sábado, 5 de dezembro de 2020

Reflexão Litúrgica do II Domingo do Advento - 06/12/2020

PREPARAI OS CAMINHOS DO SENHOR!

Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida

Arquidiocese de Brasília – DF.

N

este II DOMINGO DO ADVENTO, a mesa da Palavra nos alimenta com a esperança do pleno cumprimento das profecias messiânicas. Ao mesmo tempo nos exorta a preparar os caminhos do Senhor que vem e a reconhecer na demora de Deus a Sua paciência misericordiosa.

A Primeira Leitura (Is. 40,1-5.9-11), tomada do chamado “Segundo Isaías”, dá à Palavra de Deus uma tonalidade comovedora ao anunciar aos Israelitas provados por décadas de amargo exílio na Babilônia que finalmente chegou o tempo da libertação: “Consolai o meu povo, consolai-o – diz o vosso Deus –. Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação das culpas foi cumprida” (40,1-2). É isto que o Senhor quer também para nós neste tempo do Advento: falar ao coração do Seu Povo e, por seu intermédio, animar a humanidade inteira (cf. Bento XVI, 2008). A Sua Igreja, a nossa Igreja hoje também eleva a voz clamando: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus” (Is 40,3).

Marcos abre o seu Evangelho indicando em João Batista aquele que cumpre esta promessa de aplainar os caminhos do Senhor e endireitar no deserto as suas veredas, “pregando o batismo de conversão para o perdão dos pecados” (Mc 1,4). João prepara os caminhos da missão messiânica de Jesus, que batiza com o Espirito Santo e, “como um pastor, apascenta o rebanho, reúne com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo” (Is 40,11). Se por Isaías, Deus promete a volta à terra prometida, onde Ele mesmo apascenta o seu povo, no Evangelho Jesus inaugura uma nova humanidade, que faz elevar os olhos para a Jerusalém do alto.

Nesse meio tempo a Igreja nos ensina a olhar para a imensa multidão de homens e nações que estão oprimidas pela fome e pela miséria, pelas incontáveis vítimas de sistemáticas violações dos próprios direitos. “A Igreja se coloca como sentinela sobre o monte elevado da fé e anuncia: «Aqui está o vosso Deus! O Senhor Deus vem com fortaleza» (Is 40,9-10)” (Bento XVI, Ibid.). É Jesus, o Deus Salvador, Aquele que vem!

Na segunda leitura (2Pd 3,8-14), São Pedro procura consolar os cristãos que não viam chegar aquele Senhor a quem suplicavam “Maranatá” – Vem, Senhor Jesus! Passavam os dias, vinham as perseguições, o Senhor parecia tardar retornar em glória (cf At 1,11). São Pedro os conforta asseverando que “o Senhor não tarda a cumprir a promessa, como pensam alguns, achando que demora. Ele está usando de paciência para convosco” (1Pd 3,9).

A liturgia deste domingo nos exorta com as palavras de Pedro: “O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça. Vivendo nessa esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha, e em paz” (1Pd 3,13-14).

Confiemos à intercessão da Virgem Maria a nossa esperança de paz e de salvação. VEM, SENHOR JESUS.

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