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Natal aproxima-se! Qual é o
espírito que podemos captar das leituras que ouvimos neste dia, especialmente
do Evangelho? O quadro cênico é o de uma Anunciação: nascimento de Jesus e de
João Batista. Portanto, trata-se de um texto de cunho jubilar, enquanto
alegria, no sentido mais profundo do termo, e também enquanto tempo novo para a
humanidade. Está aí a essência da mensagem e, por isso, preparação para
celebrar o Sol Nascente que nos veio visitar.
Se o texto do Evangelho nos fala de tanta vida e a
anuncia de forma tão contundente, ao romper a esterilidade dos homens e
mulheres novos, renovando-os na vida nascente de conversão (João Batista)
e do amor divino que se materializa no humano (Jesus), comunicando-nos,
assim, uma boa notícia, a indagação que nos vem é: como nós, cristãos, estamos
sendo comunicadores de boa notícia? O que temos para comunicar de diferente em
tempos tão obscuros, de tantas inverdades e de tanta superficialidade? Como
vamos comunicar aos outros nosso Natal?
A impressão é que nós cristãos estamos cansados e, em
meio a tantas vozes, não escutamos a nossa própria ecoar e, muitas vezes, essa
é marginalizada, pois não traz nenhum atrativo à sociedade atual. Vamos nos
tornando um pequeno rebanho, desunido e desnutrido, com medo, e vendo pouco a
pouco o Natal ser apenas uma data em que as pessoas realizam seus bons
propósitos, recordam de seu próximo e, no dia seguinte, esquecem-se de tudo.
Este modo esquizofrênico de sermos (ou não sermos) cristãos vai nos
afastando do centro do mistério que devemos celebrar e isso é muito perigoso para
nossa fé.
O encorajamento para superar os tempos difíceis, sem
horizontes claros, vem do próprio anjo a Maria que nos repete as mesmas
palavras: "Não tenhas medo porque encontraste graça diante de
Deus" (v. 30). A graça de Deus nos dá a ousadia para romper
com o cansaço, com o pessimismo, que nos tiram a criatividade de pensar
horizontes cheios de luz. "O povo que andava nas trevas viu uma
grande luz" (Is 9,2). Essa alegria de ver a luz deve-nos
fazer mensageiros de uma boa notícia, portadora de esperança para a humanidade.
A fonte na qual bebemos, o Evangelho, é rica e, mesmo naqueles contextos onde
não é possível seu anúncio explícito, é possível chegar por meio do agir ético
que dele aprendemos e pelo respeito ao outro, sob o fundamento do amor ao próximo.
Usemos nossa criatividade para fazer chegar essa boa
noticia aos corações humanos e, ao mesmo tempo, fecundar os ventres estéreis da
humanidade, para que essa gere valores que promovam o ser humano para que tenha
vida em abundância (Jo 10,10). Esse anúncio não é fake news, e é sempre
novidade.
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