Alessandro De Carolis – Vatican News
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errotar o monstro invisível que lentamente
extingue seu fôlego em um quarto de hospital - ou quem sabe na rua, porque
simplesmente não há um hospital para ir - e procura fazê-lo ficando de joelhos.
Poderia parecer uma solução adequada
mais em tempos em que antigas superstições coletivas competiam pelo campo
contra as palavras jovens do Evangelho, do que em uma era como a nossa em que
um individualismo exacerbado e reivindicado em quase todos os lugares tende a
rebaixar o sentido de uma ação de comunidade, especialmente se intangível como
a espiritual.
A PROMESSA
Na
realidade, Mateus 18, versículo 19, bastaria para dissipar dúvidas e hesitações
sobre a eficácia da oração compartilhada, que relata uma garantia de Jesus: “Se
dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, o conseguirão
de meu Pai que está nos céus”. Uma promessa concreta, capaz de suscitar
uma grande esperança se aqueles dois se tornam um grande povo unido por uma
única intenção. É uma expectativa ainda mais forte se o pedido chega a Deus por
intercessão da "Advogada nossa",
a Mãe daquele que fez aquela promessa.
O RITMO DA DEVOÇÃO
Os
primeiros cristãos, talvez por serem filhos de um Evangelho ainda sine
glossa, compreenderam isso imediatamente. As catacumbas estão cheias de
inscrições que confiavam alguém ou alguma coisa a Maria. Antes ainda que o
Concílio de Éfeso a reconhecesse como Mãe de Deus, certas orações, às vezes
pouco mais do que sussurros grafitados na rocha, subiam aos lábios daqueles que
se sentiam em perigo e consideravam Nossa Senhora a fortaleza contra qualquer
mal.
Sub tuum praesidium,
“Sob a tua proteção buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus ...” é uma
invocação que a Igreja recita há pelo menos 1.800 anos e a história cristã é
também a história desta devoção a Maria, ilimitada e convicta. É a história de
incontáveis graças de “curas” e quem sabe quantos milagres
particulares. E é a devoção que então encontrou no Rosário um ritmo universal,
o espaço da esperança de uma ou mais almas juntas, o tempo de um conforto
talvez granulado na solidão sob um tubo de oxigênio, com a energia de um
penúltimo suspiro.
O PONTO DE LUZ
Esta
história chega aos dias atuais por meio de gestos e palavras de santas e
santos, de nome ou de fato, quando o nome é desconhecido. De Papas “marianos”
que não hesitaram em confiar à Mãe de Deus a humanidade que estava à beira ou
no abismo das guerras e catástrofes. Vem com as palavras de Francisco, o pároco
do mundo quando o mundo e estava sem paróquias, com suas intenções cotidianas
na Santa Marta, uma a cada dia a violar com a consolação de uma oração “dedicada”
as solidões do lockdown. E antes ainda chega de seus gestos e da oração
solitária daquele 27 de março, o Papa, um simbólico ponto de luz na escuridão,
que, em pé diante de um antigo ícone, implora a salus não somente para
o povo romano, mas para o mundo inteiro.
UMA ORAÇÃO UNÍSSONA
Nada
mais é do que uma história de fé. Que agora é enriquecida pelo coro dos
Santuários Marianos, imaginados como as contas de um terço recitado
alternadamente. Recitado como os anciãos recordados pelo Papa durante a
Audiência Geral, com o canto constante e nada constrangido de um filho que sabe
que terá mais chances de obter do pai o que espera se sua mãe o pedir.
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