“TU ÉS O
MESSIAS, O FILHO DO DEUS VIVO!”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF
N
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este quarto domingo do
mês de agosto, a nossa Igreja nos convida a rezar pela vocação dos fiéis
leigos. O Concílio Vaticano II ensina que “aos leigos pertence por vocação
própria buscar o reino de Deus tratando e ordenando segundo Deus os assuntos
temporais” (LG 31). Os leigos participam segundo a própria vocação
da única missão evangelizadora e salvífica da Igreja.
O profeta Isaías vê na
destituição de Sobna e na nomeação de Eliacim como superintendente real a
ocasião para falar do modo como Deus, por sua providência, se faz o verdadeiro
guia do seu povo ao longo da história. Este episódio permite ver que a história
de Israel é na verdade história de salvação do gênero humano. Ao entregar a
chave da casa de Davi a Eliacim, Deus o reveste de autoridade, para conduzir
como um pai os habitantes de Judá. A autoridade humana, como é a de Eliacim,
iluminada pela fé pode governar com justiça e expressar a paternidade de Deus: “ele
será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá” (Is.
22,21).
Mateus nos permite ver
na “chave de Davi” entregue a Eliacim para governar a Jerusalém da terra
uma antevisão das “chaves do reino dos Céus” (Mt. 16,19). Estas
chaves, Jesus as entrega a Pedro para governar com autoridade a Igreja
constituída sobre a rocha, que é o próprio Cristo. Jesus torna Pedro
participante da Sua missão de Pastor: “Tu és Pedro; sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mt. 16,18). Aqui se vê o papel proeminente de Pedro entre os Doze e
junto com eles. Não se trata de um papel de mediação, pois somente Jesus, o
Filho, é Mediador. Mas Pedro, e com ele os demais apóstolos, são o fundamento
da Igreja do Deus vivo. Se esta missão de Pedro comporta algo de único no
tempo, é necessário alguns aspectos continuem através dos séculos na Igreja,
mediante a sucessão apostólica. A missão de Pedro será transmitida aos seus
sucessores em Roma, pois lá, na colina Vaticana, ele testemunhou a fé
derramando o sangue por amor a Cristo.
Mas Pedro recebeu esta
missão única somente após ter declarado a Jesus: “Tu és o Messias, o filho
do Deus vivo”. Pedro proclamou em nome próprio e da Igreja a fé na
divindade de Jesus, superando as muitas opiniões, que ontem como hoje, querem
Jesus à condição de um homem bom, exemplar, mas simplesmente homem. Jesus louva
Pedro: “Feliz de ti, Simão, Filho de Jonas, porque não foram a carne e o
sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus”.
A vocação dos fiéis
leigos é, portanto, dar na vida quotidiana o testemunho da “profundidade da
riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus” (Rm. 1,33) que revelou a
Pedro que Jesus é o Messias, o filho do Deus vivo.
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