Oscar Schmidt
T
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odos
os dias vemos algo que nos assusta ou nos comove ou nos escandaliza: uma nova
legislação aceitando o aborto, esse crime abominável, ou um novo avanço da
negação da distinção clara entre homem e mulher, promovendo a livre escolha de
gênero por parte das pessoas, ou talvez uma nova iniciativa contra a liberdade
religiosa, atacando os que desejam fazer de Deus o centro de suas vidas. Não
falta um novo país tomado pelo ateísmo militante, esse tipo de liderança
política que procura matar Deus na sociedade governada. Ou uma nova escalada de
jovens tomados pelo álcool ou pelas drogas. Ao nosso redor, publicidade que
promove toda espécie de perversões como modelo de vida.
Ser
pai nestes tempos faz alguém se sentir "escravo de seus próprios
filhos", já que esse é o exemplo que eles recebem em suas escolas ou nas
casas de seus amigos. Como educá-los num modelo que é diametralmente oposto ao
que o mundo lhes propõe? Alguém desejaria sentar-se para falar com os pais dos
amigos de nossos filhos ou com seus mestres e professores, para tentar
"mudar-lhes o entendimento do que a vida significa na realidade".
Porém, a maré de "ideias distorcidas" é tão forte que ele costuma
encontrar-se em séria desvantagem numérica e imediatamente sujeito ao apelido
de "recalcitrante fanático religioso" ou qualquer outro qualificativo
similar. Em todo caso, algumas passadas de olhos basta para compreender como
nos veem em linhas gerais.
Nestes
tempos, ler o jornal ou olhar as notícias produz sofrimento e angústia. Sem
dúvida, há uma pergunta que dói muito mais que as notícias horrorosas que nos
invadem. Quantos se dão conta do que realmente está acontecendo? Quantos crêem
que muitas dessas coisas são normais ou até boas, ou quem sabe fruto do
progresso do mundo? O mais triste é que a resposta é "Muitos!".
Quantas
mães promovem o álcool em seus filhos dizendo que "nessa idade eu também
fazia isso, faz parte da loucura da juventude"? Ou quantos veem com bons
olhos que se elimine a Deus da vida da sociedade com o argumento de que
"tem-se que deixar que cada um decida o que fazer com sua vida
privada"? Na mesma linha, quantas famílias evitam o batismo de seus filhos
"porque eles devem exercer sua livre opção quando adultos"? Eu me
pergunto: a decisão de trazê-los ao mundo, quem a tomou? Acaso não foram seus
pais?
A
confusão avança a passos gigantescos e é tão destrutivo seu poder que a
deterioração do mundo é bem-vinda de braços abertos pela maioria da humanidade.
O
que devemos fazer? Acaso ser simples espectadores desta tragédia que empurra o
mundo barranco abaixo para um precipício de declive duvidoso e mais duvidosa
ainda profundidade? Definitivamente, não. Nós que cremos em Deus e temos a
formação necessária para advertir sobre o que ocorre, devemos agir.
João
Paulo II o disse claramente: "A IGREJA É MISSIONÁRIA E OS CRISTÃOS DEVEM
VIVER UMA VIDA DE MISSÃO". Este princípio básico que impulsiona nossa vida
como membros do Corpo Místico de Cristo, pode ser definido de modo tão simples
como o de embarcarmos na Nova Evangelização. A difusão do Evangelho e da Boa
Nova de Jesus Cristo como Salvador da humanidade é nossa causa de vida, é o
sangue que corre pelas veias da Igreja. A missão é pessoal e indelegável; cada um
de nós tem esse mandato impresso na vontade de Deus para nossa passagem por
esta vida.
A
deterioração do mundo, tão visível e em contínuo movimento, não é desculpa nem
explicação para que a árdua missão da evangelização se detenha. É o contrário.
Deus nos chama a uma Nova Evangelização como resposta a este ataque à essência
da fé. Recordo aqueles tempos em que a queda do muro de Berlim jogou por terra
o sonho de uma "sociedade sem Deus" que o modelo comunista havia
imposto a fogo e terror durante décadas.
Olhando
retrospectivamente, penso que muitos de assumimos que esses ataques à liberdade
religiosa iam acabar no esquecimento. Não. O mesmo "espírito destruidor de
almas e corruptor de consciências" encontrou o modo de atacar de maneiras
muito mais sutis, porém sempre com o mesmo propósito.
A
Nova Evangelização é a resposta que devemos dar, porque Jesus é a única solução
a todas as nossas necessidades. Sem Jesus Cristo, nada se consegue, a vida
transcorre vazia e sem propósito. Isto não quer dizer impor aos demais nossas
convicções religiosas a ferro e fogo, senão o contrário. Deus não obriga a
ninguém, muito menos podemos nós obrigar. A Evangelização deve se realizar com
a suave "luva de amor", de tal modo que nossa ação missionária
convença as almas de que Jesus transformou o nosso coração nos deu a paz e
alegria mesmo no meio das inclemências da vida.
O
amor de Deus é que fará com que as pessoas compreendam o horror do aborto, a
miséria da alma sujeita ao álcool ou às drogas, a inviolabilidade do princípio
de que "um homem é um homem e uma mulher é uma mulher", tal como Deus
os criou, e a transcendência de defender a liberdade religiosa das pessoas, sem
limitar sua fé nem sua vida espiritual. A paz no mundo não se conseguirá sem
que voltemos nossos olhos para o Criador, para quem nos deu tudo para que
sejamos felizes, não para que nos matemos entre disputas intermináveis.
O
inimigo avança a passo largo, porém não somos alienados do que acontece, senão,
pelo contrário, somos atores centrais neste cenário que é o mundo.
Deus
espera muito de Seu povo porque se não formos nós a ajudá-Lo a lançar Luz e
Verdade, como se fará visível para esta humanidade o Caminho para a Vida.
AUTORIA – Oscar
Schmidt
TRADUÇÃO LIVRE –
Ammá Maria Ângela de Melo Nicolleti, NA
FONTE –
www.es.catholic.net
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