terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CORREIO MFC BRASIL Nº 255


Na formação da pessoa, trata-se de apoiar o desenvolvimento dos impulsos que Deus colocou em cada ser humano, orientando-os para uma verdadeira humanização, contribuindo para que não sejam sufocados, exacerbados ou desviados dessa direção humanizadora.
(Final).
Família formadora de pessoas (II)
Helio Amorim*


A formação de pessoas também supõe responder ao impulso de construção de uma identidade. Os adultos da família certamente já a construíram. Os filhos são identidades que se constroem, e que se pretendem originais e inconfundíveis, jamais cópias de outros, sejam pais, parentes, amigos ou ídolos esportivos e artísticos. Menos ainda estereotipos desenhados pela mídia.
Cabe à família incentivar essa construção e não dificultá-la. Esse processo é acidentado, com frequentes manifestações de autoafirmação, comportamentos extravagantes e caprichos adolescentes. A crítica inteligente e oportuna dos pais ajudará nas correções espontâneas de órbita, atitude bem diferente das usuais tentativas de moldar identidades, colocando-as em formas que as desfigurariam.

O mesmo ocorre com o impulso de autorrealização pessoal. Vale insistir nesta advertência: a família muitas vezes tenta, felizmente sem muito resultado, modelar a personalidade dos filhos e filhas, segundo suas próprias idealizações e frustrações, pretendendo que sejam o que não puderam ser seus pais.
Ou então, presos a um pragmatismo arriscado, desestimulam a realização de vocações e carismas, para evitar que escolham profissões ou estilos de vida que não assegurem êxito econômico e prestígio social. Não percebem que uma vocação é algo profundo demais para ser manipulado. Quantos artistas, poetas, missionários ou políticos terão sido sufocados antes de nascerem para a sociedade. Quantos engenheiros, médicos ou advogados se sentem infelizes e frustrados em sua profissão a que foram induzidos por pressão de seus pais, equivocada e desrespeitosa, ainda que bem intencionada.
Por outro lado e infelizmente, a maioria das famílias, hoje, não tem condições de oferecer aos seus membros oportunidades efetivas de realizar a sua vocação. Na dura luta pela sobrevivência, todos são forçados a ingressar bem cedo num mercado de trabalho despersonalizante em que as funções são as que se oferecem e raramente as que se escolhem. O acesso à escola é precário ou inexistente. O desenvolvimento de aptidões não encontra espaço e tempo adequados. Configura-se, assim, um modelo de sociedade desumanizante que sufoca o impulso de autorrealização pessoal de grandes contingentes humanos.


Chegamos, finalmente, ao que a fé cristã acrescenta aos impulsos humanizadores para a formação de pessoas. Porque não podemos esquecer que a pessoa humana, diferentemente dos demais animais, foi criada à imagem e semelhança de Deus. Nela está inscrito um impulso de autotranscendência, que a impele à superação de suas limitações humanas e à busca de Deus.


Assim sendo, humanizar-se, tornar-se pessoa, é aproximar-se dessa imagem e semelhança, tomar Deus como modelo de humanização. Para isso, é preciso conhecer o Deus da Bíblia, tal como Ele se revela na história humana. Um Deus que é amor, que não é solidão mas comunidade de pessoas, confirma, como modelo de humanização, essa busca de respostas aos impulsos que Ele mesmo colocou no mais profundo do ser de cada homem e mulher. Mais do que isto, tal imagem e semelhança, lhes confere tamanha dignidade que torna intoleráveis todas as formas de desrespeito, dominação e manipulação de pessoas, como as que podem surgir até mesmo nas relações familiares.
Também neste campo surgem desvios e obstáculos, próprios do modelo de sociedade materialista que tenta sufocar esse impulso humanizador. Por outro lado, a falta de formação dos pais e demais adultos da família a deixa vulnerável às crendices e superstições que falsificam esse impulso. Se isto acontece, as respostas acabam se desviando para búzios, tarôs, horóscopos ou descambam para o fanatismo religioso alienante, característico de alguns grupos em preocupante expansão.
Vemos assim, como é complexo, para a família, ser formadora de pessoas. Mas tantas considerações sobre essa exigente função da família, não nos devem levar a idealizar e reclamar um modelo de família perfeita, capaz de jamais falhar na rotina do seu dia-a-dia. Servem, sim, para vencer algumas omissões evitáveis, certa preguiça que às vezes nos assalta, ou mesmo o desconhecimento de ser esta uma função familiar essencial que não deveria ser preguiçosamente transferida à Igreja, à escola ou à sociedade, como frequentemente sucede.
*Extraído de “Descomplicando a fé”. Editora Paulus.

Lógica irrefutável
- Pai, por que o nosso país invadiu o Iraque? - perguntou Billy, de 8 anos.
- Lá tinha armas de destruição em massa - explica seu pai.
- Mas a TV disse que os inspetores não acharam nada.
- Os iraquianos esconderam. E o nosso governo sabe que invasões funcionam mais que inspeções.
- Se tinham tais armas, por que não usaram quando atacamos?
- Para que ninguém soubesse que eles têm as armas. Preferem morrer a revelar o segredo.
- Como um povo pode preferir morrer a defender-se?
- A cultura deles é diferente. Preferem morrer e ir logo para junto de Alá. E lembre-se que Saddam Hussein era um cruel ditador.
- Como cruel?
- Torturava e matava gente.
- Como fazemos em Abu Ghraib e Guatánamo?
- É diferente. Nós prendemos e torturamos em defesa dos direitos humanos, da democracia e da liberdade.
- Foi o que fizemos no Afeganistão?
- Lá foi por causa do Osama Bin Laden.
- Ele é Afegão?
- Não, é saudita.
- Como quase todos os seqüestradores suicidas do 11 de setembro?
- Sim, meu filho.
- E por que não invadimos a Arábia Saudita?
- Porque o governo de lá é nosso amigo.
- Saddam também não era nosso amigo em 1980, combatendo o Irã?
- Sim, quem combate o nosso inimigo é nosso amigo.
- E por que temos inimigos?
- Porque muitos povos têm inveja do nosso progresso.
- Mas, pai, inveja não é problema do invejado?
- O invejoso de hoje pode virar o terrorista de amanhã.
- O que é um terrorista?
- É uma pessoa que não pensa como nós pensamos.
- Mas não defendemos a liberdade de opinião?
- Claro, mas não a de divergir.
- O Iraque nos atacou?
- Não, a guerra deve ser preventiva, evitamos o mal antes que a semente dele caia na terra.
- Nós é que fabricamos as armas empregadas nas guerras?
- Boa parte delas. É uma indústria que gera muitos empregos.
- Quer dizer que ficamos ricos com a morte de outros povos?
- É a lógica do mercado.
- Mas, pai, uma vida humana não vale mais que um míssil? Não foi isso que você me ensinou?
- Teoricamente sim, mas na prática não é assim. Para o mercado, só tem valor a vida que está dentro dele, a do consumidor.
- E as outras vidas?
- Filho, nada em excesso é bom. Muito vento causa furacão; muita água, enchente; muitas bocas, fome.
- Quer dizer que nós matamos como Saddam e o Talibã matavam?
- Nós matamos a favor da liberdade; eles, contra.
- Inclusive crianças como eu?
- Você não é como elas. Não temos culpa de nossos inimigos terem tantos filhos.
- Deus aprova isso?
- Sim, o presidente Bush falava diretamente com Deus.
- Como assim?
- Ele escutava a voz divina em sua cabeça. Deus o elegeu para fazer a guerra do bem contra o mal.
- Mas Deus e Alá não são a mesma pessoa?
- Billy, chega de perguntas. E, por favor, não confunda o nosso Deus com o deles!


O tráfico de seres humanos é considerado um crime transnacional, já que atinge todos os países do mundo como locais de origem, de trânsito ou de destino das vítimas. Estima-se que 2,4 milhões de pessoas em todo o planeta sejam vítimas da armadilha do trabalho forçado em consequência do tráfico de pessoas. Mulheres e meninas representam quase 80% das pessoas vulneráveis a esse crime. O tráfico de crianças representa entre 15% e 20% das vítimas. Denuncie. Disque 180 de qualquer parte do Brasil. Não será pedida a identificação do denunciante. Sigilo assegurado.

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