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primeira leitura nos fala do preconceito de
alguém que é portador de alguma doença. Na época era a lepra, hoje poderia ser
a AIDS. O importante é refletirmos sobre nossas atitudes e as de nossos
contemporâneos em relação aos enfermos de nosso tempo.
Vejamos
como Jesus vai se comportar nessa temática. Marcos, em seu evangelho, nos
relata uma cena em que um leproso se aproxima do Senhor e lhe pede a cura. O
Mestre o toca e o cura.
Temos
dois atores em cena: o leproso e Jesus. O leproso verdadeiramente quer ser
curado. Entre obedecer às normas rituais e quebrá-las para se aproximar do
Senhor, ele opta por essa segunda. Seu desejo de cura e sua fé no poder do
Senhor são mais fortes que as prescrições judaicas. Se está contaminado por uma
doença socialmente marginalizante, é porque mereceu essa marca por algo errado
que cometeu e somente o sacerdote poderá libertá-lo dessa pecha. É o reflexo do
espiritual no físico, assim pensavam essas pessoas.
Jesus,
ao mesmo tempo misericordioso e fraterno, quebra a visão de uma religiosidade
preconceituosa em que o leproso é visto como impuro. O Senhor se aproxima, o
toca, e o cura. O Senhor se mostra maior que os sacerdotes, pois de fato
liberta o homem de sua doença e de sua culpa.
A
segunda leitura, tirada da Carta de São Paulo aos Coríntios, nos ensina a
sermos livres. E ser livre para Paulo é ser responsável, fazendo tudo em prol
da salvação de todos e não pensando em vantagens para si mesmo.
Jesus
é livre, é responsável, pois rompe com tabus para libertar um filho de Deus.
Queridos
irmãos, até onde somos livres? Até onde enfrentamos preconceitos, medos,
temores, para sermos irmãos? Até onde nos acomodamos para que nossa vida calma
e tranquila continue, mesmo que essa atitude guarde nosso egoísmo, proteja
nosso prestígio, tudo em prejuízo do amor fraterno, do amor ao Senhor que se
identificou com o humilhado e com o sofredor?
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