sexta-feira, 1 de setembro de 2023

SETEMBRO, MÊS DA BÍBLIA: “VESTIR-SE DA NOVA HUMANIDADE” (EF 4,24)


 Dom Adimir  Antonio  Mazali - Bispo de Erexim (RS)

O

 mês de setembro é dedicado à Palavra de Deus. É o mês da Bíblia. A Bíblia é um livro especial, diferente dos outros, um livro antigo e atual ao mesmo tempo. A importância da Bíblia Sagrada deve-se ao fato de ser portadora da Palavra de Deus para nossa Salvação. A Palavra de Deus é o fundamento de nossa fé, de nossa espiritualidade, de nossa vida e missão. É a Palavra Sagrada “inspirada” por Deus para nos orientar em Seu projeto de amor. 

O Apóstolo Paulo diz que a Bíblia foi escrita “para a nossa instrução” (1Cor 10,11), para “o nosso ensinamento” (Rm 15,4). Ela é palavra “inspirada por Deus para nos instruir, corrigir, educar na justiça, para nos qualificar para toda a boa obra” (2Tm 3,16-17). Deus “nos educa a fim de nos comunicar a sua santidade” (Hb 12,10). 

Escrita ao longo dos séculos, a Bíblia, traz o testemunho da vida de fé do povo de Israel e das primeiras comunidades cristãs e, assim, ilumina a nossa vida. Ela é portadora de uma Palavra que “permanece para sempre” (1Pd 1,25) “viva e eficaz” (Hb 4,12). Num contexto em que tudo é descartável, a Bíblia é a Palavra de Deus documentada, que nunca perde a sua validade. Por isso, ler, estudar, meditar, rezar os textos sagrados é mergulhar na experiência de Deus daquele povo. Assim sendo, a Bíblia é luz e fonte de inspiração para nós. Ela nos indica,   acima de qualquer coisa, critérios de vida e de ação. As maravilhas operadas por Deus, na história, eram transmitidas, e assim, o povo se expressava: “O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que estejais também em comunhão conosco” (1Jo 1,3) 

A Bíblia foi escrita para nos ajudar a dar “razões de nossa esperança” (1Pd 3,15), como nos afirma o próprio Evangelho de João: “Para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20,31). A Palavra de Deus “não é uma palavra inútil para vós” (…) é a vossa vida e é por essa palavra que prolongueis a vossa vida” (Dt 32,47) 

Para o mês da Bíblia é sempre proposto um texto ou livro bíblico para ler e estudar. Para este ano, foi escolhida a Carta de São Paulo aos Efésios. Esta procura apresentar o sentido da unidade do Corpo de Cristo, que significa a nossa vivência como filhos e filhas reconciliados com Deus, assumindo, no cotidiano, a vida nova experimentada no Batismo, seja na dimensão pessoal ou inserida na comunidade eclesial. O lema do mês da Bíblia também é tirado da própria Carta aos Efésios: “Vestir-se da nova humanidade” (cf. Ef 4,24).  

O Evangelho deste domingo, o primeiro do mês da Bíblia, na sequência de domingo passado, apresenta Jesus que tem consciência de que o Reino de Deus precisa ser anunciado a todos. Por isso, começa a mostrar aos discípulos a necessidade de subir a Jerusalém, pois é a capital, o centro do poder. Precisa anunciar o Evangelho às autoridades também. Desse modo, para Jesus, ir a Jerusalém é abraçar o caminho da cruz, pois vai sofrer muito e ser morto. Porém, tem a certeza que Deus o ressuscitará “no terceiro dia”.  

Pedro havia descoberto que Jesus era o Messias, porém não aceitava as consequências de seu messianismo. Disse a Jesus: “Que isso nunca te aconteça” (Mt 16,22). E Jesus o repreendeu duramente, pois sua compreensão era limitada. Depois Jesus apresentou as condições para segui-Lo: “Se alguém quer me seguir…” (Mt 16,24). Isso implica renunciar a si mesmo e carregar a própria cruz.  

Jesus alertou a todos: “Quem quiser salvar a vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 16,25). Com isso, Jesus chama a atenção a respeito de como estamos vivendo.

Se estivermos vivendo apenas para nós mesmos, Jesus deixa claro que vamos perder a vida. Só encontra realização plena quem faz de sua vida um serviço aos outros, sobretudo aos necessitados. Assim, o Evangelho diz que o cristão “encontra a Vida” na doação de sua vida, como Jesus. E como diz o lema deste mês da Bíblia: é preciso “Vestir-se da nova humanidade” (cf. Ef 4,24).

 

Fonte: Site da CNBB

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