terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A ORGANIZAÇÃO DO ANO LITÚRGICO NA IGREJA CATÓLICA

 

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urante o ano inteiro celebramos a vida de Cristo, desde a sua Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo.

Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia a dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos que creem. Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemoramos o Dia da Independência do Brasil.

Pois bem, esse fato aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos crentes.

ORGANIZAÇÃO DO ANO LITÚRGICO

Com base no que comentamos acima, podemos perceber que existiu a necessidade de organizarmos essas comemorações. E assim a Igreja fez, ao longo de séculos, estabelecendo um calendário de datas a serem seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico” ou “Calendário Litúrgico”.

O Ano Civil começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir.

Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem santificados, eles passam a ser denominados dias litúrgicos. A celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.

Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas litúrgicas.

A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.

Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, os católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda a Bíblia.

TEMPOS LITÚRGICOS

Estes tempos litúrgicos existem em toda a Igreja Católica. Há apenas algumas diferenças entre os vários ritos, nomeadamente em relação à duração de cada um e à data e importância de determinadas festividades. A descrição que se segue corresponde ao Rito romano.

TEMPO DO ADVENTO

O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa da vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida.

O tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro, desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um tempo de festa, mas de alegria moderada.

TEMPO DO NATAL

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da Epifania, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Santa Maria, Mãe de Deus e do Batismo de Jesus.

TEMPO DA QUARESMA

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as manifestações de alegria sejam expressas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa.

A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa.

TRÍDUO PASCAL

O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.

Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.

Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer ato litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado. Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.

TEMPO PASCAL

A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinquenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.

TEMPO COMUM

Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino.

O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus.

A segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento de o cristão colocar em prática a vivência do Reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.

O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.

Mensagem do dia... 28/01/2025

 

sábado, 25 de janeiro de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 26/01/2025

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

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 Livro de Neemias nos dá um relato do que poderíamos chamar a “primeira celebração da Palavra”. Ela foi realizada quando se percebeu a desordem que havia no meio do povo, onde cada um fazia o que desejava. Por ignorância, não se praticava a Lei e o caos imperava.

Esdras, doutor da Lei mosaica, foi enviado por Artaxerxes, rei persa, a Jerusalém, para colocar ordem na cidade.

Ele preparou o povo e esperou o primeiro dia do novo ano para fazer uma solene celebração litúrgica, com todas as pessoas capazes de compreender.

Os convocados compareceram, com absoluta boa vontade e sabiam que a solenidade duraria muitas horas, e na verdade era o Senhor quem os convocava.

Esdras, consciente de que o momento era emblemático, usou de sua sensibilidade para demonstrar ao povo a grandeza do momento: mandou erguer um estrado de madeira, em um lugar visível a todos, e nele criou  um ponto elevado para ser o local da  tribuna, onde seria proclamada a Lei do Senhor. Era necessário que todos o vissem e ouvissem quando fosse abrir o livro e fazer sua leitura.

Quando isso aconteceu, o povo todo ficou de pé e o ouvia com atenção. Esdras explicava seu sentido para que o povo pudesse compreender a leitura. Ao final da proclamação o povo disse Amém! Amém! e se prostrou por terra. Era o Senhor que falava através de Esdras e a prostração foi o sinal de que todos estavam conscientes disso. 

O povo, conhecedor de suas próprias falhas, chorava, contudo Esdras chamava-lhes a atenção para o aspecto da amizade de Deus; ela é mais importante que tudo, daí não chorar, mas festejar. Mais ainda, a alegria do Senhor é e será a força do povo. Por outro lado, sentir-se pecador, deve ser celebrado com alegria, pois ter essa consciência é um dom de Deus!

São Lucas, logo no início de seu Evangelho, escreveu: “...história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles ministros da palavra”. O evangelista nos diz que o que vai narrar não é uma fábula, mas aconteceu realmente e nos foi transmitido pelos servidores de Jesus Cristo, o personagem central de seus relatos.

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia. Jesus abriu o rolo que continha os escritos que falavam sobre sua vinda, mas indecifráveis até então. Escolheu o texto do profeta Isaías que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim e...enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres”. Ao enrolar o volume e entregá-lo ao assistente, Jesus diz, com esse gesto, que todos os escritos do Antigo Testamento acabaram, naquele instante, de cumprir sua missão: conduzir as pessoas até ele. Por isso podem ser enrolados e guardados.

Nesse exato momento, todos os olhos estão voltados para ele. Todos desejam ouvir o que o Mestre irá dizer. Começaram os novos tempos!

Se hoje continuamos a ler textos do Antigo Testamento, os lemos antes dos do Novo, pois eles são indispensáveis para nossa preparação à acolhida de Jesus Cristo.

A partir da homilia de Jesus, após as leituras bíblicas, sabemos que ela deverá estar dentro da realidade das pessoas  e sempre ser mensagem de alegria, de esperança em Deus.

Mensagem do dia... 25/01/2025


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

MFCista Guido Palmeira toma posse como secretário do Conselho de Leigos da Arquidiocese de Maceió

 

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 Conselho de Leigos da Arquidiocese de Maceió realizou na terça-feira, 21/01, a cerimônia de posse da nova diretoria, eleita em dezembro de 2024, para o triênio 2025/2027, na Capela do Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Assunção, no bairro do Farol.

A nova diretoria do Conselho de Leigos da Arquidiocese agora é composta por Flávia Valéria Mendes dos Santos, presidente; Enilma Gonçalves de Castro, vice-presidente; MFCista Guido José Pereira Palmeira, secretário; Maria Auxiliadora Calaça Júlio, tesoureira; e Cristóvão dos Santos, vice-tesoureiro.

Para a presidente empossada, assumir o cargo é um grande desafio, mas ela se descreve como uma cristã de poucas palavras e de muitas orações, disposta a continuar o serviço de articulação nas paróquias, sobretudo neste Ano Jubilar.

Segundo ela, o foco é que haja o espírito peregrino, que confia e espera no Senhor, sob a perspectiva de que seja um ano de muita oração e discernimento para os leigos da Arquidiocese de Maceió.

Há 50 anos, o CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil – atua articulando e representando os leigos. Desde outubro do ano 2000, está presente na Arquidiocese de Maceió, contribuindo com a representatividade do laicato.

TODA MISSÃO É ACOMPANHADA DAS GRAÇAS NECESSÁRIAS

Durante a posse, houve a Santa Missa, presidida pelo Côn. Fernando Bezerra, coordenador de Pastoral na Arquidiocese, que destacou a “esperança” como a chave da celebração, encorajando os eleitos na nova missão.

A Liturgia da Palavra, expressa por Côn. Fernando, orienta que a “esperança, com efeito, é para nós, tal qual âncora da vida, segura e firme” (Hb 6,19a), impulsionando a recordação das sábias palavras de Dom Helder Câmara: “Depois da Ressurreição de Jesus, ninguém pode viver sem esperança”.

Com a bênção especial dirigida aos leigos eleitos, o sacerdote agradeceu a diretoria que representou o laicato nos últimos dois anos e recomendou aos recém-empossados a ousadia de enfrentar os empecilhos, citando o exemplo de Santa Inês, mártir da castidade, celebrada no dia 21 de janeiro, que tão jovem não mediu esforços para se manter fiel a Cristo.

Dirigindo-se especialmente à presidente do Conselho, Flávia Valéria, o clérigo citou a frase “toda missão é acompanhada das graças necessárias” de Madre Agathe Verhelle.

OS LEIGOS SÃO CHAMADOS A SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO

O protagonismo do laicato é fundamental para a expansão do serviço de evangelização, não só dentro de seus grupos isolados, mas com o testemunho da esperança.

Para difundir a missão do CNLB, é necessária a parceria dos párocos com o Conselho, enviando representantes de suas paróquias para as reuniões instrutivas e facilitando o acesso da comissão formativa, para que os leigos sejam formados com o objetivo de serem sal da terra e luz do mundo.

No período de 2023 a 2024, Maria Ibelza esteve na Presidência do Conselho e conta que “a função principal é articulação com as paróquias para formação dos laicatos com o consentimento do pároco”.

Por isso, uma das comissões mais importantes do CNLB é a de formação, que tem como base os documentos da Igreja e encíclicas para orientar os leigos acerca de sua função.

“Ninguém é mais importante que o outro”, concluiu Maria Ibelza, ressaltando o dever de cada cristão leigo na missão de difundir o Santo Evangelho.

Para a coordenadora arquidiocesana da Pascom Arquidiocesana, Maria Cícera, o Conselho é importante porque promove um trabalho conjunto entre todos aqueles envolvidos nas atividades da Igreja.

“A importância do Conselho para todos nós não é só reunir as lideranças e dar voz a elas, é fazer com que nosso trabalho, concretamente, aconteça na Arquidiocese”, explicou Maria Cícera.

As reuniões do CNLB acontecem mensalmente e todos os leigos são convidados para participar, independentes de sua função na paróquia, movimento ou pastoral. Mais informações sobre a agenda do conselho, atuação e vivência do Jubileu da Esperança é só acessar o perfil @cnlb.mcz no Instagram.



Fonte: Pascom Arquidiocesana

Mensagem do dia... 23/01/2025


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

MINISTÉRIO E EUCARISTIA

 

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 Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã, de tal forma que se pode afirmar que a Igreja vive da Eucaristia. Neste sentido, o serviço litúrgico dos Ministros Ordinários da Comunhão Eucarística deve ser entendido como expressão do cuidado pastoral para promover a devoção ao mistério eucarístico.

O Ministro da Eucaristia é o bispo e o padre. O Diácono é Ministro Ordinário da Comunhão Eucarística, mas não é Ministro da Eucaristia. O Ministro por excelência da Eucaristia é aquele que preside a Eucaristia.

Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística levam a Palavra e a presença da Igreja em tantas situações de doenças, velhice ou dificuldades de locomoção. Por isso, os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística devem estar em íntima comunhão com o sacerdote e as Pastorais, Grupos, Movimentos e Equipes da Paróquia.

Todos os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística devem, não só no seu período formativo, mas em todo o tempo de seu ministério extraordinário estar em sintonia com os documentos que pedem a Igreja: primeiramente a que foi promulgada pela Sagrada Congregação da Disciplina dos Sacramentos, Instrução Immensae Caritatis, de 29 de janeiro de 1973.

Vale a pena refletir o que pede a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, com a Instrução Redemptionis Sacramentum, de 25 de março de 2004. No Ritual Romano – Sagrada Comunhão e culto do Mistério eucarístico fora da Missa.

O Conselho Pontifício para os Leigos promulgou a Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes.

Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística  devem ser homens e mulheres reconhecida idoneidade cristã, fé esclarecida, adequada preparação doutrinal, comunhão eclesial e vida cristã íntegra; ter recebido os três sacramentos da iniciação cristã; ter recebido o sacramento do matrimônio, se viver em união conjugal; demonstrar fé na presença sacramental do Senhor, sólida piedade eucarística e comunhão frequente; ter compromisso na vida pastoral da comunidade que vão servir; ter a devida maturidade humana, honestidade reconhecida e comportamento equilibrado; possuir nível cultural adequado à comunidade que vão servir; ter boa aceitação pela comunidade a que se destinam.

Os Ministros Extraordinários da Comunhão exercem este ministério sob a responsabilidade do sacerdote responsável da comunidade que tiver pedido a sua nomeação, no âmbito da sua paróquia ou comunidade; a não ser em caso de urgência, não levem a comunhão a doentes de outra paróquia ou comunidade, sem consentimento do respetivo responsável.

Os Ministros Extraordinários da Comunhão esforçar-se-ão por desempenhar bem, com dignidade e nobreza, o seu ministério, quer no serviço à comunidade celebrante, quer aos doentes ou ausentes.

São missões dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística: a distribuição da sagrada comunhão na Missa; a distribuição da sagrada comunhão aos doentes, em suas casas; a distribuição da sagrada comunhão fora da Missa, na igreja; a exposição do Santíssimo Sacramento para adoração, não lhes sendo permitido em ocasião alguma dar a bênção com o Santíssimo;  em caso excecional, animar a assembleia dominical na ausência de presbítero, tendo presente que o exercício regular deste ministério carece de expressa nomeação do Bispo diocesano e não se confunde com a nomeação para ministro extraordinário da comunhão.

O Papa Francisco ensinou que: “O gesto de Jesus que deu aos seus discípulos o seu Corpo e o seu Sangue na última Ceia, continua ainda hoje pelo ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição aos irmãos do Pão da vida e do Cálice da salvação”.

Depois de ter partido o Pão consagrado, isto é, o Corpo de Jesus, o sacerdote o mostra aos fiéis, convidando-os a participar do banquete eucarístico, dizendo as palavras: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”. Este convite inspirado em uma passagem do Apocalipse – recordou o Santo Padre – “nos chama a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade”: “É um convite que alegra e ao mesmo tempo impele a um exame de consciência iluminado pela fé.

Se por um lado, de fato, vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é “derramado pela remissão dos pecados”. Todos nós fomos perdoados no batismo e todos nós somos e seremos perdoados cada vez que nos aproximarmos do Sacramento da Penitência.

E não esqueçam, Jesus perdoa sempre, Jesus não se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão.

A Igreja é agradecida pelo trabalho dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, evangelizadores que levam a Santíssima Eucaristia como sacramento de salvação, pão da vida, alimento que nos sustenta para darmos testemunho do Evangelho e contagiar pela nossa fé na Eucaristia que faz a Igreja e transforma o mundo.

 

Fonte: Site da CNBB


Mensagem do dia... 21/01/2025

 

sábado, 18 de janeiro de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 19/01/2025

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

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 Senhor restaura Jerusalém e faz surgir nela a justiça. Toma-a como sua esposa. Ele é o esposo apaixonado por ela e ao dar-lhe um nome novo ela se torna importante em meio a todos os povos. Sua ação a faz Povo de Deus.

No Evangelho, João descreve o início dos sinais de Jesus realizados em uma festa de casamento. O casamento celebra a doação, a entrega recíproca de duas pessoas, para sempre.

Do mesmo modo dá-se a entrega de Jesus pela Igreja, sua esposa e, como tal, é o que se espera dela, que seja fiel e honre o amor recebido. Essa cerimônia é realizada três dias depois do encontro de Jesus com seus discípulos, o que nos recorda a ressurreição de Jesus três dias após sua entrega redentora por sua esposa, a Igreja.

A presença de Maria é citada fora do grupo dos discípulos de Jesus e o Senhor a chama de mulher. João quer dizer que Maria estava na festa, mas representava a Humanidade, os filhos de Eva que aguardavam a chegada do Esposo, Jesus. Na sala estão seis talhas de pedra para a purificação ritual.

Ora, essa informação nos fala da imperfeição da purificação antiga. São seis e não sete, que, na simbologia bíblica representa o número perfeito, e fala também da abundância de água, que se tornará abundância de vinho.

A presença do Mestre plenifica a purificação, pois ela se dará com seu sangue, sinalizado pela abundância de vinho. Do mesmo modo a excelência do vinho novo, advindo pós ação de Jesus. Finalmente vejamos os diálogos. Jesus diz que sua hora ainda não chegou. Ele se refere à hora em que redimirá a Humanidade, com sua paixão. Maria diz: “Fazei tudo o que ele vos disser!” É a Humanidade convertida que aceita obedecer a Deus, reconhece-o como Senhor, diferentemente do filhos de Eva.

Portanto, João quer nos dizer que nessa cena de casamento foram realizadas, antecipadamente, as núpcias entre Cristo e a Humanidade. A profecia de Isaías se realiza. O Senhor torna a Humanidade sua predileta, a desposa na cruz e lhe dá um nome novo: Meu Povo!

A liturgia de hoje nos diz que o amor de Jesus por nós é radical e seu amor é comparado ao de um esposo que ama tanto a ponto de dar a vida por sua amada. Sejamos fiéis ao nosso batismo. Nele demos nosso sim ao Senhor e a aliança que foi selada com seu sangue redentor. Vivamos o amor e aguardemos o dia feliz das núpcias eternas!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Mensagem do dia... 18/01/2025

 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

CREMAÇÃO: O que diz a Igreja Católica Apostólica Romana

 

E

m outubro de 2016 o Vaticano divulgou regras para a CREMAÇÃO DE CATÓLICOS, que incluem a proibição à conservação das cinzas do morto em casa, evitando que elas se tornem lembranças comemorativas.

As normas estão presentes em uma instrução da Congregação para a Doutrina da Fé aprovada pelo papa Francisco. De acordo com o documento, se for escolhida a cremação, as "cinzas do defunto devem ser mantidas em um lugar sacro, ou seja, nos cemitérios, e a conservação das cinzas no ambiente doméstico não é permitida".

O Vaticano abre exceção apenas para casos envolvendo circunstâncias graves e excepcionais, dependendo das condições culturais de caráter local. "No entanto, as cinzas não podem ser divididas entre os membros da família e devem ser respeitadas as condições adequadas de conservação", acrescenta a instrução.

A Igreja Católica também proíbe que o resultado da cremação seja transformado em lembranças comemorativas e objetos de joalheria, indo contra a prática de colocar as cinzas em adereços como colares, para recordar o ente querido.

Outro hábito comum, o de espalhar as cinzas no mar ou em qualquer outro tipo de ambiente, também foi vetado pela Congregação para a Doutrina da Fé. "Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não é permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra, na água ou de outro modo", afirma o documento.

Caso o morto tenha expressado em vida o desejo de ser cremado por razões contrárias à fé cristã, a Igreja deve negar a realização de seu funeral. "A Igreja não pode permitir abordagens e ritos que envolvam concepções erradas da morte, como a anulação definitiva da pessoa,  o momento de sua fusão com a mãe natureza ou com o universo, uma etapa no processo de reencarnação ou a libertação definitiva da prisão do corpo", indica a instrução aprovada pelo papa.

Embora diga que a cremação de um cadáver não é por si só a negação da fé cristã, o documento ressalta que a preferência continua sendo pelo sepultamento dos corpos. As regras são uma forma encontrada pelo Vaticano de regulamentar uma prática difundida em muitos países, mas que em alguns casos está baseada em ideias que contrariam a doutrina católica.

A cremação é permitida pela Santa Sé desde 1963, desde que não seja um ato de contestação da fé. "A Igreja não tem razões doutrinárias para impedir tal praxe, já que a cremação do cadáver não atinge a alma e não impede a onipotência divina de ressuscitar o corpo. Mas a Igreja continua preferindo o sepultamento porque assim se mostra uma estima maior em relação aos mortos", diz o documento.

Mensagem do dia... 15/01/2025


sábado, 11 de janeiro de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR – 12/01/2025

 

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

J

esus vai a João para ser batizado. Quando se encontra em meio a tantas pessoas que buscam o Batista, Jesus passa a ser mais um que deseja reiniciar a vida através de um banho que simbolizava a mudança de vida. O Mestre quis ser sempre igual a nós e também nesse momento ele se iguala a qualquer pessoa de boa vontade que aceita o discurso regenerador de João, o Batista.

Acontece que quando o vê, João  -  reconhece  -  nele o Messias, o verdadeiro Batista!

Ele já o havia conhecido e nele detectado o Deus Conosco, quando da visita de Maria de Nazaré à sua mãe. Ali, ele João Batista, estremeceu no seio de Isabel e ela pode entender o que acontecia. Agora, a mesma luz interior que o iluminou durante a visita, 30 anos atrás, voltou e fez com que reconhecesse naquele homem, não apenas o seu primo, mas o Redentor da Humanidade.

Nesse momento, segundo São Lucas, o céu se abriu, ou seja, o Pai voltou a falar não mais através dos profetas, mas por seu Filho unigênito. Deus voltou a se  - revelar – em Jesus de Nazaré.

A pomba que aparece é sinal da morada de Deus, de sua presença. É o Espírito de Deus que desceu sobre Jesus. Ele é a morada do Pai, é a nova e eterna aliança, é a tenda armada de Deus em nosso meio, é o próprio Deus!

As palavras, que se fazem escutar, vindas do céu, dizem: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição.” Aí passamos a  entender melhor a primeira leitura onde Isaías diz: “Eis o meu servo, o meu eleito, ele trará o julgamento às nações. Eu te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. 

A missão de Jesus será a de mostrar a proximidade do amor do Pai, e recuperar o projeto de Deus para o homem. Por isso, suas mensagens serão chamadas Boa Nova, Evangelho, o que em português pode ser traduzido como alvíssaras.

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade.

Até que ponto somos pessoas libertadoras, pessoas que podem ser reconhecidas como abertas à ação de Deus, fautoras do bem, portadoras de vida, moradas de Deus em meio aos homens?

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Mensagem do dia... 11/01/2025

 

sábado, 4 de janeiro de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – 05/01/2025


Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

C

elebramos, nesta festa, a abertura do Reino de Deus para todos os povos, para todos aqueles que possuem sentimentos de paz, que buscam fazer o bem e evitar o mal. Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. É o redimensionamento da História da Salvação, ou melhor, é a plenificação de seus objetivos.

No presépio eram os pastores judeus a adorarem o Menino Jesus, a verem cumpridas as profecias da vinda do Messias, agora, representando toda a Humanidade, temos os Magos adorando o Redentor de todos os homens.

A festa da Epifania mostra a saída dos judeus do protagonismo da Economia da Salvação e tomada de posse do novo povo de Deus, ou seja, de todos aqueles que aceitam o Menino Deus, o Príncipe da Paz, como o Cristo Redentor!

Na primeira leitura, extraída do Livro de Isaías, temos o anúncio da manifestação a glória do Senhor sobre Jerusalém e a consequente vinda para ela dos outros povos, para também serem iluminados pela luz divina.

Como segunda leitura, temos um trecho da Carta de Paulo aos Efésios. Lá ele nos diz que essa glória que ilumina Jerusalém e atrai para ela os demais povos, é Jesus Cristo. Através dele todos os povos “são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa”.

Já no Evangelho, São Mateus clarifica, com a vinda dos Magos, a atração dos povos pela luz que ilumina Jerusalém. E ela os conduz à casa da luz, à casa onde habita a Luz do Mundo, Jesus Cristo.

Paradoxalmente, São Mateus fala que os doutores da Lei, aqueles que deveriam possibilitar a Luz iluminar, não querem ser incomodados pela luz e preferem permanecer na escuridão.

Ao contrário, os magos, representando aqueles que não receberam a Revelação, como a receberam os judeus, usaram suas inteligências, cultura, todos os recursos que possuíam e intuíram o nascimento do Messias através do surgimento de uma estrela com um brilho extraordinário, a estrela guia. Por isso passaram a fazer parte do novo Povo de Deus, aceitando os ditames do Menino Deus, da aliança feita por ele através do derramamento de seu sangue, e vivendo o amor, o perdão, a simplicidade de vida, a generosidade, entre outros valores.

Nas festas de Natal demonstramos nosso poder aquisitivo na compra de presentes e no preparo de uma ceia faustosa, contudo a comida já foi para um lugar escuso e os presentes começaram a perder o seu valor e poderão ir parar nas mãos de quem não amamos. O tempo corrói! Mas as esmolas que demos, as visitas que fizemos, os moradores de rua que levamos para cear conosco, o tempo gasto com pessoas marginalizadas pela sociedade e também o tempo dedicado à oração foram contabilizados na economia da salvação, se transformaram em bens de eternidade, de acordo com os valores do grande rei, o menino que nasceu no presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus discípulos.

Como foi o nosso Natal? Como encaramos as exigências da revelação? Se temos dificuldades, peçamos a intercessão da Virgem Maria e de São José para mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Sabemos que o velho e viciado modo de pensar e de agir fala mais alto na hora das decisões. A salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade consumista. Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia em Deus e nele tem sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.

Como os Magos, desviemos nossa caminhada daquelas pessoas ou situações que nos afastam de Deus, que optam pelo Mal, que preferem o acomodamento à prática do bem.

A Igreja tem a missão de ser farol porque nela está a Luz Verdadeira. Como batizado faço parte da Igreja e a vela acesa que recebi logo após ter sido lavado no sangue de Jesus, me leva a manifestar a misericórdia de Deus a todos os homens, façam já parte da Igreja, ou ainda não.

Tenhamos a coragem de romper com os vícios do passado e vivamos a autenticidade do Evangelho.  Permitamos que o Senhor faça sua Epifania através de nós, como a fez através de Teresa de Calcutá e de tantos homens e mulheres de todos os tempos. É preciso coragem! Coragem! Ele venceu o mundo!

Mensagem do dia... 04/01/2025