de um
homem sobre outro, de um povo sobre outro. O reino de Deus apregoado por Jesus,
não apenas para a eternidade, começa na história, oferecendo remédio para os
males presentes nas relações dos homens com a criação, dos homens entre si, bem
como entre a humanidade e o Criador.
Ao declarar diante de Pilatos que o Seu reino não é
deste mundo (Jo 18,36), o Senhor Jesus não se esquiva do compromisso
histórico, mas rejeita as estratégias de poder, tomando a misericórdia e o
serviço humilde aos irmãos como caminho para edificar a civilização do amor.
Reivindica a realeza oferecendo a Sua vida em resgate por muitos.
Na primeira leitura, Ezequiel mostra que a majestade e
a realeza de Deus se manifestam na imagem do pastor que cuida das ovelhas: “Como
o pastor toma conta do rebanho… eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e
fazê-las repousar. Vou procurar a ovelha perdita, reconduzir a extraviada,
enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, vigiar a ovelha gorda e
forte. Vou apascentá-las conforme o direito” (Ez 34, 12.15-16).
O próprio Jesus aplica a Si e à Sua atuação a imagem do Bom Pastor que dá a
vida pelas ovelhas. Na Sua vitória sobre o pecado e a morte, Ele destrói “todo
o principado, todo poder e força” (1Cor 15,25), e submete tudo
ao Pai “para que Deus seja tudo em todos” (v. 28).
A sua realeza não consiste em honrarias e de
aparências, mas precisamente na “justiça, paz e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14,17). Esta realeza, vêmo-la descrita na parábola do juizo final (Mt
25,31-46). O critério para decidir sobre a nossa participação na vida
eterna é precisamente este: “o que fizestes a um dos menores de meus
irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
“Se pomos em prática o amor ao nosso próximo, segundo
a mensagem evangélica, então abrimos espaço para o Senhorio de Deus, e o Seu
Reino se realiza entre nós”
(Bento XVI) e nos tornamos todos irmãos conforme o ardente convite feito
pelo Papa Francisco na sua última encíclica “Fratelli tutti”.
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
terça-feira, 17 de novembro de 2020
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
domingo, 15 de novembro de 2020
sábado, 14 de novembro de 2020
Reflexão Litúrgica do XXXIII Domingo do Tempo Comum - 15/11/2020
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF.
A |
Palavra de Deus deste domingo –
o penúltimo do ano litúrgico – nos alerta sobre a caducidade da existência
terrena e nos convida a vivê-la como uma peregrinação, tendo os olhos fixos na
meta, no Deus que nos criou para Si (S. Agostinho) e é o nosso destino
último, o sentido do nosso viver. Deus nos oferece talentos para que, ao longo
da nossa vida passageira, produzamos frutos de vida eterna mediante a caridade
operosa que é a verdadeira adoração em Espirito e verdade.
A primeira leitura (Pr 31,10-13.19-20.30-31),
vencendo os limites da cultura patriarcal da época, elogiam a mulher virtuosa,
forte e empreendedora, dedicada ao bem da família, que “abre suas mãos ao
necessitado e estende suas mãos ao pobre” (Pr 31,20). Passam o
encanto e beleza fugazes, mas não passa o encanto e a beleza da “mulher
que teme o Senhor” (v.30). “Ela vale muito mais do que as jóias”
(v.10).
O Salmo 127 louva o pai de família que teme o Senhor e
vive do trabalho de suas mãos. Ele, como os servos que receberam do seu senhor
os talentos e os fizeram furtificar, será abençoado cada dia de sua vida, enfim
pela eternidade.
Paulo, na carta aos cristãos de Tessalónica, continua
a falar de esperança, exortando à vigilância e lembrando que os resgatados nas
águas do batismo são filhos da luz: “Todos vós sois filhos da luz e
filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas”. Ser filhos da luz,
comporta o compromisso moral e a exigência ascética da vigilância e da
sobriedade: “não durmamos, como os outros, mas sejamos sóbrios e
vigilantes”.
No Evangelho Jesus narra a parábola dos talentos e
mostra que a exigência de fazer frutificar os talentos que nos são confiados
como a administradores, de algum modo, comportam consequências. A frágil
existência terrena, enriquecida de dons e talentos dados por Deus, comporta a
responsabilidade por nossas escolhas e pelo nosso modo de agir. Tudo adquire um
peso de eternidade. Não se pode fugir à necessidade de escolher entre o caminho
da vida e o caminho da morte, da bênção e da maldição.
Os que aqui na terra fazem frutificar os talentos em
forma de obras de misericórdia (cf. Mt 25,31-46), serão louvados pelo
Senhor no juizo: “Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te
confiarei muito mas” e logo receberão o convite para as delícias
eternas: “Vem participar da minha alegria” (Mt 25,21).
O outro lado da responsabilidade pelas nossas escolhas
e pelo nosso modo de atuar aparece dramaticamente nas palavras finais do
Evangelho. A possibilidade de ficar fora da bem-aventurança eterna aparece não
só como consequência de agir mal, como também de omitir o bem que se podia ter
feito. É o próprio Jesus a pronunciar palavras fortes: “A este servo
inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”
(Mt 25,30).
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
terça-feira, 10 de novembro de 2020
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
sábado, 7 de novembro de 2020
Reflexão Litúrgica do XXXII Domingo do Tempo Comum - 08/11/2020
Arquidiocese de Brasília – DF.
A |
proxima-se o encerramento do ano litúrgico. A Liturgia aponta para a
vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos e nos convida a perseverar no bom
combate da fé e a estar vigilantes na esperança.
A primeira Leitura fala da sabedoria que está na raiz
da virtude da prudência: “meditar sobre ela (a sabedoria) é a
perfeição da prudência” (Sab 6, 15). E acrescenta o hagiógrafo: “e
quem não dormir por causa dela depressa estará livre da inquietação”. A
sabedoria e a prudência nos tornam vigilantes e nos preparam para acolher a
Sabedoria eterna, o Verbo encarnado, o Senhor que virá um dia glorioso para
celebrar as núpcias eternas.
O Apóstolo dos gentios, escrevendo aos Tessalonicenses
ansiosos por saber das coisas últimas, procura deixa-los ancorados na
esperança: “Não queremos deixar-vos na ignorância a respeito dos que
faleceram, para não andardes tristes como os outros, que não têm esperança”
(I Tes 4,13). Paulo bem sabe que a fé na Morte e Ressurreição de Jesus
Cristo é, também neste campo, um divisor de águas decisivo. Sem o anúncio dessa
Boa-Nova ficamos “sem a esperança da Promessa e sem Deus neste mundo” (Ef 2,12). Até os cristãos que, por desleixo
ou por rebeldia ficaram sem a luz da fé, perderam o brilho e o sabor da vida em
Cristo, se não despertam, caem no vazio existencial e na radical solidão que o
Papa Francisco costuma chamar “consciência isolada”. “Se eliminamos
Deus, se tiramos Cristo – dizia Bento XVI – o mundo cai no vazio e na
escuridão”.
No Evangelho (Mt 25,1-13), Jesus narra a
célebre parábola das dez virgens convidadas para uma festa de núpcias. Esta
festa é uma feliz imagem da Vida Eterna, do Reino dos Céus. Mas Jesus não deixa
de nos ensinar uma verdade que coloca as nossas seguranças e as nossas escolhas
em questão. Aquelas dez virgens que aguardavam a chegada do Esposo para
entrarem com o cortejo nupcial. Cinco delas, as prudentes, ao chegar o Esposo,
puderam entrar porque suas lamparinas tinham azeite suficiente para vencer as
trevas da espera. As outras cinco, as insensatas, cujo azeite havia acabado
antes da chegada do Esposo, tinham se dispersado em busca de azeite para continuar
a espera… mas chegaram tarde. O cortejo já havia entrado e as portas estavam
fechadas.