sábado, 28 de janeiro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O IV DOMINGO DO TEMPO COMUM – 29/01/2023

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A

 liturgia deste domingo nos apresenta, para nossa reflexão, o tema da humildade. Na primeira leitura, o Profeta Sofonias nos recomenda a humildade para encontrarmos refúgio no Senhor e para a prática da justiça. Isto porque o humilde é pobre, sem poder e sem riqueza. Sua confiança está apenas no Senhor e não nos bens terrenos e nem na ação maléfica para garantir a estabilidade.

No contexto da liturgia de hoje, o conceito de pobre deixa de ser maldição e passa a ser bênção. O rico está de tal modo fascinado pelo conforto e segurança que o dinheiro traz, que se esquece de que tudo deve estar subordinado à justiça, à ética emanada da Lei de Deus, a Lei do Amor. O pobre, pelo contrário, confia plenamente no Senhor, em sua Providência, vivendo a justiça dos filhos de Deus, que nos torna irmãos de todos os homens.

No Evangelho, Jesus aprofunda o conceito de pobre e acrescenta pobres em espírito, ou seja, é bem-aventurado aquele que desapegado dos bens deste mundo, desapega-se também de atitudes nada fraternas como a arrogância, o poder opressor, e se compromete na construção de uma sociedade alicerçada na partilha de todos os bens, materiais ou não, e na fraternidade de seus pensamentos e ações.

Jesus declara bem-aventurado um mundo novo, de acordo com os planos do Pai. Ele quer salvar aqueles que ainda vivem no mundo antigo, corrompido, onde os únicos valores são riqueza, poder e glória. Jesus nos propõe desapego dos bens materiais, serviço e humildade. Esses são os valores da nova sociedade, vividos por aqueles que desejam construir o Reino de Deus. Nela todos serão felizes e não apenas um pequeno grupo de privilegiados.

Quando o Senhor fez seu sermão do alto da montanha, olhou em sua volta e encontrou a imensa  multidão de sofredores, injustiçados, cansados, sobrecarregados com todos os tipos de fardos que podemos imaginar. São Paulo, em sua Carta aos Coríntios, mostra um espelho aos seus seguidores e comenta que sua comunidade é formada por fracos, desprezados, pessoas sem importância e valor. Esses foram os escolhidos por Deus para manifestar, neles, o carinho de sua glória. É a nova sociedade, onde Deus impera com sua justiça de amor.

Caríssimos irmãos, como somos nós? Como está nossa paróquia, nossa associação religiosa? Vivemos essa nova sociedade promulgada por Jesus, do alto da montanha, onde o pobre, o pecador são acolhidos com carinho e humildade de nossa parte, ou nossa vida cristã mostra exatamente o contrário do que Nosso Senhor ensinou?

Que o projeto de Jesus, para uma nova sociedade, esteja presente não apenas em nossa vida eclesial, mas também em nossa casa, em nosso trabalho profissional, em tudo onde estivermos atuando. Bem-aventurados aqueles que renunciam a seus conceitos e verdades, para seguir integralmente os ensinamentos do Senhor!

Mensagem do dia... 28/01/2023

 


quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

NUNCA PARE DE SONHAR!

H

avia no alto de uma montanha três árvores. Elas sonhavam com o que iriam ser depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas disse: “eu quero ser o baú mais precioso do mundo e viver cheia de tesouros”.

A segunda, olhando um riacho suspirou: “eu quero ser um navio bem grande para transportar reis e rainhas”. A terceira olhou para o vale e disse: “quero crescer e ficar aqui no alto da montanha; quero crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus”.

Muitos anos se passaram, as árvores cresceram. Surgiram três lenhadores que, sem saber do sonho das árvores, cortaram as três. A primeira árvore acabou se transformando num cocho de animais, coberto de feno. A segunda virou um barco de pesca transportando pessoas e peixes todos os dias. A terceira foi cortada em vigas e deixada num depósito.

Desiludidas as três árvores lamentaram os seus destinos. Mas, numa certa noite, com o céu cheio de estrelas, uma jovem mulher colocou o seu bebê recém-nascido naquele cocho. De repente, a árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo. A segunda, certo dia, transportou um homem que acabou por dormir no barco. E, quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse PAZ! E, imediatamente, as águas se acalmaram. E a árvore transformada em barco entendeu que transportava o rei dos céus e da terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a árvore espantou-se quando as vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. A árvore sentiu-se horrível vendo o sofrimento daquele homem. Mas logo entendeu que aquele homem salvou a humanidade e as pessoas logo se lembrariam de Deus ao olharem para a cruz.

O exemplo das árvores é um sinal de que é preciso SONHAR e ter FÉ SEMPRE!

Não importa o tamanho dos sonhos que você tenha, sonhe muito e sempre. Mesmo que seus sonhos não se realizem exatamente como você desejou, saiba que eles se concretizarão da maneira que Deus entendeu ser a melhor para você.

"Uma nuvem não sabe por que se move em tal direção e em tal velocidade. Sente apenas um impulso que a conduz para esta ou aquela direção. Mas o céu sabe os motivos e os desenhos por trás de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes."

Mensagem postada no MFC EM AÇÃO (Janeiro/2012) – Informativo do MFC DESCALVADO/SP

Mensagem do dia... 26/01/2023

 


sábado, 21 de janeiro de 2023

Reflexão Litúrgica para o III Domingo do Tempo Comum – 22/01/2023

Padre Cesar Augusto - Vatican News

A

 primeira leitura, a mesma da noite de Natal, nos fala do domínio dos assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam ao norte do país, na Galiléia, e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus direitos. Viviam, de fato, em total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre com sua luz. Ele destrói a escuridão, quebra o jugo opressor e alegra seu povo com a libertação de todo e qualquer sofrimento. Na liturgia da noite de Natal, a leitura ia mais adiante, e falava do nascimento de um menino, do qual a luz era a sua representação.

No Evangelho, Jesus vai morar nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos na primeira leitura. A promessa é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz do mundo.

Há muito os assírios haviam deixado Israel, mas não a situação de morte, de pecado, através das más ações dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!”

Ele vai anunciar a necessidade da mudança de coração, onde as pessoas se encontram, ali no trabalho, no seu dia a dia. É Deus companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita nossa companhia, nosso trabalho, nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em sua missão de Luz que destrói as trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote acende uma vela no círio pascal, o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega ao batizando, dizendo para ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com nossa fé, esperança e serviço a parcela  do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos. Aí sinalizaremos que chegou o Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz.

A vocação, o chamado que Jesus dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também hoje, agora a cada um de nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos diz: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens”, colaborando na sua missão: libertar a Humanidade do mal que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos de irem até Deus.

        Vivamos nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz, de uma sociedade alicerçada no amor e no perdão.

Mensagem do dia... 21/01/2023

 


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO

 

 

O

 sacramento da confissão ou penitência é um dos sete sacramentos da Igreja, instituídos por Jesus Cristo para serem instrumentos de salvação. Os sacramentos são sinais sensíveis que conferem a graça de Deus a quem os recebe com fé.

Jesus Cristo, que passou a vida fazendo o bem, antes de voltar ao Pai, transmitiu aos Apóstolos o poder de perdoar pecados (cf. Jo 20,23). Por isto, a Igreja administra com todo carinho sacramento da confissão que proporciona ao pecador arrependido a verdadeira cura, restituindo-lhe a dignidade de filho de Deus adquirida no batismo e ferida pelo pecado.

Nos tempos atuais se verifica claramente uma forte indiferença da pessoa com relação ao pecado. Na verdade, parece que a consciência não estar sendo retamente formada, no sentido de que o ser humano possa ter na vida como prioridade um comportamento ético e moralmente correto. No ato da confissão temos verificado, não raras vezes, a dificuldade que o fiel tem de relatar seus pecados que, na verdade, não são poucos. Os pecados constituem a matéria do sacramento da penitência. Caso não tivéssemos pecados, não necessitaríamos deste sacramento.

No entanto, vale ressaltar aqui que o próprio termo "confissão" significa relato, revelação e que a manifestação dos pecados é condição indispensável no ato da confissão, pois esta manifestação revela o reconhecimento da falta cometida e o arrependimento, atitudes que conduz a pessoa a um propósito novo de vida. Quando se dispõe livremente a confessar os pecados, significa que se estar sentindo a consciência doer e que também há uma disposição em fazer sua parte e em abrir-se à graça de Deus para uma profunda mudança de vida.

O Código de Direito Canônico que, no cânon 959, procura fornecer uma visão geral do sacramento da penitência, fala das três condições básicas para uma confissão verdadeira, como sendo: a confissão dos pecados a um ministro legítimo (o sacerdote, cf. cânon 965); o arrependimento e o propósito de emenda.

Neste sentido, quando a pessoa não se dispõe a mudar de vida, a confissão não produz seu efeito porque Deus respeita nosso livre arbítrio. Assim, se o penitente tem intriga com alguém e não se dispõe a perdoar, não pode receber o perdão de Deus (cf. Mt 6,14), é perdoando que se é perdoado; da mesma forma acontece com qualquer outro pecado que retenho. Casos mais comuns em nosso meio são de pessoas "casadas" apenas civilmente ou que foram casadas na Igreja com um(a) e já vivem com outro(a), etc. Nestas condições, a pessoa não pode confessar e, consequentemente também não participam da comunhão eucarística.

Para ratificar o que dissemos acima, cito o cânon 987 do Código de Direito Canônico, seu enunciado diz: "Para obter o remédio salutar do sacramento da penitência, o fiel deve estar de tal modo que, repudiando os pecados e tendo o propósito de se emendar, se converta". Quer dizer, mude de vida: perdoe, case, deixe aquele pecado.

Uma pergunta que sempre é feita por vários fiéis é sobre quanto tempo se pode passar sem confessar. Para dar uma resposta mais precisa, sirvo-me do enunciado do cânon 989 que reza: "Todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar fielmente seus pecados graves, pelo menos uma vez por ano". Este é um preceito eclesiástico prescrito desde o IV Concílio de Latrão realizado no século XIII. Mas, evidentemente que a necessidade de confessar vem cada vez que o fiel comente pecado grave. Para os pecados veniais, cometidos no dia a dia, recomenda-se que sejam também confessados (cf. cânon 988 § 2). No mais, o dia de confessar é qualquer dia e qualquer hora, desde que a pessoa sinta necessidade e encontre o confessor.

Portanto, o fiel que sentiu na sua consciência ter cometido um pecado grave, deve procurar um Sacerdote e confessar a ele seu pecado, porque a confissão individual constitui o único modo ordinário de confessar (cf. cânon 960); não se esquecendo de que a penitência imposta faz parte do sacramento, sendo, pois, obrigatório o seu cumprimento (cf. cânon 981) antes da próxima confissão.

Mensagem do dia... 18/01/2023

 


sábado, 14 de janeiro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O II DOMINGO DO TEMPO COMUM – 15/01/2023

 

Padre Cesar Augusto - Vatican News

N

este domingo a liturgia nos convida a refletirmos sobre nossa vocação. A leitura do Profeta Isaías fala da vocação do Servo do Senhor, escolhido por Deus desde o seio materno para cumprir uma missão muito importante.

Acontece que, logo no início, vemos que esse servo não é uma pessoa em especial, mas um povo, o Povo de Israel. “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado.”

Contudo, Israel está em uma situação nada feliz. É um povo exilado, prisioneiro e escravo na Babilônia. Mas é assim que Deus lhe dá uma grande missão, levar a salvação a todos os povos. O Senhor quer servir-se de um povo escravo para protagonizar uma grande missão e manifestar a todos os povos sua glória, isto é, a libertação das pessoas de todo e qualquer tipo de opressão.

Foi Maria, a humilde serva do Senhor, a escolhida para ser a Mãe de Deus. Jesus vem a nós na fragilidade de um recém-nascido e nos comprova, através de sua vida, que a encarnação foi para valer, ele é um humano, sua humanidade não é aparente. Ao fazer-se homem, ele também se fez pobre, assumindo a condição social humana de quem nada tem.

Deus quer salvar os homens, não de acordo com os nossos valores, mas segundo o seu coração, tornando-os mais filhos e irmãos, à sua própria imagem e à do seu filho, divinizando-os.

A festa do Natal celebrou essa ação de Deus e Jesus é apresentado como o verdadeiro Servo do Senhor. Sua paixão e morte na cruz ratificarão esse desígnio de Deus, de nos salvar através da entrega amorosa e radical de seu filho. Será através do aparente fracasso e da morte que o Senhor se tornará vitorioso em sua missão.

João Batista percebe tão bem essa missão de Jesus, que o apresenta como o Cordeiro que veio tirar o pecado do mundo. Sabemos, pelo relato do Êxodo, que o cordeiro, para libertar o povo, deverá ser imolado; assim é Jesus, o Cordeiro imolado de Deus. Do mesmo modo que o sangue do cordeiro da Páscoa libertava os judeus da escravidão egípcia, o sangue do Cordeiro Jesus nos liberta, através do batismo, da escravidão da morte eterna.

Na segunda leitura, Paulo fala de sua vocação, do chamado pessoal feito a ele por Deus, para anunciá-lo onde jamais foi conhecido.

Vimos na primeira leitura que a vocação é comunitária, que o Servo representa um grupo. A aspersão do sangue de Jesus, a imersão batismal, nos torna irmãos e filhos, nos faz Igreja, Povo de Deus. Eis nossa vocação. Nossa missão é - em meio a tantos crimes, guerras, ódios, pecados - anunciar a bondade do Senhor que ama, que perdoa, que quer nossa felicidade, custe o que custar, até a morte de seu Filho na cruz, para nossa redenção.

Mensagem do dia... 14/01/2023

 


quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, uma missão composto por fiéis leigos.

 

 

M

inistros Extraordinários da Sagrada Comunhão instituído após o Concílio do Vaticano II pelo Papa Paulo VI, é um serviço da Igreja composto por fiéis leigos que têm a missão de facilitar aos párocos e celebrantes a distribuição da Santa Eucaristia em igrejas, capelas e outros lugares, na impossibilidade de um Ministro Ordinário (Bispos, Presbíteros e Diáconos).

Para tornar-se um ministro extraordinário, a pessoa deve ser escolhida pelo pároco.  Além disso, é preciso ter idade mínima de 18 anos, estar engajado na vida paroquial, preferencialmente já atuando em alguma pastoral ou equipe da igreja, demonstrar liderança no desempenho de sua missão e apresentar modo digno de vida, segundo o evangelho.

Os Ministros necessitam ter uma boa formação doutrinária, pois podem também realizar a celebração da palavra e orientar as pessoas a quem levam a Eucaristia.  Eles devem ensinar e viver o que a Igreja ensina, especialmente em relação à Eucaristia e as condições para recebê-la dignamente. Isto exige do Ministro que ele conheça a doutrina da Igreja, especialmente a fundamentação dogmática, moral e sacramental.

A Igreja tem como centro vivo a Eucaristia. Em vista disso multiplicaram-se nas paróquias e nas comunidades os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. O Documento da CNBB 108 – Ministério e celebração da Palavra assim descreve o perfil deste ministério exercidos por leigos ou leigas: trata-se de um ministério confiado ou reconhecido a pessoas que prestam um serviço litúrgico e de caridade.

Os Ministros distribuem a sagrada Comunhão nas celebrações da Palavra; ajudam a distribuir o Pão Eucarístico aos enfermos e, em caso de necessidade, administram o Viático; na ausência do padre ou diácono, expõe o Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis e o repõem sem dar a benção; por vezes acompanham os velórios; dão a benção aos idosos e doentes.

Os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão cumprem um serviço importante não só nas celebrações litúrgicas, mas na vida toda da comunidade eclesial. Como ministros da Comunhão Eucarística, sejam também ministros da comunhão fraterna na comunidade eclesial, especialmente na acolhida dos afastados, na ajuda aos que necessitam, na reconciliação dos que romperam a amizade.

Mensagem do dia... 11/01/2023

 


sábado, 7 de janeiro de 2023

Reflexão Litúrgica para a Solenidade da Epifania do Senhor – 08/01/2023

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

E

sta festa nos fala da abertura do Reino de Deus, abertura de suas portas para acolher todos aqueles homens que possuem os sentimentos de paz, que buscam fazer o bem e evitar o mal, ou seja, Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. É o redimensionamento do História da Salvação, ou melhor, é a planificação de seus objetivos.

Se antes Deus possuía um povo, o Povo de Israel, agora o Senhor torna público, de modo absoluto, o seu amor pelo Homem.

No presépio tivemos representando Israel, os pastores, agora, representando toda a Humanidade, temos os Magos. Portanto, a festa da Epifania celebra a manifestação do Amor de Deus a todos os Homens, não apenas ao Povo da Antiga Aliança, mas a todos os Povos de todos os Tempos!

Isso também vale para nós cristãos. Não somos donos do Amor do Senhor, mas temos a grata, a sublime missão de anunciá-lo a todos os homens. Não somos nós os batizados em nome da Trindade e nem os filhos da Antiga Aliança, os únicos chamados ao banquete celestial, mas todos aqueles que buscam a verdade, que são tementes a Deus, que fazem o bem e evitam o mal.

O Povo da Aliança deixa de ser um povo marcado pelo mesmo sangue e pela mesma cultura e passa a ser composto por aquelas pessoas que aceitam os ditames do Menino Deus, do Príncipe da Paz que surgiu na noite de Natal e ressuscitou ao terceiro dia após ter sido sentenciado como blasfemo e criminoso – por ter dito que era Deus e que era Rei - em uma cruz ao lado de dois malfeitores. Os ditames desse rei diferente de todos os demais são; amor, perdão, simplicidade de vida, generosidade.

Nas festas de Natal demonstramos nosso poder aquisitivo na compra de presentes e no preparo de nossa ceia, contudo a comida já foi para um lugar escuso e os presentes começaram a perder o seu valor e poderão irão parar nas mãos de quem não amamos. O tempo corrói! Mas as esmolas que demos, as visitas que fizemos, o tempo gasto com pessoas marginalizadas pela sociedade e também o tempo dedicado à oração foram contabilizados na economia da salvação, se transformaram em bens de eternidade, de acordo com os valores do grande rei, o menino que nasceu no presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus discípulos.

Supliquemos com muita fé ao Senhor, peçamos a intercessão da Virgem Maria e de São José para mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Temos consciência disso tudo, somos evangelizados, praticamos a religião, mas o velho e viciado modo de pensar e de agir, fala mais alto na hora das decisões. É preciso uma grande graça de Deus para vivermos de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo. A salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade consumista. Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia em Deus e nele tem sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.

Bento XVI em um almoço das festas de Natal, em que se sentou com os pobres atendidos pelas Missionárias da Caridade, falou que Madre Teresa de Calcutá “é um reflexo de luz do amor de Deus”! Tenhamos a coragem de romper com os vícios do passado e vivemos a autenticidade do Evangelho. Sejamos luz do amor de Deus, permitamos que em nós Ele faça sua Epifania como a fez em Teresa de Calcutá e em tantos homens e mulheres de todos os tempos. É preciso coragem! Não tenhamos medo! Coragem! Jesus disse que somos “sal da terra e luz do mundo”. Coragem! Ele venceu o mundo!

Mensagem do dia... 07/01/2023