sábado, 26 de abril de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 2º DOMINGO DA PÁSCOA – DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA – 27/04/2025

 

São Tomé quis “ver para crer” que Jesus havia ressuscitado e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!”

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

N

o início do Evangelho de hoje, que nos relata o cair da tarde no domingo da ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a portas fechadas. Nada adiantou os relatos daqueles que tiveram a experiência do Cristo Ressuscitado, mas o receio, o medo da morte falava mais alto.

Nesse ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Em seguida, para confirmar sua ressurreição, lhes mostra as marcas da paixão em seu corpo. Como sempre, nas aparições após a ressurreição, o Senhor lhes dá a missão de anunciar sua vitória sobre a morte e, agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados!

O Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do Espírito.

Contudo, na comunidade reunida, falta alguém – Tomé. Por que será que o autor do quarto evangelho relata essa ausência de Tomé. Para criticá-lo? Certamente não! Não havia motivo para isso. João aproveita esse episódio para fortalecer nossa fé na ressurreição de Jesus.

Como vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus ter prevenido seus discípulos sobre a sua ressurreição, eles não creram, nem mesmo após o testemunho da Maria Madalena e dos dois de Emaús. Assim também aconteceu com a primeira Comunidade cristã e para muitos de nós.

Por isso, João escreve no final do Evangelho: “Isto foi escrito para que vocês acreditem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham a vida em seu nome”.

Muitos desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé! Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista, isso é fé.  À exclamação de Tomé “Meu Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, por que me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína, pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!

Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado. Tenhamos para com nosso Senhor um relacionamento afetivo, ele é o nosso maior amigo, é o nosso Senhor e nosso Deus!

Mensagem do dia... 26/04/2025

 

terça-feira, 22 de abril de 2025

CARDEAIS ESCOLHERÃO EM CONCLAVE O SUBSTITUTO DO PAPA FRANCISCO

 

“Os cardeais da Igreja Católica foram convocados para se reunir após a morte do papa Francisco. Eles irão se preparar para realizar o Conclave — o processo de escolha do próximo pontífice.”

C

om a morte do papa Francisco, a Igreja Católica começa a se preparar para o Conclave, a eleição que escolherá o próximo pontífice. Pelas regras, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Assim sendo, a votação começará entre os dias 6 e 11 de maio.

Em fevereiro de 2013, o papa Bento XVI estabeleceu uma nova regra que permite flexibilidade nesse prazo. Pela norma, o início do Conclave pode ser antecipado se todos os cardeais com direito a voto já estiverem no Vaticano. A eleição também pode ser adiada, excepcionalmente, por graves motivos.

É costume, após a morte do papa, o Vaticano convocar todos os cardeais do mundo para compor o Colégio dos Cardeais, atualmente formado por duzentos e cinquenta e dois religiosos, entre eles, oito brasileiros. O Colégio dos Cardeais ajuda a organizar o Conclave e discute questões inadiáveis da Igreja. Apenas os cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Atualmente, cento e trinta e cinco se enquadram nesse critério, entre eles, sete brasileiros.

O início do Conclave depende da presença desses cardeais eleitores no Vaticano. A exceção é para os religiosos que estejam impedidos de comparecer por motivos graves, como problemas de saúde.

Apesar de haver uma estimativa para que o Conclave comece no início de maio, ainda não há uma previsão oficial de quando a Igreja Católica terá um novo papa. Isso acontece por causa do modelo de votação e das regras da eleição.

Durante Conclave, os cardeais eleitores ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como "Zona de Conclave" e fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

As votações acontecem dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos, que são secretos e queimados após a contagem. Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas por dia, duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de Conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.

Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.

Os Conclaves que elegeram Francisco e Bento XVI, foram concluídos em apenas dois dias. No geral, as eleições dos últimos cem anos foram rapidamente resolvidas.

Na história da Igreja como um todo, já houve eleições que duraram semanas, incluindo um episódio no século XIII em que um Conclave demorou mais de dois anos para ser concluído e terminou com a eleição de Gregório X.

BRASILEIROS NO CONCLAVE

Dos oito cardeais brasileiros, apenas sete brasileiros estão na disputa para ser o novo Papa são eles: SÉRGIO DA ROCHA, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos; JAIME SPENGLER, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos; ODILO SCHERER, arcebispo de São Paulo, 75 anos; ORANI TEMPESTA, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos; PAULO CEZAR COSTA, arcebispo de Brasília, 57 anos; JOÃO BRAZ DE AVIZ, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos e LEONARDO ULRICH STEINER, arcebispo de Manaus, 74 anos.

Para especialistas, entre os brasileiros, os cardeais Sérgio da Rocha - Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador; Paulo Cezar Costa - arcebispo de Brasília, e Jaime Spengler - presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, são os que mais tem chances de serem eleito papa.

Mensagem do dia... 22/04/2025


domingo, 20 de abril de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DO DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR – 20/04/2025

 

Papa Francisco

H

oje ressoa em todo o mundo o anúncio que partiu de Jerusalém há mais de dois mil anos: "Jesus de Nazaré, o crucificado, ressuscitou!" Jesus Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o caminho para a vida.

De fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos pecados.

E sem o perdão de Deus, essa pedra não pode ser removida. Sem o perdão dos pecados, não se consegue sair dos fechamentos, dos preconceitos, das suspeitas mútuas e das presunções, que sempre levam a absolver a si mesmo e acusar os outros.

Somente o Cristo Ressuscitado, ao dar-nos o perdão dos pecados, abre o caminho para um mundo renovado. Somente Ele nos abre as portas da vida, aquelas portas que fechamos continuamente com as guerras que se alastram pelo mundo.

O túmulo de Jesus está aberto e vazio! É aqui que tudo começa. Através desse túmulo vazio passa o novo caminho, o caminho que nenhum de nós, mas somente Deus, poderia abrir: o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da fraternidade em meio à inimizade.


Mensagem do dia... 20/04/2025

 

sábado, 19 de abril de 2025

Sábado Santo: dia de recolhimento e espera

Nesse dia, somos convidados a refletir e esperar, seguindo o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, enquanto também recordam a perplexidade dos apóstolos diante da morte de Cristo.

Thulio Fonseca – Vatican News

D

escrito pelos Padres da Igreja como "o mais longo dos dias", o Sábado Santo propõe uma espera silenciosa, que revive a angústia dos discípulos após a crucificação. A reforma litúrgica realizada por Pio XII restaurou esse dia como tempo de recolhimento, no qual cada cristão reflete sobre a morte de Cristo e sobre a finitude da existência humana. Nesse momento, a fé é posta à prova: o Messias morreu, e o desfecho permanece desconhecido. Só resta confiar que o vazio interior será um dia preenchido.

Cristo permanece em ação

Mesmo em silêncio, Cristo não deixa de agir. Segundo uma antiga tradição, Ele desce à morada dos mortos, atravessa as sombras da morte e resgata a humanidade. Vai ao encontro de Adão — figura que representa todos os homens —, o desperta e anuncia a salvação, oferecida a todos. Assim, constrói uma ponte entre o túmulo e o Reino dos Céus. Com a Cruz em mãos, vence a morte por meio da própria morte.

O padre Diogo Shishito, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), doutorando em Liturgia na Universidade Sant’Anselmo, em Roma, nos convida a contemplar o silêncio fecundo deste dia, repleto de sentido e esperança.

"O que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos."

Assim começa uma homilia do século IV que a Igreja retoma no Ofício das Leituras em cada Sábado Santo e da qual nasce o costume de chamar esse dia como o “Dia do Grande Silêncio”. De fato, diante do Mistério Pascal de Jesus, o silenciar parece ser natural para a nossa pequenez humana, uma vez que não se encontram palavras para expressar o misto de surpresa e gratidão que move interiormente quem se coloca diante de tamanha Graça.

O Silêncio é o lugar da ação do Espírito Santo

O silêncio parece apresentar-se como único caminho para aqueles que são inundados de um amor sem igual manifestado na entrega sem reservas do Deus feito homem que, ao dar seu último suspiro no alto da cruz, rasgou de cima abaixo o véu que separava a habitação divina da sua criatura predileta. É o silêncio de quem faz espaço para acolher algo de novo e nunca antes presenciado no tempo. O silêncio de quem, admirado, não encontra no elenco das reações uma atividade capaz de responder ao que se apresenta diante de seus olhos. Mas o silêncio, diferentemente do que muitas vezes se pensa, não é vazio.

No silêncio se encontra aquele espaço necessário entre uma ação e outra que nos permite comunicar a multiforme expressão de vida presente em cada um de nós. O silêncio é a pausa sem a qual a comunicação não seria possível, pois é ela que separa as palavras e dá clareza ao discurso. Só com o silêncio se pode passar de um conceito a outro, de uma ideia à outra. O grande silêncio desse dia faz passar da morte à Vida, do tempo à eternidade. Por isso podemos dizer que o Silêncio é o lugar da ação do Espírito Santo. Quando o Verbo cala, o Espírito trabalha no germinar de uma realidade nova.

Fé e expectativa

No alto da Cruz, com o calar-se do Verbo divino, a Palavra Eterna transformou-se em silêncio, produzindo na humanidade um sentimento de expectativa… Uma espera que brota da fé, que nasce da confiança sem reservas na promessa feita pelo próprio Senhor de que estaria conosco sempre. Para os Discípulos, que não sabiam como seriam as coisas depois da cruz e não imaginavam que a ressurreição se daria, esse silêncio certamente produziu dúvidas e medos, mas também é certo que, assim como quando um discurso é interrompido, fica a expectativa de como seria sua continuidade, no coração de cada um deles brotava também a esperança de que o Senhor, de algum modo, daria sentido àquilo que eles não conseguiam entender ainda.

Esperar com Maria

Olhando para Maria, que sabia com clareza que Jesus é o Filho de Deus, podemos pensar que o silêncio que brota da morte do Senhor tenha levado seu pensamento à doce espera da sua chegada, àquele silêncio de contemplação da surpreendente ação divina que realiza o que aos critérios humanos parecia impossível, de maneira que aquele silêncio se tornasse mais uma vez um ato de espera do próximo passo na história da Salvação. Para a Igreja, no entanto, esse silêncio é memorial da nossa fé, é a ação que reconhece a grandeza do mistério pascal de Cristo e abre espaço para o agir transformador de Deus que faz germinar, a partir dos nossos limites, o amor gerador de uma nova realidade. O amor verdadeiro daquele que nos amou até o fim e que manifestou a sua graça à humanidade quando estava ainda imersa no pecado.

O túmulo está vazio — a morte foi vencida, e a vida triunfa eternamente.

O Senhor venceu a morte

De fato, por suas qualidades, uma pessoa pode ser admirada, mas só pelas suas limitações que pode ser acolhida e amada. É fácil acolher alguém quando tudo vai de acordo com o que nos agrada; somente quando o outro se mostra diferente do que gostaríamos é que a acolhida de suas inconstâncias se torna amor. Imbuídos da certeza da ressurreição, cada um de nós é chamado, através do silêncio, a abrir espaço para que o Senhor transforme em nosso interior as situações de morte fazendo brotar a vida nova e eterna que é Dele e da qual podemos participar pela sua misericórdia.

Peçamos então que o nosso silenciar possa de verdade dar espaço à ação silenciosa do Espírito Santo, que revigora em nós a graça dos que têm a vida escondida com Cristo em Deus e que o ressoar do esperado Aleluia dessa noite santa renove em nosso interior a força de ser no mundo uma voz que proclama o centro da nossa fé: o Senhor venceu a morte e está vivo no meio de nós.

Mensagem do dia... 19/04/2025

 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Sexta-feira Santa, o Mistério da Cruz e a Via-Sacra

 

Silvonei José - Vatican News

J

esus, sabendo que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 18, 28-30).

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ajoelhamo-nos, para simbolizar a humilhação do homem terreno e a coparticipação ao sofrimento do Senhor. Porém, não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade.

A ADORAÇÃO DA CRUZ

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até o último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Durante a liturgia os fiéis tocam a Cruz, a beijam e assim entram ainda mais em contato com a dor de Cristo que é a dor de todos, porque Ele carregou na Cruz os pecados de toda a humanidade para salvá-la.

A SEXTA-FEIRA SANTA

A Sexta-feira Santa nasceu como dia da morte de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa sexta-feira). Trata-se de um dia de luto, acompanhado de "jejum", depois estendido a todas as sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio desta liturgia, os fiéis são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado, que morreu na cruz para cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia confiado: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". O profeta Isaías diz: “Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e sofrimentos, e nós o julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a sua vida, Jesus pagou um alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com amor e por amor: “Sendo rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira Santa, cada um de nós pode ficar diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus sobre os próprios problemas, dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a vida são iluminadas pela Cruz, a ponto de chegarmos a dizer, realmente, que "o coração tem suas razões, que a razão não pode compreender". O Senhor Jesus deve ser acompanhado com amor, até o fim, como Ele o fez.

A Via-Sacra foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Álvaro De Zamora da Cordoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores.

O CAMINHO DA CRUZ

A Via-Sacra consiste em percorrer espiritualmente o caminho de Jesus ao Monte Calvário enquanto carregava a Cruz, assim como a oportunidade de interiorizar em seu sofrimento.

Em relação ao seu significado, “Via Crucis”, ou Via-Sacra, significa em latim “O caminho da Cruz”. Este caminho é formado por 14 estações que representam determinadas cenas da Paixão, cada uma corresponde a um acontecimento especial ou a maneira especial de devoção relacionada a tais representações.

Antigamente, o número de estações variava consideravelmente em diferentes lugares, mas agora o Magistério prescreve quatorze:

1. Cristo é condenado à morte;
2. Jesus carrega a cruz aos ombros;
3. Jesus cai pela primeira vez;
4. Jesus encontra a sua Santíssima Mãe;
5. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz;
6. Verônica enxuga o rosto de Jesus;
7. Jesus cai pela segunda vez;
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
9. Jesus cai pela terceira vez;
10. Jesus é despojado de suas vestes;
11. Jesus é pregado na cruz;
12. Jesus morre na cruz;
13. Jesus é descido da cruz
14. Jesus é colocado no sepulcro.

No princípio, a oração da Via-Sacra era diferente. No século IV, a religiosa Egedia escreveu acerca das peregrinações que os cristãos realizavam a Jerusalém para percorrer os lugares da paixão e morte de Jesus com os Evangelhos na mão. Esta peregrinação terminava no Monte Calvário.

PAPA NA VIA-SACRA

Durante a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa em 2023 o Papa Francisco presidiu no parque Eduardo VII, a "Colina do Encontro", a Via-Sacra, onde partilhou com os jovens os momentos da Paixão de Cristo. 

"Hoje, vocês vão caminhar com Jesus hoje. Jesus é o Caminho e nós vamos caminhar com Ele, porque Ele caminhou”, disse Francisco. 

O caminho de Jesus, explicou o Papa, é Deus saindo de si mesmo para caminhar entre nós. É o que ouvimos tantas vezes na missa: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós". E Ele o faz isso por amor.  A Cruz que acompanha cada Jornada Mundial da Juventude, acrescentou o Pontífice, é o ícone, é a figura dessa jornada. A Cruz é o significado maior do amor maior, aquele amor com o qual Jesus quer abraçar nossa vida. E ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida por seus amigos, que dá a vida pelos outros. "É por isso que, quando olhamos para o Crucificado, que é tão doloroso, tão difícil, vemos a beleza do amor que dá a vida por cada um de nós."


Mensagem do dia... 18/04/2025

 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Quinta-feira Santa: Lava-Pés, amor e serviço

 

"Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra seu amor pelas pessoas e mostra a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem."

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O

 Lava-Pés é um rito litúrgico realizado durante a celebração da Quinta-feira Santa que recorda a Última Ceia do Senhor. Este rito religioso baseia-se no Evangelho de João. "É o testamento de Jesus para a comunidade. A oferta da própria vida por amor", disse o padre Raimundo Rocha, provincial dos Missionários Combonianos no Brasil.

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra seu amor pelas pessoas e mostra a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem.

Na missa da Instituição da Eucaristia ou Lava-Pés, repete-se o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou sacerdote que imita Jesus no gesto de lavar os pés de algumas pessoas da comunidade, compromete-se a estar a serviço da comunidade para que todos tenham a salvação, como fez Jesus, mostrando como diz um canto religioso católico que "prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão".

"A Igreja é chamada a amar e servir, a lavar os pés da humanidade ferida pelas guerras, pelo feminicídio, pelo discurso de ódio, pela migração forçada, por tantas situações de desumanidade. Este é o mandamento que Jesus nos deixou. Este é o seu exemplo: amar e servir", disse ainda padre Raimundo Rocha.


Mensagem do dia... 17/04/2025

 

sábado, 12 de abril de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O DOMINGO DE RAMOS – 13/04/2025

 

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A

 Ceia, a última Ceia de Jesus, é a prefiguração de sua entrega a Deus por nós e a conclusão de sua missão. Nela ele promete a restauração da humanidade e nos associa ao seu destino. “Fazei isto em memória de mim” é um mandamento convite para nos identificarmos com ele, para repartirmos nossa vida com os outros. Quando celebramos a Eucaristia, o “partir o pão eucarístico” é porque já o fizemos com nosso pão diário e com toda a nossa vida e pretendemos continuar nesse partilhar nossa vida.

Também dentro do contexto eucarístico Lucas nos coloca a atitude cristã do serviço, do ser o último. Jesus diz: “Entre vós o maior seja como o mais novo, e o que manda, como quem está servindo”. “…estou no meio de vós como aquele que serve.” Servir, dentro da visão cristã, significa ocupar mesmo o último lugar, ser autoridade significa servir!

São Lucas, no relato da Paixão, destaca a bondade e a misericórdia do senhor.

Já no horto Jesus impede que Pedro pague mal com mal, e lhe diz para “guardar sua espada dentro da bainha”. A atitude dos cristãos para com seus adversários deverá ser a do perdão. Para Jesus, o seu discípulo não tem inimigo, aliás, o inimigo, aquele que deverá ser destruído, esmagado é o demônio. Os demais, os que fazem mal são vistos como adversários que deverão ser trabalhados para que se libertem do mal e se salvem.

Mais adiante, dentro do relato da paixão, ao ser negado por aquele a quem confiaria as suas ovelhas – Pedro -, olha-o com carinho e compreensão por sua fraqueza e a reação de Pedro foram as lágrimas de profundo arrependimento. Por isso, por essa experiência e por outras, Pedro escreveu em sua primeira: “ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado não proferia ameaças” (1Pd2, 23).

Antes de dar o último suspiro Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes este pecado, porque não sabem o que fazem!” (Lc 23,34)

Em seu relato São Lucas comenta a atitude de pessoas como Herodes e as mulheres que estavam pelo caminho do calvário. Herodes vê Jesus como um proporcionador de benefícios. Mas Jesus não é um mercador, mas sim alguém que age em nome do Pai. Diante das mulheres que choram pelo caminho ao ver suas dores, Jesus reconhece nelas e em seus filhos os frágeis que penam por causa do interesse dos poderosos.

Finalmente Lucas apresenta Jesus morrendo entre dois bandidos. Ele nasceu entre animais, em uma estrebaria e suas primeiras visitas foram os pastores, gente impura para os judeus. Mais tarde chegam os magos, pagãos! Também ao longo de sua vida Jesus se relaciona continuamente com os desprezados da sociedade de seu tempo, os considerados impuros, como os publicanos, as meretrizes, os pecadores. Agora, na hora da morte, seus companheiros são bandidos! Seus discípulos se mantêm à distância, mas ao lado estão os dois ladrões. Mas longe de ser demérito, isto é legitimação da vida do Redentor. Ele não veio para salvar os pecadores? Pois é! Ele volta para o pai com as mãos cheias! Leva consigo Dimas, o bandido que foi recuperado na última hora e que ele mesmo, Jesus, garantiu que estaria com ele no céu, “ainda hoje”. Leva também, só que mais tarde, o oficial romano que declaro; “De fato! Este homem era justo!” Leva tantos pecadores convertidos pelos seus gestos de acolhida, de perdão, de vida!

Fazei isto em minha memória, tomai e comei, partilhar a vida! Celebremos a Paixão de Jesus, sua Páscoa, acolhendo o pecador, partilhando nossa fé na vitória da Vida, na certeza da vitória do perdão! O que recebemos de graça, de graça devemos dar. Recebemos o perdão de Deus mediante a redenção de Jesus Cristo!

Mensagem do dia... 12/04/2025

 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

SEMANA MAIOR - A SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA

 

A

 experiência dos frutos da santidade da SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA vem da abertura de coração e da vivência pessoal de cada cristão diante daquilo que a Liturgia destes dias nos propõe, seja na vida comunitária, seja na experiência particular de oração e espiritualidade.

Ao levantarmos os ramos no DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR e saudarmos, em nossas procissões, o Cristo Rei que entra em Jerusalém sentado no lombo de um jumentinho, qual ação interna esse sinal pode nos ajudar a refletir? Talvez, possa ser um caminho nos perguntar: como estou recebendo Jesus Cristo e sua mensagem da Boa Nova todos os dias em minha vida? Se estou sendo fiel a Sua entrada em minha vida ou se estou deixando-O entrar e depois O “expulso”, levando à condenação diante dos homens?

Certamente, a resposta sempre será positiva: sempre podemos oferecer mais, o nosso “óbolo da viúva” nas nossas orações pelos ministros os quais Deus confiou o pastoreio de seu rebanho.

Na Liturgia da MISSA DA CEIA DO SENHOR em que o padre, imitando Jesus Cristo, se debruçará aos pés de seus paroquianos para os lavar e materializar o mandamento máximo do amor. Para muitos aquela música tão tradicional em nossas liturgias “Jesus erguendo-se da ceia, jarro e bacia tomou, lavou os pés dos discípulos, este exemplo nos deixou…”, fez uma falta colossal. Pela música em si? Pode ser que não. Na verdade, nossos olhos humanos precisam – e daí a necessidade dos sacramentos – ver e tomar parte do ensinamento que escutamos. A imitação de Cristo, deste gesto, em nossas vidas, deve ser no cotidiano, levando às últimas consequências o mandamento do amor. “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”, diz o Senhor.

Às três horas da tarde, diante de um silêncio ensurdecedor para os nossos ouvidos tão acostumados com o barulho, os sacerdotes caminham até o altar e, diante dele, se prostram enquanto todos nós nos colocamos de joelhos. As palavras que rompem este silêncio dão o tom da CELEBRAÇÃO DA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO: estamos fazendo memória da morte de Nosso Senhor onde derramou seu sangue na Cruz para nos libertar da morte do pecado. O Altar desnudo, sem velas, o silêncio, o minucioso relato da Paixão e a profundidade da oração comunitária por tantas intenções, nos mostram a universalidade e completude da Paixão de Nosso Senhor.

     “Ó noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor De que nos valeria ter nascido, se não nos resgatasse em seu amor”. Após sair da escuridão do início da Celebração, escutamos o belíssimo texto do anúncio da Páscoa que proclama a vitória de Jesus Cristo sobre a morte na Vigília Pascal. A Liturgia desta celebração enche os olhos e o coração de todo batizado – e porque não dizer, dos pagãos também – ela manifesta a grandeza do que celebramos: a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado. A luz que irradia do Círio Pascal, aceso no fogo novo, compartilha lugar com a luz que chega aos nossos corações pela leitura da história da nossa salvação na Liturgia da Palavra culminando na luz que queremos irradiar da nossa vida cristã que renovemos através das promessas batismais que repetimos do dia do nosso batismo. “Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira”

Ressuscitou verdadeiramente, aleluia, aleluia, nos saudamos ao desejar feliz Páscoa aos irmãos e irmãs. O centro da nossa fé deve ser motivo de mudança de vida para celebrar a vitória de Nosso Senhor sobre o pecado e a morte. É Ele quem nos traz a vida eterna; é Ele a quem devemos louvar e bendizer com nossas vidas, todos os dias; é Ele que precisamos testemunhar para o mundo para que sua mensagem de salvação seja conhecida e amada por toda a humanidade.

Que celebrar a SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA, nos ajude a caminhar e nos aproximar na estrada rumo a Pátria Celeste.

Mensagem do dia... 11/04/2025


sábado, 5 de abril de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 5º DOMINGO DA QUARESMA – 06/04/2025

 

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

N

o Evangelho deste domingo temos a má vontade e a hipocrisia, de um lado, e a justiça e bondade de Deus, do outro. Evidentemente, o Amor é mais inteligente e vence a hipocrisia.

Uma mulher é apanhada em adultério. Naquela época cometer adultério não significava necessariamente estar com outra pessoa, mas bastava apenas a insinuação. Preferimos entender assim, já que não se fala do parceiro com quem a adúltera pecava.

Os fariseus, plenos de malícia, mais uma vez preparam uma cilada para que Jesus caia como blasfemo e entre em contradição com sua doutrina, a do amor.

Podemos ver aí duas atitudes:

Do lado dos fariseus temos pessoas altamente preocupadas pela legalidade e pelo cumprimento das prescrições mosaicas. Elas  não suportam o pecado, dos outros! Por isso Jesus diz : “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!” Existem pessoas que têm verdadeira obsessão pelos pecados, sobretudo sexuais, dos outros. Por que se deleitam em divulgar os pecados dos outros? Sempre arranjam justificativas para isso. Serão de fato puros e inocentes estes pregoeiros da moral?

Por outro lado Jesus, condoído pelo vexame e constrangimento vivido pela mulher, quer ajudá-la, quer revesti-la com a dignidade que havia perdido – por seu pecado e pela exposição feita pelos fariseus - , quer levantá-la. Afinal ele veio para salvar, para dar vida!

Mas nesse “imbróglio” está em jogo a missão de Jesus como Redentor – e é isso que os fariseus desejam verdadeiramente atingir. Podemos dizer que os fariseus queriam pegar dois coelhos com uma única cajadada: eliminar a mulher e desmoralizar Jesus, destruí-lo.

O Senhor, conhecendo os corações e pleno de sabedoria, dá tempo ao seu sentimento humano e respira fundo, rabiscando no chão. Depois, levanta a cabeça e, senhor da situação, com toda serenidade diz: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!” Quem dentre os presentes jamais tivera um pensamento impuro? Quem dentre os presentes foi feito de natureza diferente? Quem dentre os presentes respeitava plenamente os dez mandamentos?

O pecado é um mal que fere o homem. Por isso, Deus o detesta, Jesus o detestou. Mas ele não condena o pecador, ao contrário, ele veio salvar o pecador, veio dar sua vida para salvá-lo. O que Jesus mais deseja é a salvação de quem errou. Ele não veio para julgar, mas para salvar!

Aprendamos com o Senhor. Qualquer que seja a situação que estejamos, qualquer que seja o deslize de um irmão nosso, seja ele quem for, sejamos discípulos do Mestre e procuremos salvar, vestir de dignidade quem a perdeu. Isso não significa acobertar o pecado e deixar a vítima de lado, mas ter um coração como o de Deus, onde existe lugar para todos. Deus é vida, sejamos também vida!


Mensagem do dia... 05/04/2025