James Magalhães de Medeiros |
James Magalhães de Medeiros
Grupo Mãos Dadas
MFC Maceió
E
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is que estamos a viver mais uma quaresma.
Através do profeta Joel somos convidados a voltar para o Senhor com o coração,
com jejuns, lágrimas e gemidos. Na leitura da segunda carta de São Paulo aos
Coríntios somos todos levados para no conciliar com Deus. Finalmente, no
evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus, somos conduzidos para sermos
humildes em nossa vida cristã, a fim de que possamos receber a recompensa do
Pai.
Nesse contexto, três pontos se destacam para
o nosso recolhimento cristão: o jejum, a oração, e a humildade, num mundo de
consumo, excludente e capitalista, que fomenta a cultura do bem-estar.
Com muita sabedoria, a Igreja Católica nos
convida para a Campanha da Fraternidade deste ano com o lema: É para a
liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1), e o tema: Fraternidade e tráfico
humano, a ser pensada durante a quaresma, como itinerário de libertação
pessoal, comunitária e social. Nas sábias palavras do papa Francisco, ditas em
Lampedusa, na Itália (2013): “A cultura
do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos
gritos dos outros; faz-nos viver como se fôssemos bolhas de sabão: são bonitas,
mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do
bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização
da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro; não nos diz respeito, não
nos interessa, não é responsabilidade nossa!”.
Na ilusão de ter uma vida melhor, muitas
pessoas são vítimas de organizações criminosas, transformando-se em objeto do
tráfico humano, considerada uma das atividades mais rentáveis nos últimos anos,
chamando a atenção de organismos e governos do mundo para o combate imediato a
esse tipo de crime. No editorial do jornal Gazeta de Alagoas, do dia 05/03,
segundo a Organização das Nações Unidas, o tráfico de pessoas movimenta
anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo, sendo que 85% são para
exploração sexual, cujas vítimas são crianças e adolescentes e de comunidades
carentes.
Vamos aproveitar bem o momento quaresmal para
meditarmos sobre a Campanha da Fraternidade de 2014, e também mudarmos a nossa
vida e tomarmos decisões em torno de questões tão dramáticas da condição de
pessoa humana. Precisamos nos afastar do nosso bem-estar pessoal e familiar, do
nosso imobilismo, para partilhar com o irmão excluído que necessita de nossa
ação. Não esqueçamos que somos apenas cinza, pó, e fim, nada mais, e que a
nossa passagem pelo planeta será lembrada pelas boas ações praticadas, enquanto
criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus.
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