sábado, 1 de novembro de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA A COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS – 02/11/2025

 

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 liturgia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, neste 2 de novembro de 2025, nos convida a meditar sobre a morte com o olhar da fé e da esperança, que têm seu fundamento na ressurreição de Jesus Cristo.

As leituras bíblicas escolhidas para este dia nos ajudam a ver a morte não como um ponto final, mas como uma passagem para o encontro definitivo com Deus. As leituras oferecem uma rica fonte de reflexão sobre a vida eterna e a vitória de Cristo sobre a morte.

Na Primeira Leitura (Jó 19,1.23-27a), o livro de Jó, no Antigo Testamento, nos apresenta um clamor de fé em meio ao sofrimento extremo. Jó, mesmo na dor e na injustiça, manifesta sua profunda certeza na ressurreição: "Eu sei que o meu Redentor está vivo e, por fim, se levantará sobre a terra". Sua fala representa a esperança de todos que enfrentam as perdas da vida sem perder a confiança em Deus, que é Senhor da vida e da morte.

Na Segunda Leitura (1Cor 15,20-24a.25-28), São Paulo, na sua carta aos Coríntios, explica que a morte de Adão trouxe a morte para todos, mas a ressurreição de Cristo trouxe a vida eterna para todos os que creem. Cristo é as "primícias dos que morreram", o que significa que ele é o primeiro a ressuscitar para a vida plena, garantindo a mesma esperança para os fiéis. Ao final, Cristo destruirá o último inimigo, a morte, para que Deus seja tudo em todos.

No Evangelho (Lc 12,35-40), Jesus nos exorta a estar vigilantes, como servos que esperam seu senhor voltar de uma festa de casamento. A vigilância, aqui, não é um medo, mas uma atitude de vida com sentido e propósito, vivendo como quem crê na eternidade. O Senhor virá em hora inesperada, mas os servos que forem encontrados acordados serão felizes e serão servidos por ele.

A celebração dos fiéis defuntos não é apenas um dia de saudade, mas um convite a renovar a fé na vitória de Cristo. A Igreja, ao longo de sua história, cultiva a memória dos que já partiram, visitando seus túmulos e oferecendo orações por eles.

A reflexão neste dia nos lembra que a nossa existência é frágil e necessita da graça divina. Rezamos em comunhão com aqueles que já se foram, fortalecendo a esperança na ressurreição e na vida eterna.

A fé nos ensina que podemos ser úteis aos que já faleceram por meio da oração, pedindo a Deus que os acolha em sua glória. Além disso, a vida é uma preparação para o encontro final com Deus, e a maneira como vivemos importa. Somos chamados a viver como ressuscitados, transformando o luto em compromisso de vida, fidelidade e solidariedade, mantendo as lâmpadas acesas até a vinda do Senhor.

Nesta solenidade, somos desafiados a refletir sobre a própria mortalidade e a viver com a certeza de que a morte não tem a última palavra. A ressurreição de Cristo transforma o medo da morte em esperança e a saudade em uma memória que se nutre da oração. A vida, como dizia São Josemaria Escrivá, é uma viagem e a morte, uma passagem para o último e definitivo encontro com Deus.


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