sábado, 30 de julho de 2022

Reflexão Litúrgica do 18º Domingo do Tempo Comum - 31/07/2022

Deus Conosco – Reflexões Litúrgicas

A

 liturgia deste domingo vai ao encontro da realidade em que vivemos: há abundância da ganância e muita carência de justiça, solidariedade e fraternidade; sobra desejo de possuir a todo o custo; e falta vontade e realização do repartir entre irmãos.

O autor do Eclesiastes medita sobre o sentido da vida, mostrando a transitoriedade e a brevidade de todas as coisas. Aconselha a viver o desapego dos bens, pois a busca desenfreada pelas riquezas e a preocupação em acumular impedem de desfrutar os frutos do trabalho com alegria.

Na 2ª leitura o autor fala sobre a vida cristã. Mostra que a experiência da ressurreição começa já neste mundo, no tempo presente. A experiência da ressurreição transforma a conduta e a maneira de pensar. “Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra”. Não se trata de viver de forma alienada. Consiste em se deixar reger pela vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte, buscando libertar-se dos valores contrários ao Reino de Deus.

A presença do Senhor ressuscitado nos fortalece com seu Espírito para que possamos viver a comunhão e a solidariedade. Jesus, no Evangelho de hoje, ensina a fazer bom uso dos bens deste mundo. Quem segue a Cristo deve ser livre diante dos bens, administrando-os com sabedoria. O problema está na acumulação como garantia de segurança e de vida.

Jesus exorta a viver numa atitude constante de abertura e confiança em relação a Deus e de compromisso com seu Reino. No testemunho, em meio à adversidade, e na busca de suprir as necessidades de subsistência, a referência a Deus é fundamental para a caminhada dos seguidores de Cristo.

A vida voltada unicamente para os bens do mundo está fadada à falência. Os bens materiais, mesmo que sejam necessários, eles não geram o sentido pleno da existência.

Podemos possuir os bens criados por Deus para vivermos com dignidade, mas acumular é defeito humano, é pequenez, é verdadeiramente uma indecência. Aquele homem rico pensou em reservar para si só, não pensou em partilhar com aqueles que colheram o trigo, os bens que a terra produziu. Não houve sequer uma pequena preocupação em partilhar. Aí não estão presentes o Evangelho, o Reino, o amor, apenas o egoísmo, que é a raiz de todo o mal.

Será que há paz de consciência àquele que acumula nos celeiros e nos bancos comerciais, mas nada reparte, nem mesmo com os famintos? Podem morrer aos seus pés e nada lhes toca o coração? Jesus tem mesmo razão: É infeliz quem ajunta tesouro só para si… O acúmulo de bens é uma verdadeira idolatria.

Certamente, o Evangelho também nos diz hoje sobre a justiça social, a justiça distributiva, a equidade. Há o bem comum a ser respeitado e bem administrado. Jesus quer que os discípulos entendam que é preciso haver a justiça, a igualdade, porque somos irmãos. O Evangelho vem questionar nossa posição pessoal, comunitária e pessoal. Nossa vida é um entrelaçamento com as coisas, com as pessoas, com a vida, mas em nada perderemos perder de vista o que nos ensina o Evangelho. Só assim alcançaremos a paz e a salvação.

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