sábado, 2 de setembro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA DO 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 03/09/2023

Reflexão do Papa Francisco

T

ambém hoje, há a tentação de querer sempre seguir um Cristo sem cruz, aliás, de ensinar a Deus a estrada certa, como fez Pedro: “Não, não Senhor, isto não, nunca acontecerá”. Mas Jesus recorda-nos que o seu caminho é o do amor, e não há amor verdadeiro sem o sacrifício de si mesmo. Somos chamados a não nos deixarmos absorver pela visão deste mundo, mas a estar cada vez mais cientes da necessidade e da fadiga para nós cristãos de caminhar contracorrente e em subida. Jesus contempla a sua proposta com palavras que exprimem uma grande sabedoria sempre válida, porque desafiam a mentalidade e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: «Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á» (v. 25). Neste paradoxo está contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra que só o amor dá sentido e felicidade à vida. Dedicar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo só para salvar, proteger e realizar-se a si mesmos, leva na realidade a perder-se, ou seja, a uma existência triste e estéril. Ao contrário, vivamos pelo Senhor e construamos a nossa vida no amor, como fez Jesus: poderemos saborear a alegria autêntica, e a nossa vida não será estéril, será fecunda.

Reflexão do Cônego Rui José de Barros Guerreiro

O

 Evangelho deste Domingo segue-se à profissão de fé que Pedro faz sobre Cristo, a que o próprio Cristo responde com a promessa de fazer de Pedro a pedra de fundamento da sua Igreja (cf. Mt 16, 13-20). Agora, porém, o mesmo Simão Pedro reage negativamente ao anúncio que o Senhor faz da sua própria paixão, morte e ressurreição. Imediatamente antes, Pedro falara sob a ação da graça de Deus; agora, fala sob impulso meramente humano. Como afirmou o Papa Francisco, antes Pedro foi constituído pedra de fundamento da Igreja; agora torna-se pedra de tropeço. A mentalidade de Pedro estava ainda conformada com este mundo: a salvação que ele esperava de Cristo que professara baseava-se na expectativa do sucesso, da fama, da glória e do poder humanos; não admitia o fracasso nem a derrota diante do mundo.

Por isso São Paulo exorta os cristãos, na sua carta aos Romanos: «Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente». Como São Pedro – antes de ter recebido a força do Espírito no Pentecostes –, ainda hoje tantos cristãos se encontram conformados com este mundo, isto é, com uma mentalidade mundana. Muitos professam a Cristo, mas rejeitam a cruz; querem que Deus permaneça nos seus projetos, mas não querem abraçar o projeto de Deus para n’Ele permanecerem. Pior ainda: são tantos os que querem conciliar – como se isso fosse possível – Deus com uma vida mundana. Não há negociação possível: ou a vida em Deus, ou a vida mundana!

«Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?» Só em Cristo encontramos a verdadeira vida, porque Ele veio para que todos «tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10, 10). Seguir a Cristo é seguir o caminho do verdadeiro amor. Só quem se nega a si mesmo e se sacrifica pelos outros ama verdadeiramente. No entanto, apenas com as forças humanas, isto não é possível. Mas em Jesus Cristo encontramos a graça e a força necessárias para realizar aquilo que Ele mesmo nos pede. Ele precedeu-nos no caminho do amor e da cruz. Por isso, não estamos sós neste duro trilho, que nos há de conduzir à alegria da ressurreição e da vida eterna.

Que toda a nossa vida seja uma oferta generosa de amor, agradável a Deus. Seja este o nosso culto espiritual! Deixemo-nos seduzir pelo fogo do amor de Cristo , como se deixou seduzir o Profeta Jeremias, e, por Cristo, com Cristo, Em Cristo, venceremos a cruz, as contrariedades, as perseguições, para que, na unidade do Espírito Santo, toda a nossa vida seja honra e glória a Deus Pai todo-poderoso! Amem.

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