sábado, 26 de dezembro de 2020

Reflexão Litúrgica da Solenidade da Sagrada Família: Jesus, Maria e José - 27/12/2020


Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R.

A

 Sagrada Família, Jesus, Maria e José, celebrada no contexto do Natal do Senhor, reafirma mais uma vez o caráter da humanidade de Deus que se encarnou e, como os demais seres humanos, nasceu e viveu no seio de uma família. Para além de sua teologia própria, esta celebração tem muito a nos dizer hoje, especialmente em um contexto em que a vida familiar passa por um momento muito conturbado e muitas famílias vivem dilaceradas por causa de tantos fatores, entre eles a falta de diálogo, violência, crise no trabalho, drogas, falta de fé, crise nas relações e a intolerância ao outro. As leituras de hoje merecem ser retomadas e rezadas em família, pois trazem uma verdadeira lição para o convívio humano e para as relações fraternas: "amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição" (Cl 3,14).

O Evangelho narra a apresentação que Maria e José fazem do Menino no templo. Como praticantes, vão cumprir os rituais religiosos prescritos pela lei judaica e agradecer a Deus por tudo que realizou em suas vidas. Simeão deslumbra-se ao ver Jesus porque pode ver com seus próprios olhos a salvação na figura terna do menino, que será sinal de contradição e glória para Israel (v.29ss). A profetiza Ana coloca-se em atitude de louvor a Deus e de anúncio ao "falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém" (v. 38). Continua o texto afirmando que o menino crescia, tornava-se forte e cheio de sabedoria e de graça (v. 40).

Maria e José põem Deus como o centro de suas vidas e como pais cuidam da educação do menino Jesus. Muitas vezes, estes dois elementos faltam nos lares cristãos atualmente. Não há o cultivo de uma vida oracional e espiritual em casa e os pais delegam somente à escola, à Igreja e ao Estado a educação de seus filhos, eximindo-se de tal responsabilidade. A educação que os filhos recebem no seio familiar é o único tesouro que ninguém lhes pode roubar e nem a ferrugem corroer. É a maior herança que os pais podem deixar a seus filhos.

A bela lição que Paulo deixa é muito propícia nesse contexto de relações humanas e de convívio familiar: as esposas serem solícitas aos maridos; os maridos amá-las; os filhos serem obedientes aos pais e os pais não intimidarem os filhos (Cl 3,18-21). São regras aparentemente simples, mas muito exigentes. Eis aí alguns passos para que esse santuário escolhido e amado por Deus, a família, continue subsistindo às crises de nossa sociedade.

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