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omo ação de Cristo e do Povo de
Deus, a celebração da Missa é o centro de toda vida cristã tanto para a Igreja
universal como local, e também para cada um dos fiéis (Instrução Geral sobre o
Missal Romano). A palavra "missa" vem do latim e significa
"despedida". No tempo em que a missa era rezada em latim, o padre, ao
encerrar a celebração, voltava-se para a assembleia e, abrindo os braços,
dizia: "Ite, missa est", que era entendido como: "Ide, a
missa está terminada", significando também que, a partir daquele momento,
o cristão deveria viver sua missão no mundo, ou seja, em casa, no trabalho e na
sociedade.
1ª PARTE - RITOS
INICIAIS
Ritos são ações e procedimentos observados como
regras na realização de uma cerimônia religiosa. Na celebração da Missa, os
ritos iniciais são: a chegada dos fiéis à igreja, a procissão de entrada, o
beijo no altar, o canto de entrada, a acolhida, o ato penitencial, o hino de
louvor, a oração (coleta).
COMUNIDADE ECLESIAL
- ASSEMBLÉIA
Tudo começa com a chegada das pessoas. Na medida
em que elas se encontram e se acolhem mutuamente, vão constituindo a
"assembléia". Toda reunião de cristãos traz uma forte identidade: a
presença de Cristo, "pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome,
eu estou no meio deles", disse Jesus (Mt 18,20).
PROCISSÃO DE
ENTRADA
Constituída a assembléia, inicia-se a Procissão de
Entrada, feita geralmente aos Domingos e dias festivos. Dela participam o
sacerdote que presidirá a Eucaristia, os ministros, os leitores, os acólitos e,
conforme a circunstância, outras pessoas. Essa procissão, que se dirige ao
"altar", simboliza a caminhada do povo peregrino em busca de Deus.
BEIJO NO ALTAR
A tradição cristã respeita o altar como símbolo do
próprio Cristo. Por isso o altar é beijado com muito carinho e respeito pelo
presidente da celebração.
CANTO DE ENTRADA
Durante a procissão a comunidade canta, pois
cantar é rezar, louvar, testemunhar. O canto anima e conduz à oração. A missa,
com raras exceções, deve ter cantos. O canto, quando bem escolhido e executado,
tem a capacidade de nos introduzir no clima da celebração.
ACOLHIDA
As pessoas que se reúnem para a missa podem ser
conhecidas ou não. Na fé sabemos que somos todos filhos e filhas do mesmo Pai.
Deus acolhe a todos, não rejeita ninguém. Também nós devemos ter essa
disposição, e isso deve ser sempre lembrado pelo comentarista ou pelo sacerdote
que preside a celebração. É muito importante instaurar esse clima de
fraternidade já desde o início da missa, pois é a expressão visível da graça
presente na assembléia: "Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de
Cristo".
ATO PENITENCIAL
O sentimento de ser acolhido por Deus Pai e pelos
irmãos nos faz entender que tudo é graça. Não estamos na igreja para fazer um
favor, nem mesmo para dar conta de um compromisso, cumprir uma obrigação. Somos
criaturas pobres e humildes diante do mistério e da santidade de Deus. O ato
penitencial quer ser o reconhecimento sincero dessa nossa situação, no sentido
apresentado pelo Evangelho na parábola sobre o fariseu e o publicano (Lc
18,9-14). Sempre necessitamos de conversão, mas de modo especial quando nos
apresentamos diante da grandeza de Deus.
HINO DE LOUVOR
Justificados, isto é, banhados pela misericórdia
de Deus que nos aceita e nos eleva, rezamos (cantamos) o Glória. Trata-se de um
hino muito antigo através do qual manifestamos louvor, adoração e súplicas a
Cristo e, por ele e nele, ao Pai e ao Espírito Santo.
ORAÇÃO (COLETA)
Para concluir essa primeira parte da missa, é
rezada uma oração. O sacerdote que preside a celebração convida todos ao
recolhimento, dizendo: "Oremos". Nesse momento, cada um deve fazer a
sua oração em silêncio, colocando suas intenções particulares. Depois de um
breve instante, o Padre conclui rezando em voz alta a "coleta". A
oração tem esse nome porque realmente recolhe todas as intenções particulares
feitas em silêncio, como que fazendo uma conclusão.
2ª PARTE - LITURGIA
DA PALAVRA
A missa é um encontro da Igreja com seu Deus e
Pai, por Cristo no Espírito Santo. Em consequência disso, a Palavra de Deus
sempre terá lugar de destaque como parte integrante e indispensável na
assembléia litúrgica.
Na missa a leitura da Bíblia se reveste de solenidade, pois acreditamos verdadeiramente que Deus nos fala. De nossa parte, devemos procurar acolher essa palavra como comunicação de vida. As Escrituras Sagradas não são simplesmente lidas, mas proclamadas. Tudo devemos fazer para que essas sementes caiam na terra boa do nosso coração e produzam os frutos esperados.
As leituras tiradas da Bíblia
para serem feitas durante a missa obedecem a um esquema previamente planejado.
Aos domingos são lidos três textos, com um salmo de resposta após a leitura e
uma aclamação antes do Evangelho.
Percebe-se certa ligação temática
entre a primeira leitura e o Evangelho. Já a segunda leitura reforça aspectos
práticos da vida do cristão e da comunidade.
Nos dias de semana são feitas
apenas duas leituras, sem preocupação com temas, pelo menos no tempo chamado
comum. Os textos são lidos numa ordem sequencial e a Igreja tem a intenção de
que os principais livros da Bíblia e os Evangelhos sejam apresentados aos fiéis
no decorrer de todo o ano litúrgico.
PRIMEIRA LEITURA
Na maioria das vezes, a primeira leitura é tirada
dos livros do Antigo Testamento. Em alguns tempos litúrgicos e festas
especiais, são utilizados trechos do Novo Testamento, como por exemplo, os Atos
dos Apóstolos.
A primeira leitura é escolhida em
função do Evangelho do dia. Entre ambos os textos há um notório relacionamento
para reforçar uma mesma ideia, um mesmo ensinamento.
O salmo de resposta, enquanto
possível, faz ressonância à primeira leitura.
SEGUNDA LEITURA
Na segunda leitura aparecem com muita frequência
trechos das cartas do Novo Testamento. As de São Paulo são as mais utilizadas e
geralmente relatam experiências das comunidades cristãs. Após o trabalho
missionário de pregação e conversão, os apóstolos se preocuparam em transmitir
novas orientações, exortações, doutrinas, alertas, testemunhos, elogios, com a
constante preocupação de perseverança no "caminho". Entram também
nesse elenco os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse.
EVANGELHO
Das três leituras, não há dúvida de que o
Evangelho é a principal, pois se trata da palavra do próprio Jesus, o
cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento.
HOMILIA
Deus nos fala através das leituras e nos fala
também através do ministro que preside a celebração, no serviço da pregação, da
homilia. Mesmo que cada um possa entender a seu modo as mensagens proclamadas
através das leituras, o ministro da Palavra pode e deve ajudar a assembléia a
perceber o sentido dos termos e a vontade de Deus naquele momento e naquela
circunstância: "Quem vos ouve, a mim ouve" (Lc 10,16).
A homilia deve ser uma verdadeira
"conversa familiar" que, conforme o ambiente pode até mesmo ser
participada. Seu objetivo é trazer a palavra de Deus para a vida, para a
história de hoje, para que ela seja apelo atual e resposta aos desafios dos
cristãos e da comunidade, já que estão situados no mundo, de onde não podem e
não dever ser tirados: "Eu não rogo que os tires do mundo" (Jo
17,15).
PROFISSÃO DE FÉ
A palavra de Deus, ouvida, entendida e aceita,
pede de nós uma resposta, que será dada na vida, com a conversão para Deus e
para os irmãos. Entretanto, na celebração dominical e nas solenidades, fazemos
a profissão de fé confirmando a crença naquilo que há de mais substancial e que
nos foi revelado. A profissão de fé é assim uma verdadeira renovação dos
compromissos com Deus.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Como conclusão da Liturgia da Palavra, a
assembléia eleva a Deus as suas preces comunitárias. Nesse momento é recomendado
que ninguém reze somente por si e pelos seus, mas que a comunidade coloque em
comum as grandes intenções.
Conforme instrução geral do
Missal Romano, é preciso respeitar certa ordem nas preces, a saber: pelas
necessidades da Igreja; pelos governantes e pessoas investidas de autoridade;
por todas as pessoas que sofrem dificuldades; pelas necessidades da comunidade
local. O ideal é que, depois de anunciadas algumas dessas intenções gerais, os
fiéis possam formular espontaneamente suas preces, desde que não sejam súplicas
meramente pessoais e nem muito numerosas.
3ª PARTE - LITURGIA
EUCARÍSTICA
A parte seguinte da Missa concentra-se no que é
realizado sobre a mesa da grande ceia, no altar.
OFERTÓRIO
A Liturgia Eucarística começa com o ofertório. Na
Missa nós ofertamos o que recebemos de Deus: a vida, aquilo que a natureza nos
concede para a subsistência, o fruto do nosso trabalho, nossas alegrias e
tristezas, nossas preocupações. Na procissão do ofertório, algumas pessoas
representando a assembléia trazem para o altar as hóstias, ou seja, o pão e o
vinho. Em alguns lugares permanece o costume bastante antigo e significativo,
de se oferecer também o dízimo nesse momento.
O dízimo é o fruto do nosso
trabalho. Pode ser ofertado através de mantimentos (campanha do quilo) ou de
dinheiro (coleta). Devemos notar bem que essas oferendas, quer sejam
mantimentos, quer sejam em dinheiro, não são esmolas, mas símbolos da vida e do
trabalho. Reconhecemos que tudo recebemos por graça de Deus e por isso fazemos
a oferta, com gratidão e espírito de partilha.
ORAÇÃO EUCARÍSTICA
A Oração Eucarística é uma grande prece proclamada
pelo presidente da assembléia, que é sempre um sacerdote ordenado, em nome de
todo o povo. Essa oração engloba elementos de ação de graças, invocações ao
Espírito Santo, narrativas, súplicas de intercessão pela Igreja, papa, bispos,
ministros e fiéis vivos e falecidos, e de louvor.
Não existe uma oração única.
Existem vários modelos para serem utilizados conforme a circunstância.
Mesmo sendo proclamada pelo
presidente, exige a participação consciente dos fiéis, pois é oração da Igreja.
Por isso, são muito apropriadas as respostas e aclamações da assembléia.
A Oração Eucarística tem início
com o Prefácio, que é como que uma introdução ao que vai ser rezado. É um
anúncio, uma proclamação das maravilhas de Deus. O Prefácio geralmente está
ligado ao tema da celebração. Assim temos prefácios da Páscoa, do Natal, de
Nossa Senhora, dos Mártires etc. Sua conclusão se faz como uma aclamação
grandiosa, participando anjos, santos e toda a terra com suas criaturas:
"Santo... Santo... Santo... Hosana... Bendito o que vem em nome do
Senhor".
RITOS DA COMUNHÃO
A ceia não é ceia se não se come a comida e não se
bebe a bebida. Terminada a grande Oração Eucarística, começa a preparação para
a comunhão.
Quem vai comungar deve estar
preparado e consciente. A comunhão é o sacramento da união, através de Cristo,
com Deus e com os irmãos. Portanto, deve ser um ato coerente de alguém
convencido do que significa seguir os passos de Jesus. Por isso reza-se o Pai
Nosso, oração que é um verdadeiro programa de vida.
A finalização da celebração, simples e objetiva, é
momento de consciência apostólica e missionária. Algo de muito profundo foi
realizado na celebração e nossa vida continua. Não devemos permitir ruptura e
separação da fé com a vida de cada dia. Recebendo a Bênção, saímos fortalecidos
e encorajados para levar adiante a nossa missão: evangelizar a todos os que
encontrarmos pelo caminho. Deus nos dê sua paz e nos acompanhe. Amém.
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