Pe. José Raimundo
Vidigal, C.Ss.R.
Folheto Litúrgico
Deus Conosco
VIVER
ALEGRES
Depois
da vigilância e da disponibilidade, o Advento nos ensina uma terceira lição;
nos convida a estar sempre alegres (2ª
leitura). É com essas três disposições que nos preparamos para acolher o
Salvador que vai nascer. Mas a alegria não é muito frequente entre os cristãos.
Uma
menina uma vez perguntou: Por que as pessoas quando rezam ficam sérias e
parecem tristes? Quando estamos diante de Deus, abrindo a ele nosso coração,
seria preciso estar sempre contentes, felizes, sorridentes. Deus nos quer
alegres, na alegria de seu amor. Sem dúvida, há pessoas entre nós que vivem uma
vida marcada pela dor. Como podem ser alegres? Uma moça escreveu esta mensagem
aos colegas: "Sejamos sempre alegres, o Senhor não se esquecerá nunca de
algum de nós, especialmente quando estivermos em dificuldade".
NOSSA
ALEGRIA É CRISTO
A
alegria cristã não é algo superficial ou mundano: é uma certeza porque tem seu
fundamento em Jesus Salvador. Vivemos na alegria e na confiança porque Jesus
nos salvou e temos nele toda a graça, bênção e força. A nossa alegria é Cristo.
E todos podemos encontrar esperança e confiança nele, pois ele foi mandado para
anunciar a Boa-Nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção
aos cativos (1ª leitura), palavras
que Jesus aplicou a si na sinagoga de Nazaré (Lc 4,18). Veio para trazer a todos a misericórdia, a ternura, o
amor de Deus. Veio para que tenhamos a vida em plenitude, a alegria verdadeira
e plena. Este é o Jesus para o qual nos preparamos para acolher no Natal que se
aproxima.
O
Deus da alegria vem fazer aliança conosco. O Deus da festa vem visitar-nos. O
que causa dentro de nós a tristeza? Os acontecimentos? Nossas decepções? O
vazio? Todas essas coisas estão fora de nós, não podem tocar-nos interiormente.
Paulo nos manda não apagar o Espírito (2ª
leitura). Essa pode ser a causa de nossa tristeza: deixar de lado o
Espírito, cair na inautenticidade, perder de vista o horizonte de fé, que serve
de base para nossa vida cotidiana.
CRIATURAS
DE UM DEUS QUE NOS AMA
João
Batista nos dá um outro motivo, quando ele diz que não é o Cristo (Evangelho). Às vezes, a causa da nossa
tristeza é nos tomar por aquilo que não somos. Tomamos o lugar de Deus, fazendo
de nós mesmos a referência última. Isto pode nos fazer viver no prazer, no
excesso, mas não na alegria.
A
verdadeira alegria, a interior, encontramos quando reconhecemos o que somos:
criaturas de um Deus que nos ama. Ser reconhecidos pela alegria que há em nós
seria a melhor das pregações, o mais eficaz dos anúncios do Evangelho.
Felizmente, isso acontece entre nós. Um sacerdote europeu, que visitou algumas
paróquias no Brasil, voltou com esta impressão: "Agora eu sei o que é
viver a fé cristã com alegria".
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