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Sagrada
Família, Jesus, Maria e José, celebrada no contexto do Natal do Senhor,
reafirma mais uma vez o caráter da humanidade de Deus que se encarnou e, como
os demais seres humanos, nasceu e viveu no seio de uma família. Para além de
sua teologia própria, esta celebração tem muito a nos dizer hoje, especialmente
em um contexto em que a vida familiar passa por um momento muito conturbado e
muitas famílias vivem dilaceradas por causa de tantos fatores, entre eles a
falta de diálogo, violência, crise no trabalho, drogas, falta de fé, crise nas
relações e a intolerância ao outro. As leituras de hoje merecem ser retomadas e
rezadas em família, pois trazem uma verdadeira lição para o convívio humano e
para as relações fraternas: "amai-vos uns aos outros, pois o amor é o
vínculo da perfeição" (Cl 3,14).
O Evangelho narra a
apresentação que Maria e José fazem do Menino no templo. Como praticantes, vão
cumprir os rituais religiosos prescritos pela lei judaica e agradecer a Deus
por tudo que realizou em suas vidas. Simeão deslumbra-se ao ver Jesus porque
pode ver com seus próprios olhos a salvação na figura terna do menino, que será
sinal de contradição e glória para Israel (v.29ss). A profetiza Ana
coloca-se em atitude de louvor a Deus e de anúncio ao "falar do menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém" (v. 38).
Continua o texto afirmando que o menino crescia, tornava-se forte e cheio de
sabedoria e de graça (v. 40).
Maria e José põem Deus
como o centro de suas vidas e como pais cuidam da educação do menino Jesus.
Muitas vezes, estes dois elementos faltam nos lares cristãos atualmente. Não há
o cultivo de uma vida oracional e espiritual em casa e os pais delegam somente
à escola, à Igreja e ao Estado a educação de seus filhos, eximindo-se de tal
responsabilidade. A educação que os filhos recebem no seio familiar é o único
tesouro que ninguém lhes pode roubar e nem a ferrugem corroer. É a maior
herança que os pais podem deixar a seus filhos.
A bela lição que Paulo
deixa é muito propícia nesse contexto de relações humanas e de convívio
familiar: as esposas serem solícitas aos maridos; os maridos amá-las; os
filhos serem obedientes aos pais e os pais não intimidarem os filhos (Cl
3,18-21). São regras aparentemente simples, mas muito exigentes. Eis aí
alguns passos para que esse santuário escolhido e amado por Deus, a família,
continue subsistindo às crises de nossa sociedade.
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