sábado, 30 de novembro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 1º DOMINGO DO ADVENTO – 01/12/2024

 

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

D

eus nos abençoa, mais uma  vez, com as graças de um novo Ano Litúrgico. Mais uma vez reviveremos, um por um, os grandes mistérios da Vida de Jesus Cristo em favor de nossa redenção. A Igreja o inicia com o tempo do Advento, a preparação para a vinda definitiva de Jesus e também a celebração da espera pelo seu Santo Natal.

Neste domingo, o primeiro do Advento, a liturgia nos fala de reconstrução. Temos, pela frente, um tempo para reconstruir, restaurar nossa vida de acordo com as virtudes teologais; fé, esperança e amor.

A primeira leitura fala da realização das promessas de restabelecimento da justiça e da paz. Fala do surgimento do descendente de Davi, isto é, do Messias, o Príncipe da Paz.   Contudo Deus deseja que a ação do Cristo seja completada por seus seguidores que, segundo a leitura, são designados pelo sugestivo nome, pela identidade  “O Senhor é nossa Justiça”.

No Evangelho, a visão apocalíptica do cosmos quer nos falar do mundo de hoje, onde, por causa do pecado, a desordem, a violência e a angústia se instalaram. Mas a mensagem de Boa Nova é a própria promessa de Jesus de um mundo novo, que irá se realizar com sua chegada e a consequente libertação de todos os seus seguidores.

Nossa postura, enquanto aguardamos essa realização, deverá ser a de pessoas fiéis à sua palavra e à sua ação renovadora e definitiva, isto é, cabeça erguida, rejeição de consolações enganosas e fugazes. Finalizando, o Senhor nos indica a  vigilância e a oração. Através dela seremos capacitados ao discernimento e, com isso, a conhecermos onde está a presença salvadora de Deus.

Concluindo, as leituras de hoje nos propõem uma atitude madura frente aos problemas da vida, do dia a dia. Ela deve ser marcada pela fé em Jesus, esperando sua ação restauradora da justiça e da paz. Enquanto isso deveremos ir praticando a caridade, o amor e, consequentemente, essa nossa atitude positiva, já estará realizando a chegada de Jesus, a nossa Justiça.


Mensagem do dia... 30/11/2024

 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

COMEÇA HOJE, NA IGREJA DO ALDEBARAN, A FESTA DA MEDALHA MILAGROSA 2024.

 

C

omeça nesta segunda-feira, dia 25 de novembro e termina no domingo, dia 1º de dezembro, a FESTA DA MEDALHA MILAGROSA na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, Paróquia de Santa Catarina Labouré, no Aldebaran, em Maceió-AL, que tem como pároco o Padre Edvaldo Afrânio dos Santos.

        Com o tema: “Mãe da Esperança e Peregrina na fé”, a programação se inicia nesta segunda-feira (25/Nov) com o Setenário da Medalha Milagrosa às 18h30, hasteamento da bandeira da Paróquia às 19h10 e Santa Missa às 19h30.

        A programação se repete até a sexta-feira (29/Nov), com o Setenário da Medalha Milagrosa e a Santa Missa nos mesmos horários.

        No sábado (30/Nov), o Setenário da Medalha Milagrosa acontecerá às 16h30 e a Santa Missa às 17h30.

        No domingo (1º/Dez), o Setenário da Medalha Milagrosa acontecerá às 8h e teremos duas Santas Missas - às 9h e às 17h, seguida de Procissão e Bênção do Santíssimo.

        Na quarta-feira (27/Nov), Dia de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, também conhecida como Nossa Senhora das Graças ou Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, teremos a distribuição e Bênção das Medalhas Milagrosas.

Durante todos os dias da Festa, os Movimentos, Pastorais e Grupos da Paróquia de Santa Catarina Labouré, após as Missas, promoverá no pátio da Igreja - Cantinhos de Lanches com uma variedade de guloseimas que serão vendidas para ajudar nas despesas da festa. No domingo, após o encerramento da Procissão e Bênção do Santíssimo, será realizado o sorteio de uma Moto zero quilômetro para os fiéis que adquiriram o bilhete.

Celebrar a Festa da Medalha Milagrosa é acolher Maria como Medianeira de todas as graças e acreditar que ela continua a derramar suas bênçãos sobre seus filhos e filhas queridos, como revelou Santa Catarina Labouré.

Neste ano de oração, em preparação ao Jubileu de 2025, caminhemos com a nossa Mãe, que foi sempre presença marcante na Igreja em oração com os discípulos e verdadeira peregrina da fé, caminhando hoje conosco pelas estradas da vida.

Todos estão convidados a participar com amor e devoção da programação da Festa da Medalha Milagrosa, cantando os louvores a Deus pela intercessão da Virgem Maria, Senhora da Medalha Milagrosa, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.

CONHEÇA A HISTÓRIA DA MEDALHA MILAGROSA

Em 1830, no dia 27 de novembro, deu-se a aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, à Rue du Bac 140, em Paris. Nessa ocasião, a Mãe de Jesus mostrou o modelo da medalha que Ela desejava que fosse cunhada como sinal de grandes graças que ela obteria junto ao seu Divino Filho.

Essa Medalha traz inúmeras mensagens, e a primeira delas é atinente a Imaculada Conceição de Maria, dogma que seria proclamado dia 8 de dezembro de 1854, por Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus. As mãos abertas da Medianeira de todas as graças é outra grande lição. É o resumo do papel da Virgem Maria na história da salvação, no Evangelho.

            Adite-se a cruz de Cristo nela, sacrificado pelos homens, e Maria, exemplo de fé ao pé da cruz, representada pelo “M” de seu nome. O coração de Jesus e de Maria a atestar o amor imenso do Salvador e de Sua Mãe por todos os remidos. As doze estrelas lembram a mulher do Apocalipse (cf. Ap 12,1). Ela é aquela que deu nascimento ao corpo humano de Cristo e à Igreja, que dá nascimento aos batizados que formam o Corpo Místico de Jesus.

As 12 estrelas, lembram também das 12 tribos de Israel e dos doze apóstolos, a MEDALHA MILAGROSA tem um aspecto também profundamente missionário. Adite-se que, no século XIX, imperava por toda parte a negação de Deus com o endeusamento da ciência, que pretendia responder a todas as questões religiosas e filosóficas.

QUAIS SÃO AS MENSAGENS DA

MEDALHA MILAGROSA?

A literatura da época estava impregnada de ateísmo, levando as mentes ao irracional e ao fantástico. Além disso, quando, em 1830, ia se instalar um regime político antirreligioso, desenvolvendo uma forma de capitalismo liberal particularmente materialista, a Virgem, então, propõe não um objeto científico, mas um objeto simples, uma medalha a falar das realidades celestes. A difusão dessa peça se dá no momento também de uma renovação do Catolicismo social com Frederico Ozanam e as Conferências de São Vicente de Paulo. Ocorria uma vitalidade da reflexão universitária e literária católica. Tudo isso era reforçado com a medalha que mostrava a intervenção de Deus na história não só da França, mas de todo o mundo.

O Arcebispo de Paris, a quem Catarina Labouré levou o pedido de Nossa Senhora, para que se cunhassem as medalhas, percebeu a riqueza doutrinária que ela continha. Em 1832, houve a primeira distribuição dessas peças por ocasião da epidemia de cólera, que dizimava a capital francesa. As primeiras 20 mil medalhas foram confeccionadas, em 1830, ano em que essa epidemia, vinda da Rússia, por meio da Polônia, irrompeu, em Paris, a 26 de março, ceifando vidas, num imenso cântico fúnebre. Num só dia, houve 861 mortes. No total, foram registradas, oficialmente, 18.400 mortes; porém, na realidade, houve mais de 20 mil. As descrições da época são aterradoras: em quatro ou cinco horas, o corpo de um homem, em perfeita saúde, reduzia-se ao estado de um esqueleto.

MILAGRE DA MEDALHA

Como se fora num abrir e fechar de olhos, jovens cheios de vida tomavam o aspecto de velhos carcomidos, e logo depois não eram senão cadáveres. Nos derradeiros dias de maio, a epidemia parecia recuar. Na segunda quinzena de junho, no entanto, um novo surto da doença redobrou o pânico do povo. Mas, finalmente, no dia 30 de junho, a Casa Vachette entrega as primeiras 1.500 medalhas, que são distribuídas pelas Filhas da Caridade e abrem o cortejo sem fim das graças e dos milagres: curas maravilhosas se deram e a epidemia foi debelada.

Houve, depois, a conversão de Alfonso Ratisbona do Judaísmo para o Cristianismo, e ele se pôs a trabalhar para a aproximação dos judeu-cristãos.

A Igreja falava na santa medalha, mas o povo logo a chamou de MEDALHA MILAGROSA. Quando Santa Catarina Labouré faleceu, dia 31 de dezembro de 1876, já um bilhão de medalhas tinham sido distribuídas. Cumpre sempre que a Santa Igreja chama de “sacramental” alguns objetos abençoados pelo sacerdote, tais como: as medalhas milagrosas e de São Bento, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo e o terço. Não transmite por si mesmos a graça como os sacramentos, mas penhoram as bênçãos divinas e ajudam os cristãos a progredirem na fé, na esperança, na prática das outras virtudes e na vida de oração.


Mensagem do dia... 25/11/2024


 

sábado, 23 de novembro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA A SOLENIDADE DE CRISTO, REI DO UNIVERSO – 24/11/2024

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

J

esus é Rei, mas de que modo? Seu agir e suas palavras não deixam dúvidas: seu reino não é como os homens entendem. Ele é um rei diferente.

Em primeiro lugar, para tê-lo como rei é necessário que as pessoas tenham fé e exatamente por isso sejam comprometidas com ele. É uma adesão profunda à sua pessoa e ao seu modo de ser: pacificador, libertador, servidor a ponto de dar sua vida em favor de seus súditos.

Ele nos diz no versículo 37 do Evangelho de hoje: “..nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”, e a verdade aí significa “fidelidade plena”. Portanto Jesus é rei para nos testemunhar até o fim, através da cruz, que o amor de Deus é fiel, que é dom de vida para as pessoas. Em seguida Jesus fala: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Ser da verdade significa reconhecer a fidelidade de Deus e aderir ao serviço de proclamá-la, se necessário  com o sacrifício da própria vida, como Jesus.

A segunda leitura, tirada do Apocalipse, diz que “Jesus é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos”. Jesus confirma a fidelidade do Pai e sua primazia em ser o primeiro dos homens novos, da nova humanidade, descentralizada de si mesma, mas voltada para o serviço, para a luta pela dignidade do ser humano, mesmo que para isso tenha de se sacrificar.

    Concluindo nossa reflexão, celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo, não é celebrar um poder que subjuga pessoas e se faz servir, mas, pelo contrário, é celebrar um rei que respeita e adora Deus-Pai e, por isso mesmo, coloca-se a seu serviço, no serviço do ser humano, lutando para que este seja mais fraterno, mais parecido com o próprio Deus.  Ser súdito de Cristo é deixar-se elevar à dignidade de filho de Deus, de companheiro do Rei. É deixar os andrajos de escravo e revestir-se das vestes reais da justiça, da verdade e da paz.

Mensagem do dia... 23/11/2024

 


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

CONSCIÊNCIA NEGRA

 

A consciência negra é, basicamente, o orgulho da cor da pele negra. A ideia foi extraída dos movimentos sociais que lutam contra o racismo e pela igualdade racial. O Dia da Consciência Negra é também um dia de luta pela igualdade racial.

C

onsciência Negra é um termo que ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, como o Movimento Negro Unido. O termo é, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. É o símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.

Zumbi dos Palmares é uma figura representativa para a Consciência Negra por simbolizar luta e resistência.

O QUE É CONSCIÊNCIA NEGRA?

Muitas pessoas, erroneamente, dizem que não se deve celebrar a consciência negra, e sim a consciência humana. Isso, no entanto, é uma ideia que pode até ter surgido com boas intenções, mas acabou prestando um desserviço à luta contra o racismo e a favor da igualdade racial. Historicamente a sociedade sustentou-se por meio de uma relação desigual entre pessoas por vários fatores. Os principais fatores de desigualdade são:

  • gênero;
  • cor da pele;
  • sexualidade;
  • condição socioeconômica.

Tradicionalmente os espaços de poder da sociedade são reservados a homens héteros, cisgênero, brancos e ricos. Mesmo nas chamadas microrrelações, nas pequenas relações de poder cotidianas, a tendência é que:

  • O homem tenha mais poder e privilégio social em relação à mulher;
  • Os héteros também o têm em relação à população LGBTQ+;
  • Os brancos também possuem esse privilégio e esse poder desproporcional em relação à população preta.

Isso evidencia, a partir de uma leitura materialista da história, que as relações sociais são desiguais e que é preciso corrigir essa distorção para que a sociedade evolua.

Para levar a riqueza da cultura africana ao povo afrodescendente de países colonizados por europeus (e também para os próprios povos africanos, que ainda sofrem as consequências do colonialismo de exploração em seu continente), o poeta e escritor martinicano Aimé Césaire criou o termo negritude, que se tornou uma corrente literária e um movimento cultural. A ideia é a de que há uma essência cultural (a negritude) em todos os descendentes de africanos que sofreram a diáspora forçada por europeus. A ideia de uma consciência negra não surge, exatamente, a partir do conceito de negritude, mas tem muito a ver.

Para unificar o povo preto em torno de sua luta contra séculos de escravização e após a abolição da escravatura no Brasil, passou-se a pensar em uma forma de unir a população preta e conscientizá-la de sua cultura, da luta diária das pessoas pretas e do valor de ser preto. O objetivo é ainda parecido com o da negritude, mas vai além, pois indica às pessoas pretas que, apesar de elas não ocuparem muitos lugares de destaque na sociedade dominada por pessoas brancas, elas merecem destaque por sua intensa luta.

A consciência negra é isto: um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo. Apesar do protagonismo negro nessa consciência — que mais do que uma ideia ou conceito, é uma espécie de prática que dá “movimento” aos movimentos sociais —, podemos esperar que, a partir do choque com a consciência negra, as pessoas brancas repensem suas práticas.

CRIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NEGRA

O cérebro humano tem uma imensa capacidade plástica de se adaptar às situações e de moldá-las para que elas estejam de acordo com aquilo que o ser humano quer. Assim, o ser humano possui algo que talvez lhe seja único dentre os outros animais: consciência. O animal tem senciência, uma capacidade de se perceber no mundo a partir dos sentidos do corpo, da autoimagem, das necessidades corpóreas e até de sentimentos. No entanto, o ser humano se percebe como um ser no mundo que pode modificá-lo e que pensa na sua existência. Isso é o que a consciência nos garante: pensar a nossa existência e, com isso, nós fazemos enquanto seres viventes.

Para filósofos existencialistas, a nossa existência precede a nossa essência. Isso significa que é ao viver que nós criamos. Também é nesse movimento vital que criamos a nossa consciência, que é aquela capacidade de pensar na existência e se perceber como um ser no mundo e capaz de modificar o mundo. Tudo isso compõe uma complexa rede de significações que nos molda enquanto seres e não é simples de ser percebida.

Para que um indivíduo que sofre a exploração contra a sua classe social, a exploração de seu trabalho, perceba-se enquanto um ser explorado, ele precisa tomar consciência de que o que é feito com ele não está certo. Isso vale para a mulher, que, para perceber que a cultura que a colocou como um ser inferior, frágil (até mesmo um objeto dos homens) é errada, precisa tomar consciência de que é a cultura que está errada, e não ela mesma. Isso também se aplica para o preto: o racismo estrutural é internalizado pelas pessoas que o sofrem, o que faz parecer normal ser historicamente discriminado. No entanto, a criação da consciência negra na pessoa faz com que ela perceba que  ela não está errada por ser quem ela é, mas é a sociedade que está errada por discriminá-la.

Quando a pessoa preta (assim como a mulher, a população LGBTQ+, deficientes e outras minorias historicamente discriminadas) toma consciência de seu valor e sua importância, ela se empodera. O movimento causal contrário também acontece: quanto mais a pessoa negra é empoderada, mas ela toma consciência de seu valor. No entanto, essa consciência negra não é criada a partir do nada no indivíduo. É necessário que as pessoas empoderadas mostrem para as outras pessoas que elas também podem criar essa consciência. É necessário que a educação oferecida nas escolas seja de igualdade e que seja ensinada a valorização da cultura negra. É necessário que sejam mostradas pessoas negras em espaços de poder e de representatividade, como o herói preto e a heroína preta, o presidente preto e a presidenta preta, etc.

É necessário desconstruir um papel de subalternidade que sempre foi atribuído à população preta e mostrar cada vez mais nos espaços midiáticos os pretos e as pretas empoderados, para que sirvam de inspiração para os outros que ainda não se empoderaram.

HISTÓRIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

No Brasil, a história da consciência negra culminou na criação do Dia Nacional da Consciência Negra, uma data que celebra a negritude e a luta da população preta de nosso país. No entanto, a história por trás disso é mais longa. Ainda no século XIX, negros alforriados e seus filhos, muitos dos quais tiveram a oportunidade de estudar (como o advogado e jornalista Luiz Gama, o patrono da abolição da escravatura no Brasil), impulsionaram o movimento abolicionista, que advogava pelo fim da escravidão em nosso país.

Intelectuais e políticos brancos também endossaram o movimento. No dia 13 de maio de 1888, não conseguindo mais resistir à pressão interna do movimento abolicionista e nem à pressão externa promovida principalmente pela Inglaterra, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravatura em nosso país.

A trajetória dos ex-escravos libertos não foi fácil. Eles não tiveram direito à terra nem a qualquer tipo de indenização. Começaram a viver à margem da sociedade, iniciando a difícil trajetória da população preta após a abolição em nosso país. Mesmo compondo uma comunidade em sua maioria pobre e marginalizada, a cultura negra, com suas ricas raízes africanas, continuou se desenvolvendo.

Em 1971, o professor, escritor, pesquisador e militante negro Oliveira Silveira organizou um grupo de estudo e apreciação da cultura e da literatura negra em Porto Alegre com outras pessoas interessadas no assunto. O grupo propôs a criação de uma data comemorativa que simbolizasse a união e a luta do povo negro. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares, personalidade considerada símbolo de luta e resistência contra a escravidão.

O grupo sofreu certa perseguição, pois, na ocasião de seu nascimento, o Brasil vivia o auge dos chamados anos de chumbo da Ditadura Militar. No entanto, os movimentos sociais que atuavam em defesa da população negra cresciam cada vez mais em nosso país. Em 1978, inclusive, foi criado no Brasil o Movimento Negro Unido (MNU).

Em 1988 foi promulgada a atual Constituição Federal de nosso país, apelidada pelo deputado Ulysses Guimarães como Constituição Cidadã. Ela recebeu esse carinhoso apelido por ser resultado de uma intensa consulta popular de vários setores da sociedade, representados por deputados e por movimentos sociais que puderam participar das sessões de criação e votação do texto constitucional. Um dos princípios estabelecidos na constituição é a igualdade e o veto à discriminação por qualquer motivo, inclusive racial.

Em 1989 foi promulgada a Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que dispõe contra o preconceito racial, tornando a discriminação racial, de cor, de religião ou nacionalidade um crime passível de punição penal.

Entre embates judiciais, leis e a luta dos movimentos, o sentimento de empoderamento e a necessidade de se celebrar a africanidade cresciam cada vez mais, aumentando a necessidade de se criar uma lei que determinasse a data proposta na década de 1970 como uma data comemorativa.

CONSCIÊNCIA NEGRA E O ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi dos Palmares é tido como uma das maiores personalidades representativas da força e da luta da população negra em nosso país. Muito pouco se sabe sobre a história de Zumbi, inclusive muitos dados são apontados como lendas. No entanto, a representatividade de Zumbi coloca-o como um herói e une a comunidade negra em prol da defesa de seus valores e de sua cultura.

Zumbi teria liderado por anos o Quilombo dos Palmares, um complexo de quilombos na região da Serra da Barriga. Na época, a região pertencia à Capitania de Pernambuco, sendo atualmente o estado de Alagoas.

Dados apontam que a morte de Zumbi teria ocorrido em 20 de novembro de 1695, em combate e fuga. Daí veio a escolha do dia 20 de novembro como data de celebração do Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

A Lei n.º 12.519, de 10 de novembro de 2011, instituiu o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra. É um dia voltado para a reflexão sobre o que movimenta a criação da data.

O dia 20 de novembro é um feriado nacional.


Fonte: Brasil Escola


Mensagem do dia... 20/11/2024


 

sábado, 16 de novembro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 17/11/2024

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O

 tema da liturgia deste 33º Domingo do Tempo Comum é o senhorio de Deus sobre a História. Muitas vezes pensamos, influenciados por inúmeros acontecimentos, que a vida corre seu rumo, independentemente da ação de Deus e que o Senhor nos olha, quando olha, de modo indiferente, ou até não se importando com o que fazemos ou sofremos.

A leitura do Livro de Daniel e o Evangelho de Marcos falam-nos exatamente o contrário e com uma linguagem um pouco incomum para nós, a  linguagem apocalíptica.

A primeira leitura, a de Daniel, pretende insistir com o povo que enfrente as opressões, as resista, venham de onde vierem. Ele diz que serão salvos os que tiverem seus nomes escritos no Livro. Mas que livro é esse? Não se trata de um livro, mas a linguagem apocalíptica quer no informar que Deus é o Senhor da História, tudo é de seu conhecimento e tudo, não importa o que seja, será transformado em benefício de seus filhos.

Evidentemente, aqueles que foram seguidores do Bem, ao morrerem irão para a Vida, os demais, os que foram opressores de seus irmãos, irão para a vergonha eterna.

O Evangelho apresenta Jesus nos falando sobre discernimento, sobre como discernir o momento de Deus em nossa vida. No relato de hoje somos levados ao discernimento quando acontecem situações catastróficas em nossa vida.

Marcos também nos fala que Deus é o Senhor da História. Ele se refere ao Filho do Homem, sobre sua vinda. Seu desejo é nos animar com o poder de Deus que age na História para nos salvar e julgar aqueles que se opõe ao seu Reino de justiça, de paz e de verdade.

Se somos adeptos do Filho do Homem, ou seja, de Jesus Cristo, deveremos em nossa vida praticar a justiça e lutar pela paz e pela verdade. Enfim, nos é pedido sermos homens e mulheres que amam seus semelhantes, que os tratam como irmãos.

O texto nos fala de realidades que serão passados, como o sol, a lua, as estrelas e as forças do céu; ao mesmo tempo nos apresenta as futuras, representadas pelos ramos verdes da figueira, sinais de que o Reino de Deus já está em nosso meio, acontecendo, se realizando!

Não nos deixemos perturbar por problemas e por aflições, mas saibamos que ao vivenciarmos essas experiências difíceis e dolorosas, estamos sob o olhar carinhoso de Deus, que vela por nós, que nos dá Sua graça para superarmos tudo isso. Será dentro dessas adversidades, que seremos salvos, se nelas nos portarmos como Seus filhos, tratando os demais como irmãos.


Mensagem do dia... 16/11/2024

 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

VEJA QUAL É O DIA CERTO PARA MONTAR E DESMONTAR A ÁRVORE DE NATAL

 

Vitória Pereira/Folhapress

ENTÃO É NATAL?

D

ezembro nem chegou, mas as pessoas já estão pesquisando sobre qual o dia certo para montar a árvore de Natal e se preparando para as festividades de final de ano.

Dados do Google Trends mostram que, nos últimos cinco anos, os brasileiros têm essa dúvida sempre no início de novembro. Existe, sim, uma data tradicional para montar a árvore: no primeiro dia do Advento, um período do calendário cristão que antecede o Natal e começa no quarto domingo antes do dia 25 de dezembro.

Em 2024, a data correta será 1º de dezembro, um domingo, e o Advento - a palavra vem do latim adventus, ou chegada - terminará na véspera de Natal, que cairá em uma terça-feira. Esse período litúrgico representa para os cristãos a preparação para a celebração do nascimento de Jesus Cristo.

No entanto, a montagem da árvore não precisa seguir uma regra fixa e pode ser feita de acordo com o desejo de cada família. Isso fica claro ao ver os famosos exibindo suas decorações antes do esperado.

QUAL A ORIGEM, DA ÁRVORE DE NATAL?

No blog O Curioso da Folha de São Paulo, é explicado que a maioria das versões sobre a tradição de celebrar a data ao redor de uma árvore indica a Alemanha como seu país de origem. A versão mais aceita atribui a novidade ao padre Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante. Ele teria montado um pinheiro enfeitado com velas em sua casa para mostrar às crianças como seria o céu na noite do nascimento de Cristo.

Além disso, a tradição foi popularizada na Inglaterra pela família real, especialmente pelo príncipe Albert, marido da rainha Vitória, que decorou uma árvore de Natal para sua família, e essa tradição logo se espalhou por todo o país.

QUANDO DESMONTAR A ÁRVORE DE NATAL?

Tradicionalmente, desmonta-se a árvore de Natal no dia 6 de janeiro, Dia de Reis, data que marca o dia em que, segundo a tradição cristã, os três Reis Magos foram ao encontro do menino Jesus. Por isso, a data representa o fim das comemorações natalinas.


Gostou? Compartilhe!

Mensagem do dia... 14/11/2024

 

sábado, 9 de novembro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 10/11/2024

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A

 primeira leitura, tirada do Primeiro Livro dos Reis, nos relata um fato ocorrido quando em Israel sobreveio uma grande seca . O Profeta Elias chegou a Sarepta e com fome e sede, pediu a uma viúva que encontrou na entrada da cidade, água e pão. A pobre mulher disse que o que ela possuía era o fim das reservas e que após se alimentarem, ela e seu filho aguardariam a morte. Elias disse que não se preocupasse e que o alimentasse primeiro, pois ela deveria confiar na promessa de Deus, de que nada faltará. Ela acreditou e fez como o profeta mandou. O relato concluiu informando que, de fato, nada faltou durante todo aquele estio.

Deus tem compaixão dos pobres e, mais que com alimento, Deus abençoou a viúva com a fé em sua palavra. A viúva, representando os fiéis pobres, mostrou que o pobre espera tudo de Deus e não partilha o supérfluo, porque não o tem, mas partilha o indispensável, o essencial para sua subsistência.

O Evangelho nos fala de outra viúva pobre. É aquela que mereceu um elogio de Jesus, quando depositou no cofre do Templo sua oferta. Recordemos o fato: o Senhor estava com seus discípulos no Templo e observavam as pessoas. A atenção deles foi chamada por pessoas bem-vestidas depositando grandes quantias no cofre. Por outro lado, também não ficou despercebida, exatamente por causa do contraste, a oferta da viúva, que humilde, depositou duas pequenas moedas que não valiam quase nada.     

Nesse momento Jesus, levou-os a refletir sobre o que viam e observavam. Disse o Senhor: “Em verdade vos digo, esta viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.

Deus não olha a quantia, Ele não precisa disso, é Deus! Ele olha a generosidade, aquilo que nos torna semelhantes a Ele, a Jesus e aos santos. Discípulo do Senhor é quem vive a generosidade, quem renuncia a tudo, para segui-lo.

Se quisermos viver a santidade verdadeira, será necessário que o imitemos, que “sendo rico, se fez pobre”, como nos ensina São Paulo na 2ª Carta aos Coríntios.

A segunda leitura nos ajuda no esclarecimento dessa generosidade, até onde ela nos leva: “uma vez por todas, ele (Jesus) se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” Cristo não nos deu tudo que possuía, mas foi além, dando-nos a si próprio.

Uma frase escrita pelo padre Leonel Franca, o jesuíta fundador da Universidade Católica do Rio de Janeiro, conclui nossa reflexão: “Com o Absoluto não se regateia, quem não deu tudo, não deu nada. O sacrifício deve ser holocausto!

 

Mensagem do dia... 09/11/2024

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

SENTIDO DO DESAPEGO

 
Dom Paulo Mendes Peixoto - 
Arcebispo de Uberaba (MG)

 A palavra “desapego” constitui uma temática provocante no contexto da cultura moderna, nesse atual tempo histórico, marcado profundamente pelo capitalismo liberal. A via econômica de hoje favorece o crescimento da desigualdade e discrepância na qualidade de vida das pessoas. Pode-se até dizer que, quanto mais tem, mais quer ter. O ter abafa o ser e deixa muita gente marcada pela pobreza. 

A superação dessa realidade depende muito do processo de desapego, principalmente de uma riqueza acumulada de forma inútil, porque a pessoa não terá como consumi-la em seu tempo de vida. Por que não exercer o bonito exercício da partilha, que expressa desapego, aplicando um pouco em obras sociais? É justamente nesses gestos fraternos de partilha que está a grandeza da pessoa. 

O desapego é uma virtude sábia e louvável, que pode trazer paz, alegria e contentamento para a pessoa, isto é, uma vida feliz. Entender a sabedoria divina significa lidar com os descompassos da história, com aqueles que ocasionam prática de coisas passageiras incapazes de projetar uma eternidade saudável. Nos ensinamentos do Evangelho isto está muito claro, porque Jesus incentiva o desapego. 

Toda prática de desapego vem das intenções interiores do coração humano. Portanto, é uma virtude que começa em Deus, porque Ele está justamente no coração das pessoas. Dizendo isto podemos entender que o desapego significa fazer a vontade divina. A Palavra da Sagrada Escritura atinge e sensibiliza com profundidade a razão humana e provoca a sensibilidade do coração para o desapego. 

No Evangelho Jesus apresenta, a um jovem, uma questão emblemática e radical: “Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e segue-me” (Mc 10,21). Significa relativizar todas as coisas na terra para acolher o Reino de Deus. Nas guerras sentimos uma profunda insensibilidade em relação ao valor sagrado da pessoa humana. Há uma inversão de valores, privilegiando o egoísmo individual e vazio. 

    Não é fácil entender e colocar em prática o olhar amoroso e exigente de Deus, de compartilhar o estilo próprio de vida de Jesus, desapegado dos bens materiais. A riqueza material não consegue fazer a pessoa feliz e pode incapacitá-la para seguir o caminho de Jesus. É famosa a frase de Jesus: “É mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha do que um rico se salvar” (Mc 10,25).

Mensagem do dia... 06/11/2024



domingo, 3 de novembro de 2024

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

 

Os Santos e as Santas - autênticos amigos de Deus - aos quais a Igreja nos convida, hoje, a dirigir nossos olhares, são homens e mulheres, que se deixaram atrair pela proposta divina, aceitando percorrer o caminho das Bem-aventuranças.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A

o final do século II, já era grande a veneração dos Santos. No início, os santos mártires, aos quais os Apóstolos foram logo assimilados, eram testemunhas oficiais da fé.

Depois das grandes perseguições do Império Romano, homens e mulheres, que viveram a vida cristã, de modo belo e heroico, começaram a tornar-se, paulatinamente, exemplos de veneração: o primeiro santo, não mártir, foi São Martinho de Tours.

Em fins do ano mil, diante do incontrolado desenvolvimento da veneração dos santos e do "comércio" em torno das suas relíquias, iniciou-se um processo de canonização, até se chegar à comprovação dos milagres.

A Solenidade de Todos os Santos começou no Oriente, no século IV. Depois, difundiu-se em datas diferentes. Em Roma, dia 13 de maio; na Inglaterra e Irlanda, a partir do século VIII, dia 1º de novembro, uma data que também foi adotada em Roma, a partir do século IX.

Esta Solenidade era celebrada no fim do Ano litúrgico, quando a Igreja mantinha seu olhar fixo ao término da vida terrena, pensando naqueles que haviam atravessado as portas do Céu.

O Evangelho deste domingo é o Evangelho das bem-aventuranças “Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então, abriu a boca e lhes ensinava”.

Os Santos e as Santas - autênticos amigos de Deus - aos quais a Igreja nos convida, hoje, a dirigir nossos olhares, são homens e mulheres, que se deixaram atrair pela proposta divina, aceitando percorrer o caminho das Bem-aventuranças; não porque sejam melhores ou mais intrépidos que nós, mas, simplesmente, porque "sabiam" que todos nós somos filhos de Deus e assim viveram; sentiram-se “pecadores perdoados”... Eis os verdadeiros de Santos! Eles aprenderam a conhecer-se, a canalizar suas forças para Deus, para si e para os outros, sabendo confiar sempre, nas suas fragilidades, na Misericórdia divina.

Hoje, os Santos nos animam a apontar para o alto, a olhar para longe, para a meta e o prêmio que nos aguardam; exortam-nos a não nos resignar diante das dificuldades da vida diária, pois a vida não só tem fim, mas, sobretudo, tem uma finalidade: a comunhão eterna com Deus.

Com esta Solenidade, a Igreja nos propõe os Santos, amigos de Deus e exemplos de uma vida feliz, que nos acompanham e intercedem por nós; eles nos estimulam a viver com maior intensidade esta última etapa do Ano litúrgico, sinal e símbolo do caminho da nossa vida.

CONDIÇÕES EVANGÉLICAS

Trata-se de percorrer o caminho, ou melhor, as nove condições traçadas por Jesus e indicadas no Evangelho: as Bem-aventuranças!

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus...”: o ponto forte não é tanto ser “bem-aventurado”, mas o “porquê”. Uma pessoa não é "bem-aventurada" porque é "pobre", mas porque, como pobre, tem a condição privilegiada de entrar no Reino dos Céus.

A mesma coisa acontece com as outras oito condições: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem... Alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos Céus”.

A explicação de tudo encontra-se naquele “porquê”, pois revela onde os mansos encontrarão confiança, onde os pacíficos encontrarão alegria... Logo, "bem-aventurados", não deve ser entendido como uma simples emoção, se bem que importante, mas como um auspício para se reerguer, não desanimar, não desistir e seguir em frente... pois Deus está conosco.

A questão, portanto, consiste em ver Deus, estar da sua parte, ser objeto das suas atenções; contemplar Deus, não no paraíso, mas, aqui e agora.

Enfim, eis o caminho que devemos percorrer para participar também da alegria indicada pelo Apocalipse, que todos nós podemos conseguir: "Caríssimos, considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato... desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser" ”(1 Jo 3,1-2). Nós, diz o refrão do Salmo, em resposta à primeira leitura da Carta de João: “Somos a geração que busca a face do Senhor”. Não porque somos melhores que os outros, mas porque Deus quis assim.