sábado, 22 de março de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 3º DOMINGO DA QUARESMA – 23/03/2025

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A

 cena de Moisés e da sarça ardente, que temos na primeira leitura, apresenta-nos o coração do grande líder judeu. Moisés possuía grande sensibilidade e senso de justiça. Ele se revoltou com a injustiça praticada em relação a um homem judeu e deixou vir à tona um grande arroubo em favor do oprimido. Ele demonstrou ser possuído por grandes paixões.

É de homens assim que Deus quer precisar para agir no mundo. Deus deu missão a Moisés, a Sansão, a Davi, a João Batista, a todos aqueles que se deixaram tomar por uma grande paixão em favor do ser humano. Vejamos nossos santos: Madre Paulina, Santo Antônio Galvão, Anchieta, e tantos outros!

Mas voltemos a Moisés. Em suas orações, percebeu que Deus precisava dele. Deixou-se tocar pelo Senhor quando se revoltou, quando viu injustiças. Mais tarde, refletindo sobre esses fatos, percebeu que deveria deixar sua vidinha acomodada de pastorar rebanho, de estar com a família e com os amigos para se colocar a serviço de Deus, a serviço do povo.

Sabia que Deus estaria sempre com ele e jamais o abandonaria, nem a ele e nem aos seus.

Essa vocação para ser libertador, nasceu junto a uma imperfeição grave. Moisés agiu com violência matando o egípcio que oprimia um seu conterrâneo. Mesmo assim, Deus viu nele qualidades de libertador.

Agora, no Evangelho, Jesus vai corrigir essa ação de Moisés, ao não concordar com a indignação do povo em relação a Pilatos.

Jesus não concorda nem com a retribuição sanguinária à atitude de Pilatos e nem em atribuir aos galileus mortos alguma culpa.

Jesus não concorda que cultivemos sentimentos de violência contra as pessoas que nos fizeram mal. Ele convida todos a uma mudança, a uma conversão.

A parábola da figueira estéril nos convoca a uma paciência e esperança divinas, tolerantes com as fraquezas humanas. Tolerante, mas não conivente ou negligente.

Deus nos quer pessoas apaixonadas, vibrantes, dedicadas à missão até a raiz de nossa existência, contudo ele nos quer cidadãos absolutamente convertidos ao bem.

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