segunda-feira, 31 de agosto de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
sábado, 29 de agosto de 2020
REFLEXÃO LITÚRGICA DO XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 30/08/2020
“JESUS
RETRIBUIRÁ A CADA UM
DE ACORDO COM
A SUA CONDUTA!”
Pe. Leomar
Antonio Montagna
Arquidiocese
de Maringá – PR
N
|
a Liturgia deste XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM, veremos, na 1ª Leitura (Jr 20, 7-9),
o drama interno de alguém que se entrega completamente à atividade profética e
sofre hostilidade e perseguição. Frente aos desafios, o profeta Jeremias não
encontrou apoio nem na sua família nem na sociedade, sofreu angústia, crise
pessoal e pensou em abandonar a sua missão profética. Fácil seria acomodar-se
para ganhar o êxito e o aplauso! Os profetas verdadeiros, os cristãos
verdadeiros, não costumam ser populares e, frequentemente, terminam mal por
denunciar injustiças. O profeta é a figura de Jesus no seu caminho de paixão e
de todo cristão que quiser ser consequente com a sua fé. Algumas vezes, o
profeta tem a tentação de cair fora ou até de deixar de existir: “Maldito
o dia em que nasci! Nem abençoado seja o dia em que minha mãe me deu à luz.
Maldito o homem que levou a notícia a meu pai e que o cumulou de felicidade ao
dizer-lhe: Nasceu-te um menino! Por que não me matou, antes de eu sair do
ventre materno?! Minha mãe teria sido meu túmulo e eu ficaria para sempre
guardado em suas entranhas! Por que saí do seu seio? Para só contemplar
tormentos e misérias, e na vergonha consumir meus dias?” (Jr 20,
14-17).
Mas, sustentado pela
Palavra, não desiste e, pela Palavra, compreende sua missão: “Foi-me
dirigida nestes termos a palavra do Senhor: Antes que no seio fosses formado,
eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te
havia designado profeta das nações. Porquanto irás procurar todos aqueles aos
quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar. Não deverás temê-los
porque estarei contigo para livrar-te. Eis que coloco minhas palavras nos teus
lábios. Vê: dou-te hoje poder sobre as nações e sobre os reinos para arrancares
e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares” (Jr
1, 4-10). Por fim, o profeta percebe que Deus está ao seu lado, amparando-o
com sua presença e força, então, sua confiança em Deus permanece inabalável.
Na 2ª Leitura (Rm
12, 1-2), Deus nos faz um apelo: “Não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais
discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é
perfeito”.
No Evangelho (Mt
16, 21-27), apresentamos algumas chaves de leitura para uma melhor
compreensão:
1ª) Jesus vai à
Jerusalém, isto é, assume o compromisso com a cruz: renúncia,
aceitação. Essas são as condições para o seguimento: renunciar a ser o centro
de si mesmo ou a buscar o caminho mais fácil, ter medo das consequências. Não
fazer como Pedro, que queria um caminho mais fácil, triunfante, vencer a
qualquer preço, queria um Jesus bem-sucedido, Jesus do sucesso, com isso,
tornou-se um obstáculo ao Reino. Jesus vence essa tentação. Alguns querem
seguir Jesus do jeito que pensam, imaginam ou querem, mas não necessariamente
devemos oferecer ao povo o que este quer, mas o que precisa.
Alguns querem que toda
a Igreja seja reduzida à sua ‘pequena cabecinha’. Sempre comento: “É
melhor errar com a Igreja do que querer acertar sozinho”.
2ª) Jesus é o
centro: “Convém que Ele cresça e eu diminua”. O mundo e os
bens não são o fim último para o ser humano. É preciso renunciar aos apegos,
mesmo aos mais afetivos. O mundo se torna menos humano à medida que deixamos de
seguir o Cristo, isto é, perdemos o sentido do sobrenatural. A economia, o
lucro, não podem comandar tudo, isso levaria a perdas humanas, ecológicas,
sociais, espirituais etc.
3ª) Jesus retribuirá
a cada um de acordo com sua conduta: O céu ou o inferno começam aqui, na
história. O ser humano é o único que sabe e pode antever o seu fim. Mas aqui
mesmo, antes de passarmos à vida eterna, há recompensas existenciais
importantes quando nos doamos ao que é bom e justo. Quando ajudamos, quando
somos generosos, ficamos felizes. Devemos permitir aos outros que, também, nos
ajudem. O Senhor espera que façamos o bem nas coisas de nosso dia a dia.
Recentemente, o Papa
Francisco assim se expressava, em uma de suas homilias:
Quando tocamos
em algo, deixamos as nossas impressões digitais. Quando tocamos as vidas das pessoas,
deixamos nossa identidade. A vida é boa quando você está feliz; mas a vida é
muito melhor quando os outros estão felizes por causa de você. Seja fiel ao
tocar os corações dos outros, seja uma inspiração. Nada é mais importante e
digno de praticar do que ser um canal das bênçãos de Deus. Nada na natureza
vive para si mesmo. Os rios não bebem sua própria água; as árvores não comem
seus próprios frutos. O sol não brilha para si mesmo; e as flores não espalham
sua fragrância para si. Jesus não se sacrificou por si mesmo, mas por nós.
Viver para os outros é uma regra da natureza. Todos nós nascemos para ajudar
uns aos outros. Não importa quão difícil seja a situação em que você se
encontra; continue fazendo o bem aos outros.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos
para o Reino de Deus.
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
terça-feira, 25 de agosto de 2020
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
domingo, 23 de agosto de 2020
sábado, 22 de agosto de 2020
REFLEXÃO LITÚRGICA DO XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM – 23/08/2020
“TU ÉS O
MESSIAS, O FILHO DO DEUS VIVO!”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF
N
|
este quarto domingo do
mês de agosto, a nossa Igreja nos convida a rezar pela vocação dos fiéis
leigos. O Concílio Vaticano II ensina que “aos leigos pertence por vocação
própria buscar o reino de Deus tratando e ordenando segundo Deus os assuntos
temporais” (LG 31). Os leigos participam segundo a própria vocação
da única missão evangelizadora e salvífica da Igreja.
O profeta Isaías vê na
destituição de Sobna e na nomeação de Eliacim como superintendente real a
ocasião para falar do modo como Deus, por sua providência, se faz o verdadeiro
guia do seu povo ao longo da história. Este episódio permite ver que a história
de Israel é na verdade história de salvação do gênero humano. Ao entregar a
chave da casa de Davi a Eliacim, Deus o reveste de autoridade, para conduzir
como um pai os habitantes de Judá. A autoridade humana, como é a de Eliacim,
iluminada pela fé pode governar com justiça e expressar a paternidade de Deus: “ele
será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá” (Is.
22,21).
Mateus nos permite ver
na “chave de Davi” entregue a Eliacim para governar a Jerusalém da terra
uma antevisão das “chaves do reino dos Céus” (Mt. 16,19). Estas
chaves, Jesus as entrega a Pedro para governar com autoridade a Igreja
constituída sobre a rocha, que é o próprio Cristo. Jesus torna Pedro
participante da Sua missão de Pastor: “Tu és Pedro; sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mt. 16,18). Aqui se vê o papel proeminente de Pedro entre os Doze e
junto com eles. Não se trata de um papel de mediação, pois somente Jesus, o
Filho, é Mediador. Mas Pedro, e com ele os demais apóstolos, são o fundamento
da Igreja do Deus vivo. Se esta missão de Pedro comporta algo de único no
tempo, é necessário alguns aspectos continuem através dos séculos na Igreja,
mediante a sucessão apostólica. A missão de Pedro será transmitida aos seus
sucessores em Roma, pois lá, na colina Vaticana, ele testemunhou a fé
derramando o sangue por amor a Cristo.
Mas Pedro recebeu esta
missão única somente após ter declarado a Jesus: “Tu és o Messias, o filho
do Deus vivo”. Pedro proclamou em nome próprio e da Igreja a fé na
divindade de Jesus, superando as muitas opiniões, que ontem como hoje, querem
Jesus à condição de um homem bom, exemplar, mas simplesmente homem. Jesus louva
Pedro: “Feliz de ti, Simão, Filho de Jonas, porque não foram a carne e o
sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus”.
A vocação dos fiéis
leigos é, portanto, dar na vida quotidiana o testemunho da “profundidade da
riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus” (Rm. 1,33) que revelou a
Pedro que Jesus é o Messias, o filho do Deus vivo.
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Cônego Manoel Henrique comemora 47 anos de sacerdócio
Cônego Manoel Henrique de Melo Santana |
"O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus.
Quando virdes o padre, pensai em
Nosso Senhor Jesus Cristo.”
São João Maria Vianney
O
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nosso querido PADRE
MANOEL HENRIQUE DE MELO SANTANA (atualmente, Cônego), que por
muitos anos foi assessor eclesiástico atuante do MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO
EM ALAGOAS, celebrou no último dia 15 de agosto, seu 47º ANIVERSÁRIO DE
ORDENAÇÃO SACERDOTAL.
Pelas mãos de Dom Adelmo Machado - arcebispo
metropolitano de Maceió, na Catedral de Maceió, recebeu o sacramento do
presbiterato, seguindo todo ritual da Liturgia de Paulo VI. Um outro
inesquecível assessor eclesiástico do MFC, Padre Celso foi quem o ensinou a
celebrar as Santas Missas.
O então PADRE MANOEL HENRIQUE voltou para o
Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, e, como aluno padre, terminou seu
curso de Teologia. A Teologia que era marcada pelo espírito do Concílio do
Vaticano II.
Viçosa, Cajueiro, Pilar e Maceió (Ponta Verde e
Tabuleiro Novo), foram suas paroquias. Na Arquidiocese de Maceió, foi
Vigário Episcopal. Na Comissão Regional do Clero, substituiu o Padre José
Edwaldo Gomes, de Casa Forte, em Recife. Na CNBB, em Brasília, ocupou a
Presidência da Comissão Nacional do Clero. Presidiu os primeiros Encontros
Nacionais de Padres. De posse de sua memória, voltou a se encontrar com os
padres, fortalecer a caminhada dos companheiros, em tempos e lugares
completamente diferentes. Na ESMAL – Escola Superior da Magistratura, ocupou o
cargo de Coordenador Pedagógico, alcançando índices excelentes no cenário
nacional.
CÔNEGO MANOEL HENRIQUE tem formação acadêmica
invejável: Títulos de Membro do Núcleo de Pesquisa do CESMAC e da Universidade
Católica de Pernambuco; Mestrado em Ciência da Religião na Universidade
Católica de Pernambuco; Coordenador do Curso de Teologia do CESMAC; Professor de Teologia do Curso de Teologia
do CESMAC e da Universidade Federal de Alagoas; Especialização em ENSINO
RELIGIOSO; Graduado pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da
Assunção no curso de Bacharel em Teologia; Pontifícia Universitá Facoltá di
Teologia Gregoriana – Roma; Graduação em Curso de Teologia Bíblica da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Mogi das Cruzes; Graduação em Curso de
Teologia no Seminário Arquidiocesano São José, Rio Comprido-RJ; Graduação em
Filosofia na Escola Teológica da Congregação Beneditina – RJ; Doutorando na
Université Grenoble 3, na França.
Em seu currículo consta ainda o curso de Pedagogia
Catequética; realizado no Palácio Arquiepiscopal, em Belém – PA; Curso sobre
"UMA REFLEXÃO SOBRE POESIA" na Faculdade de Filosofia de Campo Grande
- RJ; Curso de Higiene Mental do Comportamento Humano no Serviço Social da
Indústria; Curso de Estudo de Problemas Brasileiros na Educação, na Faculdade
de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, no Rio de Janeiro – RJ.
No MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO, participou
com destacada atuação dos Encontros Nacionais (ENA) em Araraquara-SP e Vila
Velha-ES, de inúmeras Nucleações do MFC MACEIÓ, Palestras, Encontros
Quaresmais, Encontros Regionais e Estaduais, Retiros e outros inúmeros eventos
organizados pelo MFC.
Celebrar aniversário de ordenação sacerdotal é
celebrar a vida. E momento de rendemos os nossos louvores a Deus pelo sim do CÔNEGO
MANOEL HENRIQUE, pois compreendemos que o sacerdócio é uma linda vocação. É
dar ouvidos ao chamado de Deus. É renúncia. É abrir mão da família, do conforto,
dos amigos, para ofertar-se a Deus! É querer Jesus todo e ser todo de Jesus!
Parabéns, CÔNEGO MANOEL HENRIQUE DE MELO SANTANA!
O Movimento Familiar Cristão se alegra por tê-lo conosco e poder
celebrar seus 47 ANOS DE SACERDÓCIO e lhe deseja vida longa, com saúde,
paz e sonhos realizados.
Que Deus o abençoe, hoje e sempre!
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
domingo, 16 de agosto de 2020
sábado, 15 de agosto de 2020
REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA – 16/08/2020
“APARECEU NO
CÉU UM GRANDE SINAL!”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF
E
|
nquanto contempla o
mistério da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria aos céus em corpo e alma, a
Igreja no Brasil se dedica neste domingo a refletir sobre a vocação à Vida
Consagrada, como expressão da presença de testemunhas e sinais do Reino de Deus
presente e atuante na história. Suplicamos com a Virgem Mãe elevada à glória
dos Céus que muitos irmãos e irmãs se disponham a discernir a própria vocação
para o seguimento de Jesus através da profissão dos conselhos evangélicos de
castidade, pobreza e obediência.
A primeira leitura,
extraída dos capítulos 11 e 12 do Apocalipse apresenta o grande sinal da “mulher
que tem o sol por manto, a lua sob os pés, e uma coroa de doze estrelas na
cabeça” (Ap 12,1). Nela, a piedade e a iconografia católica
reconhecem a Virgem Imaculada que foi assunta ao céu. Nela a Tradição da Igreja
reconhece a imagem da Igreja, o novo povo de Deus, sempre ameaçada pelo Dragão
infernal. Nessa página da Revelação, o Dragão significa ao mesmo tempo a antiga
serpente (Gen. 3,15) e os poderes mundanos, causa segunda da ação
diabólica daquele que é o homicida, dos que então como hoje perseguem à morte
os discípulos de Jesus. No dogma da Assunção da Virgem Maria, proclamado por
Pio XII, dia 1 de novembro de 1950, a Igreja nos ensina que não há comparação
entre os sofrimentos do tempo presente e a glória que nos está reservada no céu
(cf Rom 8,18). Conforme às promessas feitas por Deus já no
protoevangelho (Gen 3,15) a antiga serpente é derrotada pela
descendência da mulher, abrindo-nos assim o caminho da vida. A Igreja aplica à
Santíssima Virgem e ao amor esponsal da vida consagrada as palavras do salmo
44, rezado neste domingo.
Na primeira Epístola
aos Coríntios, descobrimos o fundamento da graça da Assunção de nossa Senhora
precisamente na vitória de Cristo sobre a morte e sobre todos os principados e
potestades. A antiga serpente foi posta debaixo dos pés do Ressuscitado e já
não tem poder sobre os redimidos.
Do evangelho (Lc
1,38-56) a Igreja aprende a perpetuar no tempo o seu Magnificat pelas
grandes coisas realizadas na história através da jovem Myriam de Nazaré. E
assim, no seio da assembleia orante, os consagrados e consagradas unem sua voz
à da Igreja para celebrar a glorificação da Mãe do Senhor: “Hoje, a Virgem
Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja
triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho, pois
preservastes da corrupção da morte aquela que gerou, de modo inefável, vosso
próprio Filho feito homem, autor de toda a vida” (Prefácio).
A Liturgia a este ponto
prossegue aclamando a esperança da glória eterna, unindo a Igreja peregrina à
triunfante para cantar o hino ao Deus três vezes santo, fonte de todos os dons.
Confiantes na materna
intercessão de Maria Assunta, peçamos a Deus santas vocações para a vida
Consagrada em nossa amada Igreja Católica Apostólica Romana.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
terça-feira, 11 de agosto de 2020
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
domingo, 9 de agosto de 2020
sábado, 8 de agosto de 2020
REFLEXÃO LITÚRGICA DO XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A – 09/08/2020
“JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS!”
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Bispo
Emérito de Santo Amaro – SP
A
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pós despedir o povo e
enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a
fim de orar”. Retira-se para a montanha, para perto de Deus. Silêncio e
solidão. Logo após, Ele vai ao encontro de seus discípulos, que, num barco, se
dirigiam a Cafarnaum. “Na quarta vigília da noite”, nos primeiros
albores do dia, Jesus se aproxima deles “caminhando vida e estilo sobre o
mar”. Soprava um vento forte e impetuoso, quando eles avistam, em meio às
águas encapeladas, um vulto que se aproxima. Vendo aquilo, sentiram medo e
chegaram a exclamar: “É um fantasma!”
Assustados, eles viam o
vulto se aproximar, andando sobre as águas. Mas exatamente naquele instante,
ouviu-se uma voz serena que os tranquilizava: “Não temais, sou eu!”
Imediatamente, eles reconhecem que é o Mestre, que faz menção de passar
adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Provocação para despertá-los à
responsabilidade da liberdade, pois Deus é aquele que passa. Assim se deu na
primeira Páscoa do Egito ou nas grandes visões de Moisés ou de Elias, como
também na sua vinda entre os homens. “Jesus não acorre logo para salvar os discípulos,
observa S. João Crisóstomo, mas os instrui, através do temor, a afrontar os
perigos e aflições”.
A resposta do Senhor: “não
temais”, recorda a promessa a Isaías: “Não temais, pois eu estou convosco”,
isto é, “crede unicamente”. Para os Apóstolos, suas palavras são um
apelo para que eles estejam abertos interiormente à presença divina, sempre
surpreendente. Nesse sentido, ao concluir: “Sou eu”, Jesus lembra as
manifestações inauditas de Deus, conduzindo o povo de Israel no deserto, como
agora Ele o faz, acompanhando de modo inefável o seu povo à Jerusalém celeste.
Do mesmo modo que o
Pai, Jesus exige dos discípulos confiança e entrega irrestrita, atitude fundamental,
graças à qual eles participarão do seu poder, significado no fato de Ele
permitir que Pedro, representante dos Doze, caminhe sobre as águas. Caso
afundem ou vacilem, não lhes
faltará sua mão
misericordiosa, que os conduzirá ao barco, onde estarão em companhia do seu Mestre
e alcançarão a serenidade (apátheia) e o repouso (hesychia). “Assim
que subiram ao barco, o vento amainou”.
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
terça-feira, 4 de agosto de 2020
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
domingo, 2 de agosto de 2020
sábado, 1 de agosto de 2020
REFLEXÃO LITÚRGICA DO XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A – 02/08/2020
“DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese de Brasília - DF
N
|
este primeiro domingo
do mês de agosto, próximo da memória litúrgica do Cura d’Ars, a Igreja nos
convida a meditar sobre as vocações ao ministério ordenado e a rezar pelos
sacerdotes. A liturgia dominical descortina algumas características marcantes
missão de Cristo, que devem impregnar a vida dos bispos e presbíteros.
Os escritos de Isaías (Is.
55,1-3), aludem aos tempos do exílio da Babilônia. Os exilados, torturados
pela fome e pela sede, tentavam conseguir com as próprias forças o bem-estar.
Deus convida os exilados a procurar n’Ele os bens fundamentais: “apressai-vos,
vinde e comei”. E os convida a confiar na liberalidade com que os ama: “vinde
comprar sem dinheiro”. Deus convoca os famintos a crer na Sua Palavra.
Neste tempo de graves dificuldades, é bem fácil perguntar a Deus se Ele ainda
mantém suas promessas. Ao sentir a tentação de pedir que transforme as pedras
em pão, vamos ouvir de Jesus: “Não só de pão vive o homem, mas de toda
palavra que procede da boca de Deus”.
A multiplicação dos
pães (Mt 14,13-21) alude aos sinais de Jesus que cumprem as promessas
messiânicas. Ao sair do barco, Jesus vê uma grande multidão, se compadece
deles, curando os que estavam doentes. O Messias compassivo que cura os
enfermos e passa o dia a ensinar. Ao cair da tarde, os discípulos sugerem mande
embora as multidões cansadas para comprarem comida nos povoados. A compaixão
dos discípulos não se traduz em iniciativas aptas a saciá-los. Jesus ordena aos
discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ficam perplexos: só têm
cinco pães e dois peixes. Jesus, com gestos que conhecemos bem, toma os pães e
os peixes, olha para o céu e pronuncia a bênção. Depois parte o pão e os
peixes. Dá-os aos discípulos para que distribuam às multidões. Envolve os
discípulos na sua missão messiânica: tem compaixão, ensina, dá de comer através
das mãos daqueles que nada tinham de próprio para dar a não ser os míseros
cinco pães e dois peixes. É o banquete messiânico. Deus não se cansa de
derramar os seus bens para o povo que ama qual Sua Esposa. Esta cena aponta
para a Eucaristia e o ministério daqueles a quem Jesus dirá depois: “Fazei
isto em memória de mim”. Deus cumpre as promessas em Jesus e por meio dos
que Ele constitui seus ministros.
“Quem nos separará do
amor de Cristo?” – pergunta o Apóstolo (Rm 8,35ss). E, em
seguida, professa a mais absoluta confiança no amor de Cristo, a quem ele
entrega a sua vida.
Os sacerdotes somos
chamados a nutrir a Esposa de Cristo com o Pão da Vida: “apascentar é ofício
de amor” (Agostinho). Mas resta o problema da fome no mundo. Ao
alimentar-nos com o banquete do Reino, Ele continua a nos dizer: “Dai-lhes
vós mesmos de comer”. É pelas mãos dos justos da Cidade de Deus que a fome
existente na cidade dos homens pode encontrar solução.
DEDIQUEMOS À VIRGEM MÃE DE DEUS ESTE DIA DE
ORAÇÃO PELOS SACERDOTES.
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