James Magalhães de Medeiros
Grupo Mãos Dadas - MFC Maceió
A
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pós ler artigo do meu querido amigo, Padre Pedro Teixeira Cavalcante, publicado no Jornal Gazeta de Alagoas, de 03 do
corrente mês e ano, titulado: O Profeta Oseias e a Idolatria, comecei a meditar
sobre o assunto e logo me veio a ideia de aprofundá-lo, principalmente no que
diz respeito ao ter e ao poder. O interessante é que tudo que o profeta diz
sobre Israel daquele tempo, pode e deve ser aplicado ao nosso tempo, ao tempo
de hoje, como bem salienta o nosso sacerdote e teólogo. E o exemplo vamos
encontrar, com bastante potencialidade, durante as tentações do diabo a Jesus,
nos quarenta dias de penitência, antes de começar a sua vida pública, numa
verdadeira idolatria do poder/autoridade.
Realmente não podemos dissociar o poder,
eticamente falando, da ideia de autoridade, visto que pela quantificação do
poder, pode-se medir a força da autoridade nas relações em que se manifesta.
Logo, não deve pairar dúvida, de que as ideias de autoridade e poder estão
intimamente ligadas a uma satisfação ética, que denominamos vontade. Daí
afirmar Gustavo Korte, em texto publicado na Revista Brasil-Alemanha, “A
manifestação da autoridade, tanto diante de quem quer como de quem não quer, prevalecerá
somente se a quantidade de forças que definem o seu poder bastar para vencer as
que lhe são contrárias”.
Assim é que, em cada um de nós, enquanto ser
humano e variando quantitativamente, pode ser observado um dever ético, que se
revela na tentativa de realização do que lhe aparenta justo. Não esqueçamos que
a autoridade e o poder somente poderão ser quantificados e medidos, após
testados frente aos fenômenos sobre os quais têm potencialidade e presumida
capacidade de resolução.
É fácil, pois, a conclusão de que a formação
moral individual é a segurança e o limite da ética no ter e no exercício do
poder/autoridade. Tudo fica a depender da força moral ou grandeza ética de quem
detém o tal poder/autoridade, para que haja equilíbrio no que é reto, impossibilitando
que as forças imorais - a corrupção e a vontade de corromper – atuem
negativamente no caminho da ética e do justo.
Vivemos em um mundo em que o ter, o sempre
ter mais, sufoca a razão do ser, do ser verdadeiro, capaz de construir um mundo
melhor e uma sociedade igualitária, tendo a ética e o justo como alicerces de
um novo tempo, um tempo de amor e de paz. Assim, direcionado nesse contexto,
vamos encontrar pessoas tão sedimentadas no ter, que só conseguem viver e
conviver com a autoridade, com o poder, ou seja, não conseguem caminhar fora
das sarjetas do ter e do poder/autoridade.
Concluindo, transcrevo parágrafo do texto de
autoria do sacerdote acima referido: “Hoje, grande parte da população do
mundo idolatra o dinheiro, o sexo, as dignidades, o prestígio, o poder. Para
tanto, muita gente é capaz de fazer de tudo, assaltando, matando, roubando,
destruindo a vida dos outros”.
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