domingo, 2 de setembro de 2018

A fidelidade ao querer de Deus!




Monsenhor Vitor Feytor Pinto
Revista de Liturgia Diária

A
 liturgia deste 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM põe o cristão perante a Lei de Deus. De fato, Deus, no seu amor, dá uma série de normas que têm como objetivo fazer o homem feliz. O livro do Deuteronômio, chamado assim por ser a segunda lei, contém em si uma série de regras que por demasiadas, constituem fonte de uma certa angústia para o crente.

As mais de 600 normas do livro do Deuteronômio criam a perplexidade de cada um se interrogar sobre se está ou não a cumprir a Lei. Talvez por isso Deus tenha querido simplificar a sua Lei reduzindo-a aos Dez Mandamentos confiados a Moisés no monte Sinai. Se as mais de 600 normas eram pesadas, os Dez Mandamentos confiados a Moisés são mais simples. A grande síntese da Lei de Deus, porém, foi Jesus que a ofereceu com o chamado Mandamento Novo “que vos ameis uns aos outros como Eu próprio vos amei”. Na liturgia de hoje, as normas do Deuteronômio tornam grande o Povo de Israel perante os outros povos, Israel é assim uma grande nação (1ª leitura). É preciso, no entanto, superar os critérios farisaicos uma vez que “não é o homem feito para o sábado, mas é o sábado que é feito para o homem”. O farisaísmo não era libertador, não revelava o Deus do amor (Evangelho). Por isso são Tiago ao escrever a sua Carta às comunidades cristãs privilegia as atitudes concretas de caridade sobretudo para os mais pobres e para os que mais sofrem, os órfãos e as viúvas (2ª leitura).

1. Observar a Lei de Deus
Cumprir a Lei é uma forma de amar. Esta, porém, não pode ser tão complicada que se torne difícil compreendê-la, aceitá-la e vivê-la. Era este o problema da segunda lei, o Deuteronômio. Demasiado complexa, com pormenores às vezes quase ridículos. No entanto, a fé num Deus que oferecia regras de comportamento era, para os israelitas, motivo de prestígio perante todos os outros povos. Dizia-se de Israel, é uma grande nação com um grande Deus e preceitos de justiça.

2. Vencer o farisaísmo
Os judeus fizeram duma prática higiênica, lavar as mãos, um rito religioso. Isto era muito frequente nos povos primitivos em que tudo era dependente do querer de Deus. Jesus veio instaurar a liberdade. Para Ele lavar as mãos é apenas uma atitude higiênica. É claro que os fariseus condenavam o fato dos discípulos de Jesus comerem sem lavar as mãos. As práticas farisaicas deviam ser vencidas, por isso Jesus, ao falar de outra prática higiênica, o que se deve ou não comer, pôde dizer que o que faz mal não é o que entra pela boca, mas aquilo que, pela boca, sai do coração. “O que sai do homem é que faz o homem impuro”. Nesta conversa simples entre Jesus e os fariseus, redefinem-se o que é essencial no cumprimento da lei. A fidelidade à lei é um sinal do amor que está no coração.

3. A lei em Jesus Cristo é o Amor
Vale a pena ler integralmente a Carta de são Tiago. Ela está dominada pelo verdadeiro sentido da fé. Quem acredita em Jesus Cristo não tem alternativa, tem de expressar a sua fé em atitudes concretas de caridade. Com razão Tiago diz que “a fé sem obras é morta”. Esta fé vivida na caridade supõe o maior respeito para com Deus, a aceitação incondicional da Palavra, o serviço ao próximo sem condições, inclusivamente não julgar, não condenar, não desprezar. A fé supõe o amor como lei fundamental.

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