segunda-feira, 25 de agosto de 2014

IDOLATRIA DO TER E DO PODER

James Magalhães de Medeiros
Grupo Mãos Dadas - MFC Maceió

A
pós ler artigo do meu querido amigo, Padre Pedro Teixeira Cavalcante, publicado no Jornal Gazeta de Alagoas, de 03 do corrente mês e ano, titulado: O Profeta Oseias e a Idolatria, comecei a meditar sobre o assunto e logo me veio a ideia de aprofundá-lo, principalmente no que diz respeito ao ter e ao poder. O interessante é que tudo que o profeta diz sobre Israel daquele tempo, pode e deve ser aplicado ao nosso tempo, ao tempo de hoje, como bem salienta o nosso sacerdote e teólogo. E o exemplo vamos encontrar, com bastante potencialidade, durante as tentações do diabo a Jesus, nos quarenta dias de penitência, antes de começar a sua vida pública, numa verdadeira idolatria do poder/autoridade.

Realmente não podemos dissociar o poder, eticamente falando, da ideia de autoridade, visto que pela quantificação do poder, pode-se medir a força da autoridade nas relações em que se manifesta. Logo, não deve pairar dúvida, de que as ideias de autoridade e poder estão intimamente ligadas a uma satisfação ética, que denominamos vontade. Daí afirmar Gustavo Korte, em texto publicado na Revista Brasil-Alemanha, “A manifestação da autoridade, tanto diante de quem quer como de quem não quer, prevalecerá somente se a quantidade de forças que definem o seu poder bastar para vencer as que lhe são contrárias”.

Assim é que, em cada um de nós, enquanto ser humano e variando quantitativamente, pode ser observado um dever ético, que se revela na tentativa de realização do que lhe aparenta justo. Não esqueçamos que a autoridade e o poder somente poderão ser quantificados e medidos, após testados frente aos fenômenos sobre os quais têm potencialidade e presumida capacidade de resolução.

É fácil, pois, a conclusão de que a formação moral individual é a segurança e o limite da ética no ter e no exercício do poder/autoridade. Tudo fica a depender da força moral ou grandeza ética de quem detém o tal poder/autoridade, para que haja equilíbrio no que é reto, impossibilitando que as forças imorais - a corrupção e a vontade de corromper – atuem negativamente no caminho da ética e do justo.

Vivemos em um mundo em que o ter, o sempre ter mais, sufoca a razão do ser, do ser verdadeiro, capaz de construir um mundo melhor e uma sociedade igualitária, tendo a ética e o justo como alicerces de um novo tempo, um tempo de amor e de paz. Assim, direcionado nesse contexto, vamos encontrar pessoas tão sedimentadas no ter, que só conseguem viver e conviver com a autoridade, com o poder, ou seja, não conseguem caminhar fora das sarjetas do ter e do poder/autoridade.

Concluindo, transcrevo parágrafo do texto de autoria do sacerdote acima referido: “Hoje, grande parte da população do mundo idolatra o dinheiro, o sexo, as dignidades, o prestígio, o poder. Para tanto, muita gente é capaz de fazer de tudo, assaltando, matando, roubando, destruindo a vida dos outros”.      


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