Padre Cesar Augusto,
SJ - Vatican News
“Cristo, a Vida, venceu a morte e ressuscitou e, todos nós fomos redimidos e ganhamos a vida plena e feliz, para sempre!”
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hegamos ao ponto mais alto da vida
litúrgica e espiritual. Cristo, a Vida, venceu a morte e ressuscitou e, todos
nós fomos redimidos e ganhamos a vida plena e feliz, para sempre!
Para
muitas pessoas, a paixão, o sofrimento e a morte dizem mais que a celebração da
Vida, haja vista o numeroso público presente em nossas igrejas na sexta-feira
santa e a ausência na noite em que celebramos a Ressurreição e no dia seguinte,
Domingo de Páscoa. O mesmo podemos dizer da presença forte nos funerais e a
ausência nos casamentos e missas em ação de graças. Infelizmente o sofrimento e
a morte, o luto, falam mais forte e mais alto que a celebração da Vida, que a
alegria e o júbilo. Não deveria ser assim, se cremos que nosso Deus é o Deus da
Vida, que venceu e destruiu a morte e que Jesus é a nossa alegria! Maria foi a senhora das Dores, mas hoje ela é
a senhora da Glória. Mesmo no momento mais duro, mais dolorido de sua vida, aos
pés da cruz, vendo seu filho ser supliciado injustamente como um bandido, Maria
não caiu, não desmaiou, mas permaneceu firme, porque acreditava nas palavras
Dele, de que ressuscitaria.
A
primeira leitura deste domingo, retirada do Livro dos Atos dos Apóstolos 10,
34.37-43, conclui relatando a fala de Pedro: “Todo aquele que crê em Jesus
recebe, em seu nome, o perdão dos pecados.” Esse é o legado do Senhor, nossa
redenção, nossa filiação divina, o perdão de nossos pecados, a Vida Eterna.
A
segunda, Colossenses 3, 1-4, nos incentiva a “alcançarmos as coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus” e a promessa de que nos
revestiremos de glória quando Cristo, nossa vida, aparecer em seu triunfo.
Finalmente,
o Evangelho, extraído de João 20, 1-9, nos relata a nova criação. “No primeiro dia da semana...” João relata
a criação redimida, o primeiro dia, agora denominado “dies dominica”, dia do
Senhor, domingo, marcado não pelo descanso do Senhor como está em Gênesis 2,
1-3, o sétimo dia, mas como o primeiro Gen 1, 1-3 onde Ele separa a luz das
trevas, acabando com o caos e agora, inicia a nova criação, dando ao homem a
imortalidade e a felicidade sem fim.
Maria
Madalena vai ao túmulo ainda quando está escuro, não apenas no tempo, mas
também dentro dela, pois seu senhor, seu amado estava morto, assim ela
acreditava. Ela encontra o túmulo aberto, sem o corpo de Jesus e o clima
interno piora. Diz Jo 20, 11-18 que ela não se cansava de olhar para baixo,
para o túmulo vazio e não enxergava mais nada até que homens com vestes
brilhantes a questionaram por que chorava tanto e ela fala do desaparecimento
do corpo do Senhor. Maria ouve a voz do Senhor, mas crê que seja o jardineiro.
Ele havia ressuscitado como prometera. Também nós, enquanto ficarmos com nossos
olhares e coração voltados para os sinais de morte e procurando o corpo do
Senhor e não Ele ressuscitado, estaremos ‘pra baixo’ tomados pelo desânimo e
pela dor. É necessário fazer um pequeno esforço e olhar para o alto, crermos na
vitória da Vida.
Mas
voltemos para a perícope escolhida para este domingo. Ela, a Madalena vai
avisar Pedro e João, do sumiço do corpo de Jesus. Eles chegam ao túmulo,
entram, veem as faixas de linho jogadas ao chão e o pano que cobrira a cabeça
do Senhor, dobrado e colocado à parte. Diz o versículo 8, que João viu e
acreditou. A notícia da ressurreição é tão extraordinária, que apesar de Jesus
sempre falar nela, no momento propício para acreditar, todos ficam perplexos e
com dificuldade para crer no que estão vendo, até que pela tarde, e com tudo
fechado, Jesus aparece a eles, em Jo 20, 19-23. E nós, apesar de sabermos que
por trás das nuvens escuras existe um céu azul com um sol brilhante, custamos a
acreditar em nossa inteligência e ficamos presos aos nossos sentidos?
Neste
tempo de pandemia, tempo longo, mais longo do que imaginávamos, cremos na ação
de Deus através da ciência, já que foi Ele que a criou e nos deu o mandamento
de dominar e transformar as coisas criadas para o bem nosso e de toda a
Criação? A pandemia terá fim e será, não através de atos mágicos e de
crendices, mas através da aliança fé e ciência, juntas para a maior glória de
Deus e bem de toda a Humanidade!
Como
saio após situações difíceis, doloridas?
O mesmo, ou melhorado?
Como
sairá a Humanidade depois desta pandemia? A mesma, com suas crenças e
perversões ou melhorada, mais fraterna, solícita e colhedora?
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