Rainey
Barbosa Alves Marinho
Vice-coordenador
estadual do MFC ALAGOAS
Gestão
2013/2016
E
|
ssa
semana fiquei pensando sobre famílias perfeitas, vidas perfeitas, projetos
perfeitos e um universo perfeito. Esquisito não é? Irei explicar. Buscamos
perfeição em tudo. Mas, como em um conto de estórias para crianças, seja da
carochinha ou dos irmãos Grimm, nada disso existe de fato.
Quando
criança, estudando lá no CEPA, em meus mais longínquos anos de escola, aprendi
com uma tia da escola gorda e risonha a mágica dos conjuntos matemáticos. Ela
explicava para a meninada o princípio que norteava o tema sempre em voz alta e
cobrava logo as respostas: “conjunto
vazio, conjunto unitário, qual a diferença fulano de tal?”.
Pois
bem, como na matemática, um agrupamento de gente sempre me pareceu à soma dos
conjuntos unitários. O individual junta-se ao coletivo somando forças com as
outras partes para a estabilidade do conjunto.
Falando
de família, todos buscamos formar as nossas como um grupo, onde o coletivo tem
prioridade sobre o viver só. Se minha formação fosse de exatas acabaria meu
texto aqui. Mas, tenho humanas em meu sangue, por isso vou colocar uma pitada
de tempero na discussão. Penso que nas relações humanas o equilíbrio do núcleo
familiar não encontra-se única e exclusivamente nos quereres do grupo. O
sucesso da coletividade reside no prazer que o individual tem em participar do
grupo e de seus projetos, gerando em si a sensação de felicidade.
Por
isso, entendo que precisamos ficar atentos na felicidade das partes unitárias
que compõem nossa família, a fim de que possamos proteger e defender o nosso
conjunto. Nem sempre o projeto do coletivo caminha “pare-passo” com o do ser humano individual. Preocupo-me tanto com
a explosão do grupo - por causas externas - como pela implosão - por fatores
internos.
Complicado!!!
Também
acho. Por isso viver em família é a arte de estabilizar nossas imperfeições,
estimulando o melhor de cada um, sem, contudo, vivermos nossos sonhos pelos
outros, nem tão pouco impor os nossos a eles.
Alguns
podem até discordar de mim sobre o que penso a respeito de estabilizar imperfeições.
Pois, digo a todos: "lutamos todos
os dias contra nosso legado genealógico-social”. Somos a soma dos acertos e
erros de nossos pais, avós e do meio social em que vivíamos e em que vivemos.
Uma construção única, verdadeira e indissolúvel. Finita somente com a morte.
"Nossa como é
difícil encontrar o equilíbrio para isso”. Em um mundo lépido e cheio de
alternativas onde todas as informações estão ao alcance de nossas mãos via
wi-fi, ser pai e mãe é extremamente “punk”,
como dizia minha esposa que usa sempre essa palavra em situações inusitadas.
Olhando
de certo modo, somos donos de uma pensão, lutando pela felicidade dos hóspedes
co-proprietários – nossos filhos - nesse local dividimos de tudo, onde a parte
mais importante e que não pode ser negada a nenhuma dos viventes da hospedaria
é a afeição. Precisamos somente ter muito cuidado para não esperar que nossos
motivos, razões e modo de amar sejam continuamente entendidos – nem sempre isso
irá acontecer.
Não
existe formula definitiva. Viver é assumir o imperfeito bailando a nossa volta,
ainda mais quando se trata de família. Afinal, O mundo não teria graça sem
conquistas e fracassos, amores e desilusões. Tudo faz parte de nossa construção
enquanto seres humanos.
Somos
o máximo da criação divina, o ponto mais alto da teoria Criacionista e apesar
de tudo, até ele, o Todo Poderoso, aquele que tudo vê e sabe, não nos fez
perfeitos.
Fico
pensando:
-
Será que ele fez de propósito?
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