Deus Conosco – Reflexões Litúrgicas
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liturgia deste domingo vai ao encontro da realidade
em que vivemos: há abundância da ganância e muita carência de justiça,
solidariedade e fraternidade; sobra desejo de possuir a todo o custo; e falta
vontade e realização do repartir entre irmãos.
O
autor do Eclesiastes medita sobre o sentido da vida, mostrando a
transitoriedade e a brevidade de todas as coisas. Aconselha a viver o desapego
dos bens, pois a busca desenfreada pelas riquezas e a preocupação em acumular
impedem de desfrutar os frutos do trabalho com alegria.
Na
2ª leitura o autor fala sobre a vida cristã. Mostra que a experiência da
ressurreição começa já neste mundo, no tempo presente. A experiência da
ressurreição transforma a conduta e a maneira de pensar. “Cuidai das coisas
do alto, não do que é da terra”. Não se trata de viver de forma alienada.
Consiste em se deixar reger pela vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a
morte, buscando libertar-se dos valores contrários ao Reino de Deus.
A
presença do Senhor ressuscitado nos fortalece com seu Espírito para que
possamos viver a comunhão e a solidariedade. Jesus, no Evangelho de hoje,
ensina a fazer bom uso dos bens deste mundo. Quem segue a Cristo deve ser livre
diante dos bens, administrando-os com sabedoria. O problema está na acumulação
como garantia de segurança e de vida.
Jesus
exorta a viver numa atitude constante de abertura e confiança em relação a Deus
e de compromisso com seu Reino. No testemunho, em meio à adversidade, e na
busca de suprir as necessidades de subsistência, a referência a Deus é
fundamental para a caminhada dos seguidores de Cristo.
A
vida voltada unicamente para os bens do mundo está fadada à falência. Os bens
materiais, mesmo que sejam necessários, eles não geram o sentido pleno da
existência.
Podemos
possuir os bens criados por Deus para vivermos com dignidade, mas acumular é
defeito humano, é pequenez, é verdadeiramente uma indecência. Aquele homem rico
pensou em reservar para si só, não pensou em partilhar com aqueles que colheram
o trigo, os bens que a terra produziu. Não houve sequer uma pequena preocupação
em partilhar. Aí não estão presentes o Evangelho, o Reino, o amor, apenas o
egoísmo, que é a raiz de todo o mal.
Será
que há paz de consciência àquele que acumula nos celeiros e nos bancos
comerciais, mas nada reparte, nem mesmo com os famintos? Podem morrer aos seus
pés e nada lhes toca o coração? Jesus tem mesmo razão: É infeliz quem ajunta
tesouro só para si… O acúmulo de bens é uma verdadeira idolatria.
Certamente,
o Evangelho também nos diz hoje sobre a justiça social, a justiça distributiva,
a equidade. Há o bem comum a ser respeitado e bem administrado. Jesus quer que
os discípulos entendam que é preciso haver a justiça, a igualdade, porque somos
irmãos. O Evangelho vem questionar nossa posição pessoal, comunitária e
pessoal. Nossa vida é um entrelaçamento com as coisas, com as pessoas, com a
vida, mas em nada perderemos perder de vista o que nos ensina o Evangelho. Só
assim alcançaremos a paz e a salvação.
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