Padre Cesar Augusto,
SJ - Vatican News
J |
esus é Rei, mas de que modo? Seu agir e
suas palavras não deixam dúvidas: seu reino não é como os homens entendem. Ele
é um rei diferente.
Em primeiro lugar,
para tê-lo como rei é necessário que as pessoas tenham fé e exatamente por isso
sejam comprometidas com ele. É uma adesão profunda à sua pessoa e ao seu modo
de ser: pacificador, libertador, servidor a ponto de dar sua vida em favor de
seus súditos.
Ele nos diz no
versículo 37 do Evangelho de hoje: “..nasci e vim ao mundo para dar
testemunho da verdade”, e a verdade aí significa “fidelidade plena”.
Portanto Jesus é rei para nos testemunhar até o fim, através da cruz, que o
amor de Deus é fiel, que é dom de vida para as pessoas. Em seguida Jesus fala: “Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Ser da verdade significa
reconhecer a fidelidade de Deus e aderir ao serviço de proclamá-la, se
necessário com o sacrifício da própria
vida, como Jesus.
A segunda leitura,
tirada do Apocalipse, diz que “Jesus é a testemunha fiel, o primeiro a
ressuscitar dentre os mortos”. Jesus confirma a fidelidade do Pai e sua
primazia em ser o primeiro dos homens novos, da nova humanidade,
descentralizada de si mesma, mas voltada para o serviço, para a luta pela
dignidade do ser humano, mesmo que para isso tenha de se sacrificar.
Concluindo nossa reflexão, celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo, não é celebrar um poder que subjuga pessoas e se faz servir, mas, pelo contrário, é celebrar um rei que respeita e adora Deus-Pai e, por isso mesmo, coloca-se a seu serviço, no serviço do ser humano, lutando para que este seja mais fraterno, mais parecido com o próprio Deus. Ser súdito de Cristo é deixar-se elevar à dignidade de filho de Deus, de companheiro do Rei. É deixar os andrajos de escravo e revestir-se das vestes reais da justiça, da verdade e da paz.
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