Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
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Evangelho do Filho Pródigo nos fala, entre
outras mensagens, das relações afetiva e serviçal.
O
filho mais novo tem para com o pai uma grande confiança, apesar de, no início,
ter agido de modo egoísta. Quando se reconheceu pecador, quando percebeu o erro cometido, não ficou com medo do pai,
mas ao contrário, recordou a bondade, a prodigalidade de seu pai e resolveu
voltar para casa. Ele sabia quem era seu pai e o respeitava bastante. Por isso
voltou. No fundo ele havia experimentado o que era ser amado.
O
mais velho, apesar de jamais ter se afastado do lado do pai, tinha uma relação
de empregado com seu patrão. Ele está preso ao que fez e ao que deixou de
fazer. Não conheceu o verbo amar, o verbo perdoar, o verbo querer, no sentido
de querer bem. Sua relação não era de ternura, mas de trocas.
A
grandeza de um homem não está em cumprir leis como um servo, mas em viver o
amor, a grandeza do perdão, saber entender o outro e abraçá-lo.
Deus
nos criou para isso, para sermos sua imagem e semelhança e não para termos uma
relação empobrecedora. Não nos deixemos apequenar por nada. Nossa vocação é
sermos sacramento do amor, do perdão, do acolhimento de Deus em meio aos
homens.
A
segunda leitura complementa este pensamento quando diz: “Tudo agora é novo.
E tudo vem de Deus, que, por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o
ministério da reconciliação.”
A sociedade julga as pessoas pela aparência,
pela cultura, pelas posses. No ambiente de Igreja se julga as pessoas pelo
engajamento, pela boa ou má conduta. Paulo diz que Deus não imputou ao mundo as
suas faltas. Ao contrário, mais adiante acrescenta: “Aquele que não cometeu
nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornemos justiça de
Deus”.
Ora,
estar em Cristo significa estar em relação íntima com Deus e com o outro, é ser
nova criatura.
O
cristão é nova criatura porque pelo batismo renasceu pelo Espírito, e isso
provoca atitudes novas.
O
filho mais novo, aparentemente grande pecador, mostrou ser nova criatura porque
baseou sua atitude de retornar à casa confiado exclusivamente na misericórdia
do pai. Já o mais velho, cobrando do pai a justiça, por causa de seu trabalho,
não entendeu a gratuidade do amor e permaneceu do lado de fora, na escuridão,
sem provar a alegria da gratuidade.
Somente com uma atitude como a do caçula, confiando unicamente no amor e no perdão do pai, poderemos ressuscitar na Páscoa e ser novas criaturas!
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