sábado, 20 de junho de 2015

Amor de mãe, minha Neidinha

Rainey Barbosa Alves Marinho
Membro do MFC Maceió

H
oje acordei bem cedinho, aqui em casa sempre acordamos por volta de cinco da manhã. Também dormimos muito cedo, é um ritmo frenético, afinal são três filhos. Maravilhosos filhos, diga-se de passagem.

Pois bem, horas depois, já no trabalho, lá pelo meio da manhã, precisei de meu tablet e não encontrei o aparelho na bolsa. Uso o iPad como apoio, para mim ele é fonte de pesquisa enquanto utilizo o PC. Procurei por todos os lados e nada, olhei em todos os lugares e já estava desistindo quando lembrei que poderia ter deixado o aparelho no carro e fui ao estacionamento dar uma olhadinha dentro do automóvel. Quando cheguei ao local ouvi um choro. Procurei a fonte do lamento e descobri encostada em um carro uma garotinha, deveria ter entre cinco e seis anos de idade, com os olhos cheios de lágrima. Era linda.

Desconfiada, afastou-se levemente quando me aproximei e perguntei o que estava acontecendo. Muito meiga ela passou o dorso da mão direita com sofreguidão sobre a narina que escorria, já misturando as gotas d'água que caíam dos olhos com as do nariz vermelho que tanto esfregava e disse-me com a voz trêmula:

- Quero a minha mamãe.

Chamei o rapaz que toma conta do estacionamento para ajudar a procurar a mãe daquela princesinha. Enquanto isso, fiquei com ela conversando, a garota me disse que tinha sido levada e por isso a mãe a havia deixado para trás. Alguns segundos depois, uma mulher jovem chegou andando rapidamente pedindo desculpas a criança, tinha ido pagar a lavagem do carro no lava-jato que fica à frente do estacionamento, abraçou-a com carinho e lá se foram as duas.

Fiquei pensando: mãe é coisa santificada.

Mas, sabem, a sua santidade é construída diariamente, pela atenção e o amor que ela destina a seus filhos. Ela constrói-se em nós. Lançamos todos os nossos medos, angústias e alegrias nas mãos de nossas mães, por que com elas nos sentimos acolhidos, acarinhados e por fim amados intensamente. São para os filhos por toda a vida o que mais nos aproxima de Deus. Nosso elo inquebrantável com o divino. Bem no fundo, sempre queremos delas o colo quente que nos protege dos perigos do mundo.

O que fazer se nos sentimos sem elas? Abandonados sobre qualquer pretexto.

Não sei. Sinceramente nunca me senti como a menininha, sozinho e sem entender o real motivo de ser deixado para trás. A responsabilidade de amar sem medida um filho é enorme. A cultura popular tem uma frase cheia de verdade que diz: Ser mãe e padecer no paraíso. Ela é verdadeira no sentido que exercer a maternidade é não deixar filho nenhum para trás, sob nenhum pretexto. Mãe não abandona.

Bom, neste domingo estarei fazendo um momento de reflexão, no retiro espiritual do MFC da Barra de São Miguel. O tema do encontro será o filho pródigo, aquele que tanto errou e mesmo assim foi acolhido pelo pai. Lendo a parábola de Jesus fico pensando que ele usou a figura do genitor para compor melhor o entendimento de sua lição, por todos nós. Pois, imagino que se ele usasse a mãe na história ao invés do pai, ela certamente teria ido atrás do filho sem pestanejar e só voltaria para casa com o jovem irresponsável sob sua tutela.

Afinal, mãe é tudo, menos rancor. Mãe é o maior e o melhor sinônimo da palavra, Amor.

Dedico esse texto a todas as mães, até as que estão por ser. Mas, principalmente a minha mãe Neide. Pois, cada dia que passa, em tudo que vejo e ouço nesse mundo louco, acho você a maior mãe do mundo.

Beijos Neidinha. Te amo!

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