Padre Geraldo Afonso
Administrador paroquial
Paróquia Senhora Sant´Ana de Patis – MG
I
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nstituída na Igreja
pelo papa Urbano IV em 1264 através da Bula “Transiturus de hoc mundo ad
patrem”, (Passagem deste mundo para o Pai) É a festa de Corpus Christi
uma grande solenidade que visa reviver e comemorar a instituição da eucaristia
da quinta-feira santa. Além de fazer memória a este evento, toda a Igreja
universal celebra a eucaristia convencida de que, através do pão consagrado,
Jesus permanece conosco “todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28,20).
No mais, a Igreja tem consciência de que este sacramento é por excelência o
alimento indispensável a sua jornada terrena, pois “o pão que eu darei é a
minha carne dada para a vida do mundo” (disse Jesus) João 6,51. “Pois a minha carne é verdadeiramente uma
comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida” (Jo 6,55). E este
alimento “Não tende a nada mais do que tornar-nos aquilo que recebemos”. É
visto também, como o alimento que nutre a Igreja e nos fortalece para a missão.
Como dizia São João
Paulo II: “Para evangelizar o mundo, necessita-se de apóstolos peritos na
celebração, adoração e contemplação da eucaristia”. No mais, lembra-nos o
Concílio Vaticano II, que este alimento (a Eucaristia) “é fonte e ápice
de toda a evangelização”. Visto por este viés, a Igreja estará sempre em perigo
uma vez que ela deixar de nutrir-se deste tesouro que é a eucaristia, em
detrimento de deturpações provenientes de ideologias pagãs. Embora Cristo
esteja oculto nas aparências do pão e do vinho, Ele se revela a nós nos pobres
e abandonados e nos desafia como cristãos a acolhê-los. “Em verdade vos digo:
cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos pequeninos, a mim o fizeste” (MT
25, 40).
Um dos pontos altos
desta celebração de Corpus Christi, além da santa missa, é a tradicional
procissão eucarística. Na maioria das vezes o cortejo com o Santíssimo é feito
a pé pelo bispo local, padres, diáconos ministros extraordinários da eucaristia
e os fiéis, porém, nada impede que Ele seja conduzido em um veículo decorado
com motivos religiosos. O incenso, as velas, aos toques dos sinos e os cantos (Tantum
Ergo Sacramentum e etc…) conferem a esta celebração um clima de santidade e
solenidade. As ruas por onde vai passar o cortejo, também são decoradas com
tapetes confeccionados de serragens coloridas, borras de cafés e outros
materiais. Assim, entre louvores e cantos de reverência o povo se vê nas
palavras de Isaías que conclama: “Exulta e louva o senhor, ó casa de Sião,
porque o Grande, o Santo de Israel está no meio de ti” (Is 12,6). É um
acontecimento místico sublime e inefável, onde o Divino é o autor principal e o
ser humano contempla a sua passagem, porém, sem abarcar sua real grandeza. Os
fiéis por sua vez, interagem, cada qual à sua maneira com o Deus de Jesus
Cristo que assumiu a nossa história e caminha conosco. Com este Deus que viveu
de forma plena e extraordinária a nossa natureza, exceto o nosso pecado. O Deus
próximo, designado do céu (Mt 1,20 / Lc 1, 31-32) mas que também é Deus
dos pobres e abandonados (Lc 16, 19-30/ Lc 21 1-4). O ungido do Espírito
Santo que veio “para evangelizar os pobres (…) “anunciar a boa-nova aos
pobres (…) e “por em liberdade os oprimidos” (Lc 4, 18-19).
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