“APARECEU NO
CÉU UM GRANDE SINAL!”
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília – DF
E
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nquanto contempla o
mistério da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria aos céus em corpo e alma, a
Igreja no Brasil se dedica neste domingo a refletir sobre a vocação à Vida
Consagrada, como expressão da presença de testemunhas e sinais do Reino de Deus
presente e atuante na história. Suplicamos com a Virgem Mãe elevada à glória
dos Céus que muitos irmãos e irmãs se disponham a discernir a própria vocação
para o seguimento de Jesus através da profissão dos conselhos evangélicos de
castidade, pobreza e obediência.
A primeira leitura,
extraída dos capítulos 11 e 12 do Apocalipse apresenta o grande sinal da “mulher
que tem o sol por manto, a lua sob os pés, e uma coroa de doze estrelas na
cabeça” (Ap 12,1). Nela, a piedade e a iconografia católica
reconhecem a Virgem Imaculada que foi assunta ao céu. Nela a Tradição da Igreja
reconhece a imagem da Igreja, o novo povo de Deus, sempre ameaçada pelo Dragão
infernal. Nessa página da Revelação, o Dragão significa ao mesmo tempo a antiga
serpente (Gen. 3,15) e os poderes mundanos, causa segunda da ação
diabólica daquele que é o homicida, dos que então como hoje perseguem à morte
os discípulos de Jesus. No dogma da Assunção da Virgem Maria, proclamado por
Pio XII, dia 1 de novembro de 1950, a Igreja nos ensina que não há comparação
entre os sofrimentos do tempo presente e a glória que nos está reservada no céu
(cf Rom 8,18). Conforme às promessas feitas por Deus já no
protoevangelho (Gen 3,15) a antiga serpente é derrotada pela
descendência da mulher, abrindo-nos assim o caminho da vida. A Igreja aplica à
Santíssima Virgem e ao amor esponsal da vida consagrada as palavras do salmo
44, rezado neste domingo.
Na primeira Epístola
aos Coríntios, descobrimos o fundamento da graça da Assunção de nossa Senhora
precisamente na vitória de Cristo sobre a morte e sobre todos os principados e
potestades. A antiga serpente foi posta debaixo dos pés do Ressuscitado e já
não tem poder sobre os redimidos.
Do evangelho (Lc
1,38-56) a Igreja aprende a perpetuar no tempo o seu Magnificat pelas
grandes coisas realizadas na história através da jovem Myriam de Nazaré. E
assim, no seio da assembleia orante, os consagrados e consagradas unem sua voz
à da Igreja para celebrar a glorificação da Mãe do Senhor: “Hoje, a Virgem
Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja
triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho, pois
preservastes da corrupção da morte aquela que gerou, de modo inefável, vosso
próprio Filho feito homem, autor de toda a vida” (Prefácio).
A Liturgia a este ponto
prossegue aclamando a esperança da glória eterna, unindo a Igreja peregrina à
triunfante para cantar o hino ao Deus três vezes santo, fonte de todos os dons.
Confiantes na materna
intercessão de Maria Assunta, peçamos a Deus santas vocações para a vida
Consagrada em nossa amada Igreja Católica Apostólica Romana.
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