A Igreja encerra hoje o mês de maio com a
celebração de mais um mistério mariano, a Visitação de Nossa Senhora, que
adquire um significado mais do que especial quando associado à solenidade de
Pentecostes.
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oje, 31 de maio, o calendário
litúrgico recorda a celebração da Festa da Visitação da Virgem Maria,
oficialmente instituída pelo Papa Urbano VI em 1389. Durante esta visita, Maria
recitou o cântico de louvor conhecido como o Magnificat.
A
Santíssima Virgem Maria, depois de ouvir do anjo Gabriel que sua prima Isabel
estava esperando um filho, foi para ajudá-la e assim levar-lhe as graças e
bênçãos do Filho de Deus que havia se encarnado Nela.
Além
disso, Maria não foi como rainha ou senhora, mas como serva humilde e fraterna,
sempre disposta a atender a todos que necessitavam.
São
João Paulo II, em sua catequese de 2 de outubro de 1996, assinalou que “a
direção da viagem da Virgem Santíssima é particularmente significativa: será da
Galileia à Judeia, como o caminho missionário de Jesus”. Ele mencionou que “Isabel,
com sua exclamação cheia de admiração, nos convida a apreciar tudo o que a
presença da Virgem traz como um dom para a vida de cada crente”.
O
papa emérito Bento XVI, em suas palavras de 31 de maio de 2011, disse que
“ao meditar hoje a Visitação de Maria, refletimos precisamente sobre essa
coragem da fé. Aquela a quem Isabel acolhe em casa é a Virgem que ‘acreditou’
no anúncio do anjo e respondeu com fé, aceitando com coragem o projeto de Deus
para sua vida e acolhendo desta forma em si mesma a Palavra eterna do
Altíssimo”.
MEDITAÇÃO SOBRE A FESTA DA
VISITAÇÃO
Muitos
são os devotos escrupulosos, que temem recorrer a Maria mais que a seu filho
Jesus.
Não
devemos ter medo de louvar mais a Maria Santíssima que Jesus, pois sempre que a
louvamos, nossos louvores são encaminhados diretamente para Jesus.
“Maria
está tão intimamente unida a Jesus, que seria mais fácil separar a luz do sol e
o calor do fogo do que separar Maria de Jesus.” (São Luis Maria)
Um
exemplo simples disso é o que celebramos hoje na festa da Visitação.
A
primeira coisa que Santa Isabel, prima de Jesus, disse ao avistá-la, foi um
grande louvor à pessoa dela: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha
visitar?”
Em
seguida, após receber esse grande louvor, ao invés de se exaltar, o que Maria
fez não foi encher-se de orgulho, ao contrário, entoou um canto de louvor a
Deus de tamanha perfeição que é estudado até hoje, como uma das mais
importantes orações, o Magnificat.
Vejamos
também o que nos ensina São Luís Maria Grignion de Montfort sobre os devotos
escrupulosos:
Os
devotos escrupulosos são aqueles que receiam desonrar o Filho, honrando a Mãe,
e rebaixá-lo se a exaltarem demais. Não podem suportar que se repitam à
Santíssima Virgem aqueles louvores justíssimos que lhe teceram os Santos
Padres; não suportam sem desgosto que a multidão ajoelhada aos pés de Maria
seja maior que ante o altar do Santíssimo Sacramento, como se fossem
antagônicos, e como se os que rezam à Santíssima Virgem não rezassem a Jesus
Cristo por meio dela. Não querem que se fale tão frequentemente da Santíssima
Virgem, nem que se recorra tantas vezes a ela.
Algumas
frases eles as repetem a cada momento: Para que tantos terços, tantas
confrarias e devoções exteriores à Santíssima Virgem? Vai nisso muito de
ignorância! É fazer da religião uma palhaçada. Falai-me, sim, dos que são
devotos de Jesus Cristo (e eles o nomeiam, muitas vezes, sem se descobrir,
digo-o sem parêntesis): cumpre recorrer a Jesus Cristo, pois é ele o nosso único
medianeiro; é preciso pregar Jesus Cristo, isto sim que é sólido!
Em
certo sentido é verdade o que eles dizem. Mas, pela aplicação que lhe dão, é
bem perigoso e constitui uma cilada sutil do maligno, sob o pretexto de um bem
muito maior, pois nunca se há de honrar mais a Jesus Cristo, do que honrando a
Santíssima Virgem, desde que a honra que se presta a Maria não tem outro fim
que honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, e que só se vai a ela como ao
caminho para atingir o termo que é Jesus Cristo.
A
santa Igreja, como o Espírito Santo, bendiz primeiro a Santíssima Virgem e
depois Jesus Cristo: “benedicta tu in mulieribus et benedictus fructus ventris
tui Iesus”. Não porque a Santíssima Virgem seja mais ou igual a Jesus Cristo:
seria uma heresia intolerável, mas porque, para mais perfeitamente bendizer
Jesus Cristo, cumpre bendizer antes a Maria. digamos, portanto, com todos os
verdadeiros devotos de Maria, contra seus falsos e escrupulosos devotos: Ó
Maria, bendita sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso
ventre, Jesus!
REZEMOS JUNTOS A ORAÇÃO DO MAGNIFICAT
Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito; exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
Fonte:
Templário de Maria