Reflexão do Papa Francisco
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ambém hoje, há a tentação de querer sempre seguir um Cristo sem cruz, aliás, de ensinar a Deus a estrada certa, como fez Pedro: “Não, não Senhor, isto não, nunca acontecerá”. Mas Jesus recorda-nos que o seu caminho é o do amor, e não há amor verdadeiro sem o sacrifício de si mesmo. Somos chamados a não nos deixarmos absorver pela visão deste mundo, mas a estar cada vez mais cientes da necessidade e da fadiga para nós cristãos de caminhar contracorrente e em subida. Jesus contempla a sua proposta com palavras que exprimem uma grande sabedoria sempre válida, porque desafiam a mentalidade e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: «Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á» (v. 25). Neste paradoxo está contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra que só o amor dá sentido e felicidade à vida. Dedicar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo só para salvar, proteger e realizar-se a si mesmos, leva na realidade a perder-se, ou seja, a uma existência triste e estéril. Ao contrário, vivamos pelo Senhor e construamos a nossa vida no amor, como fez Jesus: poderemos saborear a alegria autêntica, e a nossa vida não será estéril, será fecunda.
Reflexão do Cônego Rui José de Barros Guerreiro
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Evangelho deste Domingo segue-se à profissão
de fé que Pedro faz sobre Cristo, a que o próprio Cristo responde com a
promessa de fazer de Pedro a pedra de fundamento da sua Igreja (cf. Mt 16,
13-20). Agora, porém, o mesmo Simão Pedro reage negativamente ao anúncio
que o Senhor faz da sua própria paixão, morte e ressurreição. Imediatamente
antes, Pedro falara sob a ação da graça de Deus; agora, fala sob impulso
meramente humano. Como afirmou o Papa Francisco, antes Pedro foi constituído
pedra de fundamento da Igreja; agora torna-se pedra de tropeço. A mentalidade
de Pedro estava ainda conformada com este mundo: a salvação que ele esperava de
Cristo que professara baseava-se na expectativa do sucesso, da fama, da glória
e do poder humanos; não admitia o fracasso nem a derrota diante do mundo.
Por
isso São Paulo exorta os cristãos, na sua carta aos Romanos: «Não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da
vossa mente». Como São Pedro – antes de ter recebido a força do Espírito no
Pentecostes –, ainda hoje tantos cristãos se encontram conformados com este
mundo, isto é, com uma mentalidade mundana. Muitos professam a Cristo, mas
rejeitam a cruz; querem que Deus permaneça nos seus projetos, mas não querem
abraçar o projeto de Deus para n’Ele permanecerem. Pior ainda: são tantos os que
querem conciliar – como se isso fosse possível – Deus com uma vida mundana. Não
há negociação possível: ou a vida em Deus, ou a vida mundana!
«Que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?» Só em Cristo
encontramos a verdadeira vida, porque Ele veio para que todos «tenham vida e a
tenham em abundância» (Jo 10, 10). Seguir a Cristo é seguir o caminho do
verdadeiro amor. Só quem se nega a si mesmo e se sacrifica pelos outros ama
verdadeiramente. No entanto, apenas com as forças humanas, isto não é possível.
Mas em Jesus Cristo encontramos a graça e a força necessárias para realizar
aquilo que Ele mesmo nos pede. Ele precedeu-nos no caminho do amor e da cruz.
Por isso, não estamos sós neste duro trilho, que nos há de conduzir à alegria
da ressurreição e da vida eterna.
Que
toda a nossa vida seja uma oferta generosa de amor, agradável a Deus. Seja este
o nosso culto espiritual! Deixemo-nos seduzir pelo fogo do amor de Cristo ,
como se deixou seduzir o Profeta Jeremias, e, por Cristo, com Cristo, Em
Cristo, venceremos a cruz, as contrariedades, as perseguições, para que, na
unidade do Espírito Santo, toda a nossa vida seja honra e glória a Deus Pai
todo-poderoso! Amem.
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