Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
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niciamos
um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos nossa vida
de acordo com a mensagem cristã extraída da Sagrada Escritura.
O
Evangelho de hoje nos fala da segunda vinda de Jesus. O tempo do Advento, que
ora iniciamos, tem o objetivo de nos preparar para essa segunda vinda. É
verdade que tudo nos leva a nos preparamos para o Natal, mas a liturgia deseja,
de modo especial, nos preparar para o encontro definitivo com Cristo, cuja
celebração natalina também tem idêntico objetivo.
No
Evangelho, Jesus nos diz que é no dia a dia que Deus vem ao nosso encontro,
como aconteceu na época de Noé. Apesar de se comentar que aquele tempo chegava
ao seu fim, nem todos acreditavam e até zombavam dos que levaram a notícia a
sério.
Também
nós estamos em um mundo onde as coisas terminam, até o ser humano se extingue!
Portanto estamos em um mundo que tem seu fim e para tal deveremos nos
preparar. Se meus antepassados já não
mais existem, se pessoas que eu conheci já não mais estão sobre a terra, devo
me preparar porque minha hora, meu momento vai chegar. Essa preparação não deve
ser de modo estático ou trágico como algumas pessoas pensam, mas de modo
dinâmico, dentro da vida diária, sem se fazer nada de especial, apenas
praticando os ensinamentos do Senhor, amando a Deus e ao próximo. Nosso fim,
nossa morte é certa e inevitável. Da morte ninguém escapa, é uma certeza!
Apenas não sabemos quando e nem como.
Por
isso é importante que estejamos preparados para esse momento que eternizará
nossa existência.
Lembro-me
de uma brincadeira de criança chamada “brincar de estátua”. As crianças estão
pulando, dançando, fazendo qualquer coisa e aí o coleguinha grita “estátua” e
todos deverão permanecer paralisados, como estavam quando ouviram o grito
“estátua”. Também assim será o momento do encontro com Deus. Quando o Senhor
nos chamar, quando disser “estátua”, não haverá possibilidade alguma de
mudança, mas nos apresentaremos a Ele como fomos encontrados. Portanto aquele
ditado que diz “Para onde a árvore pende, para lá cairá”, é uma grande verdade.
Aquele
será o dia da nossa realidade, quando não mais poderemos mudar de coisas. Ao
preencher a última página no livro de nossa existência, tudo estará consumado.
Tudo estará nas mãos de Deus.
Portanto,
vivamos de modo feliz, alegre, fazendo o que o Senhor nos pediu, sem outra
preocupação a não ser amar e servir.
Nossa vida, nossa saúde, nossos dons e
bens, intelectuais, espirituais e materiais deverão ser colocados à disposição
de Deus, ou seja, das pessoas que Ele colocou em nossa vida, para que sejam
felizes, para que O conheçam e O amem. Isso será eternizado quando chegar ao
fim nossa participação neste mundo. Não sirvamos de nossa vida e dos bens que
possuímos para nossa própria ruína. Deus nos criou livres e assim nos deixa
viver. Sejamos responsáveis!
Poderíamos
nos perguntar: Meu marido, minha mulher, meu filho, minha filha, meu pai, minha
mãe, meu irmão, minha irmã, meu amigo, minha amiga, meu companheiro, minha
companheira, enfim essas pessoas que Deus colocou por um tempo em minha vida,
se tornaram mais felizes porque conviveram comigo ou minha presença foi ocasião
de desilusão e fracasso? Aí já está o nosso juízo. Minha vida valeu? Ainda há
tempo! Estamos vivos! Poderemos mudar!
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