SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!
Arquidiocese
de Brasília – DF.
O |
Papa Pio XI, ao instituir a
festa de Cristo Rei em 1925, com a Encíclica Quas primas, quis proclamar
solenemente a realeza, o senhorio de nosso Senhor Jesus Cristo sobre o mundo,
sobre a história. Este senhorio do Senhor se estende a todas as pessoas, às
famílias e às cidades, aos povos e às nações, enfim sobre todo o universo. A
proclamação da realeza de Cristo sobre a sociedade – sem prejuizo de reconhecer
o valor da genuina laicidade do estado moderno –, é um remédio que se põe aos
efeitos nefastos da ideologia laicista que pretende organizar a vida social
como se Deus não existisse. Organizar a vida social sem reconhecer na natureza
humana o anelo pela transcendência e o desejo de respostas para questões
fundamentais da existência, tem levado ao aviltamento da dignidade humana, a
muitas formas de pobreza, de escravidão, de corrupção e de abuso de poder de um
homem sobre outro, de um povo sobre outro. O reino de Deus apregoado por Jesus,
não apenas para a eternidade, começa na história, oferecendo remédio para os
males presentes nas relações dos homens com a criação, dos homens entre si, bem
como entre a humanidade e o Criador.
Ao declarar diante de Pilatos que o Seu reino não é
deste mundo (Jo 18,36), o Senhor Jesus não se esquiva do compromisso
histórico, mas rejeita as estratégias de poder, tomando a misericórdia e o
serviço humilde aos irmãos como caminho para edificar a civilização do amor.
Reivindica a realeza oferecendo a Sua vida em resgate por muitos.
Na primeira leitura, Ezequiel mostra que a majestade e
a realeza de Deus se manifestam na imagem do pastor que cuida das ovelhas: “Como
o pastor toma conta do rebanho… eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e
fazê-las repousar. Vou procurar a ovelha perdita, reconduzir a extraviada,
enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, vigiar a ovelha gorda e
forte. Vou apascentá-las conforme o direito” (Ez 34, 12.15-16).
O próprio Jesus aplica a Si e à Sua atuação a imagem do Bom Pastor que dá a
vida pelas ovelhas. Na Sua vitória sobre o pecado e a morte, Ele destrói “todo
o principado, todo poder e força” (1Cor 15,25), e submete tudo
ao Pai “para que Deus seja tudo em todos” (v. 28).
A sua realeza não consiste em honrarias e de
aparências, mas precisamente na “justiça, paz e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14,17). Esta realeza, vêmo-la descrita na parábola do juizo final (Mt
25,31-46). O critério para decidir sobre a nossa participação na vida
eterna é precisamente este: “o que fizestes a um dos menores de meus
irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
“Se pomos em prática o amor ao nosso próximo, segundo
a mensagem evangélica, então abrimos espaço para o Senhorio de Deus, e o Seu
Reino se realiza entre nós”
(Bento XVI) e nos tornamos todos irmãos conforme o ardente convite feito
pelo Papa Francisco na sua última encíclica “Fratelli tutti”.
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