quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

SERÁ QUE FOI DE PROPÓSITO?

Rainey Barbosa Alves Marinho
Vice-coordenador estadual do MFC ALAGOAS
Gestão 2013/2016

E
ssa semana fiquei pensando sobre famílias perfeitas, vidas perfeitas, projetos perfeitos e um universo perfeito. Esquisito não é? Irei explicar. Buscamos perfeição em tudo. Mas, como em um conto de estórias para crianças, seja da carochinha ou dos irmãos Grimm, nada disso existe de fato.

Quando criança, estudando lá no CEPA, em meus mais longínquos anos de escola, aprendi com uma tia da escola gorda e risonha a mágica dos conjuntos matemáticos. Ela explicava para a meninada o princípio que norteava o tema sempre em voz alta e cobrava logo as respostas: “conjunto vazio, conjunto unitário, qual a diferença fulano de tal?”.

Pois bem, como na matemática, um agrupamento de gente sempre me pareceu à soma dos conjuntos unitários. O individual junta-se ao coletivo somando forças com as outras partes para a estabilidade do conjunto.

Falando de família, todos buscamos formar as nossas como um grupo, onde o coletivo tem prioridade sobre o viver só. Se minha formação fosse de exatas acabaria meu texto aqui. Mas, tenho humanas em meu sangue, por isso vou colocar uma pitada de tempero na discussão. Penso que nas relações humanas o equilíbrio do núcleo familiar não encontra-se única e exclusivamente nos quereres do grupo. O sucesso da coletividade reside no prazer que o individual tem em participar do grupo e de seus projetos, gerando em si a sensação de felicidade.

Por isso, entendo que precisamos ficar atentos na felicidade das partes unitárias que compõem nossa família, a fim de que possamos proteger e defender o nosso conjunto. Nem sempre o projeto do coletivo caminha “pare-passo” com o do ser humano individual. Preocupo-me tanto com a explosão do grupo - por causas externas - como pela implosão - por fatores internos.

Complicado!!!

Também acho. Por isso viver em família é a arte de estabilizar nossas imperfeições, estimulando o melhor de cada um, sem, contudo, vivermos nossos sonhos pelos outros, nem tão pouco impor os nossos a eles.

Alguns podem até discordar de mim sobre o que penso a respeito de estabilizar imperfeições. Pois, digo a todos: "lutamos todos os dias contra nosso legado genealógico-social”. Somos a soma dos acertos e erros de nossos pais, avós e do meio social em que vivíamos e em que vivemos. Uma construção única, verdadeira e indissolúvel. Finita somente com a morte.

"Nossa como é difícil encontrar o equilíbrio para isso”. Em um mundo lépido e cheio de alternativas onde todas as informações estão ao alcance de nossas mãos via wi-fi, ser pai e mãe é extremamente “punk”, como dizia minha esposa que usa sempre essa palavra em situações inusitadas.

Olhando de certo modo, somos donos de uma pensão, lutando pela felicidade dos hóspedes co-proprietários – nossos filhos - nesse local dividimos de tudo, onde a parte mais importante e que não pode ser negada a nenhuma dos viventes da hospedaria é a afeição. Precisamos somente ter muito cuidado para não esperar que nossos motivos, razões e modo de amar sejam continuamente entendidos – nem sempre isso irá acontecer.

Não existe formula definitiva. Viver é assumir o imperfeito bailando a nossa volta, ainda mais quando se trata de família. Afinal, O mundo não teria graça sem conquistas e fracassos, amores e desilusões. Tudo faz parte de nossa construção enquanto seres humanos.

Somos o máximo da criação divina, o ponto mais alto da teoria Criacionista e apesar de tudo, até ele, o Todo Poderoso, aquele que tudo vê e sabe, não nos fez perfeitos.

Fico pensando:

- Será que ele fez de propósito?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Informe sempre no final do seu comentário o seu nome e a sua Cidade.