Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
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festa nos fala da abertura do Reino de Deus, abertura de suas portas para acolher todos aqueles homens que possuem os sentimentos de paz, que
buscam fazer o bem e evitar o mal, ou seja, Deus acolhe em sua casa todos os
homens de boa vontade. É o redimensionamento do História da Salvação, ou
melhor, é a planificação de seus objetivos.
Se
antes Deus possuía um povo, o Povo de Israel, agora o Senhor torna público, de
modo absoluto, o seu amor pelo Homem.
No
presépio tivemos representando Israel, os pastores, agora, representando toda a
Humanidade, temos os Magos. Portanto, a festa da Epifania celebra a
manifestação do Amor de Deus a todos os Homens, não apenas ao Povo da Antiga
Aliança, mas a todos os Povos de todos os Tempos!
Isso
também vale para nós cristãos. Não somos donos do Amor do Senhor, mas temos a
grata, a sublime missão de anunciá-lo a todos os homens. Não somos nós os
batizados em nome da Trindade e nem os filhos da Antiga Aliança, os únicos
chamados ao banquete celestial, mas todos aqueles que buscam a verdade, que são
tementes a Deus, que fazem o bem e evitam o mal.
O
Povo da Aliança deixa de ser um povo marcado pelo mesmo sangue e pela mesma
cultura e passa a ser composto por aquelas pessoas que aceitam os ditames do
Menino Deus, do Príncipe da Paz que surgiu na noite de Natal e ressuscitou ao
terceiro dia após ter sido sentenciado como blasfemo e criminoso – por ter dito
que era Deus e que era Rei - em uma cruz ao lado de dois malfeitores. Os
ditames desse rei diferente de todos os demais são; amor, perdão, simplicidade
de vida, generosidade.
Nas
festas de Natal demonstramos nosso poder aquisitivo na compra de presentes e no
preparo de nossa ceia, contudo a comida já foi para um lugar escuso e os
presentes começaram a perder o seu valor e poderão irão parar nas mãos de quem
não amamos. O tempo corrói! Mas as esmolas que demos, as visitas que fizemos, o
tempo gasto com pessoas marginalizadas pela sociedade e também o tempo dedicado
à oração foram contabilizados na economia da salvação, se transformaram em bens
de eternidade, de acordo com os valores do grande rei, o menino que nasceu no
presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus discípulos.
Supliquemos
com muita fé ao Senhor, peçamos a intercessão da Virgem Maria e de São José
para mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Temos consciência disso tudo,
somos evangelizados, praticamos a religião, mas o velho e viciado modo de
pensar e de agir, fala mais alto na hora das decisões. É preciso uma grande
graça de Deus para vivermos de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo. A
salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade consumista.
Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia em Deus e nele tem
sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.
Bento
XVI em um almoço das festas de Natal, em que se sentou com os pobres atendidos
pelas Missionárias da Caridade, falou que Madre Teresa de Calcutá “é um reflexo
de luz do amor de Deus”! Tenhamos a coragem de romper com os vícios do passado
e vivemos a autenticidade do Evangelho. Sejamos luz do amor de Deus, permitamos
que em nós Ele faça sua Epifania como a fez em Teresa de Calcutá e em tantos
homens e mulheres de todos os tempos. É preciso coragem! Não tenhamos medo!
Coragem! Jesus disse que somos “sal da terra e luz do mundo”. Coragem! Ele
venceu o mundo!
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