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este
Segundo Domingo do Advento, a liturgia nos coloca diante de uma figura
imponente e incômoda: João Batista, a "voz que clama no deserto".
A mensagem de João, extraída do Evangelho de Mateus (Mt
3,1-12), não é um convite à espera passiva do Natal, mas um grito urgente
de mobilização e conversão.
Em um mundo frequentemente marcado pela ansiedade,
pelo consumismo e pela indiferença, a mensagem do deserto ressoa com uma
clareza perturbadora. João Batista não prega a partir de um púlpito
confortável, mas do deserto, um lugar de despojamento e verdade. Ele nos
desafia a olhar para dentro de nossas próprias "veredas tortuosas" e
"caminhos esburacados" — as áreas de nossas vidas onde o orgulho, o
ressentimento e a falta de caridade impedem a chegada da paz.
A profecia de Isaías (Is 11,1-10) complementa
essa urgência com uma visão de um futuro glorioso: um reino de paz universal,
onde a justiça prevalece e a harmonia é plena. Esse "reino de paz"
não é uma utopia distante, mas o projeto de Deus que começa a se realizar em
nossos gestos cotidianos.
O Advento nos lembra que a fé exige frutos. João
Batista é incisivo ao alertar contra uma religiosidade vazia, meramente
ritualística: "Produzi, pois, frutos que provem a vossa conversão".
A verdadeira preparação para o nascimento do Salvador
manifesta-se no acolhimento ao próximo, na busca pela justiça social e na
transformação pessoal.
Que este Segundo Domingo do Advento nos inspire
a endireitar nossos caminhos e a viver uma esperança ativa, preparando o
coração não apenas para celebrar o Natal, mas para acolher o Senhor que vem,
todos os dias, em nossas vidas e em nossa comunidade.
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