quinta-feira, 31 de agosto de 2023
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
terça-feira, 29 de agosto de 2023
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
domingo, 27 de agosto de 2023
sábado, 26 de agosto de 2023
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 27/08/2023
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
N |
esta liturgia do 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM, se
reflete sobre o tema do poder. De acordo com a leitura do profeta Isaías,
aquele que usa do poder em seu próprio benefício e deixa o povo passar
necessidades, deve ser destituído, pois não honra a confiança nele depositada
por Deus. Isso é o que se entende com a deposição de Sobna, administrador do
rei de Jerusalém, que deixa o povo na miséria e constrói para si um túmulo de
alto luxo. Em seu lugar é empossado Eliacim, investido de poderes para abrir e
fechar a Casa de Davi, ou seja, para que todos tenham vida.
Do mesmo modo, Jesus, estando com seus
discípulos, dá a eles o poder de abrir e fechar as portas do Reino dos Céus.
Todo e qualquer poder cristão é dado para servir, para dar vida ao Povo. Mas
Jesus só entrega esse poder aos apóstolos depois de ser identificado por eles
como Messias, como aquele que tem a missão de redimir. Portanto ter poder na
Igreja , no mundo cristão, significa identificar-se com a missão de Jesus,
daquele que lavou os pés de seus discípulos, daquele que disse ter vindo para
servir e não ser servido, daquele que não tinha onde reclinar a cabeça.
O hino de louvor colocado por Paulo em sua Carta
aos Romanos, nos fala da misericórdia de Deus, que supera nosso conhecimento,
nossa justiça, sempre nos servindo, sejamos cristãos ou não.
Dentro da perspectiva cristã o poder deve acabar
com o egocentrismo, com a imaturidade e despertar na pessoa generosidade,
esquecimento de si e radical entrega à causa da vida.
Quando, no Brasil, nos prepararmos para as próximas eleições, reflitamos sobre nosso poder de voto. Também ele deve se fazer cumprir como serviço à vida. Vivo em um país democrático e tenho esse poder para desempenhá-lo com dignidade cristã, sendo temente a Deus, reconhecendo que o poder vem Dele para que seja concretizado em favor de seus filhos e não em favor de uma ideologia, de um partido, de um grupo de pessoas. Votar deve ser não apenas um exercício de um poder democrático, mas um ato de religião, um ato de fé na Vida.
Neste 21º Domingo do Tempo Comum, em Maceió-AL e por toda Arquidiocese, a Igreja reza a Liturgia da Festa da Padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres.
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
DIA DA PADROEIRA DA ARQUIDIOCESE DE MACEIÓ - O FERIADO DE 27 DE AGOSTO
M |
aceió é conhecida como sendo o Paraíso das Águas,
mas um dos marcos do povo maceioense constitui-se a fé e devoção à NOSSA
SENHORA DOS PRAZERES, padroeira da Catedral e Arquidiocese de Maceió. Diz-se
Nossa Senhora dos Prazeres ou Nossa Senhora das Sete Alegrias fazendo menção às
sete grandes alegrias vivenciadas pela Mãe de Jesus: “a anunciação do anjo
Gabriel; a saudação de Santa Isabel; o nascimento de seu filho Jesus Cristo; a
visita dos Reis Magos; o encontro de Jesus no templo; a primeira aparição de
Jesus Cristo após a ressurreição e, por fim, a sua coroação como rainha do céu
e da terra”.
A devoção a Nossa Senhora dos Prazeres é
percebível em várias cidades brasileiras: Na catedral e diocese de Lages (SC),
onde ela é a padroeira; em Vila Velha (ES) no Santuário de Nossa Senhora da
Penha; em Diamantina e Lavras Novas (MG); em Piracicaba (SP) e num santuário
dos Montes Guararapes em Recife (PE), do qual se acredita tenha originado essa
devoção, quando a então Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, em Maceió,
pertencia a Diocese de Olinda. Data que a escultura da Padroeira de Maceió, foi
ofertada pelo Barão de Atalaia em 31 de dezembro de 1859, contando com a
presença de D. Pedro II, quando da bênção do grandioso templo.
De seu altar a Virgem Senhora dos Prazeres viu a Maceió
crescer, assim como, o desenrolar dos primeiros passos da ação evangelizadora
em território maceioense. Como padroeira, defensora, protetora, nossos
antepassados lhe confiaram o comando espiritual de nossa capital. Essa mesma
devoção ainda hoje se faz notar quando o povo canta com o coração e a alma:
“Sem vós, nossa luta é renhida. Somos pobres e humílimos seres. Defendei-nos, ó
Virgem querida. Sustentai-nos, ó Mãe dos Prazeres”. Daí a magnitude espiritual
do feriado de 27 de agosto.
Para melhor celebrar a devoção a Nossa Senhora
dos Prazeres, o povo corresponde o chamado da Arquidiocese e Catedral de Maceió
e a festa da padroeira alcança seu brilhantismo próprio.
Os católicos maceioenses nunca se esquecem de que
estão sob a proteção de Nossa Senhora dos Prazeres, para que assim, proclamem
sempre: “Maceió vos venera, Maria, tomai conta de nossa cidade. É um povo que
em vós se confia, defendei-nos de toda maldade”.
terça-feira, 22 de agosto de 2023
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
domingo, 20 de agosto de 2023
sábado, 19 de agosto de 2023
A ASSUNÇÃO DE MARIA
E |
m 1950, o Papa Pio XII definiu
como verdade de fé: “É dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a
Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e
alma à glória celestial”. Mas a FESTA é mais antiga. Era a “Dormição” de Maria
e a transferência de seu corpo para o paraíso. Em Jerusalém, fazia-se uma
procissão ao túmulo de Maria.
Maria, imagem da Igreja. (Ap
11,19a; 12,1-10ab). Como Maria, a Igreja gera na dor um mundo novo. Como
Maria participa na vitória de Cristo sobre o mal? A visão do “Grande Sinal”,
leva-nos a reconhecer que, no seguimento de Jesus, e na pessoa de Maria, a nova
humanidade já é acolhida junto de Deus. Maria, nova Eva (1Cor 15,20-27).
Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os
homens. O texto é uma longa demonstração da Ressurreição. A Assunção é uma
forma privilegiada de participação na Ressurreição de Cristo. O apóstolo não
evoca Maria, mas esta leitura, na Assunção, leva a reconhecer o lugar eminente
da Mãe de Deus no movimento da Ressurreição.
SINAL ESCATOLÓGICO DA IGREJA
Maria Assunta é figura e
primícia da Igreja que um dia será glorificada; é consolo e esperança do povo
ainda peregrino. É a Ponte da passagem de Israel para a Igreja. É um sinal
humano de esperança. A contemplação de Maria na glória faz-nos ver a vitória da
esperança sobre a angústia, da comunhão sobre a solidão, da vida sobre a morte.
A formulação da verdade mariana
vem diretamente vinculada ao mistério trinitário, com o cristológico e
eclesiológico, conforme definida no Concílio de Éfeso 431, ao tratar da
maternidade divina (MANELLI,2014). Nos séculos seguintes, com o
aprofundamento patrístico, a presença e a intensidade do Senus fidelium (senso
dos fiéis) do povo de Deus, e a reflexão do Magistério da Igreja,
finalmente veio a definição dogmática da Imaculada em 1854 e da Assunção em
1950.
O texto do Ap 12, 1ss, foi usado
como fundamentação para o dogma da Assunção, consciente de que inicialmente
esse dado bíblico está relacionado à comunidade. Porém, Maria está relacionada
à vida das comunidades, e, portanto, é vista como defensora da vida do
discipulado de Jesus. No entanto, por si só, o fundamento através desse texto
não é sólido. Outros estudiosos recorreram ao proto-evangelho (Gn 3, 15).
Pio XII usa para fundamentar o dogma, a Tradição Patrística na Encíclica
Munificentíssimus Deus. Porém, muito antes de ser definida como dogma, a
Assunção de Maria já fazia parte do depósito da fé da Igreja.
É importante perceber a
trajetória da revelação de Deus e como Maria se insere na História de Salvação.
Sua participação no mistério de Cristo e da Igreja refletido e experimentado
pelos fiéis ao longo dos séculos. Vale ainda perguntar sobre as consequências
do mistério da Assunção em nossa vida. Em que a ressurreição de Maria afeta
nossa existência enquanto pessoa humana, em nosso corpo? O que significa ser
elevada à glória celeste em corpo e alma? O psicanalista Karl Jung havia dito
que a Assunção de Maria no contexto de sua definição e proclamação vinha
carregado de arquétipos humanos, mas sobretudo, colocou em relevância o dogma
como expressão de renovada esperança de cumprimento das aspirações que se move
no mais profundo da alma, garantindo a paz e o equilíbrio de saúde e de vida.
A Assunção de Maria não é apenas
a plenitude da realização de Maria, mas se torna a resposta à pergunta pelo
sentido da vida, pois assunto é o Sim de Deus aos anseios mais profundos do ser
humano: mulher e homem. A glorificação de Maria no corpo é a glorificação de
toda Igreja que será cidadã da Pátria celeste. Maria goza da Páscoa total e é
modelo para a Igreja e prelúdio da Páscoa da história e do Cosmo inteiro,
destinado a recapitulação para tributar a glória ao Pai na unidade do Espírito
Santo, no dinamismo do Ressuscitado.
O corpo aparece como espaço de
Salvação, habitação da Divina Trindade, onde Maria encontrou sua habitação e
deixou-se habitar em um total descentramento de si para encontrar o tudo de sua
vida. Afirmar a Assunção de Maria é afirmar que ela já participa da realidade
em que todos participarão. O corpo não é expressão de morte, de destruição,
mas, de uma transfiguração em Cristo pela força da Ressurreição. Somos um corpo
físico e transcendente, espaço do falar, do ser, do querer, do agir, do pensar,
do sair de si, para encontrar os outros e para se relacionar, interagir no
somatório de forças e experiências de Deus e da vida em desenvolvimento e
criatividade, na harmonia e adesão ao Projeto de Deus.
Maria é a mulher da plenitude da
beleza, da bondade e da graça harmoniosa de Deus que, como mulher, vence o
dragão pisoteando-lhe a cabeça. Mulher que colocou seu corpo a serviço de Jesus
de Nazaré, que andou, que meditou sobre a Palavra de Deus e a vida da
Comunidade apostólica da qual fez parte, a serviço dos pobres.
Trazendo esses elementos para o
mundo moderno e pós-moderno, vemos que o corpo, ao mesmo tempo em que deve ser
cuidado embelezado e cultuado, é extremamente desrespeitado. Tornou-se objeto
do mercado. É configurado de acordo com os resultados financeiros. O corpo se
reveste da beleza do produto, tem valor à medida em que evidenciar tal produto
e esse, dinamizar a alma do mercado: o dinheiro. A sexualidade vem articulada
simplesmente ao prazer, às relações sexuais, minadas em sua abrangência
relacional como um todo que articula a totalidade do ser numa beleza sinfônica
e harmoniosa.
A Assunção de Maria traz, para a
mulher e para o homem, um novo e promissor futuro. É a afirmação de que uma
mulher participa integral e plenamente da glória do Deus vivo, o que significa
resgatar o corpo da humilhação que sobre ele fez pesar a civilização
Judaico-cristã. O corpo é o espaço da busca incessante da Vontade de Deus, da
esperança e do esperançar em um permanente doar-se ao Projeto de vida. O corpo
não é objeto de posse de alguém, mas a Shekináh divina, que o transforma em
expressão sempre maior da criatividade missionária do encontro que salva o
outro, que o resgata das estruturas, que o encarcera sob os arquétipos não
trabalhados e nem compreendidos. Maria é portadora da alegria daqueles e
daquelas que acreditam que o ser humano constitui um todo, criado para
exprimir-se como imagem e semelhança da Trindade Santa.
*Irmã Maria Freire da
Silva, Diretora Geral Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de
Maria; Bacharel e mestra pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da
Assunção, de São Paulo e doutora em Teologia Dogmática pela Pontifícia
Universidade Gregoriana, Roma, Itália.
FONTES DE PESQUISA:
PAMI, L`Assunzione di Maria
Madre di Dio. 2001.
MANELLI,S,. La Mariologia nella storia dela salvezza, 2014.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
terça-feira, 15 de agosto de 2023
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
domingo, 13 de agosto de 2023
SER PAI É ASSIM MESMO! FELIZ DIA DOS PAIS!
E |
le procura
estar sempre presente. Nos momentos de maior necessidade, demonstra firmeza,
coragem, confiança.
Ele nunca falha; é o amigo de verdade.
Mesmo quando erramos ou nos distanciamos, ele procura estar por perto para nos
ouvir e cuidar da gente. É o nosso herói.
Muitos deles são mãe e PAI ao mesmo tempo: dão o
melhor de si para que sejamos felizes. Ele ajuda; é companheiro de verdade; é
protagonista da sua missão para o resto da vida.
SER PAI É ASSIM MESMO!
É vocação, doação, persistência, capacidade de
decisão, razão! Mas também é emoção e sensibilidade!
Ser PAI é ter responsabilidade, assumir o compromisso
e não abandonar jamais a jornada.
Ser PAI é ter a capacidade de se esvaziar
totalmente em prol da família; é ser presença, mesmo que não fisicamente perto.
Ser PAI é um pouco da presença de Deus em nossas
vidas. Corrige quando é necessário; protege quando precisamos, perdoa quando
não correspondemos aos seus ensinamentos. Sempre está disposto a recomeçar.
Neste dia tão especial, queremos pedir por todos
aqueles que souberam na vida abraçar a vocação de PAI. Mas também
rezemos por todos os filhos, para que nunca deixem de amar e de valorizar os
seus PAIS.
Que Deus, nosso PAI DO CÉU, abençoe
todos os PAIS da terra! Recompense e acolha na eternidade os
PAIS já falecidos! E aos que ainda estão conosco, que vivam felizes com saúde,
paz e cobertos de carinho e de atenção de sua família.
Aos PAIS adotivos, PAIS amigos, PAIS que estão
aqui, PAIS que vivem fora, PAIS singelos e simples, aos mais sofisticados, aos PAIS jovens e aos mais idosos, àqueles que nos ensinam as verdades sobre Deus,
àqueles que nos ensinam os valores e nos orientam sobre o caminho a seguir, o
nosso reconhecimento e a nossa oração de agradecimento a Deus!
Que São José, PAI adotivo de
Jesus, cuide de todos os PAIS e os inspire a viver uma vida familiar baseada no
amor fraterno, na paz e no respeito mútuo!
Por tudo isso, amemos nossos PAIS, porque se aqui
estamos, é porque ele, com a benção de Deus, nos deu a vida.
Que vivam um FELIZ DIA DOS PAIS, com as
bênçãos de Deus e que Nossa Senhora os cubra com seu manto sagrado.
sábado, 12 de agosto de 2023
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 13/08/2023
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
T |
odos nós
já vivemos momentos de tensões, de adversidades, de solidão. A liturgia deste
domingo quer nos situar a Presença e a ação do Senhor, ao nosso lado, quando
experienciamos essas situações adversas.
Dentro
de uma situação de perseguição por ter se mantido fiel a Deus e por ter lutado
pela preservação do autêntico culto, o Profeta Elias sofre bastante e tem de
fugir. Deus não o livra de situações dolorosas, mas se manifesta de modo firme
e com linguagem diferente da dos opressores. Deus se torna presente a Elias
através de uma brisa leve. Isso nos fala a primeira leitura, extraída do 1º
Livro dos Reis.
Esta
página do Evangelho, cap. 14 de Mateus, nos apresenta Jesus fazendo com que
seus discípulos experimentem situação adversa. O Senhor proporciona aos
Apóstolos a experiência de confiarem n’Ele, de sentirem-se seguros, em meio a
situações adversas, apenas em Sua Palavra.
Eis
a cena: após a multiplicação dos pães e dos peixes, após ter curado as pessoas,
Jesus impele, leva os discípulos a embarcarem e a aguardá-lo na outra margem.
Os Apóstolos estão alegres e confiantes. O Mestre fez belo discurso, curou os
doentes, deu comida para todos e agora vai rezar. Eles sentem-se obrigados a
deixar aquele que é o porto seguro e a atravessarem sozinhos o mar, viver uma
situação de risco e até de desamparo. Contudo, o Mestre avisou que se
encontrariam no outro lado. Portanto, não foi uma despedida, mas um até logo,
apesar de terem a missão de atravessar a zona tenebrosa do mar, já dentro de um
horário em que a luz diminuía e se dirigindo para uma região pagã.
Jesus
permanece em oração, certamente pedindo ao Pai para fortalecer aqueles que Ele
lhes dera.
No
meio da noite, no meio do escuro, da incerteza, da dúvida, a barca onde estão
os discípulos é agitada pelo vento. É a turbulência! No trabalho, na família,
nos relacionamentos, na vida pública, as turbulências se fazem presentes e
colocam à prova nossas certezas, nossas seguranças, sejam físicas, psíquicas ou
espirituais. Os discípulos, já amedrontados, gritam de pavor quando avistam no
mar um vulto. O medo é tamanho que são incapazes de refletir que Jesus já
demonstrara amá-los e exercer seu poder para preservá-los. Gritam de medo!
Jesus,
o Príncipe da Paz, faz jus ao seu nome e anuncia: “Tende confiança, sou eu, não
tenhais medo!” Apesar do que vê, apesar das experiências passadas, Pedro ainda
pergunta pedindo prova:
“Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.” Jesus diz sim e Pedro começa a caminhar, mas quando o vento sopra, surge a insegurança e Pedro começa a afundar. Ele acredita mais na força do perigo da água do que na Palavra de Jesus. Confia mais na insegurança, no poder da fragilidade, do que no amor de Jesus.
A
dúvida o fez afundar e o mesmo acontece conosco! Quem não arrisca, afunda
sempre!
Aí
ele grita pedindo socorro. Jesus estende a mão e o repreende: “Homem fraco na
fé, por que duvidaste?”
Jesus
sobe à barca e o vento cessa. Quando temos consciência de que Jesus está
conosco, de que ele é o Emanuel, todo e qualquer perigo desaparece de nossa
mente. A certeza da presença, do companheirismo de Jesus é determinante para atravessarmos
qualquer turbulência.
Certos
disso, os Apóstolos deram glória a Deus ao se prostrarem e professarem a fé:
“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”!
Vivamos
na fé. O Senhor é nosso companheiro por toda a vida. Em qualquer situação que
estejamos vivendo, Jesus está ao nosso lado e pede ao Pai por nós, para que
sejamos fiéis a Ele, para que saibamos que nada de mal nos poderá suceder
porque Deus está conosco!
Vivamos
nossa vida, cumpramos nossa missão, atravessemos com garbo as dificuldades,
certos de que jamais estamos sozinhos. Poderemos fazer tudo isso não baseados
em nós mesmos, mas no poder de Deus. “Quando sou fraco, então é que sou forte!
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
quinta-feira, 10 de agosto de 2023
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
terça-feira, 8 de agosto de 2023
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
domingo, 6 de agosto de 2023
sábado, 5 de agosto de 2023
REFLEXÃO LITÚRGICA DA FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR – 06/08/2023
Cônego Rui José de Barros Guerreiro
A |
celebração da Transfiguração do Senhor é um
acontecimento extraordinário na centralidade do mistério pascal de Jesus. Nesta
revelação, “um pedaço de céu na terra”, os apóstolos são testemunhas de
excelência: contemplaram a beleza, a santidade e a glória de Cristo.
Assim
no mistério da cruz, iluminado pela glória do ressuscitado, irão compreender a
fidelidade amorosa de Jesus à vontade do Pai, a novidade do seu messianismo e a
sua entrega incondicional em sacrifício pascal pela salvação de todos. Esta
forte experiência dá aos seus discípulos a sabedoria da cruz e a contemplação
da divindade do crucificado e da Sua vitória. E tornará estes homens frágeis em
audazes servidores do evangelho e doadores de suas vidas na mesma cruz.
A
palavra de Deus para esta celebração usa verbos muito fortes. Um deles é o
verbo ver. Também se usa o contemplar ou olhar. É um dos sentidos fortes em
nossa vida.
No
nosso itinerário de fé, o sentido que mais se nos pede é o ouvir ou escutar. O
ver pertence mais à eternidade. Depois já não faremos mais perguntas porque O
veremos tal qual Ele é.
O
Profeta Daniel vê sinais maravilhosos que revelam a grandeza, a santidade de
Deus, que se centralizam no filho do homem, a quem foi entregue o poder, a
honra e a realeza e que todos os povos irão servir. Ele vê o ponto culminante
da história da salvação, o Reino que jamais passará.
Pedro,
Tiago e João são testemunhas do acontecimento que marca as suas vidas: a
transfiguração. Estes são presenteados com uma maravilhosa manifestação de
Deus. Tal fica gravado nos seus corações e na sua vida e servirá para ser
referência nas horas de humilhação do Seu Mestre e sobretudo da morte na cruz.
E servirá de estímulo no anúncio/testemunho de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, morto e ressuscitado. É uma história de amor verdadeiro com o
selo da sua autenticidade: a cruz, fonte de sabedoria e renovação de todas as
coisas. Criação nova amassada no sangue de Cristo e no sopro pentecostal do
Espírito, consequência da entrega de Cristo na cruz.
Hoje
espera-se com ânsia corações apaixonados por Cristo. Que o conheçam
verdadeiramente, na oração constante e permanente, como o respirar. Para tal é
necessário o encontro assíduo com Ele, a escuta ávida dos sinais e da Palavra
do Pai, da docilidade ao Espírito Santo. Uma relação de tu a tu capaz de atrair
as vidas para uma doação incondicional. Se na realidade não formos capazes de O
ver vivo, como Alguém que nos ama, nos interpela em compromisso, então também a
nossa relação com Ele fica em meras recordações de sonho, de ausência de
compromisso, de ausência de entusiasmo. Fica-se por uma vida de sonambulismo,
de comodismo, de indiferença, de preguiça. E por isso o “Levantai-vos e não
temais”.
Iluminados
pelo esplendor do rosto de Cristo também a nossa vida resplandece e fica
transfigurada, capaz de transfigurar outras vidas que passam para a luz, para
glória a que fomos chamados.
A
fé nasce da audição. A nossa fé nasce da escuta da Palavra de Deus. A
capacidade para ouvir nasce no dia do nosso batismo: “efáta: abre-te”.
Despertar o nosso ouvido para a voz maravilhosa de Deus que se revela: “Não foi
seguindo fábulas ilusórias que vos fizemos conhecer o poder e a vinda de Nosso
Senhor Jesus Cristo”.
Ouvir
e aceitar a proposta do Pai: “Este é o meu filho muito amado, no qual pus toda
a minha complacência. Escutai-O”. O que o Pai mais nos pede é que escutemos
Jesus. Ele também O escuta. E escuta sempre deliciando-se na beleza da palavra
de Seu Filho. Escuta nas horas da sua oração: “Pai dou-te graças”, “Pai eu te
louvo”. Escuta nas horas de agonia e cruz com o ouvido mais belo de amor:
“faça-se a Tua vontade”! “Pai perdoa-lhe…”, “Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito”
E Jesus escuta o Pai com um amor e fidelidade que O comovem: “Este é o meu
Filho muito amado”.
Os
três discípulos escutaram, guardaram, viveram e se tornaram testemunhas. No
Tabor viram coisas belas. No calvário viram a loucura da cruz. Tornaram-se
testemunhas da morte e ressurreição.
Este
é o tempo privilegiado para sermos testemunhas. Nós já temos muito mais que
Pedro, Tiago e João. Temos uma história de amor de mais de 20 seculos com
imensos apaixonados que se envolveram no mesmo projeto. Conhecemos a história
desta família, a Igreja, que ultrapassou crises e dificuldades incríveis.
Conhecemos a força deste amor. Ninguém pode ficar à margem. Para isso basta
deixar-se apaixonar por este Filho que o Pai pede que escutemos, amemos e
sigamos.
A
todos os que viram e ouviram, não lhes foi pedido que assistissem a um belo
espetáculo de mera curiosidade, mas que tal experiência ajudasse no anúncio e
testemunho do mistério da vida e missão de Jesus Cristo.
É
o que se passa com os santos. Eles não recebem experiências fantásticas para se
recolherem no conforto das recordações, ou viverem na segurança da sua
excelência e nos pensamentos da sua invejável santidade. Tais experiências são
proporcionais à enorme tarefa que se lhes é pedida e confiada.
Os
primeiros discípulos iriam ter a enorme tarefa de levar avante o projeto de
Jesus Cristo. Diante de imensas e difíceis dificuldades, frente a um mundo
hostil, agressivo, não tiveram medo de calcorrear caminhos. Gravaram na mente e
no coração o “levantai-vos e não temais”.
Também não tiveram medo da sua pequenez e fragilidade porque iam em nome
de Cristo e no dinamismo do seu amor: “Não fostes vós que me escolhestes. Fui
eu que vos escolhi e vos destinei, para que deis fruto e o vosso fruto
permaneça”.
Hoje
vivemos também tempos de extrema fúria, radicalismos fanáticos, oposição
ignorante, ventos de ódio, de indiferença e incredulidade. É toda uma onda de
oposição a Deus e ao Seu Cristo. A única atitude vencedora é a sabedoria da
Cruz que leva em si a glória do Ressuscitado, pois é a expressão de amor total
e da vitória definitiva desse amor.
Não
há testemunho sem apaixonados. Não há viragem significativa sem apaixonados da
sabedoria da cruz, e sobretudo do Mestre crucificado. Este estar apaixonado
permite descobrir, porque o amor vê mais longe, os que são preteridos,
esquecidos, abandonados, os que sofrem. Esse estar apaixonado, como S. João da
Cruz dizia: “o amor não cansa nem se cansa”. Nas horas de êxito ou de aparente
fracasso: “Levantai-vos e não temais”.