Judinara Braz |
Levar
todo o estresse para casa e viver a partir dele pode ser um risco
Judinara Braz
Psicóloga
especializada em Análise do Comportamento
P
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or
que estamos estressados? O nosso estresse é produto da vida familiar ou da
rotina profissional que vivemos? O que nos causa esse mal? Conflitos
familiares? Crises financeiras? Solidão? Ausência de uma vida social? Ou será
que estamos precisando dar um novo sentido à nossa vida?
Quando
nos encontramos estressados, não há como não levarmos essa sensação para nossa
casa ou para o trabalho. Não fomos criados para ser um em cada lugar. Quando
estamos com muitos problemas familiares, é muito difícil não os levar para
nossa vida profissional. Quer seja no desempenho, na alegria, na agilidade,
enfim, de uma forma ou de outra, seremos atingidos em qualquer que seja o
ambiente que estejamos. Uns mais, outros menos.
Mas,
o que seria estresse? Como podemos identificá-lo? Como podemos saber o grau que
ele se encontra em nosso organismo? Estresse
é um termo que se vulgarizou nos últimos tempos. Da criança ao idoso, todos se
queixam desse mal. Queixa-se de estresse o Pai, que chega após uma jornada de
trabalho e do trânsito pesado. Queixa-se a dona de casa, que enfrentou as
atividades domésticas, profissionais e os cuidados dos filhos. Queixa-se o
filho por causa do excesso de atividades extraescolares. Neste tempo
pós-moderno, quase todos se queixam. Mas o estresse a que estamos nos referindo
vai além do cansaço e da exaustão que uma boa noite de sono pode resolver,
revigorando e recompondo as forças.
O
estresse ao qual nos reportamos, neste texto, caracteriza um mecanismo
fisiológico do nosso organismo. Trata-se de um comportamento afetado por
estímulos aversivos capaz de alcançar todos os humanos. Portanto, não estamos
falando simplesmente de algo comportamental, mas de algo que, quando caímos na
real, nos encontramos com batimentos cardíacos acelerados; pressão arterial
aumentada; músculos enrijecidos e tantos outros sinais que revelam o estresse
que estamos vivendo diante de situações próprias do dia a dia ou até mesmo
inesperadas. Mas sempre situações que nos deixam ameaçados, muitas vezes, sem o
devido controle.
Acúmulos
de problemas, crises financeiras, relação instável no casamento, morte de
alguém muito querido, aborrecimento no trânsito e brigas são situações que
provocam consequências sérias para o nosso organismo. Segundo Alexandre
Meleiro, apesar do estresse ser uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver, a
frequência do estímulo estressante faz com que aumentem os riscos com a nossa
saúde e com as nossas relações familiares e profissionais. Portanto, precisamos
perceber os sinais do estresse em nossa vida.
Alexandre
afirma, se a pessoa notar que já não se levanta com a mesma disposição, a mesma
energia para desempenhar suas atividades diárias, que se irrita com os outros
facilmente, que seu comportamento está fugindo do padrão habitual, se não
consegue dormir, ou mesmo dormindo a noite inteira, não acorda descansada, pois
o sono não foi tranquilo e reparador, precisa ficar atenta. Às vezes, o que é
estressante para um indivíduo, pode não significar nada para outro. A reação de
cada um está vinculada à genética, ao temperamento, à personalidade, à maneira
de perceber e assimilar as situações.
LEVAR OU NÃO O
ESTRESSE PARA CASA?
Entendendo-o
como um mecanismo fisiológico que pode se tornar crônico, o ideal será perceber
como estamos convivendo, o que as pessoas estão observando em nosso
comportamento.
Precisaremos
ter humildade e retomar a vida na convivência familiar. A impaciência e o excesso de
exigência acabam por deixar os relacionamentos infelizes. Se
insistirmos, em especial no casamento, poderemos estar comprometendo a nossa
vida sexual, financeira e afetiva com o nosso cônjuge. Com os filhos e amigos
não será diferente.
Contudo,
a família precisa compreender esse estado tão delicado, desrespeitado e
conhecido por muitos como frescura, dondoquisse,
doença de rico etc. Podem ser os pais ou até os próprios filhos. Faz-se
necessário o respeito, a aceitação desse estado para que juntos, um possa
ajudar o outro a superar os motivos que tem provocado tal situação. De repente,
a realização de uma viagem, a autonomia nos trabalhos domésticos por partes de
todos os membros da família, o constante diálogo, o mimo, são atitudes que
poderão tornar a pessoa que está sofrendo de stress consolada, acolhida e
feliz.
Concluímos,
portanto, afirmando que o problema não está em levar o estresse do trabalho
para casa. Mas sermos verdadeiros diante nossos familiares ou colegas de
trabalho e comprometidos em superar esse estado. E, sem nenhum tipo de
vitimização, mas com o apoio de toda esta pessoa deverá encontrar uma abordagem
terapêutica adequada para ser acompanhado, fazer ginástica, desenvolver o
comportamento de autocontrole, participar do grupo de oração da sua paróquia,
rever amigos… Enfim, reconhecer-se como está e dar passos para melhora. O
problema será a ausência desta consciência e não a presença do estresse.
Que tal desligar o celular, dar tchau ao WattsApp, curtir
a vida e descansar?
Fonte: PORTAL CANÇÃO
NOVA
Judinara Braz é
Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada
em Análise do Comportamento. Autora do Livro SALA DE AULA, A VIDA COMO ELA É.
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I, em Feira de Santana (BA).
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