Andressa Collet - Vatican News
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Vigília Pascal na
Noite Santa, que conclui o Tríduo Pascal é vivida por um dia de silêncio. No
Sábado Santo, a Igreja medita e reflete Cristo morto para se chegar à noite e
celebrar a vitória de Jesus sobre a morte.
O sábado, dentro da grande celebração do Tríduo
Pascal, do centro do mistério da nossa fé, é o dia que nós estamos diante do
sepulcro de Jesus. Estamos diante de um amor capaz de amar até o fim. Estamos
diante de um amor capaz de amar até a cruz. Estar diante do sepulcro de Jesus
crucificado é estar diante das grandes contradições que marcaram e que marcam a
história da humanidade e que exige um empenho de transformação."
SABER SILENCIAR COMO MARIA
No dia em que a Igreja contempla o
"repouso" de Cristo no túmulo, após o vitorioso combate da cruz, o
papel da Virgem Maria é evocado por toda a sua fé e coração cheio de amor, num
símbolo da dor pela morte de Jesus e a expectativa na ressureição. O Sábado
Santo deve ser de silêncio e esperança que vem de Maria, que também nos
questiona o quanto temos nos colocado à prova, silenciando a nossa alma diante
do mundo:
“Sábado é um dia que por vezes fica no
meio do caminho. Entre a sexta e o domingo existe um vácuo, um espaço... Mas
somos chamados neste dia a viver a espera, com aquela que é a mãe da Esperança:
Nossa Senhora. De fato, o sábado não é um dia para ser esquecido, mas para ser
saboreado. Quanto tempo faz que você não saboreia o silêncio diante de um mundo
tão ensurdecedor e barulhento? Silêncio não necessariamente é vazio. Pode ser
gestação, espera e encontro. Nossa Senhora sabia silenciar para escutar do
coração o que não entendia. Ela nos ensina a silenciar.”
Neste Sábado Santo, de dor pela morte de Jesus e
alegria da sua Ressureição, somos convidados a parar, no recolhimento e na
meditação, e a nos unir à Virgem Mãe e à Igreja, que fica em silêncio: os sinos
não tocam, as igrejas são despojadas e vazias. Um dia que nos ajuda a
compreender como viver, em confiante expectativa, os “muitos dias” de silêncio
que a vida apresenta ao longo da nossa existência. Um dia que chegou a ser
definido como "o mais longo dos dias", um tempo de reflexão, que pode
ser ampliado na vida de cada um.
A Vigília Pascal, momento central do calendário
litúrgico e considerada a mãe de todas as vigílias por anteceder a festa da
Páscoa, inicia na noite de sábado, mas faz parte da liturgia da Páscoa da
Ressurreição. É também o dia da "crise" da Palavra: os próprios
Evangelhos não falam nada, pode-se somente imaginar que esse seja o tempo em
que o corpo de Jesus permanece no sepulcro, enquanto os apóstolos, sendo um dia
de repouso para os judeus, permanecem sem saber o que aconteceria a seguir.
CULTIVAR ESPAÇOS DE SILÊNCIO
Um Sábado Santo que, como já nos recordou o Papa
Francisco (2021), foi vivido "no pranto e na perplexidade pelos primeiros
discípulos, perturbados com a morte ignominiosa de Jesus. Enquanto o Verbo está
em silêncio, enquanto a Vida está no túmulo, aqueles que tinham esperança dele
são postos duramente à prova, sentem-se órfãos, talvez até órfãos de Deus”.
"O sábado é o convite ao
'grande silêncio'. Não um silêncio de desespero, mas um silêncio de
fecundidade. A imagem da semente ajuda a compor essa fecundidade, esse silêncio
fecundo. Se o grão de trigo não morre, não pode dar frutos, disse Jesus. A
semente que é lançada à terra e que, no silêncio, na espera, de uma vida nova,
cria essa expectativa. É esse silêncio, esse silêncio fecundo, que vai nos
conduzindo para a grande Vigília Pascal. De fato, o Papa Francisco insiste que
cada pessoa possa cultivar espaços de silêncio."
“O sábado é esse dia privilegiado de um silêncio fecundo, verdadeiramente cheio de esperança na vida nova. Silêncio que nos conduz à Vigília Pascal: a luz que vence a escuridão. A vida nova. Jesus ressuscitou. Jesus é vencedor. A semente deu frutos. O nosso silêncio, a nossa espera tem pleno sentido em Jesus ressuscitado e ajuda a compor um itinerário de vida, um projeto de vida que nos conduz a produzir muitos frutos para a nossa história, para a história da comunidade, para a história em que estamos inseridos.”
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