quarta-feira, 30 de abril de 2025
terça-feira, 29 de abril de 2025
segunda-feira, 28 de abril de 2025
domingo, 27 de abril de 2025
sábado, 26 de abril de 2025
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 2º DOMINGO DA PÁSCOA – DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA – 27/04/2025
São Tomé quis “ver para crer” que
Jesus havia ressuscitado e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!”
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
N |
o início
do Evangelho de hoje, que nos relata o cair da tarde no domingo da
ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a portas
fechadas. Nada adiantou os relatos daqueles que tiveram a experiência do Cristo
Ressuscitado, mas o receio, o medo da morte falava mais alto.
Nesse
ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Em seguida, para confirmar sua
ressurreição, lhes mostra as marcas da paixão em seu corpo. Como sempre, nas
aparições após a ressurreição, o Senhor lhes dá a missão de anunciar sua
vitória sobre a morte e, agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com
a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados!
O
Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda
neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do
Espírito.
Contudo,
na comunidade reunida, falta alguém – Tomé. Por que será que o autor do quarto
evangelho relata essa ausência de Tomé. Para criticá-lo? Certamente não! Não
havia motivo para isso. João aproveita esse episódio para fortalecer nossa fé
na ressurreição de Jesus.
Como
vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus ter prevenido seus discípulos
sobre a sua ressurreição, eles não creram, nem mesmo após o testemunho da Maria
Madalena e dos dois de Emaús. Assim também aconteceu com a primeira Comunidade
cristã e para muitos de nós.
Por
isso, João escreve no final do Evangelho: “Isto foi escrito para que vocês
acreditem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham a
vida em seu nome”.
Muitos
desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com
nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé!
Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o
evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista,
isso é fé. À exclamação de Tomé “Meu
Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, por que me viste?
Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína,
pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!
Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado. Tenhamos para com nosso Senhor um relacionamento afetivo, ele é o nosso maior amigo, é o nosso Senhor e nosso Deus!
sexta-feira, 25 de abril de 2025
quinta-feira, 24 de abril de 2025
quarta-feira, 23 de abril de 2025
terça-feira, 22 de abril de 2025
CARDEAIS ESCOLHERÃO EM CONCLAVE O SUBSTITUTO DO PAPA FRANCISCO
“Os cardeais da Igreja Católica foram convocados para se reunir
após a morte do papa Francisco. Eles irão se preparar
para realizar o Conclave — o processo de escolha do próximo pontífice.”
C |
om a
morte do papa Francisco, a Igreja Católica começa a se preparar para o
Conclave, a eleição que escolherá o próximo pontífice. Pelas regras, o Conclave
deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Assim sendo, a votação
começará entre os dias 6 e 11 de maio.
Em
fevereiro de 2013, o papa Bento XVI estabeleceu uma nova regra que permite
flexibilidade nesse prazo. Pela norma, o início do Conclave pode ser antecipado
se todos os cardeais com direito a voto já estiverem no Vaticano. A eleição
também pode ser adiada, excepcionalmente, por graves motivos.
É
costume, após a morte do papa, o Vaticano convocar todos os cardeais do mundo
para compor o Colégio dos Cardeais, atualmente formado por duzentos e cinquenta
e dois religiosos, entre eles, oito brasileiros. O Colégio dos Cardeais ajuda a
organizar o Conclave e discute questões inadiáveis da Igreja. Apenas os
cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Atualmente, cento e
trinta e cinco se enquadram nesse critério, entre eles, sete brasileiros.
O
início do Conclave depende da presença desses cardeais eleitores no Vaticano. A
exceção é para os religiosos que estejam impedidos de comparecer por motivos
graves, como problemas de saúde.
Apesar
de haver uma estimativa para que o Conclave comece no início de maio, ainda não
há uma previsão oficial de quando a Igreja Católica terá um novo papa. Isso
acontece por causa do modelo de votação e das regras da eleição.
Durante
Conclave, os cardeais eleitores ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área
conhecida como "Zona de Conclave" e fazem um juramento de segredo
absoluto sobre o processo.
As
votações acontecem dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal
precisa receber dois terços dos votos, que são secretos e queimados após a
contagem. Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas por dia, duas pela
manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de Conclave, a Igreja
continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa
pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.
Caso
haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão
uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir
dois terços dos votos para que um deles seja eleito.
Os
Conclaves que elegeram Francisco e Bento XVI, foram concluídos em apenas dois
dias. No geral, as eleições dos últimos cem anos foram rapidamente resolvidas.
Na
história da Igreja como um todo, já houve eleições que duraram semanas,
incluindo um episódio no século XIII em que um Conclave demorou mais de dois
anos para ser concluído e terminou com a eleição de Gregório X.
BRASILEIROS NO CONCLAVE
Dos
oito cardeais brasileiros, apenas sete brasileiros estão na disputa para ser o
novo Papa são eles: SÉRGIO DA ROCHA, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador,
65 anos; JAIME SPENGLER, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64
anos; ODILO SCHERER, arcebispo de São Paulo, 75 anos; ORANI TEMPESTA, arcebispo
do Rio de Janeiro, 74 anos; PAULO CEZAR COSTA, arcebispo de Brasília, 57 anos; JOÃO
BRAZ DE AVIZ, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos e LEONARDO ULRICH STEINER,
arcebispo de Manaus, 74 anos.
Para especialistas, entre os brasileiros, os cardeais Sérgio da Rocha - Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador; Paulo Cezar Costa - arcebispo de Brasília, e Jaime Spengler - presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, são os que mais tem chances de serem eleito papa.
segunda-feira, 21 de abril de 2025
domingo, 20 de abril de 2025
REFLEXÃO LITÚRGICA DO DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR – 20/04/2025
Papa Francisco
H |
oje
ressoa em todo o mundo o anúncio que partiu de Jerusalém há mais de dois mil
anos: "Jesus de Nazaré, o crucificado, ressuscitou!" Jesus
Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o
caminho para a vida.
De
fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da
reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente
impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos
pecados.
E
sem o perdão de Deus, essa pedra não pode ser removida. Sem o perdão dos
pecados, não se consegue sair dos fechamentos, dos preconceitos, das suspeitas
mútuas e das presunções, que sempre levam a absolver a si mesmo e acusar os
outros.
Somente
o Cristo Ressuscitado, ao dar-nos o perdão dos pecados, abre o caminho para um
mundo renovado. Somente Ele nos abre as portas da vida, aquelas portas que
fechamos continuamente com as guerras que se alastram pelo mundo.
O
túmulo de Jesus está aberto e vazio! É aqui que tudo começa. Através desse
túmulo vazio passa o novo caminho, o caminho que nenhum de nós, mas somente
Deus, poderia abrir: o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em
meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da
fraternidade em meio à inimizade.
sábado, 19 de abril de 2025
Sábado Santo: dia de recolhimento e espera
Nesse dia, somos
convidados a refletir e esperar, seguindo o exemplo de Maria, a mãe de Jesus,
enquanto também recordam a perplexidade dos apóstolos diante da morte de
Cristo.
Thulio Fonseca – Vatican News
D |
escrito
pelos Padres da Igreja como "o mais longo dos dias", o Sábado
Santo propõe uma espera silenciosa, que revive a angústia dos discípulos após a
crucificação. A reforma litúrgica realizada por Pio XII restaurou esse dia como
tempo de recolhimento, no qual cada cristão reflete sobre a morte de Cristo e
sobre a finitude da existência humana. Nesse momento, a fé é posta à prova: o
Messias morreu, e o desfecho permanece desconhecido. Só resta confiar que o
vazio interior será um dia preenchido.
Cristo
permanece em ação
Mesmo
em silêncio, Cristo não deixa de agir. Segundo uma antiga tradição, Ele desce à
morada dos mortos, atravessa as sombras da morte e resgata a humanidade. Vai ao
encontro de Adão — figura que representa todos os homens —, o desperta e
anuncia a salvação, oferecida a todos. Assim, constrói uma ponte entre o túmulo
e o Reino dos Céus. Com a Cruz em mãos, vence a morte por meio da própria
morte.
O
padre Diogo Shishito, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), doutorando em
Liturgia na Universidade Sant’Anselmo, em Roma, nos convida a contemplar o
silêncio fecundo deste dia, repleto de sentido e esperança.
"O
que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande
silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo;
a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e
acordou os que dormiam há séculos."
Assim
começa uma homilia do século IV que a Igreja retoma no Ofício das Leituras em
cada Sábado Santo e da qual nasce o costume de chamar esse dia como o “Dia
do Grande Silêncio”. De fato, diante do Mistério Pascal de Jesus, o
silenciar parece ser natural para a nossa pequenez humana, uma vez que não se
encontram palavras para expressar o misto de surpresa e gratidão que move
interiormente quem se coloca diante de tamanha Graça.
O Silêncio é o
lugar da ação do Espírito Santo
O
silêncio parece apresentar-se como único caminho para aqueles que são inundados
de um amor sem igual manifestado na entrega sem reservas do Deus feito homem
que, ao dar seu último suspiro no alto da cruz, rasgou de cima abaixo o véu que
separava a habitação divina da sua criatura predileta. É o silêncio de quem faz
espaço para acolher algo de novo e nunca antes presenciado no tempo. O silêncio
de quem, admirado, não encontra no elenco das reações uma atividade capaz de
responder ao que se apresenta diante de seus olhos. Mas o silêncio,
diferentemente do que muitas vezes se pensa, não é vazio.
No
silêncio se encontra aquele espaço necessário entre uma ação e outra que nos
permite comunicar a multiforme expressão de vida presente em cada um de nós. O
silêncio é a pausa sem a qual a comunicação não seria possível, pois é ela que
separa as palavras e dá clareza ao discurso. Só com o silêncio se pode passar
de um conceito a outro, de uma ideia à outra. O grande silêncio desse dia faz
passar da morte à Vida, do tempo à eternidade. Por isso podemos dizer que o
Silêncio é o lugar da ação do Espírito Santo. Quando o Verbo cala, o Espírito
trabalha no germinar de uma realidade nova.
Fé e
expectativa
No
alto da Cruz, com o calar-se do Verbo divino, a Palavra Eterna transformou-se
em silêncio, produzindo na humanidade um sentimento de expectativa… Uma espera
que brota da fé, que nasce da confiança sem reservas na promessa feita pelo
próprio Senhor de que estaria conosco sempre. Para os Discípulos, que não
sabiam como seriam as coisas depois da cruz e não imaginavam que a ressurreição
se daria, esse silêncio certamente produziu dúvidas e medos, mas também é certo
que, assim como quando um discurso é interrompido, fica a expectativa de como
seria sua continuidade, no coração de cada um deles brotava também a esperança
de que o Senhor, de algum modo, daria sentido àquilo que eles não conseguiam
entender ainda.
Esperar com
Maria
Olhando
para Maria, que sabia com clareza que Jesus é o Filho de Deus, podemos pensar
que o silêncio que brota da morte do Senhor tenha levado seu pensamento à doce
espera da sua chegada, àquele silêncio de contemplação da surpreendente ação
divina que realiza o que aos critérios humanos parecia impossível, de maneira
que aquele silêncio se tornasse mais uma vez um ato de espera do próximo passo
na história da Salvação. Para a Igreja, no entanto, esse silêncio é memorial da
nossa fé, é a ação que reconhece a grandeza do mistério pascal de Cristo e abre
espaço para o agir transformador de Deus que faz germinar, a partir dos nossos
limites, o amor gerador de uma nova realidade. O amor verdadeiro daquele que
nos amou até o fim e que manifestou a sua graça à humanidade quando estava
ainda imersa no pecado.
O Senhor venceu a morte
De
fato, por suas qualidades, uma pessoa pode ser admirada, mas só pelas suas
limitações que pode ser acolhida e amada. É fácil acolher alguém quando tudo
vai de acordo com o que nos agrada; somente quando o outro se mostra diferente
do que gostaríamos é que a acolhida de suas inconstâncias se torna amor.
Imbuídos da certeza da ressurreição, cada um de nós é chamado, através do
silêncio, a abrir espaço para que o Senhor transforme em nosso interior as
situações de morte fazendo brotar a vida nova e eterna que é Dele e da qual
podemos participar pela sua misericórdia.
Peçamos então que o nosso silenciar possa de verdade dar espaço à ação silenciosa do Espírito Santo, que revigora em nós a graça dos que têm a vida escondida com Cristo em Deus e que o ressoar do esperado Aleluia dessa noite santa renove em nosso interior a força de ser no mundo uma voz que proclama o centro da nossa fé: o Senhor venceu a morte e está vivo no meio de nós.
sexta-feira, 18 de abril de 2025
Sexta-feira Santa, o Mistério da Cruz e a Via-Sacra
Silvonei José -
Vatican News
J |
esus, sabendo que tudo estava consumado,
e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma
jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de
vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado.
E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 18, 28-30).
Hoje as igrejas estão
silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a
Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus.
Ajoelhamo-nos, para simbolizar a humilhação do homem terreno e a coparticipação
ao sofrimento do Senhor. Porém, não é um dia de luto, mas um dia de
contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho,
verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade.
A ADORAÇÃO DA CRUZ
A Cruz está presente
na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo,
absolvição do Sacramento da Reconciliação, até o último momento da vida terrena
com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz
para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese
quaresmal o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Durante a
liturgia os fiéis tocam a Cruz, a beijam e assim entram ainda mais em contato
com a dor de Cristo que é a dor de todos, porque Ele carregou na Cruz os
pecados de toda a humanidade para salvá-la.
A SEXTA-FEIRA SANTA
A Sexta-feira Santa
nasceu como dia da morte de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa
sexta-feira). Trata-se de um dia de luto, acompanhado de "jejum",
depois estendido a todas as sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três
momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio
desta liturgia, os fiéis são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado,
que morreu na cruz para cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia
confiado: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo".
O profeta Isaías diz: “Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores
e sofrimentos, e nós o julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a
sua vida, Jesus pagou um alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com
amor e por amor: “Sendo rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos
enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira
Santa, cada um de nós pode ficar diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus
sobre os próprios problemas, dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a
vida são iluminadas pela Cruz, a ponto de chegarmos a dizer, realmente, que "o
coração tem suas razões, que a razão não pode compreender". O Senhor
Jesus deve ser acompanhado com amor, até o fim, como Ele o fez.
A Via-Sacra foi
introduzida na Europa pelo dominicano beato Álvaro De Zamora da Cordoba em 1402
e mais tarde pelos Frades Menores.
O CAMINHO DA CRUZ
A Via-Sacra consiste
em percorrer espiritualmente o caminho de Jesus ao Monte Calvário enquanto
carregava a Cruz, assim como a oportunidade de interiorizar em seu sofrimento.
Em relação ao seu significado, “Via
Crucis”, ou Via-Sacra, significa em latim “O caminho da Cruz”. Este
caminho é formado por 14 estações que representam determinadas cenas da Paixão,
cada uma corresponde a um acontecimento especial ou a maneira especial de
devoção relacionada a tais representações.
Antigamente, o número
de estações variava consideravelmente em diferentes lugares, mas agora o
Magistério prescreve quatorze:
1. Cristo é condenado à morte;
2. Jesus carrega a cruz aos ombros;
3. Jesus cai pela primeira vez;
4. Jesus encontra a sua Santíssima Mãe;
5. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz;
6. Verônica enxuga o rosto de Jesus;
7. Jesus cai pela segunda vez;
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
9. Jesus cai pela terceira vez;
10. Jesus é despojado de suas vestes;
11. Jesus é pregado na cruz;
12. Jesus morre na cruz;
13. Jesus é descido da cruz
14. Jesus é colocado no sepulcro.
No princípio, a
oração da Via-Sacra era diferente. No século IV, a religiosa Egedia escreveu
acerca das peregrinações que os cristãos realizavam a Jerusalém para percorrer
os lugares da paixão e morte de Jesus com os Evangelhos na mão. Esta
peregrinação terminava no Monte Calvário.
PAPA NA VIA-SACRA
Durante a Jornada
Mundial da Juventude em Lisboa em 2023 o Papa Francisco presidiu no parque
Eduardo VII, a "Colina do Encontro", a Via-Sacra, onde
partilhou com os jovens os momentos da Paixão de Cristo.
"Hoje, vocês
vão caminhar com Jesus hoje. Jesus é o Caminho e nós vamos caminhar com Ele,
porque Ele caminhou”, disse
Francisco.
O caminho de Jesus,
explicou o Papa, é Deus saindo de si mesmo para caminhar entre nós. É o que
ouvimos tantas vezes na missa: "O Verbo se fez carne e habitou entre
nós". E Ele o faz isso por amor. A Cruz que acompanha cada
Jornada Mundial da Juventude, acrescentou o Pontífice, é o ícone, é a figura
dessa jornada. A Cruz é o significado maior do amor maior, aquele amor com o
qual Jesus quer abraçar nossa vida. E ninguém tem mais amor do que aquele que
dá a vida por seus amigos, que dá a vida pelos outros. "É por isso que,
quando olhamos para o Crucificado, que é tão doloroso, tão difícil, vemos a
beleza do amor que dá a vida por cada um de nós."
quinta-feira, 17 de abril de 2025
Quinta-feira Santa: Lava-Pés, amor e serviço
"Ao
lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra seu amor pelas pessoas e mostra a
todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem."
Mariangela Jaguraba
- Vatican News
O |
Lava-Pés é um rito litúrgico realizado durante
a celebração da Quinta-feira Santa que recorda a Última Ceia do Senhor. Este
rito religioso baseia-se no Evangelho de João. "É o testamento de Jesus
para a comunidade. A oferta da própria vida por amor", disse o padre Raimundo
Rocha, provincial dos Missionários Combonianos no Brasil.
Ao
lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra seu amor pelas pessoas e mostra a
todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem.
Na
missa da Instituição da Eucaristia ou Lava-Pés, repete-se o mesmo gesto de
Jesus. O bispo ou sacerdote que imita Jesus no gesto de lavar os pés de algumas
pessoas da comunidade, compromete-se a estar a serviço da comunidade para que
todos tenham a salvação, como fez Jesus, mostrando como diz um canto religioso
católico que "prova de amor maior não há que doar a vida pelo
irmão".
"A
Igreja é chamada a amar e servir, a lavar os pés da humanidade ferida pelas
guerras, pelo feminicídio, pelo discurso de ódio, pela migração forçada, por
tantas situações de desumanidade. Este é o mandamento que Jesus nos deixou.
Este é o seu exemplo: amar e servir", disse ainda padre Raimundo Rocha.
quarta-feira, 16 de abril de 2025
terça-feira, 15 de abril de 2025
segunda-feira, 14 de abril de 2025
domingo, 13 de abril de 2025
sábado, 12 de abril de 2025
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O DOMINGO DE RAMOS – 13/04/2025
Padre Cesar Augusto,
SJ – Vatican News
A |
Ceia,
a última Ceia de Jesus, é a prefiguração de sua entrega a Deus por nós e a
conclusão de sua missão. Nela ele promete a restauração da humanidade e nos
associa ao seu destino. “Fazei isto em memória de mim” é um mandamento
convite para nos identificarmos com ele, para repartirmos nossa vida com os
outros. Quando celebramos a Eucaristia, o “partir o pão eucarístico” é
porque já o fizemos com nosso pão diário e com toda a nossa vida e pretendemos
continuar nesse partilhar nossa vida.
Também dentro do
contexto eucarístico Lucas nos coloca a atitude cristã do serviço, do ser o
último. Jesus diz: “Entre vós o maior seja como o mais novo, e o que manda,
como quem está servindo”. “…estou no meio de vós como aquele que serve.”
Servir, dentro da visão cristã, significa ocupar mesmo o último lugar, ser
autoridade significa servir!
São Lucas, no relato
da Paixão, destaca a bondade e a misericórdia do senhor.
Já no horto Jesus
impede que Pedro pague mal com mal, e lhe diz para “guardar sua espada
dentro da bainha”. A atitude dos cristãos para com seus adversários deverá
ser a do perdão. Para Jesus, o seu discípulo não tem inimigo, aliás, o inimigo,
aquele que deverá ser destruído, esmagado é o demônio. Os demais, os que fazem
mal são vistos como adversários que deverão ser trabalhados para que se
libertem do mal e se salvem.
Mais adiante, dentro
do relato da paixão, ao ser negado por aquele a quem confiaria as suas ovelhas
– Pedro -, olha-o com carinho e compreensão por sua fraqueza e a reação de
Pedro foram as lágrimas de profundo arrependimento. Por isso, por essa experiência
e por outras, Pedro escreveu em sua primeira: “ultrajado, não retribuía com
idêntico ultraje; ele, maltratado não proferia ameaças” (1Pd2, 23).
Antes de dar o último
suspiro Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes este pecado, porque não sabem o que
fazem!” (Lc 23,34)
Em seu relato São
Lucas comenta a atitude de pessoas como Herodes e as mulheres que estavam pelo
caminho do calvário. Herodes vê Jesus como um proporcionador de benefícios. Mas
Jesus não é um mercador, mas sim alguém que age em nome do Pai. Diante das mulheres
que choram pelo caminho ao ver suas dores, Jesus reconhece nelas e em seus
filhos os frágeis que penam por causa do interesse dos poderosos.
Finalmente Lucas
apresenta Jesus morrendo entre dois bandidos. Ele nasceu entre animais, em uma
estrebaria e suas primeiras visitas foram os pastores, gente impura para os
judeus. Mais tarde chegam os magos, pagãos! Também ao longo de sua vida Jesus
se relaciona continuamente com os desprezados da sociedade de seu tempo, os
considerados impuros, como os publicanos, as meretrizes, os pecadores. Agora,
na hora da morte, seus companheiros são bandidos! Seus discípulos se mantêm à
distância, mas ao lado estão os dois ladrões. Mas longe de ser demérito, isto é
legitimação da vida do Redentor. Ele não veio para salvar os pecadores? Pois é!
Ele volta para o pai com as mãos cheias! Leva consigo Dimas, o bandido que foi
recuperado na última hora e que ele mesmo, Jesus, garantiu que estaria com ele
no céu, “ainda hoje”. Leva também, só que mais tarde, o oficial romano
que declaro; “De fato! Este homem era justo!” Leva tantos pecadores
convertidos pelos seus gestos de acolhida, de perdão, de vida!
Fazei isto em minha memória, tomai e comei, partilhar a vida! Celebremos a Paixão de Jesus, sua Páscoa, acolhendo o pecador, partilhando nossa fé na vitória da Vida, na certeza da vitória do perdão! O que recebemos de graça, de graça devemos dar. Recebemos o perdão de Deus mediante a redenção de Jesus Cristo!
sexta-feira, 11 de abril de 2025
SEMANA MAIOR - A SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA
A |
experiência
dos frutos da santidade da SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA vem da
abertura de coração e da vivência pessoal de cada cristão diante daquilo que a
Liturgia destes dias nos propõe, seja na vida comunitária, seja na experiência
particular de oração e espiritualidade.
Ao levantarmos os
ramos no DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR e saudarmos, em
nossas procissões, o Cristo Rei que entra em Jerusalém sentado no lombo de um
jumentinho, qual ação interna esse sinal pode nos ajudar a refletir? Talvez,
possa ser um caminho nos perguntar: como estou recebendo Jesus Cristo e sua
mensagem da Boa Nova todos os dias em minha vida? Se estou sendo fiel a
Sua entrada em minha vida ou se estou deixando-O entrar e depois O “expulso”,
levando à condenação diante dos homens?
Certamente, a
resposta sempre será positiva: sempre podemos oferecer mais, o nosso “óbolo
da viúva” nas nossas orações pelos ministros os quais Deus confiou o
pastoreio de seu rebanho.
Na Liturgia da MISSA
DA CEIA DO SENHOR em que o padre, imitando Jesus Cristo, se debruçará
aos pés de seus paroquianos para os lavar e materializar o mandamento máximo do
amor. Para muitos aquela música tão tradicional em nossas liturgias “Jesus
erguendo-se da ceia, jarro e bacia tomou, lavou os pés dos discípulos, este
exemplo nos deixou…”, fez uma falta colossal. Pela música em si? Pode ser
que não. Na verdade, nossos olhos humanos precisam – e daí a necessidade dos
sacramentos – ver e tomar parte do ensinamento que escutamos. A imitação de
Cristo, deste gesto, em nossas vidas, deve ser no cotidiano, levando às últimas
consequências o mandamento do amor. “Amai-vos uns aos outros, como Eu
vos amei”, diz o Senhor.
Às três horas da
tarde, diante de um silêncio ensurdecedor para os nossos ouvidos tão
acostumados com o barulho, os sacerdotes caminham até o altar e, diante dele,
se prostram enquanto todos nós nos colocamos de joelhos. As palavras que rompem
este silêncio dão o tom da CELEBRAÇÃO DA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO: estamos
fazendo memória da morte de Nosso Senhor onde derramou seu sangue na Cruz para
nos libertar da morte do pecado. O Altar desnudo, sem velas, o silêncio, o
minucioso relato da Paixão e a profundidade da oração comunitária por tantas
intenções, nos mostram a universalidade e completude da Paixão de Nosso Senhor.
“Ó noite em
que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor De que nos valeria
ter nascido, se não nos resgatasse em seu amor”. Após sair da
escuridão do início da Celebração, escutamos o belíssimo texto do anúncio da
Páscoa que proclama a vitória de Jesus Cristo sobre a morte na Vigília Pascal.
A Liturgia desta celebração enche os olhos e o coração de todo batizado – e porque
não dizer, dos pagãos também – ela manifesta a grandeza do que celebramos: a
vitória de Cristo sobre a morte e o pecado. A luz que irradia do Círio Pascal,
aceso no fogo novo, compartilha lugar com a luz que chega aos nossos corações
pela leitura da história da nossa salvação na Liturgia da Palavra culminando na
luz que queremos irradiar da nossa vida cristã que renovemos através das
promessas batismais que repetimos do dia do nosso batismo. “Ó noite de
alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira”
Ressuscitou verdadeiramente, aleluia, aleluia, nos saudamos ao desejar feliz Páscoa aos irmãos e irmãs. O centro da nossa fé deve ser motivo de mudança de vida para celebrar a vitória de Nosso Senhor sobre o pecado e a morte. É Ele quem nos traz a vida eterna; é Ele a quem devemos louvar e bendizer com nossas vidas, todos os dias; é Ele que precisamos testemunhar para o mundo para que sua mensagem de salvação seja conhecida e amada por toda a humanidade.
Que celebrar a SEMANA DE TODAS A MAIS SANTA, nos ajude a caminhar e nos aproximar na estrada rumo a Pátria Celeste.
quinta-feira, 10 de abril de 2025
quarta-feira, 9 de abril de 2025
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REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 5º DOMINGO DA QUARESMA – 06/04/2025
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
N |
o
Evangelho deste domingo temos a má vontade e a hipocrisia, de um lado, e a
justiça e bondade de Deus, do outro. Evidentemente, o Amor é mais inteligente e
vence a hipocrisia.
Uma
mulher é apanhada em adultério. Naquela época cometer adultério não significava
necessariamente estar com outra pessoa, mas bastava apenas a insinuação.
Preferimos entender assim, já que não se fala do parceiro com quem a adúltera
pecava.
Os
fariseus, plenos de malícia, mais uma vez preparam uma cilada para que Jesus
caia como blasfemo e entre em contradição com sua doutrina, a do amor.
Podemos
ver aí duas atitudes:
Do
lado dos fariseus temos pessoas altamente preocupadas pela legalidade e pelo
cumprimento das prescrições mosaicas. Elas
não suportam o pecado, dos outros! Por isso Jesus diz : “Quem não
tiver pecado, atire a primeira pedra!” Existem pessoas que têm verdadeira
obsessão pelos pecados, sobretudo sexuais, dos outros. Por que se deleitam em
divulgar os pecados dos outros? Sempre arranjam justificativas para isso. Serão
de fato puros e inocentes estes pregoeiros da moral?
Por
outro lado Jesus, condoído pelo vexame e constrangimento vivido pela mulher,
quer ajudá-la, quer revesti-la com a dignidade que havia perdido – por seu
pecado e pela exposição feita pelos fariseus - , quer levantá-la. Afinal ele
veio para salvar, para dar vida!
Mas
nesse “imbróglio” está em jogo a missão de Jesus como Redentor – e é
isso que os fariseus desejam verdadeiramente atingir. Podemos dizer que os
fariseus queriam pegar dois coelhos com uma única cajadada: eliminar a mulher e
desmoralizar Jesus, destruí-lo.
O
Senhor, conhecendo os corações e pleno de sabedoria, dá tempo ao seu sentimento
humano e respira fundo, rabiscando no chão. Depois, levanta a cabeça e, senhor
da situação, com toda serenidade diz: “Quem não tiver pecado, atire a
primeira pedra!” Quem dentre os presentes jamais tivera um pensamento
impuro? Quem dentre os presentes foi feito de natureza diferente? Quem dentre
os presentes respeitava plenamente os dez mandamentos?
O
pecado é um mal que fere o homem. Por isso, Deus o detesta, Jesus o detestou.
Mas ele não condena o pecador, ao contrário, ele veio salvar o pecador, veio
dar sua vida para salvá-lo. O que Jesus mais deseja é a salvação de quem errou.
Ele não veio para julgar, mas para salvar!
Aprendamos
com o Senhor. Qualquer que seja a situação que estejamos, qualquer que seja o
deslize de um irmão nosso, seja ele quem for, sejamos discípulos do Mestre e
procuremos salvar, vestir de dignidade quem a perdeu. Isso não significa
acobertar o pecado e deixar a vítima de lado, mas ter um coração como o de
Deus, onde existe lugar para todos. Deus é vida, sejamos também vida!